Pesquisa científica analisou quase 500 mil músicas, da década de 50
até 2010, e avaliou características como timbre, tom e volume. O
resultado é que a qualidade
da música piorou.
A música piorou nas últimas décadas. O que parece relativo quando dito
por um crítico ganhou tons científicos com um estudo realidado pelo
Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha.
Pesquisadores, através de
programas de computador, analisaram cerca de 500 mil músicas populares
do Ocidente lançadas entre 1955 e 2010, incluindo pop, rock, hip-hop,
folk e funk.
Com os resultados obtidos, avaliaram tendências com o passar dos anos.
As diferentes transições entre combinações de notas diminuíram de número
nas últimas décadas. A variedade de timbres na música pop também caiu
significantemente desde os anos 1960.
Sobre este fato, a conclusão dos
pesquisadores é que os compositores tendem a se manter fiéis às mesmas
qualidades de som obtidas anteriormente. O volume, porém, tem aumentado
desde 1955, em uma "espécie de corrida pela música mais alta".
Para a pesquisa, primeiramente foram avaliados elementos como timbre,
tom e volume. Depois, observou-se as diferentes tendências das
características ao longo dos anos. A cada batida, os computadores
representavam as informações obtidas através de números. Com isso, foi
possível identificar diferenças nas harmonias, melodias e acordes, além
da intensidade em que eram executadas. Para cada timbre, as ondas foram
medidas e avaliadas em relação à sonoridade obtida através das
combinações com os outros instrumentos e efeitos.
A partir desta fase foi construído um vocabulário musical. Através da
associação de palavras aos números, foram criadas espécies de textos que
podem representar um estilo musical de determinado ano ou época. Desta
maneira, foi possível descobrir padrões estatísticos sobre a variedade
de "textos" surgidos em determinado período, a frequência em que foram
usados e os mais comuns ao longo do tempo.
— Nesta fase, observou-se um
fenômeno literário em que a palavra mais repetida é duas vezes mais
escrita do que a segunda mais repetida, que por sua vez aparece três
vezes mais que a terceira. O mesmo padrão se repete na música — explica
Joan Serrà, autor da pesquisa junto com Josep Lluís Arcos.
Fonte: O Globo.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
A música piorou nas últimas décadas
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