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quinta-feira, 8 de março de 2012

Romário, o homem-gol

Dono de um toque de bola genial e de uma língua tão afiada como navalha, Romário foi um goleador raro. Afinal, se tornou artilheiro por todo lugar que passou. A começar do Vasco da Gama, onde conquistou os campeonatos e a artilharia de 1987 e 1988, com vinte e dezesseis gols respectivamente. Depois, continuou a marcar goIs e encabeçar a lista de goleadores no PSV Eindhoven, da Holanda, e no Barcelona, da Espanha. Pela Seleção Brasileira, conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de 1988, quando se tornou artilheiro da competição. Na Copa de 1994, tornou-se a maior estrela da Seleção e do Mundial.

Como Maradona em 1986 e Garrincha em 1962, ganhou uma Copa do Mundo praticamente sozinho. Foi a dos Estados Unidos, em 1994, o tetra do Brasil, quando deixou sua marca de artilheiro em cinco das sete partidas. Isso já diz um bocado a respeito de Romário. Mas é pouco. Com seu 1,69m, marrento e fantástico goleador, o Baixinho é uma lenda do futebol mundial.

Romário de Souza Farias nasceu em Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, em 29/01/1966. Apareceu no Vasco em 1985, aos 19 anos, para compor dupla de ataque com Roberto Dinamite. No mesmo ano, estreava na seleção brasileira júnior aprontando das suas, para variar.

Era presença certa no Mundial da categoria na União Soviética. Mas seu nome sumiu da lista meses antes, depois do Campeonato Sul-Americano. Tudo porque sua maior diversão na concentração era ficar na sacada do hotel urinando na cabeça de quem passava lá embaixo. Corte na certa.

Polêmico fora de campo (cobrou dívidas em público e já bateu boca com Zico e Pelé), dentro dele Romário e suas pernas curtas protagonizaram alguns dos momentos mais belos e inesquecíveis da história do futebol.

Seu habitat natural é a grande área. Dos zagueiros do tipo guarda-roupa, ele se livra com um simples gingado, um imprevisível drible de corpo; e dos goleiros bem colocados, com um totó de bico de chuteira.

Em 1999, a revista Trip lhe perguntou sobre Maradona. A resposta veio seca: "Eu fiz mais gols do que ele, ganhei mais do que ele. No futebol moderno dos últimos 15 anos, Maradona só perde para mim".

Assumido admirador das noitadas e incorrigível gazeteiro de treinos, Romário sempre teve problemas com técnicos. Um deles foi Carlos Alberto Parreira, que comandou a seleção brasileira na Copa de 1994. Durante as eliminatórias, o treinador já havia dado a entender que o craque-problema era carta fora do seu baralho. Mas com o titular Müller contundido, não havia parceiro para Bebeto no ataque.

Contra o Uruguai, no Maracanã, a classificação do Brasil estava em jogo. Parreira ponderou e achou melhor recorrer ao Baixinho, que estava barbarizando na Espanha pelo Barcelona. Resultado: Brasil 2 x 0, dois gols de Romário. Depois do show particular, ele ainda prometeu: conquistaria o tetra para o Brasil.

A Copa dos Estados Unidos viria a ser o seu segundo Mundial. Em 1990, na Itália, viu contundido do banco de reservas o fiasco do selecionado de Sebastião Lazaroni. Também por contusão foi cortado do terceiro, na França, às vésperas da estreia. Por mais que prometesse se recuperar a tempo, Romário não teve chance. Voltou para o Rio de Janeiro e trabalhou como comentarista de uma rede de televisão durante o torneio.

A pergunta jamais vai calar: "E se ele estivesse naquela decisão contra os franceses? O Brasil teria voltado para casa sem o penta?" Amado por muitos, odiado por poucos, Romário é unanimidade entre quem realmente entende de bola.

Em 2000, teve um dos melhores anos de sua carreira ao marcar 67 gols somente com a camisa do Vasco, que lhe permitiram quebrar um recorde histórico de Roberto Dinamite, até então o maior goleador do clube em uma temporada (62 gols em 1981).

Com a crise técnica pela qual passava a seleção, o Baixinho voltou a ser convocado para os jogos da equipe nas eliminatórias da Copa. Logo em seu primeiro jogo, contra a Bolívia, no Maracanã, em setembro de 2000, marcou três gols na vitória por 5 a 0. Porém ficou sabendo nesta mesma semana que o técnico Vanderlei Luxemburgo havia vetado a sua participação nas Olimpíadas de Sydney.

Romário continuou com prestígio na seleção mesmo após a demissão de Luxemburgo e a chegada de Émerson Leão ao time. Porém, a situação começou a mudar quando Luiz Felipe Scolari foi escolhido para assumir a equipe.

Inicialmente, Felipão cogitou manter o "Baixinho" na equipe. Mas mudou de ideia quando Romário pediu dispensa da Copa América da Colômbia, em 2001. O atacante alegou que precisava submeter-se a uma intervenção cirúrgica em seus olhos, mas seguiu com o Vasco para uma série de amistosos no México.

Preterido por Felipão, ele caiu de rendimento e acabou por rescindir seu contrato com o Vasco. Sondado por clubes como Palmeiras, Santos, Corinthians e Flamengo, acabou optando por defender o Fluminense no Brasileiro de 2002, ano do centenário da equipe carioca. Em 2003, jogou no Al-Sadd - ficou pouco tempo - e retornou às Laranjeiras.

