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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Centro histórico de Itajaí

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Bar da Trude, Igreja da Imaculada Coneição e Praça Lauro Müller - Centro histórico de Itajaí-sc - 4/2/2011
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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Casa Lauro Müller

"Remanescente das primeiras edificações que deram à nossa Itajaí ares de vila, o prédio de um pavimento, frente ampla, telhado de duas águas, janelas e portas dando para a antiga rua da praia, hoje Lauro Müller, era desativado, de risco singelo e sem quaisquer preocupações com estilo. Mais para comprida do que larga, a Casa Lauro Müller foi, tudo indica, residência da família de Pedro Müller, imigrante alemão que, participante nos meados do século XIX, transferiu-se para a freguesia do Santíssimo Sacramento de ltajaí.

Lauro, ainda quase adolescente, foi tentar a vida na Capital do Império, Rio de Janeiro. No último quartel do século passado, a casa foi vendida a Marcos Konder. Nela ele acomodou a esposa, Adelaide Flores, e os nove filhos que foram nascendo. Uma parte da edificação era utilizada como casa de negócios e escritório do velho Konder. A outra parte acolhia a família. Ao fundo havia uma vasto quintal que fazia limites com a atual rua XV de novembro. Ao lado dessa casa existia uma outra de características semelhantes onde Dona Amélia Müller dos Reis irmã de Lauro residia e mantinha uma escola da qual era a única mestra. Nessa escola estudou Adelaide Konder quando menina.

À época, a velha praça da matriz de Nossa Senhora da Conceição - hoje Vidal Ramos, acolhia o coração da localidade. Quem, à época, se postasse diante da capela de costas para o rio teria a visão de quatro esquinas. À esquerda, mais próxima, aquela ocupada pelos Asseburg que incluía o prédio que depois foi da família Currlin. Mais à frente, as edificações da família Bauer, à direita, beirando o rio, os Malburg e, acima, a propriedade do Major José Henrique Flores, sogro de Marcos Konder. A casa Lauro Müller permaneceu até quase a metade deste século como escritório da firma Konder e, da Usina de Açúcar Adelaide que a sucedeu.

Nela nasceu Lauro Severiano Müller que, seguindo a carreira das armas depois ingressou na atividade política tendo alcançado os altos postos de Deputado Constituinte, Governador (três vezes eleito), Senador, Ministro da Viação e Obras Públicas e Ministro das Relações Exteriores. Foi ainda, membro da Academia Brasileira de Letras. Nela também nasceram os irmãos Konder. Arno que chegou a Ministro Conselheiro da Embaixada Brasileira em Washington, Marcos, Vereador, Prefeito de Itajaí, Deputado Estadual e Deputado Federal eleito, Adolpho, Secretário de Estado, Deputado Federal, Governador, Senador e Constituinte em 1934, Victor, Vereador em Blumenau, Secretário da. Fazenda, Deputado Federal e Ministro da Viação e Obras Públicas do Governo Washington Luiz. E ainda, suas irmãs Evelina, Adelaide, Maria, Elisabeth e Marieta.

O traço de Lindinalva. Deóla perpetua a velha Casa Lauro Müller, fazendo-a capaz de ser vista, admirada e querida por futuras gerações."

Texto: Dr. Antônio Carlos Konder Reis; Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva

Algumas páginas sobre edíficios históricos de Itajaí:

Asilo Dom Bosco, Banco Inco, Bangalô, Bar Dinamarca, Bauer e Cia, Café Democrático, Caixa da Sociedade Beneficente dos Estivadores, Capelinha de Cabeçudas, Casa Agostinho Alves Ramos, Casa Alberto Werner, Casa Almeida e Voigt, Casa Amaral, Casa Asseburg, Casa Bonifácio Schmitt, Casa Bruno Malburg, Casa Cesário, Casa da Família João Bauer, Casa das Irmãs da Imaculada Conceição, Casa Jacob Bauer, Casa Konder, Casa Lauro Müller, Casa Popular da Vila Operária, Casa Primo Uller, Casa Rauert, Casarão Burghardt, Casarão da Família Fontes, Casarão Malburg, Casarão Olímpio Miranda, Casarão Peiter, Cia. Fábrica de Papel Itajaí, Colégio São José, Edifício da Fiscalização dos Portos, Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Farmácia Brasil, Ginásio Itajaí, Grupo Escolar Floriano Peixoto, Grupo Escolar Lauro Müller, Grupo Escolar Victor Meirelles, Herbário Barbosa Rodrigues, Hospital Santa Beatriz, Hotel Brazil, Hotel Cabeçudas, Igreja da Imaculada Conceição, Igreja da Vila Operária, Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Luterana, Mercado Público, Palácio Marcos Konder, Primeira Sede da Municipalidade, Primeira Sede dos Correios, Sociedade dos Atiradores, Sociedade Guarani.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lauro Müller

