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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sociedade dos Atiradores

Fundado em 28 de abril de 1895, por elementos de origem teuta, radicados na cidade e pertencentes a muitas das mais ilustres e tradicionais famílias locais. Tendo como sócios fundadores: Pedro Bauer, Guilherme Muller, Gabriel Heil, Júlio Gern, Mathias Bauer, Alfredo Eicke, Júlio Willerding, Otto Moldernhauer, Júlio Galle, Emílio Palumbo, Joaquim Espíndola e João Rodrigues Pereira.

A Sociedade dos Atiradores que mais tarde passou a ter sua designação social modificada, em virtude da II Guerra Mundial, hoje Clube de Caça e Tiro Vasconcelos Drumond, tem como finalidade a organização esportiva, recreativa e social.

As suas principais atividades eram a prática do Tiro ao Alvo e Bolão, pelos Segunda-ferinos e Sexta-ferinos, e os Bailes programados pela Diretoria.

"As suas festas e os seus bailes sao extraordinariamente animados e decorrem sempre em meio do mais franco entusiasmo..." (Anuário de Itajaí - 1924 p.38). A mais tradicional era a Festa do Espírito Santo. Esse é um dos muitos comentários encontrados nos jornais da época de sua fundação, como no decorrer de sua existência.

Sua sede social localizada na Rua Uruguai, n° 508, antigamente conhecida pelo nome dc Atiradores, no período de sua fundação era de madeira e a medida que ingressavam novos sócios e a contribuição mensal também aumentava, foi se ampliando e modificando a sua estrutura para alvenaria.

Hoje toda a sede social foi remodelada, sendo toda construída em alvenaria, com amplo salão para bailes e festas, onde os sócios podem se encontrar para gozar dos mais animados bailes e festejos programados pela diretoria do clube.

Texto: Darlan Haussen Martins (Advogado, sócio fundador do Rotary Club Itajaí Porta do Vale, sócio fundador da associação dos Rotarianos de Itajaí, membro do conselho fiscal da Associação Com. e Ind. de Itajaí, membro do Conselho Admínistrativo da Cia. Fca. de Papel Itajaí, vice presidente do Clube dos Atiradores gestão 94/96); Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva

Algumas páginas sobre edíficios históricos de Itajaí:

Asilo Dom Bosco, Banco Inco, Bangalô, Bar Dinamarca, Bauer e Cia, Café Democrático, Caixa da Sociedade Beneficente dos Estivadores, Capelinha de Cabeçudas, Casa Agostinho Alves Ramos, Casa Alberto Werner, Casa Almeida e Voigt, Casa Amaral, Casa Asseburg, Casa Bonifácio Schmitt, Casa Bruno Malburg, Casa Cesário, Casa da Família João Bauer, Casa das Irmãs da Imaculada Conceição, Casa Jacob Bauer, Casa Konder, Casa Lauro Müller, Casa Popular da Vila Operária, Casa Primo Uller, Casa Rauert, Casarão Burghardt, Casarão da Família Fontes, Casarão Malburg, Casarão Olímpio Miranda, Casarão Peiter, Cia. Fábrica de Papel Itajaí, Colégio São José, Edifício da Fiscalização dos Portos, Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, Farmácia Brasil, Ginásio Itajaí, Grupo Escolar Floriano Peixoto, Grupo Escolar Lauro Müller, Grupo Escolar Victor Meirelles, Herbário Barbosa Rodrigues, Hospital Santa Beatriz, Hotel Brazil, Hotel Cabeçudas, Igreja da Imaculada Conceição, Igreja da Vila Operária, Igreja do Santíssimo Sacramento, Igreja Luterana, Mercado Público, Palácio Marcos Konder, Primeira Sede da Municipalidade, Primeira Sede dos Correios, Sociedade dos Atiradores, Sociedade Guarani.

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Vultos ilustres de Itajaí

Adolfo KonderAdolfo Konder - (Itajaí 1884 - Rio de Janeiro 1956). Bacharel formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, S.Paulo, fez jornalismo e fundou o "Novidades" juntamente com Tibúrcio de Freitas.

