Acompanhei a construção desde o início, desde os alicerces, que foram escavados num terreno plano, num antigo pasto. Era muito comum acompanhar meu pai nas visitas que ele, com frequência, fazia à construção.
A casa foi construída sobre alicerces de pedra chata, a chamada pedra de alicerce e teve o início da construção em agosto de 1930. Situa-se na esquina da Rua Dr. José B. Malburg com a Rua Cônego Tomaz Fontes.
Constava a casa de um porão habitável, composto de vários compartimentos que eram do tamanho das peças superiores, à rés do chão, ou o 1° andar, como chamávamos. Ali era a parte social da casa e era constituída de um pequeno vestíbulo de entrada na porta principal, dando para outro grande hall de entrada. Este hall, se comunicava, à direita da porta principal de entrada, com o escritório de papai, no qual ficava também o telefone, e dava acesso para a sala de visitas, na parte da frente da casa.
Seguindo-se pelo hall no sentido da rua lateral, ficava a sala de jantar grande que tinha comunicação com a copa e dela era separada por uma grande porta de vidros coloridos. Deste pequeno hall, saía um corredor para o banheiro e a escada interna que se comunicava com o porão. Do pequeno hall, também se passava para a cozinha ampla e arejada, que dava para uma porta que se abria para uma pequena varanda e uma escada que descia para o quintal.
A cozinha tinha também outra porta para a grande varanda que circundava toda a parte lateral da casa. O grande hall tinha também a escada que nos levava ao segundo andar e ia terminar num hall de distribuição, para o qual se abriam todos os dormitórios e o banheiro social.
Sobre o vão da escada, num piso que se alcançava por dois degraus e era iluminado por três janelas estreitas,ficava o Santuário que era um altar e genuflexório com as imagens de nossos santos e onde a mamãe nos reunia para o rosaírio. A casa contava também com um grande terraço descoberto, que ficava na frente do escritório do papai e para o qual tinha entrada independente. O terceiro andar era constituído de quatro compartimentos.
Esta é a descrição da Casa que está gravada em minha memória. Outro detalhe importante que vale lembrar era a árvore de Natal, que alcançava o teto e era armada na sala de jantar, onde nos reuníamos em família, reuniões estas das quais o papai pode participar tão pouco, pois morreu três anos após o término da construção.
Hoje a casa Bruno Malburg pertence à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
Texto: Laércio Mauro Malburg (Filho de Bruno Malburg Jr. e Maria Salomé Dutra Malburg. Exerceu o cargo de diretor da Cia Comércio e Indústria Malburg por 25 anos); Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva
Algumas páginas sobre edíficios históricos de Itajaí:
Asilo Dom Bosco, Banco Inco, Bangalô, Bar Dinamarca, Bauer e Cia, Café Democrático, Caixa da Sociedade Beneficente dos Estivadores, Capelinha de Cabeçudas, Casa Agostinho Alves Ramos, Casa Alberto Werner, Casa Almeida e Voigt, Casa Amaral, Casa Asseburg, Casa Bonifácio Schmitt, Casa Bruno Malburg, Casa Cesário, Casa da Família João Bauer, Casa das Irmãs da Imaculada Conceição, Casa Jacob Bauer, Casa Konder, Casa Lauro Müller, Casa Popular da Vila Operária, Casa Primo Uller, Casa Rauert, Casarão Burghardt, Casarão da Família Fontes, Casarão Malburg, Casarão Olímpio Miranda, Casarão Peiter, Cia. Fábrica de Papel Itajaí, Colégio São José, Edifício da Fiscalização dos Portos, Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Farmácia Brasil, Ginásio Itajaí, Grupo Escolar Floriano Peixoto, Grupo Escolar Lauro Müller, Grupo Escolar Victor Meirelles, Herbário Barbosa Rodrigues, Hospital Santa Beatriz, Hotel Brazil, Hotel Cabeçudas, Igreja da Imaculada Conceição, Igreja da Vila Operária, Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Luterana, Mercado Público, Palácio Marcos Konder, Primeira Sede da Municipalidade, Primeira Sede dos Correios, Sociedade dos Atiradores, Sociedade Guarani.
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