Quando
você vê um produto na prateleira e se depara com as informações da
embalagem, certamente não sabe o que significa ao certo cada coisa. Por
mais que esteja presente nos alimentos que levam trigo, centeio, cevada,
aveia ou malte, o glúten é uma proteína desconhecida.
Mas afinal... O que raios é o Glúten? Faz mal, faz bem? Ajuda a
Emagrecer, Prejudica no Emagrecimento? De fato há uma polêmica que ronda
o tema, no entanto, todos concordam que indivíduos que apresentam
doença celíaca devem abolir os alimentos com o nutriente.
Por motivos genéticos, o organismo do portador de tal distúrbio não
possui a enzima transglutaminase, responsável em quebrar o glúten e
fazer com que tal proteína seja metabolizada e absorvida da forma
correta pelo organismo. A conseqüência da falta dessa enzima é o
estufamento do abdômen, gases, vômito, diarréia e mal-estar provocado
pela proteína que acaba “machucando” as paredes do intestino. Isso
ocasiona um processo inflamatório que prejudica também a absorção de
outros nutrientes.
Por conta da comprovação dos malefícios do glúten aos portadores da
doença celíaca, em 1992, entrou em vigor a Lei nº 8.543, que definiu a
necessidade da indústria de alimentos em incluir a frase “Contém Glúten”
na embalagem de todos os produtos com trigo, cevada, aveia, centeio e
malte na receita. Isso, de certa forma, contribui para que a população
associasse esse tipo de proteína com algo ruim. No ano de 2003, uma nova
lei obrigou a informação de advertência da presença ou ausência do
glúten em produtos alimentícios industrializados, o que só aumentou a
aversão de todos com relação ao glúten. "não há necessidade de banir o
glúten da dieta, a diminuição da sua ingestão já proporciona benefícios
visíveis à sua saúde e ao seu peso"
Relação com Boa Forma
Algumas dietas afirmam que banir o glúten do cardápio ajuda na redução
da circunferência abdominal. Por outro lado, cientistas afirmam que não
há base científica para condenar essa proteína do trigo e nem que ele
está diretamente associado à obesidade. Para eles, o que existe é uma
tendência natural em evitar o consumo de alimentos fontes de
carboidratos e, aí sim, com um cardápio variado, ser beneficiado pela
perda de peso.
Devemos seguir a tendência natural de abolir o glúten já que tantos
produtos ressaltam a informação de não conter a tal proteína? Uma das
características da obesidade é o processo inflamatório crônico. Como
consequência há resistência insulínica e o aumento da gordura abdominal.
O glúten é uma proteína de difícil digestão. Caso a flora intestinal
esteja prejudicada, alguns nutrientes são mal digeridos e passam pelo
intestino, como é o caso do glúten. O sistema imunológico entende que
essa proteína é um “corpo estranho” o qual deve ser eliminado. Isso
acarreta a geração de substâncias que aumentam a inflamação do tecido
adiposo.
Segundo a Nutricionista do Emex Kelly Fu Yu Chen (CRN-3/9786), não há
necessidade de banir o glúten da dieta, a diminuição da sua ingestão já
proporciona benefícios visíveis à sua saúde e ao seu peso, assim como
redução do inchaço. “Diminuir a ingestão de glúten não significa reduzir
a ingestão de carboidratos, temos vários outros carboidratos isentos de
glúten, tais como biscoito de polvilho, tapioca, barras de quinoa,
macarrão de arroz, arroz integral, salgadinho de arroz, frutas, etc. Ao
invés de ingerir pãozinho diariamente, no café da manhã, intercale com a
granola (a granola possui aveia na composição e esta possui glúten, mas
em menor quantidade se comparada com a farinha de trigo). Substitua
também as bolachinhas da tarde por barras de cereais, tais como de
quinoa, totalmente isenta de glúten, ou então por frutas in natura.
Diminua a freqüência de ingestão de massas e procure comer no máximo 1
vez por semana. O segredo é a moderação: quanto menos glúten você
ingerir, mais o seu peso e a sua saúde agradecem".
Por: Dionisio Alexandrini Neto e Kelly Fu Yu Chen. CRN-3/9786