domingo, 27 de outubro de 2013

Ambrósio Paré, o Pai da Cirurgia

Naquela época, em que os médicos só possuíam, revestida de frases gregas e latinas, uma ignorância extrema, Ambrósio Paré oferece quase o aspecto de um revolucionário. Os doutores em medicina desdenhavam os cirurgiões, que eram, para eles, simples “sangradores” e barbeiros, e eis que, num cúmulo de audácia, Ambrósio Paré, de humilde origem, servindo sob as ordens de um desses barbeiros, arvorava-se a entendido na matéria, e sem saber escrever em latim!

Por ter abandonado velhas rotinas e graças a uma longa experiência de sessenta anos, Paré fez importantes e decisivas descobertas e, ao passo que seus ferrenhos detratores jazem hoje esquecidos, sepultados nos seus alfarrábios latinos, o “pai da cirurgia” é nome atual, sempre citado e sempre respeitado.

Foi Ambrósio Paré quem ousou praticar a primeira desarticulação do cotovelo, e os cirurgiões modernos lhe devem a prática da ligadura das artérias, feita por ele, pela primeira vez, em pleno campo de batalha. Não podendo usar o cautério, então em voga, talvez porque lhe faltassem no momento meios materiais, Ambrósio Paré teve a ideia de ligar as artérias. E o êxito foi absoluto.

Ainda hoje é usado esse processo de estancamento de hemorragias. Ambrósio foi lutador. Para receber o título de doutor, teve de empenhar-se em tenaz campanha. Na Idade de 44 anos, após vinte anos de prática, defendeu tese. Nos relatórios da Faculdade, em Paris, lê-se a indignação que causou o seu latim, e consta que “somente em consideração ao rei”, ele foi aceito. Foi-lhe, todavia, imposta uma condição: tinha que estudar o latim, tinha que se aperfeiçoar.

Naquela época, médico que não falasse, receitasse e escrevesse em latim, não era médico...

A posteridade ignora se Paré estudou, mesmo, o idioma de Ovídio, Cícero e Virgílio. Sabe, contudo, que seu nome é respeitado como um símbolo e acatado por todos aqueles que têm feito da cirurgia, hoje tão adiantada, sua honrosa profissão.

Ambrósio Paré foi cirurgião titular dos reis Henrique II e de seus três filhos, que se sucederam no trono da França: Francisco II, Carlos IX e Henrique III.


Fonte: Almanaque d'o Tico-Tico - 1955.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Benefícios da lichia

A lichia, com a sua polpa suculenta e bem doce, começa a ganhar adeptos no Brasil. E além do sabor delicioso, os benefícios são inúmeros! Ela tem boa quantidade de vitamina C, potássio, cálcio, fósforo e magnésio, importantes vitaminas e minerais para garantir o bom funcionamento do organismo. E para quem fica de olho nas calorias, outra boa notícia, porque ela é pouco calórica: cerca de 100g possuem 64 calorias.

Ela ainda contém substâncias fenólicas, recebendo destaque as antocianinas, que trazem ao organismo grande proteção antioxidante contra doenças inflamatórias, câncer e envelhecimento precoce. "A lichia é fonte de substâncias antioxidantes como as antocianinas, dentre elas a cianidina, que está sendo estudada por ajudar na perda de gordura, e os flavonoides", explica a nutricionista Gabriela Soares Maia.

O que chama a atenção é que ela tem boa quantidade de vitamina C e com apenas 6 frutinhas a recomendação diária já é atendida. É uma vitamina extremamente importante porque ajuda na defesa antioxidante do organismo, na manutenção de um bom sistema imunológico, na cicatrização de feridas e aumenta a absorção do ferro. As vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina e niacina) também estão presentes na fruta e garantem disposição na medida certa.

"Já em relação aos minerais, é possível destacar o potássio, que tem função essencial no sistema renal, na manutenção dos fluidos orgânicos, na contração e relaxamento dos músculos. E a lichia ainda contém cálcio e fósforo, minerais importantes para a saúde óssea. Além disso, o cálcio é importante para a contração muscular e o fósforo para a formação do DNA. Ainda contém magnésio, que faz parte de mais de 300 enzimas que realizam as mais diversas funções metabólicas. E o melhor de tudo é que a lichia é uma delícia, aproveite", aconselha Gabriela.

A nutricionista citou um estudo feito no Japão pela Universidade de Hokkaido, no qual os voluntários receberam extrato de lichia e depois de 10 semanas tiveram uma redução de 15% de gordura. Os pesquisadores deram todo o crédito a uma substância chamada de cianidina, uma antocianina (substância fenólica) que está presente na casca, dando a cor avermelhada, e em menor quantidade na polpa, mas tudo são apenas suspeitas e merecem mais estudos. "E sempre é bom lembrar que perda e manutenção de peso é a união de alimentação saudável e atividade física, mas com certeza a lichia pode fazer parte desse processo como um todo", diz ela.

Por ser rica em potássio, ela deve ser consumida com moderação por pessoas com disfunções renais, isso porque portadores de doença renal crônica têm redução na capacidade de eliminação de potássio. A nutricionista explica que, nesses casos, a falta ou o excesso podem levar a problemas cardíacos, podendo alterar o ritmo dos batimentos. "Por isso, dizer uma quantidade a ser consumida é difícil porque depende do grau da insuficiência renal, e o consumo de lichia deve ser balanceado com outros alimentos também ricos em potássio, para que dentro desse conjunto se chegue a uma quantidade ideal. Recomendo à pessoa procurar seu nutricionista ou médico", finaliza Gabriela.

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Fonte: Idmed

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Myrna Loy

Myrna Loy (Myrna Adele Williams), atriz, nasceu em Radersburg, Montana, EUA, em 2/8/1905, e faleceu em Nova Iork, em 14/12/1993. Era filha de um fazendeiro e de uma dona-de-casa formada em música. Morou por um tempo no sul da Califórnia, devido a um problema de saúde, mas acabou voltando para o rancho do pai.

Depois a mãe dela precisou de uma cirurgia então, as duas mais o irmão mudaram-se para Ocean Park. Lá Myrna começou a frequentar aulas de dança. Quando voltaram para casa, ela fez sua estréia no palco em um pequeno teatro, dançando. Quando seu pai faleceu, a família mudou-se para Los Angeles, onde ela continuou com as aulas de dança e aos 15 anos começou a aparecer em peças de teatro locais. Aos 18 anos teve que largar os estudos e começar a trabalhar para ajudar nas finanças da família.

Em 1925 foi selecionada para o filme "What Price Beauty?". Embora seu papel fosse pequeno, sua maquiagem e figurino exótico no filme, levaram a Warner Brothers a lhe contratar. Nos filmes mudos que ela fez a partir dai, seus papéis eram da mulher fatal ou vamp e frequentemente aparecia como asiática ou euro-asiática. Levou anos para ela vencer esse estereótipo. Nessa época fez pequenos papéis e sua carreira começou a entrar em declínio.

