quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Andrada, o milongueiro

"Ele sempre será lembrado pelos amantes do futebol por ter tomado o milésimo gol de Pelé; mas ele também sempre será o goleiro mais amado pelos vascaínos (que me desculpem os admiradores de Barbosa, da década de 1940). Várias vezes o argentino e "milongueiro" Andrada salvaguardou vitórias e empates, com defesas inacreditáveis que evidenciavam a sua elasticidade, colocação e reflexos. O grito do locutor da rádio Globo do Rio, ou da Tupi, era minha alegria: defendooouuuu, Andraaadaaa!

Eu praticamente sofria com esse Vasco bombardeado pelo Fluminense e Flamengo, no começo da década de 70. Vivia com o coração na mão. Também meu herói era perfeito na reposição de bola. Teve participação destacada nas conquistas dos campeonatos carioca de 1970 e brasileiro de 1974. Era uma tradição da torcida gritar o seu nome antes das partidas, durante o aquecimento dos jogadores no gramado.

Andrada, ou Edgard Norberto Andrada, nasceu na cidade de Rosário, Argentina, em 2/1/1939. Começou sua carreira no Rosario Central, clube que defendeu de 1960 a 1969. Teve seu passe comprado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama em 1969. Justamente nesse ano, no dia 19 de novembro, foi que Pelé marcou seu milésimo gol ao bater pênalti contra ele. Talvez, a partir daí, ele resolveu "operar" milagres na meta vascaína. E praticamente foi de um valor extraodinário: eu considero Andrada o milagre de um Vasco conseguir manter uma vitória, ou mesmo um empate.

Depois do Vasco, Andrada ainda foi goleiro do Vitória da Bahia, em 1976. Depois voltou ao futebol argentino para defender o Cólon, de 1977 a 1982.

O milésimo gol de Pelé

No dia 19 de novembro (quarta-feira) de 1969 (ano em que chegou ao Vasco da Gama), Andrada teve à sua frente Pelé que perseguia a marca de 1000 gols na carreira. O estádio do Maracanã recebeu 65.157 pessoas que queriam ver o jogador alcançar a marca histórica, mas Andrada não queria entrar para história como o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé. Ou como o "Goleiro do Rei" como foi chamado pela mídia, mas, provavelmente, não muito propalado pela maneira não muito agradável como Andrada encarou na época essa situação.

O argentino esforçou-se para não sofrer o gol, mas ao 33 minutos do segundo tempo houve um pênalti a favor do Santos e era a grande oportunidade de Pelé marcar. Todos no estádio gritavam o nome de Pelé. Andrada saltou para o lado certo e tocou na bola, mas não foi suficiente para evitar que Pelé marcasse o milésimo gol.

Ele disse assim: "Pelé cobrou. Eu bati na bola, mas não consegui defender. Depois, com o tempo, as coisas foram mudando. Eu me acostumei com o fato e hoje convivo de uma forma muito gostosa com aquele milésimo gol.".

Fontes: Sites do Vasco da Gama; Wikipedia; Que Fim Levou...

Zito, o dono do meio-campo

Zito, dominava a bola, olhava para a direita e passava para a esquerda. Desacostumado com isso, o garoto Pelé perdia o lance. "Crioulo burro! A cabeça é para um lado, a bola para outro", bronqueava Zito com o novato. O maior volante que já surgiu no futebol brasileiro era assim: personalidade forte e liderança incontestável. Por isso era conhecido pelos companheiros como o Gerente. Mandava em todos, organizava o meio-de-campo, corria por todo o gramado.

José Ely de Miranda, mais conhecido por Zito, nasceu no Município de Roseira, interior de São Paulo, em 8 de agosto de 1932.

Começou a carreira profissional, sendo revelado pelo Esporte Clube Taubaté, onde ficou até 1952, quando passou a defender o Santos.

Na Vila Belmiro: os títulos e a fama.
Na Vila Belmiro, Zito fez fama e conquistou títulos, defendendo também a seleção brasileira a partir de 1956, tendo ajudado nas conquistas das Copas do Mundo de 1958 e 1962. Lembrado como grande marcador, Zito foi, no Santos, muito mais do que isso.  Apelidado de "Gerente", era o líder do time dentro de campo, inclusive recebendo do técnico Lula o aval para comandar os atletas em campo da maneira que achasse melhor.

Tornaram-se célebres seus gritos incentivando os jogadores a continuar marcando gols, mesmo com as partidas já decididas. Além dessas qualidades próprias da sua personalidade, tecnicamente era um grande jogador e não foram raras as vezes em que lançou Pelé e Coutinho no ataque para que estes fizessem seus belos gols.