E, de volta ao clube carioca, Romário reservou mais uma encrenca. Com apenas cinco gols marcados durante o Brasileirão e enfrentando nova série de contusões, o jogador direcionou sua fúria ao técnico interino Alexandre Gama depois de ser barrado do time. Desta vez, porém, perdeu a briga e deixou o clube, para ao final de 2004, revelar que estava sem vontade, anunciando o fim de sua carreira.

Em 2005, beirando os 40 anos, Romário conseguiu uma das maiores façanhas de sua carreira, ao marcar 22 gols e se tornar o artilheiro do Campeonato Brasileiro. Isso, com a camisa do Vasco da Gama.

Já "quarentão", Romário partiu para aventura nos Estados Unidos em 2006, defendendo o Miami FC em uma liga secundária do país. Lá, fez sucesso e foi artilheiro do campeonato.

Depois disso, transferiu-se para o mineiro Tupi, onde não conseguiu atuar sequer em uma partida por problemas burocráticos. Então, transferiu-se para o Adelaide United, da Austrália para alcançar a sonha marca dos mil gols. Mas só balançou a rede uma vez na Oceania.

Até que voltou ao Rio de Janeiro, para vestir novamente a camisa do clube que o revelou, novamente sob a batuta de Eurico Miranda. Com moral em São Januário, ele chegou à marca comemorativa (segundo suas contas) e até virou treinador. Mas uma desavença com o presidente do clube e o crescente descontentamento com a diretoria forçaram sua saída.

Em evento comemorativo no Rio de Janeiro, Romário anunciou definitivamente sua aposentadoria dos gramados no dia 14 de abril. Após quase um ano de férias, porém, o ex-jogador voltou ao futebol, mas não dentro de campo. A pedido do presidente do América, Ulisses Salgado, Romário assumiu como homem forte do futebol rubro, no dia 17 de março de 2009.

Ainda fora das quatro linhas, Romário continuou sendo assunto. Porém, desta vez, não no América, mas na Justiça. O ex-jogador foi preso (passou cerca de 18 horas na cadeia) por não pagar a pensão alimentícia dos filhos Moniquinha e Romarinho, em ação movida pela ex-mulher Mônica Santoro.

Em 2009, anunciou sua entrada na política, filiando-se ao PSB, sendo eleito em sexto lugar deputado federal pelo Rio de Janeiro em 2010.

Clubes

Vasco (RJ): 1985-1988; PSV Eindhoven (HOL): 1988-1993; Barcelona (ESP): 1993-1995; Flamengo (RJ): 1995-1996; Valencia (ESP): 1996; Flamengo (RJ): 1996-1997; Valencia (ESP): 1997; Flamengo (RJ): 1997-1999; Vasco (RJ): 1999-2002; Fluminense (RJ): 2002-2003; Al-Saad (CAT): 2003; Fluminense (RJ): 2003-2004; Vasco (RJ): 2005-2006; Miami FC (EUA): 2006; Adelaide United (AUS): 2006; Vasco (RJ): 2007; América (RJ): 2009.

Fontes: Revista Placar; UOL Esporte; Wikipédia.
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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vavá, peito de aço

Ele jamais foi artilheiro isolado de qualquer campeonato, mas deixou seu nome inscrito no panteão dos mais va1orosos artilheiros que o Brasil já conheceu: Vavá. Jogador raçudo e oportunista, não tinha medo de enfiar o pé em divididas, atitude que lhe valeu muitas contusões e inúmeros gols. Daí o apelido de Peito-de-Aço. Foi o centroavante bicampeão do Mundo nas Copas de 1958 e de 1962, marcando gols decisivos nas duas finais. Na Copa da Suécia, entrou machucado para jogar contra a poderosa União Soviética, o que não o impediu de assinalar os dois gols da vitória brasileira. Vestiu 25 vezes a camisa da Seleção, marcando em 15 oportunidades.

Edvaldo Izídio Neto, conhecido por Vavá e depois apelidado de "peito de aço", nasceu em Lagoa dos Gatos, PE, em 12/11/1934. Iniciou sua carreira futebolística jogando nas categorias inferiores do Sport Recife, como meia-armador, sendo campeão junior em 1949. Ao passar para o quadro principal, em 1950, passou a atuar como centroavante e seu faro de gol e suas arrancadas estilo Ademir, logo chegaram aos ouvidos dos dirigentes do Vasco da Gama que se apressaram em contratá-lo.  Inicialmente, no clube cruz-maltino, jogou nos juvenis, sendo imediatamente convocado para a Seleção Brasileira de Amadores que participou das Olimpíadas de Helsinque.

No Vasco da Gama, nos anos 1950.
Sua estréia na seleção brasileira principal foi no dia 13 de novembro de 1955 no estádio Mário Filho, o Maracanã. Noventa e cinco mil pessoas viram o Brasil fazer 3 a 0 no Paraguai, em partida válida pela Taça Oswaldo Cruz. Pelas atuações nas Copas de 58 e 62 recebeu o apelido de "Leão da Copa". Marcou 5 gols na Copa de 58 e 4 na de 62, sendo um dos co-artilheiros da competicão. É o único jogador na história das Copas a marcar gols em duas finais: 58 contra a Suécia (2 gols) e 62 contra a Tchecoslováquia (1 gol). Vestiu a "canarinha" 25 vezes, marcando 15 gols.