Até que em 1934, atuou em "Manhattan Melodrama", que lhe trouxe o sucesso. No mesmo ano fez o filme "The Thin Man", onde interpretou a esposa do detetive Nick Charles, na série de filmes "Thin Man", co-protagonizados por William Powell. Os dois se tornaram a dupla mais bem-sucedida do cinema, atuaram juntos em 14 filmes.

Durante a Segunda Guerra Mundial, deu um tempo na carreira para ajudar nos esforços de guerra para levantar fundos. Lutou tão ferozmente contra Adolf Hitler que seu nome chegou a aparecer em uma lista negra do ditador.

Em 1946 retornou ao cinema, onde fez o filme do qual mais se orgulhava, "The Best Years of Our Lives". A partir de 1950 apareceu esporadicamente no cinema e na TV e em 1973 fez sua estréia na Broadway.

Loy foi casada quatro vezes, se divorciou de todos e não teve nenhum filho. Publicou uma auto-biografia em 1987 chamada "Myrna Loy: Being and Becoming". Nunca foi indicada a um prêmio Oscar, mas em 1991 recebeu o Honorário, pelo conjunto de sua carreira. Ela não pode comparecer ao evento, mas fez um vídeo em casa para agradecer o prêmio, foi sua última aparição em público.

Atriz sofreu duas mastectomias, em 1975 e em 1979 devido a um câncer na mama. Ela morreu em 1993 durante uma cirurgia. Encontra-se sepultada no Forestvale Cemetery, Helena (Montana), Condado de Lewis and Clark, Montana nos Estados Unidos.



Filmografia

1981 - Summer Solstice (TV)
1980 - Just Tell Me What You Want (Diga-me o que Você Quer)
1978 - The End (Se Não Me Mato, Morro )
1977 - It Happened at Lakewood Manor (TV)
1975 - Airport 1975 (Aeroporto 75)
1974 - The Elevator (TV) (O Elevador)
1974 - Indict and Convict (TV) (Indiciado e Condenado)
1972 - The Couple Takes a Wife (TV)
1971 - Do Not Fold, Spindle, or Mutilate (TV)
1971 - Death Takes a Holiday (TV)
1969 - The April Fools (Um Dia em Duas Vidas)
1960 - Midnight Lace (A Teia de Renda Negra)
1960 - From the Terrace (Paixões Desenfreadas)
1959 - Meet Me in St. Louis (TV)
1958 - Lonelyhearts (Com um Pouco de Amor)
1956 - The Ambassador's Daughter (A Filha do Embaixador)
1952 - Belles on Their Toes (A Família do Gênio)
1950 - Cheaper by the Dozen (Papai batuta)
1949 - That Dangerous Age
1949 - The Red Pony (br: O Vale Da Ternura)
1948 - Mr. Blandings Builds His Dream House (Lar, Meu Tormento)
1947 - The Senator Was Indiscreet
1947 - Song of the Thin Man (A Canção dos Acusados)
1947 - The Bachelor and the Bobby-Soxer (O Solteirão Cobiçado)
1946 - The Best Years of Our Lives
1946 - So Goes My Love
1945 - The Thin Man Goes Home (Regresso Daquele Homem)
1941 - Shadow of the Thin Man (A Sombra dos Acusados)
1941 - Love Crazy (Meu Querido Maluco)
1940 - Third Finger, Left Hand
1940 - I Love You Again
1939 - Another Thin Man (A Ceia dos Acusados)
1939 - The Rains Came (E As Chuvas Chegaram)
1939 - Lucky Night (Noite Feliz)
1938 - Too Hot to Handle (Sob os Céus dos Trópicos)
1938 - Test Pilot (Piloto de Provas)
1938 - Man-Proof
1937 - Double Wedding (Duplo Casamento)
1937 - Parnell (Parnell, O Rei Sem Coroa)
1936 - After the Thin Man (A Comédia dos Acusados)
1936 - Libeled Lady (Casado Com Minha Noiva)
1936 - To Mary - with Love (Esposo e Amante)
1936 - The Great Ziegfeld (Ziegfeld, o Criador de Estrelas)
1936 - Petticoat Fever
1936 - Wife vs. Secretary (Ciúmes)
1935 - Whipsaw (Uma Ladra Encantada)
1935 - Wings in the Dark (Asas nas Trevas)
1934 - Broadway Bill (A Vitória Será Tua)
1934 - Evelyn Prentice (Estratégia de Mulher)
1934 - Stamboul Quest
1934 - The Thin Man (A Ceia dos Acusados)
1934 - Manhattan Melodrama (Vencidos Pela Lei)
1934 - Men in White (Alma de Médico)
1933 - The Prizefighter and the Lady
1933 - Night Flight (Asas da noite)
1933 - Penthouse (filme) (Pela Vida de um Homem)
1933 - When Ladies Meet (De Mulher para Mulher)
1933 - The Barbarian (Uma Noite no Cairo)
1933 - Topaze (br: Topaze)
1932 - The Animal Kingdom (Pouco Amor Não é Amor)
1932 - The Mask of Fu Manchu (A Máscara de Fu Manchu)
1932 - Thirteen Women
1932 - Love Me Tonight
1932 - The Woman in Room 13 (A mulher do Quarto 13 )
1932 - The Wet Parade (E o Mundo Marcha)
1932 - Vanity Fair (Feira das Vaidades)
1932 - Emma
1931 - Arrowsmith (Médico e Amante)
1931 - Consolation Marriage
1931 - Skyline
1931 - Transatlantic
1931 - Rebound
1931 - Hush Money
1931 - A Connecticut Yankee
1931 - Body and Soul
1931 - The Naughty Flirt
1930 - The Devil to Pay!
1930 - Rogue of the Rio Grande
1930 - The Truth About Youth
1930 - Renegades (Renegados)
1930 - The Bad Man
1930 - The Jazz Cinderella
1930 - The Last of the Duanes
1930 - Bride of the Regiment
1930 - Cock o' the Walk
1930 - Under a Texas Moon
1930 - Isle of Escape
1930 - Cameo Kirby
1929 - The Show of Shows
1929 - Evidence
1929 - The Great Divide
1929 - The Squall
1929 - The Black Watch (A Guarda Negra)
1929 - The Desert Song
1929 - Hardboiled Rose
1929 - Fancy Baggage
1928 - Noah's Ark
1928 - The Midnight Taxi
1928 - State Street Sadie
1928 - Pay as You Enter
1928 - The Crimson City
1928 - Turn Back the Hours
1928 - A Girl in Every Port (Uma Noiva em Cada Porto)
1928 - Beware of Married Men
1927 - Ham and Eggs at the Front
1927 - If I Were Single
1927 - The Girl from Chicago (Uma Pequena de Fora)
1927 - The Jazz Singer (O Cantor de Jazz)
1927 - A Sailor's Sweetheart
1927 - The Heart of Maryland
1927 - Simple Sis
1927 - The Climbers
1927 - Bitter Apples
1927 - When a Man Loves
1927 - Finger Prints
1926 - The Third Degree
1926 - Across the Pacific
1926 - Don Juan
1926 - So This Is Paris
1926 - Exquisite Sinner
1926 - The Gilded Highway
1926 - Why Girls Go Back Home
1926 - The Love Toy
1926 - The Caveman
1925 - Ben-Hur: A Tale of the Christ
1925 - Sporting Life
1925 - Pretty Ladies
1925 - The Wanderer
1925 - What Price Beauty?