Atuou no time por quinze anos (de 1952 a 1967), tendo jogado 733 partidas e marcado 57 gols. Conquistou nove Campeonatos Paulistas (1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967), quatro Taças Brasil (1961, 1962, 1963 e 1964), duas Libertadores da América (1962 e 1963), dois Mundiais Interclubes (1962 e 1963) e quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966). Foi bicampeão mundial pela seleção brasileira, marcando um gol na final de 1962 contra a Tchecoslováquia.

Fontes; Revista Placar; Wikipedia.

Procópio Ferreira

Procópio Ferreira (João Álvaro de Jesus Quental Ferreira), ator, diretor teatral e dramaturgo, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 08/07/1898, e faleceu na mesma cidade em 18/06/1979. É considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro.

Procópio descobriu cedo o talento de envolver a plateia, arrastando aos seus espetáculos contingentes de público de fazer inveja aos maiores sucessos de hoje. Em 62 anos de carreira, Procópio interpretou mais de 500 personagens em 427 peças.

Descreve a cena de seu nascimento, imaginando um diálogo familiar:

Nasci numa sexta-feira. "Oh! que bonito petiz", exclama o pai aflito e logo vem a parteira: "Ora, deixemos de brincadeira, chamar isso de bonito, assim, com esse nariz?", pergunta. "Há de ser cirurgião e formado em Paris", um outro parente prossegue em sua imaginação. "Isso não, cem vezes não", solta feroz, meu irmão: "De certo mata um doente assim, com esse nariz".

Procópio ria de sua aparência - era muito baixo, atarracado e narigudo -, largamente superada pela simpatia e pelo carisma. A sua filha com a bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi Ferreira lembra que um dia flagrou o pai enumerando um amontoado de defeitos ao ver-se no espelho de um camarim. Bibi tentou contradizê-lo, mas ouviu: "Sei exatamente o que sou, mas sei também exatamente o que dou".

Subiu ao palco em 1917 e, em cinco anos, liderava sua companhia. Era tão popular que chegou a fazer 18 apresentações por semana. Seu primeiro êxito como empresário e ator foi em "A Juriti", de Viriato Correia. Seguido de sucessos como: "Deus lhe Pague", de Joraci Camargo; "O Avarento", de Moliére; "A Capital Federal", de Artur Azevedo; e "Esta Noite Choveu Prata", de Pedro Bloch.

Em 62 anos de carreira atuou em 461 peças no Brasil e na Europa. Seu maior sucesso foi "Deus lhe Pague", remontado pela filha Bibi em São Paulo, em 1999. A peça foi encenada pela primeira vez em 1932, no Teatro Serrador, no Rio de Janeiro e registrou a incrível marca de 3.621 montagens em 30 anos, no Brasil e também na Europa.

Além de ator, Procópio foi autor de nove peças: "Briga em família", "Arte de Ser Marido", "Banho de Civilização", "Convidado de Honra", "A Grande Pantomima", "Não Casarás", "Presente do Céu", "Boca do Inferno" e "Família do Antunes".

Seus pais, Francisco Firmino Ferreira e Maria de Jesus Quental Ferreira, eram portugueses da Ilha da Madeira. Quando ingressou na Escola Nacional de Teatro do Rio, aos 18 anos, foi expulso de casa porque não queria se tornar advogado.

Procópio lançou o teatro de frases, com tiradas e expressões cortantes para substituir a tradicional comédia de costumes. No cinema, começou com a produção portuguesa "O Trevo de Quatro Folhas" (1936). No Brasil, atuou em "Quem Matou Ana Bela" (1956) e no sucesso de crítica e público "O Comprador de Fazendas" (1951), baseado no conto de Monteiro Lobato.

Numa tarde de segunda-feira, ele não resistiu aos 21 dias de internação no CTI do Hospital das Clínicas, no 4º Centenário, no Rio, e morreu, vítima de enfisema pulmonar.

Fontes: Wikipédia - A Enciclopédia Livre; Procópio Ferreira - Biografia - UOL Educação.

Plínio Marcos

Plínio Marcos (Plínio Marcos de Barros), escritor, ator, diretor e jornalista, nasceu em Santos, SP, em 29/09/1935, e faleceu em São Paulo, SP, em 29/11/1999. Autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época da ditadura militar, foi também ator, diretor e jornalista.

De família modesta, Plínio não gostava de estudar e terminou apenas o curso primário. Foi funileiro, jogador de futebol, serviu na Aeronáutica e jogou na Portuguesa Santista, mas foram as incursões ao mundo do circo, desde os 16 anos, que definiram seus caminhos. Atuou em rádio e também na televisão, em Santos.

Em 1958, por influência da escritora e jornalista Pagu, começou a se envolver com teatro amador em Santos. Nesse mesmo ano, impressionado pelo caso verídico de um jovem currado na cadeia, escreveu sua primeira peça teatral, Barrela. Por sua linguagem crua, ela permaneceria proibida durante 21 anos após a primeira apresentação.