Além de jogar na seleção brasileira, no Vasco e no Sport, Vavá passou também pelo Atlético de Madrid (1958 a 1961) da Espanha, Palmeiras (1961 a 1964), América do México (1964 a 1967) e San Diego dos EUA (1967 a 1969).

Em 1981, dirigiu a seleção canarinho no Mundial de Juniores. Continuando sua carreira pelo escrete canarinho após o fim da carreira, foi auxiliar técnico de Telê Santana no time que disputou a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

O grande Vavá morreu aos 67 anos no dia 19 de janeiro de 2002, no Rio de Janeiro, por problemas cardíacos.

Vavá marcando contra a França, na Copa da Suécia, em 1958

Clubes em que jogou

América Futebol Clube do Recife (1948), Íbis Sport Club (1948), Sport Club do Recife (1949-1950), Vasco da Gama-RJ (1951 a 1958), Atlético de Madrid (Espanha) (1958 a 1961), Palmeiras-SP (1961 a 1964), América (México) (1964 a 1965, e 1966 a 1967), Elche (Espanha) (1965 a 1966), Toros Naza (México) (1967 a 1968), San Diego Toros (EUA) (1968 a 1969) e Portuguesa-RJ - (1969 - onde encerrou sua carreira).

História na Seleção Brasileira

Pela Seleção Brasileira: 23 partidas, 19 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 14 gols; Contra Seleções Nacionais: 20 partidas, 16 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 14 gols; Contra Clubes ou Seleções Estaduais: 3 partidas, 3 vitórias; Seleção Olímpica: 3 partidas, 2 vitórias, 1 derrota, 1 gol; Jogou na Copa do Mundo de 1958 e 1962

Títulos

Copa do Mundo (1958 e 1962) - Seleção Brasileira; Campeonato Carioca (1952, 1956 e 1958) - Vasco da Gama; Torneio de Paris (1957) - Vasco da Gama; Torneio Rio-São Paulo (1958) - Vasco da Gama; Taça Oswaldo Cruz (1958 e 1962) - Seleção Brasileira;   Campeonato Paulista (1963) - Palmeiras.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia; Super Vasco.
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Buglê

José Roberto Bougleaux, mais conhecido como Buglê, nasceu em São Gotardo, MG, em 25/07/1944, e seu primeiro clube foi o Real Madri da cidade natal. Já atuando na meia-direita do Clube Atlético Mineiro, destacou-se ao marcar o primeiro gol da história do Mineirão. Nessa partida vestia a camisa da Seleção Mineira em um amistoso contra o River Plate, da Argentina, em 5 de setembro de 1965. Marcou o tento histórico aos dois minutos do segundo tempo e o jogo terminou com o placar de 1 a 0.

Emprestado ao Santos, onde ficou até meados de 1968, posteriormente foi vendido ao Vasco da Gama. Entretanto, sua família não se adaptou ao Rio de Janeiro, e ele pediu à diretoria do Vasco que o liberasse para voltar ao Santos, que estaria disposto a pagar 200 mil cruzeiros mais um jogador pelo seu passe.

Atualmente mora em Brasília-DF, onde é funcionário do Ministério Público Federal, e continua batendo sua bolinha no clube do Minas Brasília, ao lado de grandes amigos como o gremista Larry Albérti.

Sobre o ex-meia, Eugênio Moreira escreveu para o jornal "Estado de Minas" o seguinte texto:

"Primeiro gol da história do Mineirão é orgulho do ex-volante do Galo; Santos, de Pelé; Vasco e América. Hoje, ele vive em Brasília e é dono de pousada em Cabo Frio. A história dos 40 anos do Estádio Governador Magalhães Pinto, que serão comemorados no próximo mês, começou com o armador Buglê, autor do primeiro gol do Mineirão, na vitória da Seleção Mineira sobre o River Plate por 1 a 0, em 5 de setembro de 1965."

“Não sabia que aquele momento perduraria tanto. Na época, o gol foi importante pela vitória, mas não tive a noção do quanto valeria, mesmo sabendo que era o primeiro do estádio”, recorda o ex-atleticano. “A placa pelo gol somente foi posta no estádio uns três anos depois.”

O lance foi aos 2min do segundo tempo. “Roubei a bola na nossa intermediária, tabelei com o Dirceu Lopes, mas recebi um pouco à frente. O goleiro Gatti saiu do gol e o zagueiro Ramos Delgado estava na jogada, mas eles se desentenderam. A bola sobrou para mim e, de fora da área, chutei para o gol vazio”, lembra. A Seleção Mineira, treinada por Mário Celso de Abreu, o Marão, foi convocada somente para aquele amistoso e treinou durante uma semana.

A escalação: Fábio; Canindé, Bueno, Grapete e Décio Teixeira; Buglê, Dirceu Lopes e Tostão; Wilson Almeida (Geraldo, depois Noventa), Silvestre (Jair Bala) e Tião. O River jogou com: Gatti; Sainz, Ramos Delgado, Crispo e Cap (Civica); Matosas, Sarnari e Delém; Cubilla (Lallana), Artime (Solari) e Más. O público foi de 73.201 pagantes.

