segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Casa Amaral

"Esta casa ensolarada, acolheu a vida de quatro gerações e serviu de aconchego para calorosos encontros de cinco gerações, em épocas contínuas, das famílias de João Pinto d'Amaral e de Elisiário Hipólito Pereira. Construída inicialmente de madeira, no final do século passado, com frente na Rua Lauro Muller.

Entre os anos de 1906 e 1908, João Pinto d'Amaral contratou o Sr. Joaquim Santana, Mestre Pedreiro, para construir a casa de alvenaria, voltada para a Rua Joca Brandão, onde fincou suas raízes, recomendando que a obra fosse de estilo "beirão", construção típica da região de Beira Alta, vizinha do local onde nascera - Porto Manso, região do Rio D'Ouro, Portugal. A casa de madeira ficou aos fundos da parte de alvenaria, interligada por dois degraus.

Alguns anos depois, sempre respeitando a linha arquitetônica, esta casa foi ampliada (no lugar da casa de madeira), abrigando novos cômodos.

Nesta residência, moraram inicialmente João Pinto d'Amaral e sua esposa Rosalina Ramos d'Amaral, com seus sobrinhos portugueses, Antonio, Juvencio e Augusto, além de suas sobrinhas Noêmia e Emília. Esta última, sobrinha e filha adotiva Emília, casa-se com Elisiário H. Pereira, que compra a parte de Noêmía, ficando como único proprietário da casa.

Sempre observando o estilo da construção, em 1936, Elisiário H. Pereira, mandou construir, no sentido oeste, parte complementar da casa que teve as aberturas feitas em madeira canela garuva, extraída da mata Atlântica.

Nesta casa nasceram seus filhos: Lucindo, João, Gilda, José, Elisiário, Marília e Maria de Lourdes. Esta última, após seu casamento com Tito Lívio Baião, ali fixou residência, em companhia de sua mãe, Emília. Mais uma vez, esta casa acolhe o nascimento de uma nova descendência: Liliane e Tito Lívio. Durante quatorze anos, três gerações ali viveram, fazendo reparos e conservando-a, sempre nova, aconchegante e festiva.

Relembro com profundo carinho e saudade, da sua última moradora: minha avó Emília, morou desde os cincos dias de idade nesta casa, por amor, e sempre ligada à sua origem portuguesa defendeu com vigor diante da preocupação de seus filhos, o desejo de ali viver até seus últimos dias.

Ano de 1991 . Da bela casa, surge um prédio. Moderno. Do passado, o nome: dona Emília. Vivem lembranças de inúmeros encontros familiares, de muitas histórias vividas, contadas e ouvidas por filhos, netos, bisnetos e tataranetos da família que viveu no calor daquela casa, tão sólida e acolhedora, como também, frágil e desprotegída diante da turbulenta modernidade."

Texto: Hilene do Amaral Pereira Granja Russo (Especialista em História do Brasil pela UNIVALI - Itajaí - SC); Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva

Algumas páginas sobre edíficios históricos de Itajaí:

Asilo Dom Bosco, Banco Inco, Bangalô, Bar Dinamarca, Bauer e Cia, Café Democrático, Caixa da Sociedade Beneficente dos Estivadores, Capelinha de Cabeçudas, Casa Agostinho Alves Ramos, Casa Alberto Werner, Casa Almeida e Voigt, Casa Amaral, Casa Asseburg, Casa Bonifácio Schmitt, Casa Bruno Malburg, Casa Cesário, Casa da Família João Bauer, Casa das Irmãs da Imaculada Conceição, Casa Jacob Bauer, Casa Konder, Casa Lauro Müller, Casa Popular da Vila Operária, Casa Primo Uller, Casa Rauert, Casarão Burghardt, Casarão da Família Fontes, Casarão Malburg, Casarão Olímpio Miranda, Casarão Peiter, Cia. Fábrica de Papel Itajaí, Colégio São José, Edifício da Fiscalização dos Portos, Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Farmácia Brasil, Ginásio Itajaí, Grupo Escolar Floriano Peixoto, Grupo Escolar Lauro Müller, Grupo Escolar Victor Meirelles, Herbário Barbosa Rodrigues, Hospital Santa Beatriz, Hotel Brazil, Hotel Cabeçudas, Igreja da Imaculada Conceição, Igreja da Vila Operária, Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Luterana, Mercado Público, Palácio Marcos Konder, Primeira Sede da Municipalidade, Primeira Sede dos Correios, Sociedade dos Atiradores, Sociedade Guarani.

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