segunda-feira, 25 de março de 2013

Bettie Page, a rainha das pin-ups

Numa época onde as publicações para o gênero masculino eram raras (e eram vistas, lidas às escondidas) e a nudez era castigada pelos bons costumes, aconteceu uma linda jovem que mexeu com a imaginação dos homens americanos posando para fotos sensuais, usando roupas de banho ou fantasias. Foi influenciada por nossa Luz Del Fuego, aqui do Brasil.

Bettie Page (Betty Mae Page), modelo, nasceu em Nashville, Tennessee, EUA, em 22/04/1923, e faleceu em Los Angeles, California, em 11/12/2008. Tornou-se famosa na década de 1950 por fotos de temática pin-up e fetichista.

Ela é frequentemente chamada de "Rainha das Pin-ups" e seu visual, cuja marca registrada eram os cabelos pretos lustrosos e uma franja, influenciaram dezenas de artistas.Page foi também uma das primeiras "Playmates do Mês" da Playboy, aparecendo na edição de janeiro de 1955 da revista.

Bettie Page at Funland Amusement Park Miami, Florida, photos by Bunny Yeager, 1954
O final de sua vida foi marcado por depressão, mudanças violentas de ânimo e vários anos de internação em um hospital psiquiátrico público. Em 1959, ela se converteu ao cristianismo, posteriormente trabalhando para Billy Graham. Após anos de obscuridade, ela presenciou uma retomada de sua popularidade durante a década de 1980.

Bettie Page at Funland Amusement Park Miami, Florida, photos by Bunny Yeager, 1954
Foi a segunda de seis filhos de Walter Roy Page e a Edna Mae Pirtle. A família vivia em condições financeiras precárias e não se mantinha por muito tempo em um mesmo lugar. Com a queda da bolsa em 1929 a situação piorou. Os pais se divorciaram em 1932. No ano anterior, Walter havia sido preso por alcoolismo e desordem. Edna Pirtle se estabeleceu em dois empregos, enviou Bettie e duas de suas irmãs para um orfanato por um ano. Aos quinze anos de idade, Bettie fora violentada pelo próprio pai, quando este havia voltado a morar com a família. Em idade tenra, Page conheceu responsabilidades duras e aprendeu a tomar suas próprias decisões.

Bettie Page at Funland Amusement Park Miami, Florida, photos by Bunny Yeager, 1954
Entre o coro da igreja e o salão de beleza que Edna trabalhava, Bettie ocupava seu tempo com a costura. Ela foi considerada uma estudante excepcional. Mostrou sempre interesse pelo cinema e pela vida de modelo. Coordenou o grupo de arte dramática e se formou bacharel em Artes no Peabody College em 1943. No mesmo ano, casou-se com Billy Neal, seu namorado. Mudaram-se para São Francisco.

Em São Francisco obteve seu primeiro trabalho como modelo. Ainda com Neal, viajou para o Taiti, onde lhe foi revelado um mundo exótico, muito explorado pela arte em volta do ícone Bettie Page, as mulheres morenas de sol. Assim como Luz Del Fuego, Bettie passou tomar banhos de sol nua ou mesmo se exercitar.

Com cinco anos de casada, divorciou-se de Neal e mudou-se novamente, desta vez para Nova Iorque. Em Coney Island conheceu o policial Jerry Tibbs, por volta de 1950. Tibbs era também fotógrafo amador, ele foi o criador da "pin-up" Bettie. Ele afirmou à época que sua testa era larga demais para usar o cabelo partido ao meio. Bettie, então, eternizou a franja convexa lisa.

Bettie investiu também no mundo da moda: criou seus maiôs e bikinis e a tanga clássica de oncinha.

Mas apenas os fotógrafos Irving Klaw e Bunny Yeager imortalizariam a pin-up Bettie Page. Ela há muito havia trocado a carreira de secretária pela vida de modelo. Os horários eram independentes, a carga horária menor e o salário maior. Quando resolveu posar para Klaw aceitou o contrato dele, o qual afirmava que o pagamento só seria disponível mediante poses com bondage.

O então presidente do Senado Carey Estes Kefauver, contrário as fotografias de Irving Klaw, pela apologia ao sadomasoquismo, requisitou a própria modelo a depor.