Buglê considera o primeiro gol no Mineirão a principal lembrança de sua carreira, melhor até que os títulos que conquistou. “Para mim, vale mais que qualquer Copa do Mundo e vou guardá-la até o fim da vida. Tenho uma saudade muito grande daquela época, que era a minha juventude”, diz o ex-jogador, que, aos 60 anos, mora em Brasília, onde trabalha com transporte escolar, e tem uma pousada em Cabo Frio (RJ).

Andrada, Alcir, Clóvis, Moacir, Eberval e Fidélis; agachados: Jaílson, Buglê, Valfrido, Silva e G. Nunes

Mineiro de São Gotardo, José Alberto Bougleux – ele mesmo optou por aportuguesar o sobrenome, para facilitar – jogava futebol de salão no Cruzeiro, quando foi convidado a treinar no juvenil do Atlético, em 1963. Inicialmente, não aceitou, porque não se havia saído bem num teste no Barro Preto. Mas, logo no primeiro treino pelo Galo, passou do time reserva para o titular. Ficou no clube até 1966. No ano seguinte, foi emprestado ao Santos, de Pelé. E, em 1968, vendido ao Vasco. Ele ficou em São Januário até 1974. Depois de comprar o próprio passe, aos 29 anos, não conseguiu clube e ficou algum tempo parado. Em 1975, defendeu o América por quatro meses, antes de encerrar a carreira.

Foi campeão mineiro em 1963, bicampeão paulista em 1967 e carioca em 1970.

Fontes: Por Onde Anda?; Wikipedia.
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Andrada, o milongueiro

"Ele sempre será lembrado pelos amantes do futebol por ter tomado o milésimo gol de Pelé; mas ele também sempre será o goleiro mais amado pelos vascaínos (que me desculpem os admiradores de Barbosa, da década de 1940). Várias vezes o argentino e "milongueiro" Andrada salvaguardou vitórias e empates, com defesas inacreditáveis que evidenciavam a sua elasticidade, colocação e reflexos. O grito do locutor da rádio Globo do Rio, ou da Tupi, era minha alegria: defendooouuuu, Andraaadaaa!

Eu praticamente sofria com esse Vasco bombardeado pelo Fluminense e Flamengo, no começo da década de 70. Vivia com o coração na mão. Também meu herói era perfeito na reposição de bola. Teve participação destacada nas conquistas dos campeonatos carioca de 1970 e brasileiro de 1974. Era uma tradição da torcida gritar o seu nome antes das partidas, durante o aquecimento dos jogadores no gramado.

Andrada, ou Edgard Norberto Andrada, nasceu na cidade de Rosário, Argentina, em 2/1/1939. Começou sua carreira no Rosario Central, clube que defendeu de 1960 a 1969. Teve seu passe comprado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama em 1969. Justamente nesse ano, no dia 19 de novembro, foi que Pelé marcou seu milésimo gol ao bater pênalti contra ele. Talvez, a partir daí, ele resolveu "operar" milagres na meta vascaína. E praticamente foi de um valor extraodinário: eu considero Andrada o milagre de um Vasco conseguir manter uma vitória, ou mesmo um empate.

Depois do Vasco, Andrada ainda foi goleiro do Vitória da Bahia, em 1976. Depois voltou ao futebol argentino para defender o Cólon, de 1977 a 1982.

O milésimo gol de Pelé

No dia 19 de novembro (quarta-feira) de 1969 (ano em que chegou ao Vasco da Gama), Andrada teve à sua frente Pelé que perseguia a marca de 1000 gols na carreira. O estádio do Maracanã recebeu 65.157 pessoas que queriam ver o jogador alcançar a marca histórica, mas Andrada não queria entrar para história como o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé. Ou como o "Goleiro do Rei" como foi chamado pela mídia, mas, provavelmente, não muito propalado pela maneira não muito agradável como Andrada encarou na época essa situação.

O argentino esforçou-se para não sofrer o gol, mas ao 33 minutos do segundo tempo houve um pênalti a favor do Santos e era a grande oportunidade de Pelé marcar. Todos no estádio gritavam o nome de Pelé. Andrada saltou para o lado certo e tocou na bola, mas não foi suficiente para evitar que Pelé marcasse o milésimo gol.

Ele disse assim: "Pelé cobrou. Eu bati na bola, mas não consegui defender. Depois, com o tempo, as coisas foram mudando. Eu me acostumei com o fato e hoje convivo de uma forma muito gostosa com aquele milésimo gol.".

Fontes: Sites do Vasco da Gama; Wikipedia; Que Fim Levou...
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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Jair da Rosa Pinto, o Jajá-da-Barra-Mansa

As pernas muitos finas e o corpo muito magro de Jair escondiam uma canhota poderosíssima e um craque incansável que por 26 anos encantou a torcida brasileira. Mas não se limitava aos chutes terríveis. Era um armador espetacular, organizador de jogadas e exato nos passes que fizeram a festa de muitos artilheiros (caso do garoto Pelé, que Jair encontrou no Santos). Jogava mais com a cabeça do que com o coração, fato que muitas vezes era confundido com falta de fibra.

Jair Rosa Pinto nasceu em Quatis, RJ, em 21/3/1921, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28/7/2005 e foi um dos principais futebolistas das décadas de 1940 e 1950, ídolo da história do Palmeiras, Santos e Vasco.

Conhecido como Jajá-da-Barra-Mansa (visto que Quatis, hoje município emancipado, na época era distrito de Barra Mansa), começou jogando no Vasco da Gama, como amador nas categorias de base. Contudo, acabou saindo do clube por haver atletas demais, segundo o próprio jogador.

