domingo, 26 de maio de 2013

Mulheres medicinais

Turco, vocês sabem como é, turco é chato pra mulher. Foram os turcos que inventaram ou, pelo menos, que conservaram aquilo que Primo Altamirando chama de proporção racional, isto é, muitas mulheres para um homem só. E foi justamente o Ex-presidente da Assembléia Nacional Turca — Refik Koraltan — que entrou numa fria danada, por causa de mulher.

Koraltan, que conta atualmente 71 anos, foi acusado de ter mandado vir da Alemanha para a Turquia uma jovem de 25 anos, correndo as despesas da viagem como se fosse equipamento médico.

Isto deu um bode danado, porque a oposição política caiu em cima dele, dizendo que mulher nunca foi equipamento médico. Ele, coitado, com a mulher em casa, explicou que houve um mal-entendido. Importara, realmente, equipamento médico para sua esposa, que estava doente e aproveitara para mandar vir uma enfermeira. Daí a confusão.

Mas os inimigos de Koraltan não foram nessa, pois a mulher dele já morreu e a enfermeira continua lá, o que nos parece bastante razoável. Primeiro porque não se joga uma alemãzinha de 25 anos fora; segundo, porque, se a mulher dele queimou todo o pavio, é até bom que fique lá o que sobrou dos medicamentos, para que o viúvo se recupere.

Depois, esse negócio de acusarem o "importador" sob a alegação de que mulher não é equipamento médico é besteira. Mulher sempre fez parte da terapêutica em muitos casos medicinais. Tem doenças até que, se o médico não receitar mulher, o camarada penetra pela tubulação todinho.

De mais a mais é remédio ao alcance de todas as bolsas, de fácil aplicação, pois não se vende em embalagens de luxo (claro que estamos nos referindo ao produto popular e não ao outro, que é produto de perfumaria e não de farmácia). É de uso racional, é prático, não dependendo sua aplicação de gotas ou pastilhas, pois o remédio é de aplicação local, com uma única observação na bula: agite antes de usar.

Por tudo isso, estamos do lado de Koraltan. E não venham com a conversa de que estamos sofismando não, porque o negócio é igual também para os homens. Homem é medicamento de grande eficácia em muitos casos.

Quantas e quantas vezes já vimos o facultativo receitar homem, de acordo com a bula, para doenças de senhoras.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.