sábado, 15 de dezembro de 2012

Os perigos do açúcar

Robert Lustig é um médico americano da Universidade da Califórnia (San Francisco, EUA), especialista em obesidade. Recentemente, ele tem promovido uma campanha para que haja leis restritivas de consumo de açúcar semelhantes às existentes para o álcool e tabaco, o que limitaria especialmente o acesso das crianças a produtos açucarados. Será que existe motivo para tanta preocupação?

O endocrinologista, que lançou um vídeo no Youtube no qual fala sobre o assunto (que já ultrapassou 2 milhões de visualizações), cita como exemplo uma série de doenças. Ele defende que o número de problemas de saúde como pressão alta, doenças do coração e vícios alimentares eram muito menores há 30 anos, e o responsável pelo salto nos índices foi o açúcar.

Como exemplo, o médico cita diabetes. Em 2011, havia 366 milhões de diabéticos no mundo (o equivalente a 5% da população), mais do que o dobro em 1980. Mais ou menos nessa época, o mundo começou a se preocupar e eliminar a quantidade excessiva de gordura na alimentação. Mas ninguém sabia que alguns lipídios são bons para o organismo: a ordem era cortar o máximo de gordura possível.

De lá para cá, fomos substituindo a gordura por açúcar. No Reino Unido, por exemplo, os índices são alarmantes: desde 1990, o consumo de açúcar cresceu 35%. Entre as crianças, a ingestão de glicose representa 17% do total de calorias diárias. Como é que chegamos a esse ponto?

A resposta do médico americano está nos produtos industrializados. Nos últimos anos, conforme ele explica, todos já sabem que açúcar em excesso pode fazer mal. Por isso, substituímos o açucareiro pelo adoçante, por exemplo, e tentamos cortar o açúcar dos alimentos que nós mesmos preparamos.

O problema é que o “açúcar invisível”, já embutido no alimento que vem da fábrica, atinge uma quantidade cada vez maior de produtos. Se você examinar o rótulo dos produtos que colocou em seu carrinho de supermercado, vai descobrir que existe açúcar em coisas que você nem imaginava.

Muitas pessoas engordam, por exemplo, porque o açúcar é um inibidor natural da leptina, o hormônio através do qual o estômago diz ao corpo que “já está bom, pode parar de comer”. Algo como uma trava natural. Este e outros efeitos nocivos indiretos à saúde por parte do açúcar também são objeto de estudo do endocrinologista americano.

O caminho para a restrição de tais produtos, conforme o próprio Robert Lustig afirma, é complicado. A indústria alimentícia resiste às tentativas de baixar os índices de açúcar nos produtos por que acreditam – provavelmente com razão – que o consumo vai cair significativamente se os alimentos nas formas em que as pessoas estão acostumadas mudarem. A vontade de mudar, dessa forma, deve partir primeiramente do consumidor.

Fonte: Telegraph

Chocólatras são mais magros

Pesquisadores americanos, da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), resolveram verificar o seguinte: será que a imagem do chocolate como doce gostoso que deve ser evitado para quem quer emagrecer é verdadeira? Indícios apontam justamente na direção contrária.

O estudo foi feito com 1.000 participantes, com idades entre 20 e 85 anos. Em média, eles apresentavam Índice de Massa Corporal (IMC) de 28, o que é considerado acima do peso, mas não obesidade. Um homem de 1,80 metros de altura e 90 quilos de peso, por exemplo, tem IMC próximo a 28.

Todos os voluntários tiveram seus hábitos alimentares monitorados, com atenção especial ao consumo de chocolate. Descobriram, a princípio, que pessoas que comiam mais chocolate tendiam também a ingerir mais calorias no geral, incluindo gorduras saturadas, nas refeições regulares. Apesar disso, tendiam a ter menor peso. Mas como isso é possível?

A teoria mais aceita defende que o cacau, especialmente quando encontrado em maior quantidade (alguns chocolates têm alto índice de gordura e menos cacau), ajuda a baixar naturalmente a pressão sanguínea e o colesterol.

Os responsáveis seriam os antioxidantes encontrados no alimento. Estudos paralelos confirmam essa tese, explicando inclusive que alguns tipos de chocolate, tais como o amargo, são mais saudáveis.

Apesar disso, os cientistas garantem que uma dieta de emagrecimento à base de chocolate não deve funcionar. A famosa iguaria não deixa de conter açúcar e gordura, e ainda não há certeza sobre o que seria uma “quantidade moderada” de consumo do chocolate: a maioria das pessoas tende a exagerar, o que anula qualquer efeito de perda de peso.

Fonte: Reuters