Começou a carreira profissional no Madureira, atuando como meia-esquerda, em 1938, quando formou um trio com os jogadores Lelé e Isaías, conhecido como Os Três Patetas. O trio fez tanto sucesso que acabou sendo contratado pelo Vasco da Gama em 1943, onde participou do Expresso da Vitória, considerado um dos maiores elencos da história do clube. Pelo Vasco fez 71 jogos, com 44 vitórias, 18 empates e nove derrotas, marcando 27 gols (média de 0,39 gol por jogo).

Ademir, Lelé, Isaias, Jair e Chico,  ataque demolidor do Expresso da Vitória de 1945

Em 1946 saiu do Vasco e foi para o Flamengo, segundo ele, por receber menos que outros jogadores no elenco.

Do Flamengo se transferiu para o Palmeiras em 1949, após a acusação de ter sido subornado no jogo em que o clube perdeu de 5x2 para o Vasco e ter tido sua camisa queimada pela torcida. Segundo Jajá, tudo não passou de um mal entendido espalhado pelo rubro-negro Ary Barroso, devido a um almoço entre ele e Major Póvoas, dirigente vascaíno da época.

No clube do Parque Antártica Jair ganhou o Paulista de 1950, o Torneio Rio-São Paulo de 1951 e a Copa Rio (Mundial Interclubes) de 1951.

Jair  pedindo raça, no "Jogo da Lama".
A passagem marcante no Palmeiras foi na final do Paulistão de 1950, quando o Alviverde enfrentou o São Paulo na final e precisava de um empate para ser campeão. No 1o tempo, o Tricolor abriu o placar. No intervalo, Jair gritou com o time pedindo raça e incentivando os palestrinos, ocorreu o empate debaixo de uma chuva torrencial no Pacaembu e com muita lama. Ao fim do jogo, os palestrinos saíram campeões, impedindo o tricampeonato do São Paulo. E a torcida, às lágrimas, comemorou carregando Jair,num dia de festa na cidade de São Paulo. O fato ficou conhecido como o "Jogo da Lama" e está registrado como um dia em que o Palmeiras venceu o campeonato com muita garra, enfrentando o poderoso São Paulo.

Em 1956 foi para o Santos, onde venceu três campeonatos paulistas (1956, 1958 e 1960). Ainda em 1957 voltar a vestir a camisa do Vasco num combinado Vasco-Santos numa série de três amistosos no Maracanã. Jair jogou no Santos F.C. já quando veterano (tinha quase 40 anos), mas é lembrado até hoje como membro da melhor linha do Santos (que não tinha Mengálvio e Coutinho). O melhor ataque do Santos foi a que o Palmeiras enfrentou no famoso 7X6 do Torneio Rio-São Paulo de 1958, formada por Dorval, Jair, Pagão, Pelé e Pepe. Esse ataque bateu o recorde de gols do paulistão em 58, com 143 gols, e o aumentou em 59 para 151 gols.

Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe. Um ataque arrasador em 1957.

Jair atuou em 41 partidas pela Seleção Brasileira (39 oficiais), com 25 vitórias, cinco empates, onze derrotas, marcando 24 gols (22 oficiais). Foi o artilheiro da Copa América de 1949, com 9 gols, recorde até hoje não batido. Foi vice-campeão na Copa do Mundo de 1950, jogada no Brasil, onde marcou um gol em cinco jogos disputados. Sobre a derrota para o time do Uruguai, na final travada no estádio do Maracanã, Jair declararia: "Isso eu vou levar para a cova, mas, lá em cima, perguntarei para Deus por que perdemos o título mais ganho de todas as copas, desde 1930".

Ainda jogou com brilho no São Paulo e depois na Ponte Preta onde encerrou a carreira em 1963, aos 42 anos. Foi ainda técnico de oito clubes, mas sem conseguir alcançar o sucesso que teve como jogador.

Depois de aposentado, estabeleceu-se no bairro da Tijuca, onde era um popular freqüentador dos cafés da Praça Sáenz Peña. Jair morreu aos 84 anos, de embolia pulmonar após uma cirurgia e teve seu corpo cremado.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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domingo, 16 de outubro de 2011

O vascaíno Pelé

Pelé nunca escondeu sua simpatia pelo Vasco, tendo sido um torcedor vascaíno durante a sua infância em Bauru. Quis o destino que ele vestisse a camisa do Vasco no início da sua carreira, em junho de 1957, em três partidas no Maracanã, e melhor ainda, que ele marcasse um gol no Flamengo.

Naquela ocasião, a equipe principal do Vasco excursionava na Europa e Vasco e Santos formaram um combinado para participar da Taça Morumbi, um torneio amistoso internacional com partidas no Rio e em São Paulo. O Vasco cedeu ao combinado Paulinho e Bellini, convocados para a seleção brasileira para a disputa da Copa Roca contra a Argentina, e mais Wagner, Iedo, Artoff e Valdemar, reservas que não participavam da excursão.

Entre os jogadores cedidos pelo Santos, um adolescente de 16 anos, ainda reserva, despontando para o futebol, cujo nome ninguém sabia ao certo se era Pelê ou Pelé.