Fonte: Wikipedia.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Quando começou o uso do óculos?

Quando os homens começaram a usar óculos? A invenção dos óculos, é dessas como a bússola, a imprensa, a pólvora - sobre cuja paternidade há mais de uma suposição. A História dos óculos está diretamente ligada à História do cristal, e muitos séculos já tinham se passado desde que o homem começara a usar lentes com armações, para compensar algumas deficiências da vista, quando foi descoberto um sistema eficaz de fundição de vidro ótico satisfatório à indústria dos opticistas.

A preparação do cristal comum era do conhecimento das primeiras civilizações do Oriente e do Mediterrâneo; atribui-se geralmente aos fenícios a invenção do vidro, mas há historiadores que afirmam que aquela arte não era privilégio dos engenhosos "filhos de Moloch”.

Sabe-se que 4.000 anos antes de Cristo conheciam os egípcios um técnica de, em alta temperatura, transformar o cristal em massa vítrea a fim de o empregarem na manufatura de vasos, garrafas, objetos de adorno pessoal e outros artigos de vidro. Não há, porém, notícia de que eles obtivessem a fusão do cristal para usos óticos.

Somente no ano de 1800 da nossa era o suíço Luís Guinand descobriu um modo de preparar grandes blocos de cristal próprio para lentes de óculos, fundindo-os (os blocos) homogeneamente. Aos trabalhos de Guinand seguiram-se os do alemão Utzschneider, em 1806, e a indústria ótica quase chegou à perfeição com as experiências de Joseph Fraunenhofer — o inventor do espectrômetro.

Fraunenhofer discriminou os sete elementos químicos contidos no vidro e que eram apenas suspeitados pelos cientistas antigos: oxigênio, sódio, alumínio, silício, potássio, cálcio e chumbo. A fundição científica do vidro também não deve pouco às pesquisas e trabalhos práticos de um sacerdote inglês de nome Hacout.

Consta que quando Marco Polo visitou a China em 1269, admirou-se ao ver os súditos de Cublai-Cã, suprindo com vidros adequados certas anomalias oculares. Parece mesmo que em época mais remota, aí pelo quinto século antes de Cristo, os contemporâneos de Kon-fug-tse já usavam óculos, rudimentalíssimos  é de crer-se, para melhoria da visão. Mas, as toscas lentes dos chineses estavam longe de prestar o auxílio requerido realmente pela vista, e seus óculos, ou como se chamassem, tinham principalmente caráter de amuleto.

Na Europa, fizeram os óculos sua entrada pelos fins do século XIII; e o grande sábio inglês Roger Bacon, ao falecer, em 1294, legou à civilização, entre seus muitos escritos, preciosas informações sobre lentes de aumento. No entanto, no terreno prático, considera-se “Pai dos óculos” o italiano Salvino D’Armato. Comprova esse asserto uma lápide existente na Igreja de Santa Maria Maior, em Florença, com a seguinte inscrição, em italiano: “Aqui jaz Salvino D’Armato, dos Armati de Florença, inventor dos óculos. Deus lhe perdoe os pecados. Faleceu em 1317.” Na mesma época, viveu em Pisa, no Convento de Santa Catarina, um frade dominicano chamado Alexandre de Spina; foi também um dos primeiros construtores de óculos, conforme atestam antigas crônicas que relatam sua morte, em 1313.

Nascido na Itália, passou o invento para a Alemanha, situando-se em Nuremberg o centro irradiador do fabrico de óculos; multiplicaram-se os artífices e, ao findar a Idade Média, a profissão de fazedor de óculos era tão comum como a de ferreiro ou carpinteiro, especialmente na Holanda e na Inglaterra, onde, em meados do século XVII, se fundou a primeira Real Sociedade de fabricantes de óculos.

Não será exagero dizer-se que a esses modestos obreiros muito deve a Astronomia, pois os modernos instrumentos astroscópicos, de certo modo, são o resultado das observações, casuais ou propositadas, feitas por aqueles constantes manuseadores de lentes e cristais; e, direta ou indiretamente, os atuais telescópios-gigantes prendem-se aos experimentos desses bem antigos fabricantes de óculos.

No princípio do século XVII vivia na pequena cidade de Midelburg, Holanda, um polidor de lentes, Hans Lipershey. Conta-se que um dia, deixando abandonada a oficina, nela entraram seus dois filhos pequenos, um casal. Mexe aqui, mexe acolá, os dois curiosos garotos, ao acaso pegaram duas lentes: uma que, refratando as imagens, diminui-as; outra que as aumentava. Olhando pela janela através dessas lentes unidas, os meninos notaram que a torre da igreja distante se aproximava — como se a igreja se achasse à metade da distância real.

Quando Lipershey chegou, as crianças lhe descreveram o novo passatempo; Hans levou em consideração a descoberta dos filhos e tanto estudou o assunto que acabou inventando uma luneta telescópica. Lenda ou história verídica? O fato é que foi essa luneta a avó dos formidáveis instrumentos de hoje, como o de Mount-Wilson, nos Estados Unidos. Lipershey construiu a sua luneta em 1608, tendo recebido preciosas lições do matemático Adrius Metius durante a feitura. O inventor presenteou com seu óculo os Estados Gerais e logo em seguida aprontou outro aparelho, este binocular.

Coevo de Hans Lipershey é o ótico Zacarias Jansen, que também merece lugar de relevo entre os primeiros construtores de telescópios. Houve mesmo, durante certo tempo, dúvidas sobre qual dos dois tinha a primazia na Invenção; sabe-se hoje, porém, com certeza, que se deve ao primeiro a autoria do invento.

A invenção de Lipershey divulgou-se na Holanda, na França e na Itália; sua descrição chegou até aos ouvidos de Galileu Galilei, naquela época em Pádua (1609). Baseado nos mesmos princípios do holandês, Galileu construiu, em um dia, um rudimentar telescópio e, ao observar com ele pela primeira vez os céus, descobriu três dos satélites de Júpiter (1610).