Em 1960, com 25 anos, foi para São Paulo, onde inicialmente trabalhou como camelô. Depois, trabalhou em teatro, como ator (apareceu no seriado Falcão Negro da TV Tupi de São Paulo), administrador e faz-tudo, em grupos como o Arena, a companhia de Cacilda Becker e o teatro de Nydia Lícia. A partir de 1963, produziu textos para a TV de Vanguarda, programa da TV Tupi, onde também atuou como técnico. No ano do golpe militar, fez o roteiro do espetáculo Nossa gente, nossa música. Em 1965, conseguiu encenar Reportagem de um tempo mau, colagem de textos de vários autores, e que ficou apenas um dia em cartaz.

Em 1968, participou como ator da telenovela Beto Rockfeller, vivendo o cômico motorista Vitório. O personagem seria repetido no cinema e também na telenovela de 1973, A volta de Beto Rockfeller, com menor sucesso. Ainda nos anos 1970, Plínio Marcos voltaria a investir no teatro, chegado ele mesmo a vender os ingressos na entrada das casas de espetáculo. Ao fim da peça, como a de Jesus-Homem, ele subia ao palco e conversava pessoalmente com a plateia.

Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava principalmente aos artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais Última Hora, Diário da Noite, Guaru News, Folha de S. Paulo, Folha da Tarde, Diário do Povo (Campinas), e também na revista Veja, além de colaborar com diversas publicações, como Opinião, O Pasquim, Versus, Placar e outras.

Depois do fim da censura, Plínio continuou a escrever romances e peças de teatro, tanto adulto como infantil. Tornou-se palestrante, chegando a fazer 150 palestras-shows por ano, vestido de preto, portando um bastão encimado por uma cruz e com aura mística de leitor de tarô.

Plínio Marcos foi traduzido, publicado e encenado em francês, espanhol, inglês e alemão; estudado em teses de sociolinguística, semiologia, psicologia da religião, dramaturgia e filosofia, em universidades do Brasil e do exterior. Recebeu os principais prêmios nacionais em todas as atividades que abraçou em teatro, cinema, televisão e literatura, como ator, diretor, escritor e dramaturgo.

Morreu aos 64 anos, na cidade de São Paulo, por falência múltipla dos órgãos em decorrência de um derrame cerebral.

Obras

Teatro adulto

Barrela, 1958
Os fantoches, 1960
Jornada de um imbecil até o entendimento (1ª versão)
Enquanto os navios atracam, 1963
Quando as máquinas param (1ª versão)
Chapéu sobre paralelepípedo para alguém chutar (2ª versão de Os fantoches)
Reportagem de um tempo mau, 1965
Dois perdidos numa noite suja, 1966
Dia virá (1ª versão de Jesus-homem), 1967
Navalha na carne, 1967
Quando as máquinas param (2ª versão de Enquanto os navios atracam), 1963
Homens de papel, 1968
Jornada de um imbecil até o entendimento (3ª versão de Os fantoches)
O abajur lilás, 1969
Oração de um pé-de-chinelo, 1969
Balbina de Iansã (musical), 1970
Feira livre (opereta), 1976
Noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores (musical), 1977
Jesus-homem, 1978 (2ª versão de Dia virá, 1967)
Sob o signo da discoteque, 1979
Querô, uma reportagem maldita, 1979
Madame Blavatski, 1985
Balada de um palhaço, 1986
A mancha roxa, 1988
A dança final, 1993
O assassinato do anão do caralho grande, 1995
O homem do caminho, 1996
O bote da loba, 1997
Chico Viola (inacabada), 1997

Teatro infantil

As aventuras do coelho Gabriel, 1965
O coelho e a onça (história dos bichos brasileiros), 1998
Assembléia dos ratos, 1989
Seja você mesmo (inacabada)

Livros

Navalha na carne (teatro), 1968
Quando as máquinas param (teatro), 1971
Histórias das quebradas do mundaréu (contos), 1973
Barrela (teatro), (1976)
Uma reportagem maldita – Querô (romance), 1976
Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos (contos), 1977
Dois perdidos numa noite suja (teatro), 1978
Oração para um pé-de-chinelo (teatro), s/data
Jesus-homem (teatro), 1981
Prisioneiro de uma canção (contos autobiográficos), 1982
Novas histórias da Barra do Catimbó (contos), s/d
Madame Blavatski (teatro), 1985
A figurinha e os soldados da minha rua - histórias populares (relatos autobiográficos), 1986
Canções e reflexões de um palhaço (textos curtos), 1987
A mancha roxa (teatro), 1988
Teatro maldito teatro (contém as peças Barrela, Dois Perdidos Numa Noite Suja e O Abajur Lilás), 1992
A dança final (teatro), 1994
Ns trilha dos saltimbancos (conto), data imprecisa
O assassinato do anão do caralho grande (noveleta policial e peça teatral), 1996
Figurinha difícil - Pornografando e subvertendo (relatos autobiográficos), 1996
O truque dos espelhos (contos autobiográficos), 1999

Fontes: Sítio oficial de Plínio Marcos, Wikipedia.

