Em 1925, quando a Cia. Construtora Catarinense, de propriedade do Sr. José Eugênio Muller, deu início à Vila Operária, na parte oeste de Itajaí, foi contratado para construir as casas de alvenaria, o jovem construtor Primo Uller, natural de Brusque.
Filho de Antonio Uller, agricultor e carpinteiro especializado em construção de engenhos, aprendeu com o pai a profissão, construindo engenhos que representavam as pequenas indústrias nas velhas colônias agrícolas. Inteligente e empreendedor, passou a contratar construções residenciais e comerciais. Casou-se em 1908 com Virgínia Fórbice e, em 1915 mudou-se para Itajaí a chamado do Sr. Plácido Conrado Pereira que o contratou para construir uma casa na Rua Brusque onde mais tarde foi residência do Sr. Eurico Adam, hoje demolida para dar lugar ao prédio da Loja Bittencourt.
Na mesma rua onde foram construídas as casas populares, antiga Rua Andrade Muller, hoje José Eugênio Muller, Primo Uller construiu sua própria casa e ali passou a residir com sua família. A casa, um chalé grande de um único pavimento construído sobre porão alto, era considerada na época, um casarão em relação àquelas ali construídas. Na fachada, duas portas grandes dão acesso ao porão; no pavimento nobre da casa, duas janelas de madeira de lei envidraçadas com bandeirolas, abertas para dentro em duas folhas; no lado direito, uma escada de concreto com piso de ladrilhos é a entrada principal da casa.
Por ela se chega a um varandão que vai desde a frente até quase o final da fachada lateral. A porta principal e duas janelas grandes dão para este varandão. Sem proteção contra o sol, porta e janelas recebiam cortinas nos mais variados padrões e modelos que serviam também para decorar os ambientes. Pequenos enfeites em alvenaria contornam as janelas e a parte superior da fachada principal.
Numa parte desta casa, durante muitos anos funcionou o posto telefônico, onde as filhas de Primo Uller trabalhavam como telefonistas. Hoje a casa, com quase setenta anos, ainda conserva sua arquitetura original, com exceção das duas portas do porão na fachada principal, que foram fechadas.
Texto: Professora Marlene Dalva da Silva Rothbart; Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva
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