De lá para cá, tanto os óculos como os mais instrumentos óticos vêm sofrendo contínuas modificações. Em vez dos pesados, duros e grossos cristais usados remotamente pelos orientais, empregam-se hodiernamente blocos de vidro, brancos ou de cores, segundo o destino e seus componentes são mais ou menos os seguintes: ácido silícico, carbonato de sódio, carbonato hidratado de potassa, carbonato de cal, óxido de chumbo, óxido de alumínio, hidratado, ácido bórico, óxido de zinco e nitrato de bário.

Há ainda os outros elementos e compostos, segredos dos fabricantes para melhorarem seus produtos, porque o interesse das fábricas é sempre conseguir melhores lentes, para atenderem ao crescente uso de óculos.
A. D. LINO
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Fonte: Almanaque d'o Tico-Tico - 1955.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A história das horas

Os homens tiveram muito tarde a ideia de dividir o dia. Para fazer aproximadamente a conta do tempo que havia passado, primitivamente eles se serviam da observação da sombra das árvores; pela manhã, eram os animais domésticos que, pela sua atividade, anunciavam que o dia já começara.

Uma espécie de divisão foi criada na Grécia, pela qual se distinguia a manhã, o meio do dia, o começo da noite e o fim da noite. Os persas, um pouco mais tarde, estabeleceram cinco partes para o dia, a saber: a aurora, que ia do meio da noite até o sair do sol; o tempo do sacrifício, que ia do romper da alva até o meio-dia; a luz-plena, indo do meio-dia até o por do sol; o nascer dos astros e, para terminar, o ciclo ou período das orações.

No começo da era romana, distinguia-se o diluculum ou "ponto do dia"; o mane ou manhã; o ad-meridium, cerca do meio dia; o de meridie, ou depois do meio-dia; o suprema, que correspondia ao por do sol; o prima fax, momento em que se acendia a primeira tocha; o intempesta nox, ou noite profunda; e o gallicinium, marcado pelo primeiro canto do gado. É a esse sistema que devemos as nossas divisões imprecisas de manhã, tarde e noite.

O tempo estando dividido conforme o aspecto do céu, os dias eram desiguais e sua duração variava conforme a estação. Foram os caldeus que, mais ou menos 800 a. C., efetuaram um sistema de divisão independente, no qual o tempo decorrido era medido não mais em relação a posição dos astros, mas relativamente à duração do escoamento da água num relógio hidráulico. O dia, a princípio, foi dividido em 60 horas, cada uma dividida em 60 minutos.

Os hebreus imitaram os caldeus, mas dividiram seu dia em 8 horas apenas, cada uma das quais correspondia a 3 das nossas atuais. O cálculo era feito por especialistas e funcionários do governo que eram encarregados de sair anunciando ao público o começo de cada hora. Esse costume passou até a França, onde, na Idade Média, os vigilantes percorriam as ruas para fazer saber aos moradores locais que era chegada a hora de dormir.

Os caldeus, algum tempo depois, melhoraram sua invenção, pondo de parte as 60 horas e adotando 12 horas, mas mantendo a divisão destas em 60 minutos. A duração de cada minuto foi, assim, sensivelmente aumentada e foi então possível criar um sub-múltiplo, o segundo, que permitiu apreciar a duração do tempo com maior precisão. Logo depois passou-se a contar 12 horas de dia e 12 horas de noite e é esse sistema que, depois de ter sido adotado pelos gregos e romanos, permanece até hoje.

Ele não foi abandonado senão durante a República Francesa, em que se adotou um dia de 20 horas divididas cada uma em 100 minutos.

Para dizer a verdade, minutos e segundos, até o século II, não foram utilizados senão pelos sábios, e pela falta de instrumentos de precisão, a gente do povo se contentava com a hora aproximada dada pelos quadrantes solares. A moda fez voltar o uso da clepsidra, depois que o califa Harun Al Rachid ofereceu um desses relógios de água como presente a Carlos Magno.

Entretanto o relógio solar tinha feito rápidos progressos e houve até alguns de bolso, fabricados pelos gauleses. Eram constituídos por um pequeno disco de marfim de 6 a 7 cm de diâmetro, ostentando um quadrante graduado no qual uma pequena haste, suscetível de ser erguida ou baixada, projetava sua sombra. Na época dos grandes viajantes, fabricavam-se instrumentos mais precisos, dando as diferenças de horas conforme as latitudes.

Esses relógios foram utilizados até o fim da idade Média, época em que apareceram os relógios mecânicos.

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Fonte: Almanaque d'o Tico-Tico - 1957.

A cura dos cabelos brancos

Um grupo de cientistas anunciou ter descoberto uma forma de "curar" cabelos grisalhos ou brancos com um remédio.

Eles chegaram ao tratamento após descobrir, em 2009, a causa do aparecimento dos cabelos brancos - um processo de envelhecimento conhecido como "estresse oxidativo".

Conforme envelhecemos, nosso cabelo acumula peróxido de hidrogênio (que em solução aquosa é conhecido comercialmente como água oxigenada), um descolorante que tira a cor natural do cabelo.

O tratamento descoberto pelos pesquisadores da Universidade de Bradford, na Grã-Bretanha, e da Universidade de Greifswald, na Alemanha, consegue remover esse peróxido de hidrogênio.

O estudo foi publicado na última edição da publicação especializada Faseb, publicada pela Federação das Sociedades Americanas para Biologia Experimental.

Vitiligo

A equipe de pesquisadores testou o tratamento em um grupo de pacientes com vitiligo, uma doença que provoca a descoloração da pele. O problema é caracterizado pelo surgimento de manchas esbranquiçadas por causa da falta da melanina, o pigmento natural da pele. Os pesquisadores descobriram que a droga, chamada pseudocatalase modificada, é capaz de repigmentar a pele e os cílios de pacientes com vitiligo.

"Por gerações, vários remédios foram produzidos para tentar esconder os cabelos grisalhos, mas agora, pela primeira vez, um tratamento real foi desenvolvido para atacar a raiz do problema", comenta Gerald Weissmann, editor-chefe da Faseb.

Segundo ele, a descoberta é interessante não somente pela possibilidade de reverter o processo de embranquecimento dos cabelos, mas também pelo efeito nos pacientes com vitiligo.

"O desenvolvimento do tratamento efetivo para essa condição tem o potencial de melhorar radicalmente as vidas de muitas pessoas", afirma.

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Fonte: BBC Brasil.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Barbara Bates

Barbara Bates, atriz de cinema, teatro e TV, nasceu em Denver, Colorado, Estados Unidos, em 6/8/1925, e faleceu na mesma cidade em 18/3/1969. Era a mais velha das três filhas de uma funcionária do correio. Enquanto crescia em cidade natal, estudava balé e trabalhava como modelo adolescente em vários desfiles.