Gilmar, o goleiro número um


"Gilmar dos Santos Neves é o maior goleiro do mundo". A afirmação soaria como mais uma patriotada não tivesse sido feita pelo soviético Lev Iashin, tido como o maior guarda-metas de todos os tempos. Gilmar, de fato, encabeça qualquer lista dos melhores jogadores que o futebol brasileiro já teve. Nosso goleiro "Número Um" soube como nenhum outro trabalhar as cinco qualidades que ele próprio considera fundamentais para o bom guarda-metas: calma, coragem, boa estatura, reflexos rápidos e segurança. Gilmar impressionava também por sua capacidade de manter-se igualmente tranquilo tanto numa defesa milagrosa quanto num frango pavoroso. Seu rol de títulos é dos mais extensos, porque foi campeão de quase tudo que participou.

Gilmar dos Santos Neves, mais conhecido como Gilmar, nasceu em Santos, SP, em 22 de agosto de 1930. Gilmar veio do Jabaquara (pequeno clube da cidade onde nasceu) para o Corinthians, seu primeiro grande clube, por um acaso. Na verdade, os dirigentes do clube paulista queriam outro jogador do clube santista, o meio-campista Ciciá, que o Jabaquara só aceitou vender se o clube levasse Gilmar de contra-peso.

O seu início no Corinthians, foi um tanto complicado, pois foi considerado o principal culpado pela derrota por 7 a 3 (25 de novembro de 1951) contra a Portuguesa de Desportos pelo Campeonato Paulista.

Depois de quatro meses voltaria a defender a meta alvinegra, para se consagrar campeão paulista. Durante seus dez anos de Corinthians, conquistou os títulos do Torneio Rio-São Paulo de 1953 e 1954, os Campeonatos Paulistas de 1951, 1952 e 1954, este último no qual festejava-se o IV centenário da cidade de São Paulo e foi condecorado com o título de "supremo guardião do campeão do quarto centenário".

Em 1961, após dez anos, ele se despediu do Corinthians, em meio a brigas com o presidente Wadih Helou, que o acusava de corpo mole durante os primeiros anos de fila do clube paulistano. Seguiu sua trajetória no Santos, de Pelé, onde teve o melhor momento de sua carreira, se tornando um dos maiores goleiros de todos os tempos.

Gilmar foi bicampeão mundial de Interclubes vestindo a camisa do alvinegro praiano. Na foto, de pé estão: Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar e Mauro; Agachados Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe

Gilmar dizia ser o melhor momento de sua carreira, não só pelo fato de estar em um grande e vitorioso time, mas também por estar no seu time de coração (Gilmar era torcedor do Santos desde os tempos de Jabaquara).

Suécia: campeão mundial com Pelé
Permanecendo no clube até 1969, construiu uma carreira vitoriosa, conquistando os Campeonatos Paulistas de 1962, 1964, 1965, 1967 e 1968, as Taças Brasil de 1962, 1963, 1964 e 1965, as Taças Libertadores da América de 1962 e 1963, os Mundiais Interclubes de 1962 e 1963, os Torneios Rio-São Paulo de 1963, 1964 (dividido com o Botafogo), e 1966 (dividido com o Botafogo, o Corinthians e o Vasco da Gama), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968 e, a Recopa dos Campeões Mundiais de 1968.

Gilmar fez sua estreia na Seleção Brasileira em primeiro de março de 1953, na vitória de 8 a 1 sobre a Bolívia, válida pelo Campeonato Sul-Americano (atual Copa América), disputado no Peru. Assim como nos clubes em que passou, Gilmar também fez história na Seleção do Brasil.

Suécia: Gilmar e Agne Simonsson
Em 1958, na Suécia, ajudou a Seleção Brasileira a conquistar a sua primeira Copa do Mundo. Em 1962, no Chile, repetiu o feito conquistando sua segunda Copa do Mundo com a Seleção Brasileira. Em 1966, Gilmar também estava lá. Porém, ele não teve a mesma glória das copas anteriores, embora tivesse jogado duas partidas, e mais tarde seria substituído por Haílton Corrêa de Arruda, o Manga.

Gilmar jogou pela Seleção Brasileira até 1969, sendo a vitória de 2 a 1 contra a Inglaterra, em 12 de junho, num amistoso disputado no Maracanã, sua última partida pela seleção.

