segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Casa Gall

"O renque de palmeiras reais da Rua José Gall, no Bairro Dom Bosco, notado quando caminhamos pela Rua Brusque, ornamentou uma das mais belas casas de Itajaí - a Casa Gall.

Construída em estilo germânico, compunha-se de dois chalés unidos, com dois pavimentos e coberta com telhas do tipo francês. Uma varanda quase a circundava. Colunas de tijolos maciços rebocados em relevo, a sustentavam Juntamente com paredes em tijolos maciços à vista.

Enfeitavam-lhe o beiral com tabeiras onduladas, janelas e portas emolduradas por argamassa. Algumas janelas eram encimadas por arcos, e outras, por retângulos. O fundamento em molhes de granito, subia a quase 1 metro do nível do solo, preservando-a de enchentes, janelas de ventilação e de iluminação a estilizavam. Unia escadaria com dois corrimãos junto à varanda leste do chalé frontal dava acesso à casa.

Seu proprietário, José Gall, era austríaco, nascido em 21 de outubro de 1870, em Graz, capital da província de Estíria. Veio, como maquinista trazer ao Brasil, o vapor Max, comprado pela companhia Hoepke, em 1896. Não voltou à Alemanha. Empregou-se no vapor Blumenau onde se aposentou.

Casou-se com Augusta Muller, em 22 de outubro de 1898, indo morar na Ponta Aguda, em Blumenau. Teve 6 filhos, sendo 3 homens e 3 mulheres. Em 1908, comprou a "Fazenda Engenho", na Ressacada, Itajaí, onde construiu, em 1910, a bela mansão.

Para enfeitá-la, plantou 12 pares de palmeiras reais que ladeavam o acesso à casa. Em 1911, uma enchente matou várias delas, não replantadas totalmente. Ainda se notam a falta do primeiro e do último par, e da palmeira direita do sétimo par.

Com dificuldades para conduzir a fazenda, que abasteceu de leite e de arroz, entre outros produtos, a cidade de Itajaí, José Gall a vendeu para a Companhia Malburg, em 1950. Mudou-se, em 1952, do casarão para o chalé que construiu na Rua Brusque, n0 124, onde morreu em 1960, aos 90 anos de idade.

Com a falência da Companhia Malburg, a propriedade passou à C. R. Almeida, que loteou as terras e passou a casa ao poder público para restaurá-la e transformá-la em museu. Ladrões e vândalos a destruíram. No seu lugar, construiu-se o Fórum Trabalhista de Itajaí."

Texto: José Ângelo Rebelo; Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva

Algumas páginas sobre edíficios históricos de Itajaí:

Asilo Dom Bosco, Banco Inco, Bangalô, Bar Dinamarca, Bar Dinamarca, Bauer e Cia, Café Democrático, Caixa da Sociedade Beneficente dos Estivadores, Capelinha de Cabeçudas, Casa Agostinho Alves Ramos, Casa Alberto Werner, Casa Almeida e Voigt, Casa Amaral, Casa Asseburg, Casa Bonifácio Schmitt, Casa Bruno Malburg, Casa Cesário, Casa da Família João Bauer, Casa das Irmãs da Imaculada Conceição, Casa Jacob Bauer, Casa Konder, Casa Lauro Müller, Casa Popular da Vila Operária, Casa Primo Uller, Casa Rauert, Casarão Burghardt, Casarão da Família Fontes, Casarão Malburg, Casarão Olímpio Miranda, Casarão Peiter, Cia. Fábrica de Papel Itajaí, Colégio São José, Edifício da Fiscalização dos Portos, Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Farmácia Brasil, Ginásio Itajaí, Grupo Escolar Floriano Peixoto, Grupo Escolar Lauro Müller, Grupo Escolar Victor Meirelles, Herbário Barbosa Rodrigues, Hospital Santa Beatriz, Hotel Brazil, Hotel Cabeçudas, Igreja da Imaculada Conceição, Igreja da Vila Operária, Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Luterana, Mercado Público, Palácio Marcos Konder, Primeira Sede da Municipalidade, Primeira Sede dos Correios, Sociedade dos Atiradores, Sociedade Guarani.

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