A tímida jovem foi persuadida a entrar em um concurso de beleza, no qual foi vitoriosa, recebendo passagens de ida e volta de trem para Hollywood. Dois dias antes de regressar para Denver, foi convidada por Cecil Coan, um agente publicitário da United Artists, para atuar na Sétima Arte, iniciando, assim, a carreira de atriz aos 19 anos de idade.

Em setembro de 1944, Bates firmou contrato com a Universal Pictures depois que Cecil Coan a apresentou ao produtor Walter Wanger. Pouco depois, foi eleita como uma das "Sete meninas Salomé" no drama de 1945 "Salome Where She Danced", protagonizada por Yvonne De Carlo.

Em princípios de 1945, começou a namorar Cecil Coan, seu agente, que se encontrava nesse momento casado e com quatro filhos. Em março desse ano, Coan se divorciou e se casou secretamente com Bates, alguns dias depois.

Nos anos seguintes passou a atuar em pequenos papéis e posando para fotos de revistas como "Yank", "the Army Weekly" e "Life". Foi em uma dessas sessões fotográficas, que chamaram a atenção dos executivos da Warner Bros que a contrataram en 1947. Apareceu com algumas das mais grandes estrelas naquela época como Bette Davis em "June Bride" e Danny Kaye em "The Inspector General".

Em 1949, seu contrato com a Warner Bros terminou quando ela se negou a ir para Nova York para promover o filme "The Inspector General" . Apesar de haver sido despedida pela Warner, foi contratada pela 20th Century-Fox nesse mesmo ano.

Depois de sua atuação em "All About Eve", co-protagonizou em "Cheaper by the Dozen" e "Belles em estado de alerta", com Jeanne Crain e Myrna Loy. Em 1951, obteve um papel junto a MacDonald Carey e Claudette Colbert na comédia "Let's Make It Legal".

Apesar de uma carreira aparentemente de sucesso, sua vida, tanto dentro como fora da tela, começou a declinar com o passar do tempo. Tinha crises de mudança de humor extremos, insegurança, saúde debilitada e uma depressão crônica.

Em 1954, obteve o papel de "Cathy" na NBC, em "It's a Great Life", co-protagonizada por Frances Bavier como sua mãe, Amy Morgan e James Dunn como seu tio "Earl Morgan". Depois de sete episódios, a série foi cancelada devido ao seu comportamento instável e sua depressão.

Bates, então tratou de salvar sua carreira e viajou para a Inglaterra para buscar trabalho. Continuou emocionalmente instável para trabalhar e em 1957, seu contrato com a Organizacão Rank foi cancelado. Sua última aparição na tela foi na série "The Saint" que saiu do ar em novembro de 1962.

Em 1960, junto com seu marido se mudaram de novo para os Estados Unidos, conseguindo um apartamento em Beverly Hills. Mais tarde, nesse mesmo ano, foi lhe diagnosticado câncer. Bates permaneceu dedicada ao seu marido e raras vezes saia de sua cama, mas o esforço era demais para ela. Tentou se suicidar cortanto os pulsos e foi encaminhada com urgência ao Cedars-Sinai Hospital, onde se recuperou.

Em janeiro de 1967, o marido de Bates, Coan Cecil, morreu de câncer. Devastada por seu falecimento, caiu ainda mais na depressão. Nesse ano ainda, mais tarde, voltou para sua cidade natal, Denver, retirando-se definitivamente do cinema.

Durante um tempo, trabalhou como secretária e ajudante em um hospital. Em dezembro de 1968 se casou pela segunda vez com um amigo de infância, o esportista William Reed. Apesar de seu novo matrimônio, Barbara estava cada vez mais abatida e deprimida.

Em 18 de março de 1969, poucos meses depois deste casamento, Barbara Bates se suicidou na garagem de sua mãe, se envenenando com monóxido de carbono. Tinha 43 anos de idade.


Filmografia

1945: Strange Holiday.............. Peggy Lee Stevenson
1945: Salome Where She Danced .......... Salmone versión niña
1945: Lady On a Train
1945: This Love of Ours ......... Sra. Dailey
1945: The Crimson Canary ............ Chica
1946: A Night in Paradise ........... Palace Maiden
1947: The Fabulous Joe ........... Debbie Terkel
1947: The Hal Roach Comedy Carnival ........... Debbie Terkle
1947: Always Together ........... Ticket Seller
1948: April Showers ........... Secretaria
1948: Romance On the High Seas .......... Azafata
1948: Johnny Belinda ........... Gracie Anderson
1948: June Bride ........... Jeanne Brinker
1948: El burlador de Castilla (Adventures of Don Juan)
1949: One Last Fling ............ June Payton
1949: The House Across the Street ........... Beth Roberts
1949: The Inspector General .......... Leza
1950: Quicksand ............ Helen Calder
1950: Cheaper by the Dozen ............ Ernestine Gilbreth
1950: All About Eve .............. Phoebe
1951: I'd Climb the Highest Mountain ........ Jenny Brock
1951: The Secret of Convict Lake ........ Barbara Purcell
1951: Let's Make It Legal ............ Barbara Denham
1952: Belles on Their Toes ......... Ernestine Gilbreth
1952: The Outcasts of Poker Flat ......... Piney Wilson
1953: All Ashore ........... Jane Stanton
1953: The Caddy ............ Lisa Anthony
1954: Rhapsody ............ Effie Cahill
1956: House of Secrets ............ Judy Anderson
1957: Town on Trial .......... Elizabeth Fenner
1958: Apache Territory ........ Jennifer Fair

Televisão

1953: The Revlon Mirror Theater, no episódio "Summer Dance"
1954 /1955: It's a Great Life ......... Cathy "Katy" Morgan
1955: The Millionaire... Marian no epis. "The Uncle Robby Story"
1955: Studio 57 ........Elaine Hilton no episódio: "Tune Night"
1962: The Saint....Helen Ravenna no epis. "The Tourist Loaded"

Fonte: Traduzido da Wikipedia.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Anne Bancroft

Anne Bancroft (Anna Maria Louisa Italiano) nasceu no Bronx, Nova Iorque, em 17/9/1931, e faleceu na mesma cidade em 6/6/2005. Foi uma premiada atriz, um ícone de beleza e sensualidade, vencedora do Oscar de Melhor Atriz pela sua atuação no filme "The Miracle Worker", sua estrela na calçada da fama está localizada 6368 Hollywood Boulevard.

Logo na sua infância recebeu as primeiras lições de interpretação e dança. Em 1950, estreia na televisão como Anne Marno. Em 1952, assinou contrato com os estúdios de cinema da Fox e foi obrigada a deixar o seu nome demasiado "étnico" e entre os vários propostos pelo estúdio, escolheu "Bancroft", porque "lhe pareceu digno". Iniciou a sua carreira com filmes que falharam em demonstrar as suas qualidades interpretativas. O primeiro foi "Os Meus Lábios Queimam", de Roy Ward Baker.