Fontes: Revista Placar; Wikipedia.

O estranho caso do isqueiro de ouro

De princípio me declarou que na hora em que tudo aconteceu não estava bêbedo. E insistiu: "Eu estava absolutamente lúcido, embora tivesse bebido o bastante para ficar de quatro na grama".

Evidentemente, se não tivesse bebido nada, não teria nem descido do carro, quanto mais ficado de quatro na grama! Mas o fato é que ficou, e agora — diante do acontecido — está a se perguntar se estava realmente lúcido, o que de resto não importa, uma vez que a conseqüência intriga-o mais do que a ocorrência.

Estava muito alegre e ria muito, e isto não era nem sequer por conta da bebida. Era um pouco por causa do uísque que tomara e mais o momento, a mulher, enfim um estado de espírito que tomou conta dele e que já fazia por merecer.

Depois de muitos dias seguidos de pequenos aborrecimentos, muito trabalho, um resfriado. "Estas coisas — dizia-me — vão deixando a gente sem reservas de humor. Mas, quando terminou a festa e ela pediu-me que a levasse em casa, veio-me de súbito aquele estado de espírito. A prova de que eu estava raciocinando perfeitamente é me lembrar deste detalhe: tenho certeza de que já vinha alegre lá de dentro e, quando fui tomar o carro, senti o perfume de jasmim dos jardins do vizinho. Eu nasci e morei durante anos numa casa cheia de jasmineiros, você entende?"

Eu entendia. Já vinha alegre da festa, na hora de entrar no carro, com uma bela mulher que o tinha escolhido para levá-la em casa, tudo isso e mais um cheiro da infância deram-lhe aquela alegria interior que conservou até o momento em que viu, sobre a grama, as pernas do guarda, firmes, como que plantadas no gramado — aquelas duas colunas negras, porque era um guarda de perneiras, desses que passam solenes, de motocicleta, altivos e barulhentos.

"Mas eu não ouvi barulho nenhum —explicava ele —, eu estava de quatro, rindo, na grama, quando vi as pernas e, em seguida, o guarda. Aquele bruto guarda, de mãos na cintura, me olhando."

É estranho que uma pessoa, justamente na hora em que se sente eufórica, vivendo um momento raro, meio sonho meio realidade, possa explicar cada minuto desse momento que já está passado e, no entanto, no presente, absolutamente sóbrio e sério, não consiga encontrar uma explicação que satisfaça a si mesmo, que possa acalmar uma dúvida sem apelar para o sobrenatural.

Recorda-se que entrou no carro e perguntou à mulher onde morava e ela deu-lhe o endereço. A noite era fresca e o ar livre, o carro deslizava pelas ruas tranqüilas e desertas. Então pôs-se a cantar a canção que ela também cantarolou junto com ele, e iam tão felizes que começou a guinar o carro de um lado para outro, ao ritmo da música.

A mulher morava num recanto do maior bucolismo, em frente a uma praça toda gramada. Ele parou o carro e propôs à mulher que fumassem mais um cigarro, e ficaram ali fumando, num silêncio convidativo; tão convidativo que ele começou a fazer-lhe cócegas na nuca, os dois rindo, ele se chegando e — de repente — deu-lhe uma mordidinha no lóbulo da orelha. A mulher sentiu um arrepio, riu mais: "Ai, Carlos, você é um cachorrinho e está me mordendo" — ela disse.

Isto foi o que bastou para que descesse do carro e fosse lá para o meio do gramado, onde ficou de quatro, a latir para ela.

A mulher ria e, como estivesse escuro, começou a gritar: "Onde você está, Carlos?" — e como ele calasse os latidos para fazer-lhe uma surpresa, ela manobrou o carro e acendeu os faróis na direção do gramado, mas numa direção em que as luzes não o atingiam. Pôs-se a caminhar de quatro para se esconder atrás de um arbusto, quando viu que ela saíra do carro e já caminhava também sobre a grama — embora sem latir e sem usar os braços à guisa de patas dianteiras.

Foi aí que viu o guarda. Ou antes: as pernas do guarda. Levantou a cabeça e notou o quanto ele estava sério, e assim ficaram um tempo indefinido, que deve ter durado alguns segundos, mas que lhe pareceu uma eternidade. Notou também que a mulher voltara para o carro e ria muito da situação.

Por certo o guarda tinha todo o direito de pensar outra coisa, e quando lhe perguntou "o que é que o senhor está fazendo aí?" — já tinha opinião formada. Contar a verdade lhe pareceu pior, o que prova a sua lucidez na ocasião. E então, porque precisava dar uma resposta qualquer ao guarda, disse que estava procurando o isqueiro. Daí passou a mentir, uma mentira em cima da outra, sobre o isqueiro, que era de ouro e tinha seu nome gravado de um lado.

