sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Rei, rei, Reinaldo

Pergunte a um torcedor do Atlético Mineiro quem foi melhor: Pelé ou Reinaldo? A resposta é óbvia, mas o atleticano pensará antes de responder. O que seria heresia encontra uma explicação perdoável ao se levar em conta toda a categoria do maior centroavante que Minas Gerais já teve. Extremamente técnico e habilidoso, abria o caminho de gol com dribles curtos e desconcertantes. Tornou-se assim artilheiro máximo do Galo com 288 gols e da história do Campeonato Brasileiro, com 28 gols em 1977. Tamanho talento para a artilharia, entretanto, esbarrou numa série de problemas físicos oriundos do embate com zagueiros violentos.

José Reinaldo de Lima nasceu em 11/01/1957, em Ponte Nova, MG. Surgiu aos 15 anos, ao participar de um treino no Atlético, jogando no ataque reserva contra a defesa titular que ganhara o Brasileirão poucos meses antes, em 1971. Reinaldo foi um dos melhores em campo naquele dia, chamando a atenção de todos. Em 28 de Janeiro de 1973, aos 16 anos, estreou pelo time profissional do Atlético, em partida contra o Valério. No ano seguinte, em partida contra o Ceará, ao pisar em um buraco, torceu o joelho. Ainda nessa época, teve de extrair ambos os meniscos depois de uma entrada de um zagueiro de seu próprio time em um treinamento. As lesões no joelho acompanharam-no por toda a carreira.

Conquistou seu primeiro título ao ganhar de forma invicta o Campeonato Mineiro de 1976 e, dois anos depois, daria início ao hexacampeonato que o Atlético conquistou, entre 1978 e 1983. É o artilheiro com maior média de gols em um único Campeonato Brasileiro (28 gols em 18 partidas, ou 1,55 por jogo, em 1977), apesar de nunca ter conquistado o título nacional. Nesse mesmo ano, seu time terminou o campeonato sem perder um jogo, mas apenas com o vice-campeonato, perdendo a final nos pênaltis para o São Paulo, que terminou a competição com 12 pontos a menos em um tempo que as vitórias valiam apenas 2 pontos. Também foi vice-campeão brasileiro em 1980.

Ao longo de sua carreira pelo Atlético-MG, Reinaldo participou de 475 jogos, marcou 255 gols, obteve 289 vitórias, 113 empates e 73 derrotas. recebeu num total 17 cartões vermelhos. Já pelas categorias de base, são 54 gols em 44 jogos, totalizando 309 gols, o que faz dele o maior artilheiro da história do futebol de Minas Gerais, o maior artilheiro do Atlético, e possuidor da maior média de gols do campeonato brasileiro, 1,55 por partida. Foi também o maior artilheiro do campeonato brasileiro no período de 1977 à 2002, com 28 gols marcados em 18 jogos. Foi superado em 1997 por Edmundo, que atuando pelo Vasco marcou 29 gols em 28 jogos. Guilherme, com 28 gols em 29 jogos, atuando também pelo Atlético, em 1999, conseguiu igualar sua marca. Dimba, que atuava pelo Goiás com 31 gols marcados em 46 jogos, no ano de 2003, e Washington em 2004, que atuando pelo Atlético Paranaense marcou 34 gols em 46 jogos. Vale lembrar que mesmo assim, nenhum desses conseguiu atingir ou superar sua média.

Pela Seleção Brasileira, Reinaldo jogou 37 partidas, marcando 14 gols, indo à Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Nessa, marcou um gol, o primeiro do Brasil, contra a Suécia.

Depois de várias outras operações no joelho, deixou o Atlético em 1985, indo para o Palmeiras, onde ficou apenas três meses e não marcou nenhum gol. Em 1986, passou ainda por Rio Negro e Cruzeiro, por onde disputou apenas 2 partidas no Mineirão pelo Campeonato Brasileiro de 1986, com dois empates de 0x0 contra o Rio Branco/ES e contra o Bahia.

Sempre caçado em campo pelos zagueiros adversários, teve que abandonar prematuramente a carreira, em 1988, aos 31 anos, em decorrência de inúmeras lesões no joelho. Nessa época, defendia o Telstar, um time da segunda divisão holandesa, após uma passagem pelo BK Häcken, da Suécia.[4] Sua última partida pelo Atlético foi contra o Ajax da Holanda, na data de 11 de Agosto de 1985. O resultado final dessa partida foi Ajax 4 x 1 Atlético.

No final da década de 1990 fundou, com sede no Estádio do Rei em Nova Lima, o Belo Horizonte Futebol e Cultura, que chegou a disputar o Campeonato Mineiro da segunda divisão.

Após deixar o futebol, chegou a ser eleito deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores. Em 2004, foi eleito vereador em Belo Horizonte. Em 1996, teve um envolvimento com traficantes de drogas e admitiu ter usado cocaína, sendo condenado a quatro anos de prisão por tráfico, mas absolvido em segunda instância.

Hoje trabalha na TV Alterosa como comentarista esportivo em off. Lançou em 2008 candidatura para se tornar mais uma vez vereador em Belo Horizonte.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.