Em 1958, cansada de westerns de série B e filmes ainda menos memoráveis, regressa a Nova Iorque, começa a estudar no Actors Studio ao mesmo tempo que se vira para o teatro na Broadway, sendo galardoada com um Tony (o prémio máximo da Broadway) na peça "Two for the Seesaw", com Henry Fonda, dirigida por Arthur Penn. Em 1960, recebeu o segundo pelo seu papel da professora Annie Sullivan, em "The Miracle Worker", que ensinou Helen Keller, que nasceu surda e cega, e onde também era dirigida por Penn.

Perdendo o papel na adaptação cinematográfica de "Two for the Seesaw" para Shirley MacLaine, Arthur Penn resistiu às pressões dos estúdios para contratar uma atriz mais glamorosa para a adaptação de "The Miracle Worker". Em consequência, o orçamento foi muito mais pequeno. Com "O Milagre" de Ann Sullivan, Bancroft recebeu o Oscar de Melhor Atriz e Patty Duke, também repetindo a interpretação na peça como Keller, o de Atriz Secundária.


Costuma se dizer que Anne Bancroft teve duas carreiras, uma nos anos 50, e outra nas décadas seguintes. Os anos 60 são de trabalhos para a imortalidade, de "Discussão no Quarto" (1964, 2.ª nomeação aos Óscares, prémio no Festival de Cannes), de Jack Clayton, "Chamada Para a Vida" (1965), de Sydney Pollack, "Sete Mulheres" (1965), de John Ford. A popularidade de Bancroft atingiu o auge com esse filme geracional chamado "The graduate" (1967, 3.ª nomeação), de Mike Nichols, em que Bancroft interpretou a mãe da namorada de Benjamin Braddock (Dustin Hoffman), simplesmente conhecida como Mrs. Robinson.

Embora a sua carreira tenha ficado definida por esse papel (mais do que aquele que lhe deu o Óscar) e nunca tenha sido tão popular como nesse momento, que a levou ao longo dos anos a proclamar o seu espanto por as pessoas nunca terem ultrapassado o seu impacto (o que não será difícil de explicar se pensarmos que, independentemente do filme, também está ligada à canção de Simon & Garfunkel), o estatuto como uma das atrizes mais respeitadas nos palcos, cinema e televisão manteve-se desde então.

Entre os filmes e trabalhos em televisão que merecem destaque contam-se "O Jovem Leão" (1972), de Richard Attenborough, "A Última Loucura de Mel Brooks" (1976), como ela própria, "Jesus de Nazaré" (1977), de Franco Zeffirelli (televisão), "A Grande Decisão" (1977, 4.ª nomeação), de Herbert Ross. Novamente inesquecível em "O Homem-Elefante" (1980), também ele um trabalho inesquecível de David Lynch, produzido por Mel Brooks, "Ser ou Não Ser" (1983), de Alan Johnson (ao lado do seu marido), "Garbo e Eu" (1984), de Sidney Lumet, "Agnes de Deus" (1985, 5.ª nomeação), num confronto memorável com Jane Fonda, "A Rua do Adeus", de David Hugh Jones.

Nos anos 90, para além de vários papéis em telefilmes, destacam-se presenças secundárias nos filmes "A Assassina" (1993), de John Badham, "Onde Reside o Amor" (1995), de Jocelyn Moorhouse, "Fim-de-Semana em Família" (1995), de Jodie Foster, "Espírito do Sol" (1996), "G.I. Jane" (1997), de Ridley Scott, "Grandes Esperanças" (1998), "Antz - A Formiga Z" (1998), de Eric Darnell e Tim Johnson. Em 2000, foi a mãe de Ben Stiller em "Sedutora Tentação". Ainda em 2000, "Paixão em Florença" antecede o seu último filme, onde teve um pequeno mas delicioso papel, "Matadoras" (2001).

Em 2002 regressou ao teatro após uma ausência de 21 anos, com a peça off-Broadway "Occupant", de Edward Albee. Em 2003, faz o seu último trabalho à frente das câmaras, no telefilme "The Roman Spring of Mrs. Stone", pelo qual foi nomeada para um Emmy.

Foi casada duas vezes; o primeiro casamento foi com Martin May, a união durou de 1 de julho de 1953 até 13 de fevereiro de 1957. Eles não tiveram filhos. Em 1961, Bancroft conheceu Mel Brooks em um ensaio para o show de variedades de Perry Como. Bancroft e Brooks se casaram em 5 de agosto de 1964, e ficaram juntos até sua morte. Eles tiveram um filho, Maximillian, nascido em 1972.


Anne Bancroft morreu, aos 73 anos, de câncer de útero em 6 de junho de 2005, no Mount Sinai Hospital, em Nova York. A sua morte surpreendeu a muitos, até mesmo alguns de seus amigos. Ela foi enterrada no Cemitério Kensico em Valhalla, Nova York, perto dos pais, Mildred e Michael Italiano.

Filmes

1952 Don't Bother to Knock
1953 Tonight We Sing  
1953 Treasure of the Golden Condor
1953 The Kid from Left Field  
1954 Gorilla at Large  
1954 Demetrius and the Gladiators
1955 Predefinição:The Raid
1955 New York Confidential  
1955 A Life in the Balance
1955 The Naked Street  
1955 The Last Frontier  
1956 Walk the Proud Land
1957 Nightfall  
1957 The Restless Breed
1957 The Girl in Black Stockings
1962 The Miracle Worker
1964 The Pumpkin Eater
1965 The Slender Thread  
1966 7 Women  
1967 The Graduate
1972 Young Winston
1974 Blazing Saddles
1975 The Prisoner of Second Avenue
1975 The Hindenburg
1976 Lipstick
1976 Silent Movie  
1977 The Turning Point
1977 Jesus of Nazareth
1980 Fatso
1980 The Elephant Man  
1983 To Be or Not to Be
1984 Garbo Talks
1985 Agnes of God
1986 Night, Mother
1986 84 Charing Cross Road
1988 Torch Song Trilogy  
1989 Bert Rigby, You're a Fool  
1992 Honeymoon in Vegas  
1992 Love Potion No. 9  
1993 Point of No Return
1993 Malice
1993 Mr. Jones
1995 How to Make an American Quilt
1995 Home for the Holidays  
1995 Dracula: Dead and Loving It  
1996 TheSunchaser  
1997 G.I. Jane  
1997 Critical Care  
1998 Great Expectations  
1998 Mark Twain's America in 3D
1998 Antz
2000 Keeping the Faith  
2000 Up at the Villa
2001 Heartbreakers
2001 In Search of Peace z

Fonte: Wikipedia.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

De como caçar o ratinho

Os jornais da oposição continuam implicando com o que chamam de "ciclo zoológico" do Palácio Guanabara, depois que lá se instalou o governo de Carlos Frederico Werneck De. Aqui estamos a ler um matutino que reprova a existência de alguns passarinhos nas gaiolas penduradas nas varandas do palácio, porque os ditos passarinhos fazem "fi-fiu" para as funcionárias que transitam pelo local. Não achamos que isto seja feio. O papai aqui não é passarinho nem nada, mas já fez muito "fi-fiu" para funcionárias. Em alguns casos — inclusive — houve adesão.