"Como é seu nome?" — quis saber o guarda.

E foi a única verdade que disse: "Carlos Silva. E está escrito do lado do isqueiro. É um isqueiro francês Dupont".

Falava e olhava para os lados, fingindo que procurava. O guarda continuava a não aceitar nada do que dizia, mas mantinha-se sério, perturbando-o ainda mais.

Quando perguntou como conseguira perder o isqueiro ali na grama se estava com a mulher no carro, fingiu que não ouviu e acrescentou: "É um isqueiro de estimação. Foi minha mãe que me deu. Ela já morreu".

Falava e caminhava devagar, tentando se aproximar do carro. O guarda caminhava também, mantendo a distância entre os dois, até o instante em que se abaixou para apanhar algo que brilhou em sua mão, apesar da escuridão.

"Aqui está o seu isqueiro, cavalheiro" — disse o guarda, enquanto ele engolia o próprio espanto, diante do espanto do guarda, que conservava o isqueiro de ouro na palma da mão aberta.

Agora repetia — de certa maneira — a atitude do guarda da véspera. Estava com o isqueiro na palma da mão aberta e me dizia: "E te juro! Eu nunca tive nenhum isqueiro!"
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora.

O negro azul

Ontem, em pleno expediente, comecei a sentir uma misteriosa angústia.

Quero que me entendam. Disse "angústia", mas explico: — era um sofrimento menor e indefinível. Paro de bater à máquina e puxo um cigarro.

Sofria sem nenhum motivo preciso, concreto. Fui ao boteco da esquina tomar um cafezinho. A angústia continuava lá.

Mexendo o cafezinho, descobri subitamente tudo. Eu me afligia porque estava sentindo falta de alguma coisa e não sabia o quê.

Voltei para a redação e aquilo não me saía da cabeça. "Falta alguma coisa", repetia para mim mesmo. Mas não sabia o que era. Paciência. Quero trabalhar e não posso.

De repente, há um clarão interior: — as polainas! Eu sentia, exatamente, a falta das polainas. Não em mim, que nunca as usei, mas nos outros. Olhem em torno, baixem a vista. As polainas desapareceram da cidade, do país. São antigas, espectrais, como o guarda-chuva de Paulo de Frontin. Será que alguém as usa?

Esqueço o trabalho e me concentro. Eis a pergunta que me faço: — "Qual foi o último sujeito que eu vi de polainas?".

Um deles foi o dr. Jacarandá. Outro: o cidadão Pingô. Mas o último, exatamente o último que vi de polainas foi um preto, oficial de Justiça. Sempre digo que nunca se viu, neste país, um negro de casaca. É verdade. Os nossos patrícios de cor já usaram tudo e, se quiserem, até folha de parreira, menos casaca.

Estou para fazer uma tragédia racial, cujo título é o seguinte: — O negro azul. Morava o "negro azul" num pardieiro, em Del Castilho. De manhã, entrava ele na fila do banheiro coletivo. Até que, um dia, às dez horas da manhã, todos o viram sair de casaca. Casaca e cartola. Não tomou um táxi, um ônibus, um bonde ou taioba. Levou a casaca a passear pelas ruas e a pé. O desfile começou às dez da manhã e só parou à meia-noite. Exatamente à meia-noite, atirou-se debaixo de um ônibus. Ninguém soube jamais que a casaca era o seu protesto contra o Brasil.

Volto ao oficial de Justiça. Fisicamente enorme, era um negro plástico, lustroso, ornamental. E tinha uma voz de Paul Robeson, as ventas de Paul Robeson, os beiços de Paul Robeson. Vou eu passando pela rua Senador Furtado (ou seria Senador Pompeu).

E, súbito, vejo adiante um ajuntamento. O brasileiro se incorpora a qualquer grupo de mais de cinco pessoas. De mais a mais, temos a fascinação do escândalo. E eu, da esquina, já ouvia o berreiro tremendo, gritos de mulher etc. etc.

Tantos anos depois, ainda vejo o Paul Robeson em todo o esplendor de sua figura e de suas polainas. Vocalmente, tinha a potência de um barítono, ou baixo cantante, desses que exigem a acústica de uma catedral, a cúpula de uma catedral. Enchia a rua, o bairro, com o seu clamor: — "Eu tenho razão! Eu tenho razão!". Lá estavam elas, as polainas.

O homem andava de um lado para outro. Bem vi que as polainas o desagravavam da frustração da casaca.

Soltava a voz: — "Eu tenho razão! Eu tenho razão!".

Em três ou quatro minutos, vim a conhecer a história toda. Aquilo era um despejo. O crioulão de polainas estava ali como oficial de Justiça. Outros crioulões, e um branco sarará, iam e vinham, trazendo os móveis e empilhando tudo na calçada.