Foi diplomata, Deputado Federal, Secretário de Estado e Governador de Santa Catarina. Fundador da cadeira no. 26 da Academia Catarinense de Letras, foi destacado orador (Foto: Dr.Adolfo Konder - Arquivo da Fundação Genésio Miranda Lins).

Agostinho Alves Ramos - (Portugal - Itajaí 1853). Fixou residência em Itajaí por volta de 1823, depois de ter residido no Rio Grande do Sul e no Desterro, onde se associara ao comerciante Anacleto José Costa. Ao seu trabalho comunitário devem-se as ações que culminaram com o surgimento da futura cidade de ltajaí: criação do curato, ereção da primitiva capela; construção do cemitério, criação do Distrito do Rio de Itajaí; criação da primeira escola pública e estabelecimento do primeiro distrito policial.

Foi deputado provincial nas legislaturas de 1835 a 1836, 1838 a 1839 e 1850 a 1851. Em 1845, foi condecorado pelo Imperador Dom Pedro ll com a Comenda da Ordem de Cristo no grau de cavaleiro. Pertenceu à antiga Guarda Nacional, tendo chegado ao posto de tenente-coronel.

Alexandre Marcos Konder - (Itajaí 1904 - Rio de Janeiro 1953). Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo, foi jornalista e escritor. E autor de várias obras de viagem, teatro e romances: "Vidas e Tradições Japonesas", "Nossos Vizinhos dos Andes", "História do Japão" e "Os Halifax".

DrummondAntônio Menezes Vasconcelos de Drummond - (Rio de Janeiro 1794 - Paris 1874). Jornalista e diplomata, Vasconcelos de Drummond recebeu do Ministro de D. João VI, Tomás Antônio de Villanova Portugal, em 1820, a incumbência de estabelecer uma colônia em duas sesmarias reais junto ao rio Itajaí-mirim. No entanto, no próprio dizer de Drummond, não "houve meios nem tempo de levar a cabo".

Antônio Müller dos Reis - (Itajaí 1883 - Niterói 1942). Conhecido pelo pseudônimo literário de Reis Neto, destacou-se com poeta e cronista. Ainda publicou cartas, conferências, novelas e romances. Sua característica literária maior foi o apego ao mar, no que pode ser considerado tão notável marinhista quanto Virgílio Várzea. Foi oficial da Marinha Mercante Brasileira.

Arnaldo Brandão - (Itajaí 1922 - 1976). Poeta, cronista, contista, romancista e teatrólogo. Ocupou a cadeira no.1 da Academia Catarinense de Letras. Obras Publicadas: "Poemas de Arbran", "Bas-Fond", "Um Brasileiro nos Caminhos da Europa," "Sol Perpendicular'; "A Taverna do Gato Branco", "No Mundo da Lua", "O Vendedor de Pinhões", "Luz", "Cortina Amarela" e "Bartolomeu".

Eduardo Mário Tavares - (Itajaí 1919 - São José dos Pinhais - PR 1978). Filho de tradicional família itajaiense, quando jovem passou a residir no Rio de Janeiro e depois em Florianópolis. Funcionário público e professor, destacou-se como poeta. E o autor das letras dos hinos centenários de Blumenau e Brusque e de diversas poesias lembrando sua terra natal. Faleceu tragicamente em desastre de automóvel na estrada para Curitiba-PR.

Eugênio MullerEugênio Luiz Müller - (Itajaí 1856 - Rio de Janeiro 1936). Foi advogado provisionado, primeiro Superintendente Municipal de ltajaí, Vice governador do Estado de Santa Catarina e Deputado Federal. Pertenceu à antiga Guarda Nacional com o posto de coronel. Em 1913, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde foi tabelião.

Félix Busso Asseburg - (Itajaí 1885 - Blumenau 1937). Industrial, financista e político; era filho de Guilherme Asseburg, fundador da firma Asseburg & Cia., empresa de grande destaque no final do século passado e inicio deste. Como político foi vereador, presidente da Câmara Municipal e deputado estadual. Empresário pioneiro, introduziu em ltajaí a energia elétrica e os veículos automotores.

Gaspar da Costa Moraes - (Itajaí 1898 - 1942) - Professor, primeiro inspetor escolar do Município, jornalista e escritor. Redatoriou o jornal "ltajahy" e colaborou em muitos outros. Em 1924, publicou no "Anuário de Itajaí" o conto "O Marujo ltajaiense".

