sábado, 28 de abril de 2012

Tubarão ou cação?

As duas denominações podem ser utilizadas para qualquer espécie. Porém, usualmente chamamos de tubarão as espécies de grande porte, pouco comuns em nosso litoral, e de cação aquelas de pequeno porte, cuja ocorrência em nossa costa é mais comum. A sabedoria popular tem uma outra definição a esse respeito, de uma forma bem original: “Se a gente come ele, é cação, se ele come a gente é tubarão”.

Basicamente marinhos e pelágicos, habitam as águas costeiras e oceânicas, da superfície ao fundo, em praticamente todos os oceanos e mares. Carnívoros em sua esmagadora maioria, são predadores por excelência. Possuem um sistema nervoso muito primitivo, com cérebro pequeno e sensibilidade à dor quase inexistente. Fortes e resistentes, podem demorar muito a morrer ainda que seriamente feridos. Diversos casos já foram relatados sobre cações que mesmo eviscerados continuavam lutando e até mesmo comendo suas próprias vísceras.

Agem exclusivamente por instinto, e suas reações às diversas situações não são muito previsíveis, devido à falta de conhecimento sobre seu comportamento, pois são animais que têm uma ampla variação de atitudes muito pouco estudadas.

Algumas espécies, devido a sua voracidade, atuam como verdadeiros “lixeiros do mar” ao comerem animais feridos ou mortos (mesmo em decomposição). Entretanto, todas possuem suas preferências alimentares e seguem, de modo habitual, uma dieta regular de peixes, crustáceos, lulas, polvos, tartarugas, raias e outros cações. Incluem-se aí aquelas consideradas “Terror dos Mares” e “Comedor de Homens”.

As práticas de caça dos tubarões são guiadas e determinadas basicamente pela combinação de todos os seus sentidos. No entanto, os padrões de comportamento dos tubarões na busca para obtenção de alimento variam de forma substancial. Em um padrão normal seus movimentos costumam ser lentos e determinados. Outras vezes são convulsivos e rápidos. Na verdade, os padrões de comportamento relativos à forma de natação, aproximação e ataque final variam de acordo com a espécie do tubarão e conforme determinadas situações particulares.

Uma delas, onde talvez ocorra a maior demonstração de voracidade e agressividade, costuma ser denominada “frenesi”. Esse padrão de comportamento, se é que se pode chamá-lo assim, ocorre usualmente na presença de grande quantidade de comida ou após uma catástrofe, naufrágio de navio ou queda de avião, em águas infestadas de tubarões. Justamente porque esse padrão de comportamento é bastante encorajado quando os tubarões estão em grande número.

O padrão de frenesi é muito irregular e não segue os padrões normais de movimentação durante as buscas por alimento. Durante o frenesi os tubarões costumam nadar rapidamente para a superfície da água para morder os objetos que estejam flutuando e, imediatamente após, e de maneira repentina, mergulham golpeando e mordendo vorazmente qualquer coisa que esteja ao seu alcance.

(Texto de Marcelo Szpilman - Biólogo Marinho e Diretor do Instituto Ecológico Aqualung)

Fonte: Pesca.tur.br

Restrição de acesso ao molhe revolta população

Impedidos de acessar uma área pública,
os moradores e turistas indignaram-se...
O que era para ser uma festa quase acabou em confusão. No último domingo (22), milhares de pessoas foram ao molhe de Navegantes para acompanhar largada da 6a. etapa da regata internacional Volvo Ocean Race, que naquele dia se despedia de Itajaí e ruamava para Miami, nos Estados Unidos.

A frustração dos moradores locais e turistas se deu quando foram impedidos de acessar a parte final do molhe, de onde poderiam ver as embarcações que faziam seus últimos movimentos em águas brasileiras defronte da barra do rio Itajaí-Açu.

Na área do molhe próxima ao farolete, a empresa Volvo montou uma tenda de luxo, onde recepcionou convidados e ofereceu almoço. Do lado de fora, cercas e seguranças impediam a passagem de quem não era convidado. A situação causou a revolta da população e policiais foram acionados para evitar um tumulto maior.

Descontentes, muito moradores reclamaram do uso particular de uma área pública e se revoltaram contra a Prefeitura de Navegantes, embora a responsabilidade do molhe seja da Superintendência do Porto de Itajaí, órgão que cedeu a área à empresa.

Do ponto onde a população foi impedida de avançar, além do aglomero de pessoas, a visão da regata era muito prejudicada. Já os convidados da Volvo gozaram de todo o conforto e mordomia. Além de autoridades municipais, empresários e membros da imprensa, a maioria dos convidados era de outras cidades.

A estrutura da Volvo, a Polícia Civil e Militar: aqui só passa bacana e com convite ...

Alguns grupos, inclusive, vieram de ônibus de turismo, que ficaram estacionados em frente à estrutura montada pela Volvo. Corria o boato de que até o megaempresário Eike Batista, homem mais rico do Brasil, compareceria ao local, mas isto não se confirmou.

Fonte: Jornal de Navegantes - 27/04/2012.