O torneio nunca chegou ao fim, pois não despertou muito interesse junto ao público e os seus organizadores resolveram suspendê-lo devido aos prejuízos financeiros. O Combinado Vasco-Santos atuou quatro vezes, as três primeiras no Rio com o uniforme do Vasco e a última em São Paulo com o uniforme do Santos. Pelé marcou gols em todas as partidas, inclusive um sobre o Flamengo. Estas são as súmulas das partidas:

Combinado Vasco-Santos 6 x 1 Belenenses (Portugal)
Data: 19/6/1957
Local: Maracanã
Juiz: Amílcar Ferreira
Gols: Pelé(3), Álvaro(2), Pepe (Vasco-Santos) e Matateu (Belenenses)
Vasco-Santos: Wagner, Paulinho, Bellini, Ivan; Urubatão, Brauner; Iedo (Artoff), Pelé, Álvaro, Jair (Valdemar), Pepe; Belenenses: Pereira, Polido (Moreira), Pires, Carlos Silva; Pires, Vicente (Pelefero); Dimas, Faia, Ricardo Peres, Matateu, Tito.

Combinado Vasco-Santos 1 x 1 Dínamo Zagreb (Iugoslávia)
Data: 22/6/1957
Local: Maracanã
Juiz: Frederico Lopes
Gols: Pelé (Vasco-Santos) e Panko (Dínamo Zagreb)
Vasco-Santos: Wagner, Paulinho, Bellini, Ivan; Urubatão, Brauner; Iedo (Artoff), Pelé, Álvaro, Jair (Valdemar), Pepe; Dínamo Zagreb: Irovic, Sikio, Crocovic, Croncovic; Koskat, Horvat; Panko(Gaspert), Cercovic, Kong, Angic, Lipozonovic.

Combinado Vasco-Santos 1 x 1 Flamengo
Data: 26/6/1957
Local: Maracanã
Juiz: Anver Bilate
Gols: Pelé (Vasco-Santos) e Dida (Flamengo)
Vasco-Santos: Manga, Paulinho, Bellini, Ivan; Urubatão, Brauner; Iedo (Pagão), Pelé, Del Vecchio (Pepe), Jair, Tite; Flamengo: Ari, Joubert, Pavão, Jordan; Jadir (Dequinha), Mílton Copolilo; Luiz Carlos, Moacir, Henrique (Duca), Dida, Zagallo (Babá).

Combinado Vasco-Santos 1 x 1 São Paulo
Data: 29/6/1957
Local: Morumbi
Juiz: Walter Galera
Gols: Pelé (Vasco-Santos) e Nei (São Paulo)
Vasco-Santos: Manga, Paulinho, Bellini, Ivan; Urubatão, Brauner; Iedo, Pelé, Del Vecchio, Valdemar (Darci), Pepe; São Paulo: Paulo, De Sordi (Clélio), Mauro, Riberto; Bauer, Vítor (Ademar); Maurinho, Nei, Gino (Baltazar), Maneca, Sílvio.

Deve ter sido tocante para a reduzida galera vascaína que compareceu às partidas rever um grande ex-ídolo, Jair Rosa Pinto, aos 36 anos, envergando o manto cruzmaltino depois de 11 anos longe de São Januário.

As atuações de Pelé pelo Combinado Vasco-Santos e os comentários nos jornais sobre o nascimento de um "futuro craque de seleção" foram fundamentais para que o então técnico da seleção brasileira, Sílvio Pirillo, decidisse convocá-lo para uma partida do Brasil contra a Argentina pela Copa Roca, no Maracanã, dia 7 de julho de 1957. Foi a estréia do futuro Rei na seleção, aos 16 anos de idade. Ele entrou no segundo tempo no lugar de Del Vecchio e marcou o seu primeiro tento com a camisa canarinho. Mesmo perdendo por 2x1, o time brasileiro foi elogiado e a presença de Pelé foi aclamada.

Fonte(s): http://www.netvasco.com.br
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No boteco do José

No boteco do José  (marcha / carnaval, 1946) - Wilson Batista e Augusto Garcez

Vamos lá
Que hoje é de graça
No boteco do José
Entra homem, entra menino
Entra velho, entra mulher
É só dizer que é vascaíno
Que ali tudo lelé


Solta foguete até de madrugada
Canta-se o fado bebendo a champanhada


Linda Batista
Segunda-feira só abre por insistência
Quando o Vasco é campeão
Seu José vai à falência!


Vamos lá
Que hoje é de graça
No boteco do José
Entra homem, entra menino
Entra velho, entra mulher
É só dizer que é vascaíno
Que ali tudo lelé


Fonte: MPB Cifrantiga
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Ademir de Menezes

Combinava o brilho do craque e o faro dos artilheiros. Centroavante inteligente, observava e explorava as deficiências dos zagueiros adversários como poucos, para concluir com chutes fortes e precisos dados com os dois pés. Ademir também ficou famoso por suas arrancadas fulminantes que costumavam resultar em gols.

Conquistou cinco vezes o Campeontato Carioca jogando pelo Vasco (1945/49/50/52) e pelo Fluminense (1946), tornando-se artilheiro estadual em 1949 com trinta gols e em 1950 com 23. Representava um perigo tão grande para os adversários que muitos técnicos passaram a reforçar a defesa com mais um jogador, o quarto zagueiro do 4-2-4. Na Seleção, marcou 35 gols em 41 partidas e tornou-se artilheiro máximo da Copa de 1950 com nove tentos.