Quanto à mulher dos gritos (e continuava gritando), era viúva e mãe de cinco ou seis filhos. Há uns três meses o marido morrera tuberculoso e deixara, para a mulher, além das dívidas, a própria doença.

Cabe então a pergunta: — e de onde vinha a magnífica, a estupenda, a ululante razão do oficial? Ei-la: — a viúva não pagava o aluguel há um ano. E, portanto, ele podia abrir sua razão de par em par, como uma manchete. Outrora, o brasileiro reagia muito contra a violência, mesmo justa, mesmo legal. Sempre um ou outro gritava: — "Não pode, não pode!". Mas ninguém insinuou um vago pio em favor da viúva e dos filhos. De vez em quando vinha a tosse afogar a sua fúria. Ela se torcia e destorcia em náuseas medonhas. Houve um momento em que, depois do acesso, cuspiu na palma da própria mão e espiou o sangue. A vista do vermelho distraiu-a do despejo.

Arquejou, sem desespero, apenas informativa: — "O falecido me chama". Não chorou mais, ou por outra: — continuou chorando, mas sem gritar. E as polainas eram mais insolentes do que esporas.

Eis o que eu queria dizer: — vem daí, desse pequeno e ilustrativo episódio, o meu horror às pessoas que têm razão e a proclamam com o impudor da manchete. Dirá o leitor que qualquer um pode ter razão. Nem todos, nem todos. Eu diria mesmo que só algumas almas seletíssimas, alguns espíritos de rara delicadeza podem tê-la. Lembro-me de outro episódio também perfeitamente cabível. Foi uma briga de mulheres.

Uma senhora insultou outra. Por que, não me lembro. E o marido da ofendida foi tomar satisfações. A culpada estava esperando criança. Mas o Fulano tinha razão; e porque a tinha derrubou-a a bofetões e mais: — pisou-lhe a barriga, chutou-lhe a gravidez. Correto. Tinha razão.

Nas almas menos nobres, a razão pode subir à cabeça em forma de vil embriaguês. E os piores sentimentos, e as crueldades mais secretas e inconfessas, e todos os demônios do orgulho são liberados. Tudo que sei da vida ensina que a razão pode perder a nossa alma e repito: — pode destruí-la.

Fiz a volta imensa para chegar à juventude. Vocês me entendem. Falo dessa figura impessoal, sem cara, sem nome, que é "o jovem". Eis o seu drama: — mesmo sem razão, ele a tem. É uma razão que não lhe custa um esforço, um mérito, um sacrifício, uma conquista. Tem razão porque é jovem. Não sei se vocês leram um recente artigo do dr. Alceu. Vale a pena. (Claro que não estou falando de razão em cada caso concreto e específico. Refiro o problema vital que se está criando com uma desfaçatez inédita). Todo o artigo do dr. Alceu é muito curioso. Mas em dado momento descobre o notável pensador a "razão da idade". É fantástico.

A razão da idade muda todas as relações e todos os valores. Nem importa o que faça "o jovem". Incendeia a França. Tem dezessete, dezoito, 22 anos. E basta. Arranca os paralelepípedos e vira os carros. Pode fazê-lo porque tem no bolso a triunfal certidão de idade. Se nasceu no ano X, tudo lhe é permitido. Estão aí o jornal, o rádio, a TV para justificá-lo, para absolvê-lo. Há uma "Moral da Idade", assim como há uma "Igreja da Idade".

Conheço sacerdotes que só confessam "o jovem". Todos põem na mão do jovem, como uma bomba, a razão absoluta. O mundo deixou de ser dos "mais velhos".

Mas pergunto: — que fará "o jovem" com sua onipotência? A razão da idade pode destruir o mundo.

[1/7/1968]
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A Cabra Vadia: novas confissões / Nelson Rodrigues; seleção de Ruy Castro. — São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Julinho, a fibra de campeão

"A maior vaia já registrada na história do futebol brasileiro também marca a maior exibição de fibra de um jogador. Tudo aconteceu em 1959, na primeira aparição da Seleção Brasileira no Maracanã, depois da Copa da Suécia. O jogo era contra a Inglaterra e os torcedores cariocas queriam ver todos os campeões mundiais em ação, principalmente Garrincha. Só que o técnico escalou Júlio Botelho, o Julinho, na ponta-direita. Ao entrar em campo, Julinho recebeu os apupos de 160 mil "inimigos". Outro jogador teria sucumbido, Julinho não. Ele tinha fibra".

