sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Farmácia Brasil

Farmácia Brasil, ali, na Rua Lauro Muller defronte ao Hotel Brasil, hoje Hotel Rota do Mar, foi inaugurada em 2 de abril de 1910. Seu proprietário foi o farmacêutico Heitor Liberato nascido a 15 de julho de 1886. Falecido em 8 de julho de 1964.

Casado com sua prima Cecília Elvira Liberato, teve dois filhos: Afonso Celso Liberato (médico, já falecido, casado com Dra. Jenny Coelho) e Afonsina Liberato Heusi, casada com Arnaldo Heusi. Teve seis netos.

Heitor Liberato, também foi político. Grande inteligência e caráter íntegro. Um líder. Fez parte do Diretório Municipal. Quando se abriu vaga no Conselho, Heitor Liberato foi indicado para ocupá-la.

Alcançou na urna, um sufrágio, que pôs em evidência seu elevado conceito, como emérito cidadão. Era árbitro nas decisões do partido. Havia uma fidelidade total e respeito de seus companheiros. Foi muito querido, como farmacêutico. Parecia ter dons divinos, no exercício de sua profissão.

A Farmácia Brasil não era apenas uma bonita construção de tijolos e cimento. Na sala da frente, espaçosa e luxuosa, com os seus vistosos jarrões de porcelana. Com seus armários de madeira, ao longo das paredes, onde se alinhavam medicamentos nacionais e estrangeiros.

Em outra dependência recipientes de louça, vidros e cristal. Balanças de alta precisão. Copos. Frascos. Tudo destinado à higiene e perfeição de trabalho.

Os médicos da época, ali eram cncontrados diariamente. A farmácia atendia nas vinte e quatro horas. No entanto, na Farmácia Brasil havia muito mais do que o conforto material. Havia Heitor Liberato, com sua imagem austera e simpática, sentado,junto a uma escrivaninha, acolhendo as pessoas. Na doação constante de seu tempo. Com bondade evangélica. Vivendo como cristão. O preceito tão humano e ideal, "ama teu próximo como a ti mesmo ..."

Trazia na alma, a sabedoria de um iluminado. Possuía segredos maravilhosos, quase mágicos, que usava na manipulação de suas poções e ungüentos, a que se dedicava num ritual. No preparo dos receituários, eram usados só produtos importados.

Aos pobres, aflitos, com males físicos, socorria sem remuneração. Iam à farmácia. como quem vai ao encontro de uma aurora.

Hoje, a Casa ainda resiste ao tempo mas, a farmácia, há muito deixou de atender aos clientes que diretamente para ali se dirigiam em busca daquele atendimcnto que só o "Seu Heitor" sabia oferecer. Ontem Farmácia Brasil foi uma benção para a cidade - Hoje é uma legenda de saudade.

Texto: Luci Ferreira (Nascida em São Luiz do Maranhão, artista plástica, poetisa, foi casada com o médico Dr. Ivo Stein Ferreira); Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva.

Algumas páginas sobre edíficios históricos de Itajaí:

Asilo Dom Bosco, Banco Inco, Bangalô, Bar Dinamarca, Bauer e Cia, Café Democrático, Caixa da Sociedade Beneficente dos Estivadores, Capelinha de Cabeçudas, Casa Agostinho Alves Ramos, Casa Alberto Werner, Casa Almeida e Voigt, Casa Amaral, Casa Asseburg, Casa Bonifácio Schmitt, Casa Bruno Malburg, Casa Cesário, Casa da Família João Bauer, Casa das Irmãs da Imaculada Conceição, Casa Jacob Bauer, Casa Konder, Casa Lauro Müller, Casa Popular da Vila Operária, Casa Primo Uller, Casa Rauert, Casarão Burghardt, Casarão da Família Fontes, Casarão Malburg, Casarão Olímpio Miranda, Casarão Peiter, Cia. Fábrica de Papel Itajaí, Colégio São José, Edifício da Fiscalização dos Portos, Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Farmácia Brasil, Ginásio Itajaí, Grupo Escolar Floriano Peixoto, Grupo Escolar Lauro Müller, Grupo Escolar Victor Meirelles, Herbário Barbosa Rodrigues, Hospital Santa Beatriz, Hotel Brazil, Hotel Cabeçudas, Igreja da Imaculada Conceição, Igreja da Vila Operária, Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Luterana, Mercado Público, Palácio Marcos Konder, Primeira Sede da Municipalidade, Primeira Sede dos Correios, Sociedade dos Atiradores, Sociedade Guarani.

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