Mas as folhas da oposição não perdoam. O "Diário Carioca" informa que o "ciclo zoológico" aumentou com o aparecimento de um ratinho cujo — cada vez que corre pelo assoalho do Guanabara — obriga a um monte de funcionárias a subir nas cadeiras e levantarem a saia. — "Ratinho legal" — diria Primo Altamirando, nosso abominável parente.

Já Tia Zulmira, senhora de uma retidão de caráter impressionante, quando soube que há funcionária se dando ao feio vício do strip-tease amador, só por causa do ratinho, ficou indignada e telefonou para o Palácio Guanabara, chamando o administrador. Assim que este atendeu, ela perguntou se já descobriram o buraco do ratinho. O administrador entendeu mal. Tia Zulmira explicou que era o buraco onde o ratinho mora.

Diante da resposta afirmativa, a sábia senhora ensinou um meio infalível de apanhar o ratinho, para que termine de uma vez por todas esse negócio de funcionárias em cima dos móveis fazendo strip-tease de graça.

— Vocês comprem uma lata grande de caviar — explicou a sábia ermitã da Boca do Mato. — Mas comprem caviar do bom: Romanoff, de preferência. Todo dia de manhã um funcionário do palácio pega uma torradinha, bota um pouco de caviar em cima, e enfia no buraquinho onde o ratinho mora.

— Durante quanto tempo? — perguntou o administrador do Guanabara.

— Durante 29 dias — informou Tia Zuzu. — Todos os dias, à mesma hora, coloquem uma torradinha com caviar em cima, no buraco onde mora o ratinho. Quando chegar o trigésimo dia, o encarregado desse serviço deve apanhar um martelo e ficar ao lado do buraquinho. Depois enfia no buraquinho a torradinha sem o caviar. Quando o ratinho puser a cabeça pra fora e perguntar: "Mas que negócio é esse? Só a torradinha? Cadê o caviar?" o funcionário dá-lhe uma traulitada na cabeça e está consumada a "Operação Ratinho".

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Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Por que cães comem grama?

Por que os cães comem grama de vez em quando?

Para melhorar seu processo digestivo. "É um comportamento normal e que não deve causar preocupação", afirma o veterinário Mauro Lantzman, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Embora não sejam vegetarianos, os cachorros, assim como outros animais carnívoros, como gatos, lobos e raposas, possuem esse hábito. "A fibra presente na grama ingerida pelo cão tanto melhora seu trânsito intestinal quanto provoca vômito no caso de o animal ter ingerido algum alimento que não lhe fez bem", diz Mauro. Isso acontece porque os vegetais têm a capacidade de irritar o estômago canino e provocar a rejeição daquilo que está causando náusea e dor, como alimentos impróprios e estragados.

Os gatos também podem comer grama para expulsar do estômago, por meio do vômito, tufos de pêlo ingeridos durante as lambidas no próprio corpo. Já a ingestão de terra por totós e bichanos é um sintoma característico de deficiência de sais minerais (inclusive cálcio e fósforo) na dieta.

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Fonte: Mundo Estranho

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O índio

Contou como é que foi. Disse que — de repente — resolveu se fantasiar, coisa que não fazia há anos. Podia optar por duas fantasias: a de árabe ou a de índio, que são as mais fáceis de se fazer a domicílio.

Árabe — sabem como é — a gente faz até com toalha escrito "Bom Dia". Amarra uma de rosto na cabeça e enrola outra de banho no corpo. Por baixo: cueca. Nos pés: sandália. Não fica um árabe rico, mas já dá pro consumo. Índio ainda é mais fácil. Faz-se com uma toalha só, bem colorida. Enrola-se a dita na cintura, com short por baixo. Na cabeça coloca-se o que antes foi o espanador.

Contou que foi de índio porque em casa tinha dois espanadores. Não ficou um índio legal, desses que o John Wayne mata aos potes, em cinemascope. Mas também não chegava a ser desses índios mondrongos que tiravam retrato com o Dr. Juscelino. Se tivesse saído de árabe não teria apanhado a vizinha, distinta que vinha cercando desde setembro, quando ela se mudara para o 201.

E continuou contando.

Índio de óculos também já era debochar demais da realidade. Assim, ao sair pela aí, deixou os óculos na mesinha de cabeceira. Andou pela Avenida, viu as tais sociedades carnavalescas e depois entrou num bar para lavar a caveira. Quando voltou para casa estava ziguezagueando.

Bebera de com força e entrou no edifício balançando. E — coitado — sem óculos, não enxergava direito. Subiu no elevador, saltou no segundo e foi se encostando pelas paredes do corredor. Tava um índio desses que quer apito.

— Que é que tem tudo isso a ver com a vizinha?

Sem óculos — tornou a explicar — em vez de entrar no 202 (seu apartamento), viu a porta do 201 aberta e foi entrando de índio e tudo.

— Era o apartamento da vizinha?

— Era.

— E ela?

— No começo não quis. Mas acabou entrando pra minha tribo.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Oito mitos sobre a dor na coluna

Sedentarismo, má postura e estresse são cenários presentes na vida de muitos brasileiros, e alguns dos maiores causadores de dor na coluna. De acordo com dados da Previdência Social, a dor de coluna responde por quase 160 mil licenças requisitadas por ano no país. A coluna vertebral é composta por vértebras, discos intervertebrais, nervos, músculos, medula e ligamentos. É nesse conjunto que acontece a maior parte das disfunções que causam dores nas costas. 

Apesar de ser sempre tratada como uma doença isolada, as dores na coluna podem ser tanto um reflexo de maus hábitos como um sinal de doenças mais graves - lombalgia (dor na lombar), hérnia de disco, e artrose, por exemplo. Por ser um tipo de dor nas costas muito comum, existem várias crenças e soluções caseiras para tratar ou evitar a dor na coluna que não passam de mito. Confira o que os especialistas dizem sobre o assunto e saiba mais sobre o problema:

Mito 1: Dores na coluna sempre indicam uma doença grave

"Na maior parte das vezes as dores na coluna estão relacionadas a distúrbios musculares e posturais, que apesar do incômodo, não tem maior gravidade", afirma o ortopedista Marcelo Wajchenberg, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O ortopedista Renato Ueta, do departamento de Ortopedia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que toda a dor na coluna é um sintoma de alerta, e como tal deve ser investigada. "É importante fazer uma avaliação médica e descartar a possibilidade de outras doenças, principalmente se a dor for reincidente."