Genésio Miranda Lins - (Itajaí 1903 - 1977) - De origem humílima, iniciou-se cedo no mundo do trabalho como contínuo da agência do Banco Nacional do Comércio de ltajaí, da qual chegaria a gerente.

Em 1935, juntamente com empresários e capitalistas do Vale do ltajaí, funda o Banco lndústria e Comércio de Santa Catarina S/A@ tendo sido seu presidente. Líder empresarial e político, foi deputado federal e suplente de senador; merecendo destaque sua intensa participação em todos os movimentos comunitários importantes de Itajaí.

Gustavo Lebon Régis - (Itajaí 1884 - Rio de Janeiro 1930) - Militar, participou dos combates da Lapa - PR onde foi ferido. Como engenheiro, trabalhou na construção da Ponte Hercílio Luz. Foi deputado estadual e federal. Participou também da Comissão de Demarcação de Limites entre Santa Catarina e Paraná. Faleceu no posto de Coronel.

Henrique da Silva Fontes - (Itajaí 1885 - Florianópolis 1966). Bacharel em Direito, Diretor da lnstrução Pública em Santa Catarina, Secretário de Estado, Procurador Geral, Desembargador, professor universitário e fundador da Universidade Federal de Santa Catarina. Pertenceu à Academia Catarinense de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina.

Hermes Guedes da Fonseca - (Itajaí 1909 - Florianópolis 1971). Conhecido pelo pseudônimo literário de Guedes Jr., destacou-se como poeta e cronista. Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina.

Irineu BornhausenIrineu Bornhausen -(Itajaí 1896 - 1974) - Empresário, vereador, Prefeito Municipal, Governador do Estado de Santa Catarina e Senador da República. No seu governo municipal foi criado o Ginásio Municipal e, como Governador do Estado, implantou a rede de água de Itajaí e o Hospital Maternidade Marieta Konder Bornhausen e apoiou a criação da Universidade Federal de Santa Catarina.

Jayme Fernandes Vieira - (Itajaí 1897 - 1971). Jornalista, contista e trovador, desde cedo integrou-se às lides literárias e jornalísticas da cidade tendo participado do corpo de redação de diversas jornais itajaienses.

Participou das atividades políticas, elegendo-se vereador à Câmara Municipal. Como contista, publicou em 1924 o conto "Valentia". Notabilizou-se também como trovador, sob o pseudônimo de Zé Fumaça, com trovas publicadas nos jornais "A Nação" e "Jornal do Povo ".

João Dias de Arzão - (São Paulo - Itajaí 1697). Companheiro do fundador de São Francisco do Sul, Manoel Lourenço de Andrade; em 1658 requereu uma sesmaria junto à foz do rio Itajaí-mirim e ali se afazendou. Foi o primeiro sesmeiro a se localizar nas terras do ltajaí e aqui permaneceu até seu falecimento. A família Arzão destacou-se na busca de ouro.

João Marques Brandão - (Itajaí 1880 - 1930). Orador e teatrólogo, tinha predileção pelo teatro. Juntamente com o irmão Félix foi ensaiador de diversos grupos dramáticos e, por vezes, também representava. Como orador, tinha o verbo inflamado e persuasivo e sabia arrebatar os auditórios. Fundou com os irmãos Félix e Apolinário, a 21 de março de 1897, o "Corpo Cênico de Itajaí"; grupo precursor de teatro amador de ltajaí.

José Brandão - (Itajaí 1924 - 1976). Pintor e escultor, conhecido pelo apelido familiar de Dídi. Herdou da família o gosto pela arte e foi aluno da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1952, participou de uma primeira exposição, o lV Salão Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro. A primeira individual foi em 1954, o Salão Lux Hotel em Florianópolis.

Foi aquinhoado com diversos prêmios, dos quais cabem destaque para o "Prêmio João Daut de Oliveira", no Salão de Belas Artes; "0 Trabalho na Arte", no Rio de Janeiro, 1953; "Prêmio Tribuna da Imprensa", no 1o. Salão de Alunos da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1960 e "Prêmio Escultura" no mesmo Salão de Alunos da Escola Nacional de Belas Artes. Em 1974, foi incluído no "Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos, obra editada pelo Ministério da Educação e Cultura.

