José Roberto Bougleaux, mais conhecido como Buglê, nasceu em São Gotardo, MG, em 25/07/1944, e seu primeiro clube foi o Real Madri da cidade natal. Já atuando na meia-direita do Clube Atlético Mineiro, destacou-se ao marcar o primeiro gol da história do Mineirão. Nessa partida vestia a camisa da Seleção Mineira em um amistoso contra o River Plate, da Argentina, em 5 de setembro de 1965. Marcou o tento histórico aos dois minutos do segundo tempo e o jogo terminou com o placar de 1 a 0.
Emprestado ao Santos, onde ficou até meados de 1968, posteriormente foi vendido ao Vasco da Gama. Entretanto, sua família não se adaptou ao Rio de Janeiro, e ele pediu à diretoria do Vasco que o liberasse para voltar ao Santos, que estaria disposto a pagar 200 mil cruzeiros mais um jogador pelo seu passe.
Atualmente mora em Brasília-DF, onde é funcionário do Ministério Público Federal, e continua batendo sua bolinha no clube do Minas Brasília, ao lado de grandes amigos como o gremista Larry Albérti.
Sobre o ex-meia, Eugênio Moreira escreveu para o jornal "Estado de Minas" o seguinte texto:
"Primeiro gol da história do Mineirão é orgulho do ex-volante do Galo; Santos, de Pelé; Vasco e América. Hoje, ele vive em Brasília e é dono de pousada em Cabo Frio. A história dos 40 anos do Estádio Governador Magalhães Pinto, que serão comemorados no próximo mês, começou com o armador Buglê, autor do primeiro gol do Mineirão, na vitória da Seleção Mineira sobre o River Plate por 1 a 0, em 5 de setembro de 1965."
“Não sabia que aquele momento perduraria tanto. Na época, o gol foi importante pela vitória, mas não tive a noção do quanto valeria, mesmo sabendo que era o primeiro do estádio”, recorda o ex-atleticano. “A placa pelo gol somente foi posta no estádio uns três anos depois.”
O lance foi aos 2min do segundo tempo. “Roubei a bola na nossa intermediária, tabelei com o Dirceu Lopes, mas recebi um pouco à frente. O goleiro Gatti saiu do gol e o zagueiro Ramos Delgado estava na jogada, mas eles se desentenderam. A bola sobrou para mim e, de fora da área, chutei para o gol vazio”, lembra. A Seleção Mineira, treinada por Mário Celso de Abreu, o Marão, foi convocada somente para aquele amistoso e treinou durante uma semana.
A escalação: Fábio; Canindé, Bueno, Grapete e Décio Teixeira; Buglê, Dirceu Lopes e Tostão; Wilson Almeida (Geraldo, depois Noventa), Silvestre (Jair Bala) e Tião. O River jogou com: Gatti; Sainz, Ramos Delgado, Crispo e Cap (Civica); Matosas, Sarnari e Delém; Cubilla (Lallana), Artime (Solari) e Más. O público foi de 73.201 pagantes.
Buglê considera o primeiro gol no Mineirão a principal lembrança de sua carreira, melhor até que os títulos que conquistou. “Para mim, vale mais que qualquer Copa do Mundo e vou guardá-la até o fim da vida. Tenho uma saudade muito grande daquela época, que era a minha juventude”, diz o ex-jogador, que, aos 60 anos, mora em Brasília, onde trabalha com transporte escolar, e tem uma pousada em Cabo Frio (RJ).
Andrada, Alcir, Clóvis, Moacir, Eberval e Fidélis; agachados: Jaílson, Buglê, Valfrido, Silva e G. Nunes |
Mineiro de São Gotardo, José Alberto Bougleux – ele mesmo optou por aportuguesar o sobrenome, para facilitar – jogava futebol de salão no Cruzeiro, quando foi convidado a treinar no juvenil do Atlético, em 1963. Inicialmente, não aceitou, porque não se havia saído bem num teste no Barro Preto. Mas, logo no primeiro treino pelo Galo, passou do time reserva para o titular. Ficou no clube até 1966. No ano seguinte, foi emprestado ao Santos, de Pelé. E, em 1968, vendido ao Vasco. Ele ficou em São Januário até 1974. Depois de comprar o próprio passe, aos 29 anos, não conseguiu clube e ficou algum tempo parado. Em 1975, defendeu o América por quatro meses, antes de encerrar a carreira.
Foi campeão mineiro em 1963, bicampeão paulista em 1967 e carioca em 1970.
Fontes: Por Onde Anda?; Wikipedia.
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