"Em 1923, em sucessão à frma comercial que construíra, anos antes, o comerciante Francisco de Almeida associou-se a seu cunhado Augusto Voigt e fundou a empresa Almeida & Voigt, uma sociedade mercantil que se dedicou ao mesmo ramo da antecessora, isto é, comissão, consignação, representações, expedições, despachos e conta própria.
Francisco de Almeida e Augusto Voigt foram destacados empresários do ramo comercial de Itajaí, participando inclusive da fundação do ex-Banco Inco, de que foram acionistas. O primeiro também se destacou na vida pública de Itajaí após a revolução de 1930, tendo sido prefeito municipal e deputado estadual.
A firma Almeida & Voigt, em 1924 construiu imponente edifício à rua Pedro Ferreira, antiga rua do Comércio, para sua sede; sólida construção em dois pisos, de alvenaria, em estilo neoclássico. A construção de duas belas fachadas, uma voltada para a já citada rua Pedro Ferreira e outra voltada para o rio Itajaí-Açu; ambas encirnadas por frontões triangulares, à semelhança dos tempos gregos antigos.
Os frontões sao decorados com figuras em alto relevo da Terra, da Lua e do Sol. Meias-colunas dóricas completam a decoração neo-clássica das fachadas do vetusto prédio.
A Casa Almeida & Voigt é um ilustrativo exemplar da arquitetura comercial das primeiras décadas do século XX em Itajaí, quando o Porto da cídade conheceu o melhor tempo de seu desenvolvimento econômico com a navegação de cabotagem e quando inúmeras empresas se firmaram na cidade.
Então, uma burguesia comercial enriquecida com os grandes lucros do comércio portuário passou a investir na construção de melhores sedes para suas empresas. Trata-se, assim, de sígnificatívo testemunho arquitetônico e histórico de uma época importante na história econômica e social do Vale da Itajaí, região sobremaneira destacada na construção da pujança econômica do Estado de Santa Catarina."
Texto: Edison D'Ávila (Itajaiense, museólogo, historiador, professor da UNIVALI e diretor do Museu e Arquivo Histórico de Itajaí/Fundação Genésio Miranda Lins, sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica e membro do Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina); Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva
Algumas páginas sobre edíficios históricos de Itajaí:
Asilo Dom Bosco, Banco Inco, Bangalô, Bar Dinamarca, Bauer e Cia, Café Democrático, Caixa da Sociedade Beneficente dos Estivadores, Capelinha de Cabeçudas, Casa Agostinho Alves Ramos, Casa Alberto Werner, Casa Almeida e Voigt, Casa Amaral, Casa Asseburg, Casa Bonifácio Schmitt, Casa Bruno Malburg, Casa Cesário, Casa da Família João Bauer, Casa das Irmãs da Imaculada Conceição, Casa Jacob Bauer, Casa Konder, Casa Lauro Müller, Casa Popular da Vila Operária, Casa Primo Uller, Casa Rauert, Casarão Burghardt, Casarão da Família Fontes, Casarão Malburg, Casarão Olímpio Miranda, Casarão Peiter, Cia. Fábrica de Papel Itajaí, Colégio São José, Edifício da Fiscalização dos Portos, Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Farmácia Brasil, Ginásio Itajaí, Grupo Escolar Floriano Peixoto, Grupo Escolar Lauro Müller, Grupo Escolar Victor Meirelles, Herbário Barbosa Rodrigues, Hospital Santa Beatriz, Hotel Brazil, Hotel Cabeçudas, Igreja da Imaculada Conceição, Igreja da Vila Operária, Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Luterana, Mercado Público, Palácio Marcos Konder, Primeira Sede da Municipalidade, Primeira Sede dos Correios, Sociedade dos Atiradores, Sociedade Guarani.
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