Ademir de Menezes (Ademir Marques de Menezes), futebolista, nasceu em Recife, PE, em 08/11/1922, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11/05/1996. Apelidado de "Queixada" devido ao queixo proeminente, foi um cultuado artilheiro revelado pelo Sport Club do Recife, para muitos o maior jogador a ostentar no peito o leão rampante e a Cruz de Malta, símbolos do rubro-negro pernambucano e do Vasco da Gama.

Pela seleção brasileira, foi campeão sul-americano em 1949 e artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com nove gols. É também, junto com outros atletas, o terceiro maior artilheiro da Copa América, com treze gols marcados.

Ademir iniciou sua carreira em 1938 no Infantil do Sport Club do Recife. Após brilhar no time infantil do Sport, conquistando os títulos pernambucanos da categoria em 1938 e 1939, o craque foi promovido à equipe principal rubro-negra. Estreou no futebol profissional em 1939, aos 16 anos de idade, em um Sport x Tramways pelo Campeonato Pernambucano. Naquele ano, o ainda muito jovem Ademir jogaria apenas mais um jogo, um amistoso em Salvador, do qual participou como suplente.

Em 1940, Ademir aos poucos começou a ganhar espaço na equipe principal. Disputou vários amistosos como titular do time. Porém, no Pernambucano, apesar de ter participado de diversas partidas, na grande maioria delas entrou como suplente.

O ano de 1941 foi aquele em que a estrela de Ademir brilhou mais forte em sua passagem pelo Sport. Embora tivesse apenas 18 anos durante a maior parte da temporada, conquistou a titularidade absoluta e o status de craque da equipe. Levantou a taça do Pernambucano daquele ano de maneira invicta, como artilheiro da competição com 14 gols. Foi neste campeonato que Ademir fez seu único hat trick com a camisa rubro-negra. A vítima foi o Náutico, numa goleada por 8x1, em pleno Estádio dos Aflitos.

No final da temporada, o Sport partiu para sua primeira excursão ao Sul e Sudeste do país, sob o comando do argentino Ricardo Diez. Esta excursão ficou marcada na história pelos excepcionais resultados obtidos pelo rubro-negro pernambucano, em um tempo no qual o restante do Brasil considerava quase inexistente o futebol nordestino. Foram 18 jogos: 11 vitórias, 2 empates e 5 derrotas. Daquele time brilhante, Ademir era o gênio.

Após uma exibição de gala contra o Vasco, dirigentes do clube carioca iniciaram negociação para contratá-lo. Na volta da excursão ao Recife, já em 1942, Ademir jogou dois jogos de despedida pelo Sport e partiu para o Rio de Janeiro, onde integrou um dos maiores times da história do Vasco, e para muitos do futebol mundial: o "Expresso da Vitória".

A estréia do “Queixada” foi contra o América no campo do Botafogo, em Março de 1942. Estava em disputa o Troféu da Paz e o Vasco o conquistou ao vencer por 2 a 1, gols de Viladônica (2) e Nelsinho para os rubros. A partir de então, os confrontos envolvendo Vasco e América ficaram sendo conhecidos como Clássico da Paz.


Na equipe, Ademir teve como companheiros Barbosa, Augusto, Laerte, Eli, Danilo, Jorge, Alfredo, Ipojucan, Maneca, Friaça, Tesourinha, Dejair e Chico, dentre outros.

Apesar de seu passe ter custado apenas 800 mil-réis, Ademir foi o primeiro profissional a exigir luvas (40 contos), mas o Vasco pagou 45 contos e venceu a disputa com o Fluminense para tirá-lo do Sport Club do Recife. Seu salário era de 500 mil réis.

No ano de 1946, porém, o técnico Gentil Cardoso, contratado pelo Fluminense, em uma célebre frase afirmou: “Dêem-me Ademir e eu lhes darei o campeonato”.

Ao marcar o gol da vitória de 1 a 0 sobre o Botafogo no jogo final, em São Januário, o Tricolor sagrou-se campeão em 1946, naquele que é considerado o mais emocionante Campeonato Carioca da história, pois sendo disputado por pontos corridos terminou com quatro equipes empatadas em primeiro lugar, sendo necessária uma disputa extra entre eles que ficou conhecida como Supercampeonato.

Segundo Ademilson Marques de Menezes, seu irmão, antes de jogar no Vasco Ademir era tricolor: “Nossa família sempre torceu para o Fluminense. O time de botão do Ademir era o do Fluminense. Como ele vinha para o Fluminense e ficou no Vasco, fez amizade com os portugueses e tornou-se vascaíno. Foram doze anos de Vasco”.

Ao voltar ao Vasco, em 1948, Ademir ajudou a equipe a conquistar um de seus mais importantes títulos, o Campeonato Sul-Americano de Campeões, num empate em 0x0 com o River Plate de Di Stéfano.

Porém, devido à trágica derrota na final da Copa do Mundo de 1950, onde o Vasco cedeu 8 jogadores, sendo 6 titulares (Barbosa, Augusto, Danilo, Maneca, Ademir e Chico), o esquadrão cruz-maltino não teve um reconhecimento ainda maior na história. Nesta competição, Ademir foi o artilheiro com nove gols.

Em 1957, Ademir retornou ao Sport Club do Recife, clube que o revelou, para encerrar sua carreira. Despediu-se do futebol vestindo a camisa do clube pelo o qual admitia torcer desde criança. Seu último jogo foi um amistoso entre Sport e Bahia, na Ilha do Retiro, a 10 de março daquele ano.