Várias publicações da época como "Eyeful", "Beauty Parade" ou "Wink" a procuraram. Em janeiro de 1955 foi capa da "Playboy" e no mesmo ano recebeu das mãos de Hugh Hefner o título de "A Miss Pin-Up Girl do Mundo". Hefner foi um dos maiores benfeitores de Bettie até o final de sua vida.

Page casou-se novamente, com Armand Walterson, e em 1958, desapareceu da vida pública sem uma razão definida. Alguns, culpam o caso Kefauver X Klaw; outros, atribuem o casamento com Walterson. Sabe-se que, após seu casamento com Walterson, Bettie tornou-se numa devotada religiosa.

Sua última entrevista foi em 1962, focada em aspectos do divórcio com Walterson.

Faleceu aos 85 anos, em 11 de dezembro de 2008, de pneumonia, uma semana após sofrer um ataque cardíaco do qual não recobrou a consciência e entrou em coma.

Fonte: Wikipédia

O noivo organizado

Aconteceu em São Paulo. Um camarada chamado João Augusto de Melo, ao encontrar na rua sua ex-noiva Leonor Conceição de Paula, abotoou a distinta e perguntou onde é que estavam os Cr$ 2192,00 que lhe devia.

A ex-noiva, ainda que inibida pela truculenta cobrança, respondeu que não devia coisa nenhuma, muito menos 2 192 cruzeiros, que lembra preço de paletó da "Ducal".

— Não devo coisa nenhuma — reclamou Conceição.

E João, que não estava disposto a discutir, tacou-lhe a mão nas bochechas, bolacheando-a fartamente, até a intervenção de outros paulistas que passavam por perto e que, mesmo não podendo parar, resolveram entrar para desapartar.

Aí veio um guarda (lá em São Paulo tem guarda) e levou o casal de ex-noivos para a delegacia. E então a dívida foi esclarecida. O rapaz informou ao comissário que fora noivo de Conceição durante três anos. Durante o noivado tivera o cuidado de tomar nota de todos os gastos que fizera com ela ou por causa dela. No dia em que desmancharam o noivado, dividiu o total por dois e se sentiu com direito a ser reembolsado na metade das despesas. E para provar que era um sujeito organizado, mostrou à autoridade a cópia da carta que enviara a Conceição, carta esta, que transcrevemos aqui, em seus trechos principais.

Diz assim: "Primeira vez que saímos juntos — 1 café 1,50. Cinema Alhambra — 25,00. Cinema Dom Pedro (duas vezes) — 30,00 Condução, nas vezes que fui ver você e gastei por sua causa — 30,00. Uma vez que jantamos juntos logo que você chegou do interior — 300,00. Duas vezes Cinema Ópera — 50,00. Duas vezes que paguei Cinzano no bar — 20,00. Uma vez Cine Anchieta — 25,00. Uma vez Cinema Oásis — 30,00.

Uma vez que fomos juntos à "Boite Asteca" — 700,00. Gastos com você no Bar Áurea — 280,00. Metade da despesa de táxi (Baile da Moóca) — 50,00. Um presente para sua mãe — 16,00. Dinheiro que lhe dei, quando você foi ao Paraná — 100,00. Três pratos — 30,00. Dias dos Namorados (uma blusa) — 315,00. Uma xícara que dei para você — 10,00. "Despesas" que fiz com você (não especificadas) — 400,00. Total que você me devo — 2192,00. (ass): .— João Augusto de Melo, ex-noivo."

Esta é a relação que está na cópia da carta que João cansou de enviar a Conceição, sem que a dita se mancasse. E João (ex-noivo, como ele mesmo se catalogou), deve ter ficado indignado com o pouco caso de Conceição para saldar a dívida. Sim, porque João é um "pão-duro" desgraçado.

Em três anos de namoro, pagou Cinzano uma vez, deu de presente uma blusa, uma xícara e três pratos.Isto sem contar o presente de 16 mangos que deu pra mãe lá dela. Que diabo de presente teria sido esse, tão preço de queima total para entrega das chaves? João não diz. Não diz porque é um ex-noivo discreto, predicado que deixa antever naquela marotíssima "Despesa" (entre aspas) não especificada.

Conceição não quis explicar ao comissário, qual era a "despesa" não especificada. Mas está na cara, né João? Foi quarto de hotel suspeito e você, mais "pão-duro" do que discreto, castigou na relação. E está com toda razão. Pois se vocês foram juntos, por que é que ela não vai pagar também, é ou não é?

Cobra mesmo João. Cobra mesmo, ex-noivo organizado.

________________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.