"A história da imprensa em nossa terra se fez dos altos e baixos das iniciativas que surgiram esperançosas e logo se desfizeram no contato com a realidade dura das lides jornalísticas em cidade pequena; e daquelas que vitoriosamente se firmaram.Nestas houve momentos que honraram a imprensa itajaiense, como quando aqui se chegou a fazer o jornal mais bem impresso de todo o Estado, no dizer do historiador Lucas Alexandre Boiteux."
Foi o itajaiense e professor João da Cruz e Silva, nos idos de 1884, quem lançou o primeiro jornal nosso. Chamava-se "Itajahy", certamente em homenagem à cidade, e tinha a sua tipografia situada à rua da Matriz hoje Hercílio Luz. Circulava aos domingos e se dizia órgão das interesses do Município.
Chamado de Lages onde estava estabelecido, o Professor Cruz e Silva logo se viu privado do apoio de um bom número de comerciantes que lhe haviam prometido financiamento. Sobrou-lhe a ajuda de seu cunhado, o Coronel Manoel Antônio Fontes (foto acima), que, mesmo abastado comerciante não pode financiar mais que três edições.
Seguiram os passos do pioneiro Tranquilo Antônio da Silva e Eduardo Dias de Miranda que lançaram "A Idéa" em 1886; Galdino Pereira de Miranda com "A Liberdade", em 1887; Dr. Pedro Ferreira com "Gazeta de Itajahy", em 1892; Thiago da Fonseca e Pe. Peters com o "Progresso", em 1899.
Mas foi no início deste século que surgiram os dois jornais de grande duração e que marcaram época em nossa imprensa: "Novidades" e "O Pharol".
O primeiro número do "Novidades" apareceu a 5 de junho de 1904. No artigo de fundo deste número um, o articulista, atribuindo o insucesso dos jomais anteriores à pouca atenção que deram ao que se passava em Itajaí, comprometia-se com um programa de ":..muitas, muitas e muitas notícias locais". Redatoriado por Tibúrcio de Freitas e Adolfo Konder, o jornal tinha primorosa apresentação gráfica, o que levou Boiteux a expender aquele juízo. O "Novidades"se findou em 1919.
"O Pharol", por sua vez, veio a lume em 29 de julho de 1904. Era dirigido e redatoriado por João Honório de Miranda - Joca Miranda - de formato tablóide e se confessava "comercial, noticioso e humorístico". Seu último ano de circulação foi 1936, quando então já estava sob a direção do jornalista Juventino Linhares.
Jornalistas houve ainda que acreditaram além de toda esperança. Como também o professor Manoel F. de Miranda que em 1914 creu num jornal diário circulando na pequenina cidade de 15.000 almas! Assim, a 1o de novembro de 1914 pôs a circular o "Diário de Itajahy" que, como dizia em editorial, estava "para atender diariamente as honradas e laboriosas classes comerciais e tratar dos interesses do povo em geral".Circulou por três meses e se fez uma iniciativa nunca mais imitada!
Neste século, se contaram inúmeros os periódicos surgidos e logo deixados de circular. No entanto um desses, lançado em 1935, firmou-se como órgão identificado com as coisas da terra e lutador sincero em prol do bem-estar da coletividade: O JORNAL DO POVO, fundado por Abdon Fóes e que hoje galhardamente ocupa a posição de decano da imprensa de Itajaí.
Fonte: Pequena História de Itajaí - Prof. Edson d'Ávila; Foto: Manuel Antônio Fontes - Arquivo da Fundação Genésio Miranda Lins.
Fonte: Pequena História de Itajaí - Prof. Edson d'Ávila; Foto: Manuel Antônio Fontes - Arquivo da Fundação Genésio Miranda Lins.
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