Ademir explicou o encerramento de sua carreira com uma simples frase: “Abandonei o futebol antes que ele me abandonasse”, segundo ele “quando um jogador encerra sua carreira, ele está contrariando a ele mesmo, por isso é tão difícil parar”.

Após o fim de sua carreira, Ademir Menezes, que tantas alegrias havia dado à imensa torcida vascaína como jogador, agora assumia o cargo de técnico do Vasco no ano de 1967, estreitando ainda mais seus laços com o Clube da Colina do qual Ademir é um dos maiores ídolos da história até hoje. A carreira de Ademir como técnico, porém, não chegou nem perto de ser bem sucedida como sua carreira de jogador. Ademir ficou menos de um ano no comando do Vasco. Após a experiência como técnico, Ademir se tornou comentarista.

Seu estilo de jogo deu origem à posição de “ponta de lança”; sua versatilidade em atuar em qualquer posição do ataque e sua habilidade nas arrancadas a caminho do gol obrigou a adoção de novos sistemas de jogo pelos técnicos para tentar contê-lo.

Não tomava grande distância da bola para chutar, sem mudar o passo, partia para bola surpreendendo muitas vezes o goleiro.

No time que jogava, longos lançamentos eram feitos para aproveitar sua velocidade. No Vasco teve lançadores como Ipojucan e Danilo (“o Príncipe”).

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fausto, a Maravilha Negra

Foi Fausto que viveu uma das mais brilhantes e trágicas histórias do futebol brasileiro. Começou a carreira no Bangu, mas seu futebol logo chamou a atenção do Vasco. Possuía um domínio de bola elegante, fazia passes precisos e exercia um comando incontestável, qualidades que o tornaram um dos maiores meio-campistas de todos os tempos, tanto que, na Copa de 1930, passou a ser chamado de Maravilha Negra. Toda sua carreira, entretanto, foi marcada por constantes problemas de saúde e pela revolta contra o preconceito e a pobreza, mostrada em campo através de seguidas expulsões.

Fausto (Fausto dos Santos), futebolista, nasceu em Codó, Maranhão, em 28/01/1905, e faleceu na cidade de Santos Dumont, Minas Gerais, em 28/03/1939. Media 1,86m e pesava 75 kg e era um centromédio de muita disposição, grande técnica, habilidade, liderava o meio de campo de sua equipe com muita elegância e tinha precisão no toque de bola.

Foi considerado o melhor jogador de sua posição nas décadas de 1920 e 1930 e por isso na copa de 1930, o jogador despertou a cobiça de vários clubes do exterior. No mundial do Uruguai, em 1930 recebeu a alcunha de "Maravilha Negra" pela crônica esportiva uruguaia devido a sua atuação na copa de 1930.

Iniciou sua carreira defendendo o Bangu em 1926 e no início de 1929 chega ao Vasco da Gama, onde foi campeão neste mesmo ano. Durante uma excursão do Vasco à Espanha impressionou tanto pelo futebol apresentado que o Barcelona o contratou imediatamente em 1931.

No clube espanhol sofreu atos discriminatórios pelo fato de ser negro, após um ano na Espanha transferiu-se para atuar pelo Young Fellows, da Suíça, em 1934 chega para defender o Nacional, do Uruguai e em 1935 retornou ao Vasco, já com o profissionalismo já instalado no país

Em 1936 foi contratado pelo Flamengo, permanecendo neste clube até 1938, onde disputou 80 jogos e marcou um gol. 

Não disputou o Mundial de 1934 porque era profissional e o de 1938 por causa de uma gripe – na realidade, uma manifestação da tuberculose que o iria matar. Em busca de riqueza e reconhecimento, só encontrou pobreza e preconceito.

Morreu em 1939, aos 34 anos.

Fontes: Wikipédia; Revista Placar.
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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Expresso da Vitória


No final dos anos 40 e começo dos 50, não havia torcedor mais feliz do que o vascaíno. Não era para menos. O timaço comandado por Ademir de Menezes no ataque e garantido por Barbosa no gol conquistou cinco vezes o campeonato carioca (três deles invicto), impingindo goleadas históricas nos rivais.

O América apanhou de 8 a 2, o Botafogo e o Fluminense levaram de 4 a O e o Flamengo, bem, o Flamengo passou de abril de 1945 a setembro de 1951 sem conseguir uma vitória sequer sobre este Vasco que serviu de base para a Seleção Brasileira vice-campeã mundial em 1950.

Se em casa o Vasco reinava como senhor absoluto, fora dela não era diferente. Em 1948, o Expresso da Vitória conquistou o Torneio dos Campeões Sul-Americanos. Foi o primeiro campeonato internacional ganho por um time brasileiro. E que time! Barbosa; Augusto e Wilson, Eli, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Ademir de Menezes e Chico.

O Expresso da Vitória conseguiu quase tudo, só faltou mesmo o tricampeonato. A glória só foi alcançada nos anos 90 do século XX, verdadeiros herdeiros do esquadrão de Ademir de Menezes, onde conquistou os estaduais de 1992, 1993 e 1994.

A receita era simples: trabalho sério nas divisões inferiores associado à contratação de jogadores renomados.

(Dedicado à Sissi, a maior vascaína do Vale do Itajaí)

Fonte: Revista Placar
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