Mito 2: Excesso de exercício físico provoca dor na coluna

É comum pensarmos que as dores nas costas após uma série mais puxada de musculação é normal, mas isso está longe de ser verdade. "O erro não está no excesso de exercício, mas sim na forma como ele está sendo feito ou na carga aplicada", explica o ortopedista Renato. O especialista afirma que fazer movimentos errados, não manter a postura ou então usar uma carga muito acima do recomendado são os verdadeiros causadores de dor na coluna durante a atividade física. "Quando bem realizado, o exercício físico auxilia na prevenção da dor nas costas", completa o ortopedista Marcelo.

Mito 3: Toda a dor na coluna deverá ser tratada com cirurgia

"Fisioterapia, orientações de postura e ergonomia, controle de peso, atividade física saudável e uso de medicamentos, quando necessário, são as primeiras opções para tratamento", diz o ortopedista Marcelo. A cirurgia como opção de tratamento vai depender da causa da dor, mas em geral o procedimento é encarado como última alternativa, se não acontecer a melhora dos sintomas com os tratamentos anteriores. Por isso é importante consultar um médico, que irá investigar as causas da dor e indicar o tratamento adequado.

Mito 4: A cirurgia de coluna vai curar a dor nas costas completamente

Até mesmo nos casos em que a cirurgia é a melhor saída, o procedimento não garante por si a melhora total das dores. Segundo os especialistas, ela é apenas uma parte de um tratamento completo. "Todo paciente que fez cirurgia para coluna deve receber amparo de um fisioterapeuta", afirma o ortopedista Marcelo. "Achar que a cirurgia vai eliminar completamente os problemas sem qualquer outro acompanhamento não passa de mito", alerta Renato Ueta.

Mito 5: Repouso é o melhor remédio para a dor na coluna

"O repouso é considerado uma etapa do tratamento, e não o único", explica o ortopedista Renato. Quando a origem das dores é mecânica ou postural, o relaxamento de fato irá aliviar a dores , mas ao forçar mais o órgão, a dor irá voltar. "O repouso prolongado pode inclusive prejudicar (enfraquecer) a musculatura do paciente", diz Marcelo Wajchenberg. Reeducação postural, alongamentos e acompanhamento de um profissional são as melhores saídas para acabar com a dor na coluna.

Mito 6: Dor na coluna é algo inerente ao envelhecimento

O envelhecimento, assim como o sedentarismo, é um fator de risco para a dor na coluna - mas não é determinante. Ou seja, nem toda a pessoa idosa sofrerá com dores nas costas, mas as chances de ela ter episódios de dor são maiores. Isso acontece porque o envelhecimento gera naturalmente um desgaste dos músculos e ossos, aumentando o risco de dores e doenças como artrose. "Por isso é importante a prevenção com prática de atividade física e conservação da postura, pois quanto mais você fortalece seus músculos e ossos na juventude, menos desgaste ele terá", diz o ortopedista Renato.

Mito 7: Dormir no chão ou num colchão duro é bom para a coluna

Dormir em colchões muito duros ou no chão além de não prevenir dores nas costas, pode favorecê-las, já que pode prejudicar a postura durante o sono. "Mais importante que a densidade do colchão é o jeito de dormir", ressalta Rentato Ueta. "A melhor posição para dormir é de lado, com um travesseiro entre as pernas, e devemos evitar ao máximo dormir de bruços, que é a pior posição", completa. O travesseiro que usamos também influencia em dores na coluna: independente de seu tamanho ou densidade, o travesseiro deve deixar o pescoço em uma posição neutra. "O colchão que não recomendamos efetivamente é aquele que já está velho, que já se moldou ao corpo do paciente." Antes de comprar um colchão novo, verifique numa loja especializada se a densidade do colchão é adequada para o seu peso.

Mito 8: Estar acima do peso sempre vai causar dor na coluna

É fato que o excesso de peso sobrecarrega as estruturas da coluna vertebral, aumentando o risco de dor no local. Entretanto, esse não é um fator determinante para dores na coluna. "Mais do que a obesidade, o sedentarismo é o grande vilão das dores e problemas na coluna, justamente porque a falta de atividade física causa um enfraquecimento precoce dessas estruturas", diz o ortopedista Renato. "Tanto que pessoas com obesidade, mas ativas, tem menos chances de sofrer com as dores do que uma pessoa sedentária com IMC normal."

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Fonte: Minha Vida
Texto: Carolina Gonçalves

sábado, 5 de outubro de 2013

Cabeçudas em setembro

A praia de Cabeçudas, Hotel Marambaia e sua igrejinha. Fotos de 12 de setembro deste ano.


Levantadores de copo

Eram quatro e estavam ali já ia pra algum tempo, entornando seu uisquinho. Não cometeríamos a leviandade de dizer que era um uísque honesto porque por uísque e mulher quem bota a mão no fogo está arriscado a ser apelidado de maneta. E sabem como é, bebida batizada sobe mais que carne, na COFAP. Os quatro, por conseguinte, estavam meio triscados.

A conversa não era novidade. Aquela conversa mesmo, de bêbedo, de língua grossa. Um cantarolava um samba, o outro soltava um palavrão dizendo que o samba era ruim. Vinha uma discussão inconsequente  os outros dois separavam, e voltavam a encher os copos.

Aí a discussão ficava mais acalorada, até que entrasse uma mulher no bar. Logo as quatro vozes, dos quatro bêbedos, arrefeciam. Não há nada melhor para diminuir tom de voz, em conversa de bêbedo, do que entrada de mulher no bar. Mas, mal a distinta se incorporava aos móveis e utensílios do ambiente, tornavam à conversa em voz alta.

Foi ficando mais tarde, eles foram ficando mais bêbedos. Então veio o enfermeiro (desculpem, mas garçom de bar "de bêbedo" é muito mais enfermeiro do que garçom). Trouxe a nota, explicou direitinho por que era quanto era etc. etc, e, depois de conservar nos lábios aquele sorriso estático de todos os que ouvem espinafração de bêbedo e levam a coisa por conta das alcalinas, agradeceu a gorjeta, abriu a porta e deixou aquele cambaleante quarteto ganhar a rua.

Os quatro, ali no sereno, respiraram fundo, para limpar os pulmões da fumaça do bar e foram seguindo calçada abaixo, rumo a suas residências. Eram casados os quatro entornados que ali iam. Mas a bebida era muita para que qualquer um deles se preocupasse com a possibilidade de futuras espinafrações daquela que um dia — em plena clareza de seus atos — inscreveram como esposa naquele livrão negro que tem em todo cartório que se preze.

Afinal chegaram. Pararam em frente a uma casa e um deles, depois de errar várias vezes, conseguiu apertar o botão da campainha. Uma senhora sonolenta abriu a porta e foi logo entrando de sola.

— Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores completamente bêbedos, não é?

Foi aí que um dos bêbedos pediu:

— Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é o seu marido que os outros três querem ir para casa.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.