O escritor catarinense Almiro Caldeira de Andrada certa vez afirmou que a história de Lauro Müller, sem ser fabulosa, é fascinante. O fascínio da sua vida, segundo o mesmo testemunho, decorre da grande força de vontade que superou os obstáculos de quem, sendo filho de imigrantes duma Província pequena, conquistou um a um os ideais que acalentara. Na pequena Vila do Santíssimo Sacramento do Itajaí, recém emancipada, à rua Municipal (que hoje leva o seu nome), a 8 de março de 1863, nasceu Lauro Severiano Müller; sétimo filho do casal Pedro Müller e Ana Michels.

Seu pai integrara a leva de alemães que se estabeleceram na colônia São Pedro de Alcântara em trabalhos agrícolas. Não tendo sucesso lá, Pedro Müller, a mulher e os primeiros filhos se mudaram para Itajaí, onde o chefe da família se estabeleceu como comerciante de fazenda e armarinhos. Sua casa, embora modesta, era um ponto de referência na Vila. Nela se hospedavam as pessoas graúdas e as autoridades que passassem por ltajaí.

Foi neste ambiente de colono germânico, lojista, boticário e compadre de todo mundo que o pequeno Lauro recebeu os primeiros ensinamentos da sua educação sadia. A primeira escola que freqüentou foi a do professor público Justino José da Silva, na própria Vila Natal. Não demorou muito para que a inteligência incomum do menino superasse os rudimentares ensinamentos daquela escola de desemburrar. Freqüentou depois a escola alemã de Itajaí e foi aluno do professor alemão Bruno Scharn, em Blumenau.

Quando se tornou moço, o pai quis fazê-lo agrimensor, mas e!e preferiu seguir para o Rio de Janeiro e iniciar-se no comércio com um parente. A breve experiência como caixeiro não lhe agradou e a carreira de comerciante foi abandonada.

Aos 19 anos assentou praça no Exército, decidindo-se pela vida militar. Matriculou-se a seguir na Escola Militar e, em 1885, foi promovido a alferes-aluno; em 1889, a segundo tenente, com o grau de bacharel em matemática e ciências físicas; chegando enfim ao posto de general.

Na Escola Militar, onde fervilhavam as idéias positivistas e a propaganda republicana ia acesa, fez-se discípulo achegado de Benjamim Constant, o patriarca da República. Não admirando que, proclamado o novo regime, a 2 de dezembro de 1889 fosse Lauro indicado para governar o seu Estado; tinha então 26 anos!

A sua administração, embora curta, foi extremamente hábil e proveitosa. Não demitiu ninguém e, sem traumatismos, fez adaptarem se ao novo regime todos os serviços públicos. Presidiu as primeiras eleições republicanas, dando mostras já da sua habilidade política e qualidades de chefe.

Afastado do Governo do Estado, cumpriu três mandatos de deputado federal, de 1891 a 1899, e outros cinco de senador, até 1923; em dois dos quais renunciaria para ocupar os cargos de Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas do Presidente Rodrigues Alves, em 1902 e de Ministro das Relações Exteriores do Presidente Hermes da Fonseca, em 1913.

Ainda voltaria a se eleger Governador de Santa Catarina em 1918, dentro de uma composição política havida para não cindir as forças republicanas do Estado. No entanto renunciou ao mandato antes de tomar posse, possibilitando a ascensão de Hercílio Luz, conforme previa o acordo.

Das suas administrações como Ministro, destacam-se as grandes obras realizadas no Rio de Janeiro, com vistas a sua modernização, e a melhoria do seu Porto quando Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas.

Como Ministro das Relações Exteriores, cabe destaque ao seu trabalho diplomático de integração das nações sul-americanas, o que lhe valeu o título de "Apóstolo da Solidariedade Sul-americana ".

Sua popularidade como homem público e orador emérito, e o reconhecimento da sua notabilidade como homem de cultura lhe propiciaram a eleição para a vaga aberta na Academia Brasileira de Letras com a morte do acadêmico Barão do Rio Branco. Em 16 de agosto de 1917 foi recebido na Academia.

Faleceu a 30 de julho de 1926 na cidade do Rio de Janeiro e seus conterrâneos o consideram merecidamente o maior dos catarinenses e o grande itajaiense.

Fonte: Pequena História de Itajaí - Prof. Edson d'Ávila.

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