"Vão engolir essa vaia", prometeu para o amigo Djalma Santos. A primeira bola, Julinho meteu no meio das pernas do inglês. Com seis minutos de jogo já tinha entortado a defesa adversária e marcado um gol. As vaias transformaram-se em aplausos. O episódio coroou a carreira do maior ponta-direita do futebol brasileiro depois de Garrincha. Veloz, driblador fantástico e chutador fabuloso, atuou pela Portuguesa, pelo Palmeiras e pela Fiorentina da Itália. Defendeu a Seleção na Copa de 1954, sendo considerado o melhor jogador brasileiro e o melhor ponta-direita da competição.

Júlio Botelho ou Julinho, natural de São Paulo, SP (29/07/1929 - 10/01/2003), após ser dispensado da categoria de base do Corinthians, onde não se adaptou à posição de ponta-direita, chegou ao Juventus com 19 anos. No entanto sua passagem pelo clube da Mooca foi curta. Sendo promovido para a equipe profissional em 1950, depois de apenas seis meses foi contratado pela Portuguesa por Cr$ 50 mil.

O recém chegado,logo se tornou titular,estreando contra o Flamengo, no Maracanã, no dia 18 de fevereiro de 1951, jogo que a Portuguesa perdeu por 5 a 2. Seis dias depois,em seu segundo jogo, marcou os seus 2 primeiros gols pela Portuguesa, na vitória de 4 a 2 sobre o América-RJ, no Pacaembu.

Fez 191 partidas pela Portuguesa e marcou 101 gols, chegando a marcar 4 gols em um mesmo jogo na vitória da Portuguesa sobre o Corinthians por 7 a 3, em 25 de novembro de 1951, no Pacaembu. Suas atuações lhe renderam a convocação para a Copa do Mundo de 1954. Em julho de 1955, após conquistar seu segundo Torneio Rio São Paulo, pela Portuguesa, foi vendido para a Fiorentina, da Itália, por US$ 5.500.

Contratação mais cara da Fiorentina no ano de 1955, Julinho foi destaque na conquista do título italiano da temporada de 1955/1956, na primeira vez em que a equipe de Florença conquistou este título. A Fiorentina foi ainda, com Julinho, vice campeã italiana, nas duas temporadas seguintes. Certa vez, quando andava de trem na Itália, precisou passar a viagem inteira escondido no banheiro para evitar o assédio dos fãs. Mas, em 1958, já mostrava seu desejo, de retornar à São Paulo. A Fiorentina fez uma proposta irrecusável e ele ficou. Ficou por mais um ano, mas pela vontade de voltar lhe deram o apelido de "Senhor Tristeza".

Voltou ao Brasil em 1959, quando passou a defender o Palmeiras. Fez parte do time que ficou conhecido como "Primeira Academia", logo se tornou um dos maiores ídolos do Palmeiras. Conquistou o Supercampeonato Paulista contra o Santos de Pelé. Foi fundamental logo neste seu primeiro título no Palmeiras. Ganhou ainda, com o Palmeiras, a primeira, Taça Brasil da história do clube. Fez parte do elenco que disputou o jogo histórico em que o Palmeiras vestiu a camisa da Seleção e goleou a seleção uruguaia por 3 x 0 na inauguração do Mineirão. Na sua despedida contra o Náutico, saiu aos 32 minutos do primeiro tempo e deu lugar ao peruano Gallardo. Na primeira bola que o peruano errou o estádio inteiro puxou em coro: “Volta Julinho!”

Defendendo a seleção brasileira, realizou um total de 31 partidas, marcando 13 gols. Conquistou o Campeonato Pan-americano em 1952, o vice-campeonato sul-americano em 1953, disputou a Copa de 54, sendo eleito melhor jogador do torneio, e venceu a Copa Roccca de 1960.

Declinou a convocação para Seleção Brasileira de Futebol que disputaria a Copa do Mundo de 1958, alegando como motivo, o fato de que, como não atuava no futebol brasileiro, não seria justo para com os jogadores que atuavam no Brasil, que ele representasse o país em um campeonato mundial.

O dia 13 de maio de 1959 foi marcante para a vida de Júlio Botelho. Naquela ocasião, a Seleção Brasileira de Futebol enfrentaria no estádio do Maracanã a Inglaterra em uma partida amistosa. Quando o locutor oficial do estádio anunciou a escalação da Seleção Brasileira de Futebol, as 160 mil pessoas que estavam no estádio foram uníssonas vaiando o nome de Julinho Botelho, pois o técnico Vicente Feola, havia preterido, para a partida, Mané Garrincha, jogador naturalmente amado pela torcida carioca, porém, Julinho Botelho calou as vaias, com uma atuação magistral, sendo fundamental para a construção do placar, 2 X 0 para o Brasil, dando um passe para que Henrique abrisse o placar, e depois marcando um dos mais belos gols do estádio, recebendo após o lance os mais intensos aplausos já ouvidos no Maracanã deste a Copa do Mundo de 1950.

Fontes: Revista Placar; Wikipedia.