sábado, 13 de julho de 2013

A dactilógrafa

Amigo nosso, que sofre de sinceridade alcoólica, depois do terceiro contou aqui pra este pobre escravo do padrão ouro, que batuca esta intimorata Remington semiportátil enquanto o sol lá fora assovia coió pra gente, o que aconteceu no seu escritório, esta semana. E contou sem o menor remorso.

Deu-se que sua secretária, senhora respeitabilíssima, que era sua auxiliar direta há muitos anos, cometeu a temeridade de casar e largar o emprego, no momento em que a maioria das mulheres está largando o marido pra arranjar emprego. Mas a secretária quis, disse que ia e não houve jeito. Ou melhor, o jeito foi botar um anúncio no jornal, na base do "precisa-se de secretária".

Diz o amigo que essa coisa de existir muita gente procurando emprego é bafo de boca, porque somente depois do quinto dia é que apareceram duas candidatas. Apareceram quase ao mesmo tempo, explicaram por que vinham e ficaram sentadinhas na sala de espera, aguardando a vez.

Diz ainda o amigo que, lá de dentro, sem ser visto, ele examinou bem as duas, principalmente a segunda. A primeira, segundo sua descrição, era dessas magras e de óculos, que sofrem de utilidade, sabem fazer tudo, têm pele ruim e cara de quem nunca tirou menos de 10 no colégio. Pela pinta, segundo sua própria expressão, era uma mulher invicta.

A segunda... Bem, a segunda tinha aquela cor de pele que a gente mandaria pintar no carro, se assim pudesse ser feito. Tinha olhar 45, corpo que é a forma universal e aquele ar inocente das que nunca foram inocentes.

A primeira era estenógrafa, arquivista, falava inglês, francês e espanhol. Era dactilógrafa, taquígrafa e tinha cursos de um modo geral. Mas ele não quis saber nada disso. Quando ela entrou na sala limitou-se a dizer que a vaga — infelizmente — já estava preenchida.

Então, depois que a bruxa foi embora, mandou entrar a certinha que, num bambolear ameno e compassado, entrou, sentou numa cadeira próxima e deixou um joelho de fora, ao cruzar as pernas. Ele pigarreou e explicou que a vaga era dela.

A moça agradeceu muito e foi obrigada a confessar que aquele era o seu primeiro emprego, que não tinha experiência nenhuma. E, ante a decisão dele, murmurou aveludadamente que só batia a máquina de escrever com dois dedos. Mesmo assim ficou no emprego.

Quando terminou de contar, perguntamos o que dissera, quando a boa confessou que só batia a máquina com dois dedos.

— Eu perguntei pra ela assim: Pra que tanto dedo, minha filha? E fomos tomar um lanche.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Emagrecimento: 5 mitos

Muitas coisas ditas sobre dietas não passam de mito. Fuja de cinco deles, listados pela nutricionista Cynthia Sass, no site Health:

Alimentos diet resolvem o problema

Segundo a profissional, ingerir alimentos naturais e integrais é muito melhor do que os processados com ingredientes artificiais, que normalmente causam estufamento, mas deixam a pessoa ainda insatisfeita.

Para aqueles relutantes em deixar de lado itens diet por medo de ganho de peso, a nutricionista garante que seus clientes comem mais calorias e perdem peso trocando os processados pelos frescos. Isso se deve a vários fatores, como a forma com que aroma, textura e antioxidantes afetam a saciedade e como alimentos integrais impactam o metabolismo quando comparados com os processados. A noção de que perda de peso é simplesmente cortar calorias está desatualizada. Qualidade é o segredo.

Alimentos saudáveis não têm gosto bom

Alimentos saudáveis podem, sim, dar água na boca e serem saborosos. O truque está no preparo. Por exemplo, vegetais assados são mais gostosos e cozinhar arroz integral com água de infusão de erva transforma o seu sabor.  Aposte em temperos naturais, como ervas, especiarias, suco de frutas cítricas, raspas de frutas, pimenta, chá. Cada um deles acrescenta antioxidantes à refeição, além de sabor (sem adição de sal ou açúcar).

Nutricionistas são policiais de alimentos

“Já vi pessoas que conheço no supermercado que, ao me ver, sutilmente mudaram itens do carrinho ou imploraram ‘por favor, não me julgue’”, contou Cynthia. Os nutricionistas não são policiais de alimentos, mas treinadores. O trabalho deles é capacitar as pessoas a fazer escolhas mais saudáveis e oferecer dicas e ferramentas que tornam isso fácil. A ideia não é repreender ou envergonhar o paciente.

Perder peso é uma questão de força de vontade

Emagrecer não é uma questão apenas de querer. Muitas vezes, as vontades ficam pelo caminho, devido a emoções, limitações de tempo, pressões sociais, hábitos arraigados desde a infância. Aprender a passar por esses obstáculos, em vez de apenas focar no que comer, é o que muitas vezes estabelece as bases para uma mudança real e duradoura. Em outras palavras, perder peso e mantê-lo exige desenvolver habilidades.

Perder peso mudará a vida magicamente

Perder peso de maneira saudável pode transformar o seu bem-estar, humor e confiança. Mas se você não estiver satisfeito com os principais aspectos de sua vida, como relacionamentos e trabalho, atingir sua meta de peso não vai milagrosamente resolver essas questões.

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Fonte: Ponto a Ponto Ideias / Terra