José Eugênio Müller - (Itajaí, 1889 - Rio de Janeiro, 1963) - Filho do Coronel Eugênio Luiz Müller, em 1915 foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal. Em 1924, fundou a Sociedade Cooperativa Construtora Catarinense, pioneira na construção de casas populares e responsável pelo surgimento do bairro da Vila Operária.

Durante a campanha política da Aliança Liberal foi o seu líder em nossa cidade, elegendo-se em 1935 deputado federal. Tendo transferido residência para o Estado do Rio de Janeiro, em 1947 foi nomeado prefeito de Nova Friburgo - RJ, depois presidente do Banco do Estado do Rio de Janeiro e depois eleito deputado federal por aquele Estado.

José Henriques Flôres - (São Paulo 1835 - Itajaí 1887). Tenente-Coronel da Guarda Nacional, como Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de ltajaí, governou o Município desde a sua emancipação até 1877 com breves interregnos. A ele se deve a criação da Comarca em 1868 e ainda elevação da Vila à categoria de cidade a 10 de maio de 1876.

José Pereira Liberato - (São Francisco do Sul 1828 - Itajaí 1885) -Passou a residir em ltajaí por volta de 1850, como comerciante. Em 1861, foi eleito vereador e Presidente da Câmara Municipal, tendo sido o organizador da administração do Município.

Foi também deputado provincial no período 1864 - 1865 - e Vice-Presidente da Província de Santa Catarina, nomeado por decreto do lmperador Pedro II de 20 de setembro de 1879. Entre as muitas atividades comunitárias que exerceu consta ainda a de Provedor do ex-Hospital Santa Beatriz.

Juventino Linhares -(Camboriú 1896 - Itajaí 1968). Nascido no Arraial da Barra de Camboriú, hoje município de Balneário Camboriú, veio criança para ltajaí. Foi jornalista, cronista e orador. Editou em 1924, juntamente com Jayme Fernandes Vieira, o "Anuário de Itajaí". Foi por largos anos editor do jornal "O Pharol".

Lausimar Laus - (Itajaí 1916 - Rio de Janeiro 1979). Foi professora em Florianópolis e no Rio de Janeiro e depois se iniciou no jornalismo. Licenciada em Letras Clássicas, tinha o doutorado pelas Universidades de Madrid e do Rio de Janeiro. Em 1976, recebeu o prêmio Odorico Mendes da Academia Brasileira de Letras pela melhor tradução do ano.

Marcos KonderMarcos Konder - (Itajaí 1882 - 1962). Industrial, financista, político e intelectual, foi prefeito de Itajaí no período de 1915 a 1930. Revelou-se administrador extraordinário. Como escritor cabe destaque para a sua obra "A Pequena Pátria", crônica histórica sobre Itajaí.

Max Tavares d'Amaral - (Itajaí 1906 - Rio de Janeiro 1972). Bacharel formado pela Faculdade do Largo São Francisco, São Paulo; exerceu a advocacia em ltajaí e Blumenau e foi promotor público em Rio do Sul.

Em 1945, passou a residir no Rio de Janeiro onde foi presidente do Centro Catarinense. Neste mesmo ano foi eleito deputado federal constituinte. Foi também jornalista e escritor, cabendo destaque para a sua obra"Contribuição à História da Colonização Alemã no Vale do Itajaí ".

Marechal Olímpio Falconieri da Cunha - (Itajaí 1891 - Rio de Janeiro 1967) - Filho de Olímpio Aniceto da Cunha que foi vereador e Superintendente substituto de Itajaí, fez seus estudos primários em Itajaí e na Capital do Estado. No Rio de Janeiro, freqüentou a Academia Militar. Participou da Força Expedicionária Brasileira na Campanha da Itália como comandante das forças não divisionárias. Comandou o II Exército e foi Ministro do Supremo Tribunal Militar.

Nicolau MalburgNicolau Malburg - (Schweiuch, Alemanha 1832 - Rio de Janeiro 1890). Mestre-escola na Alemanha, em 1858 fixou residência em Itajaí. Dedicou-se logo ao comércio tendo fundado em 1860 a Cia. Comércio e Indústria Malburg S/A., firma hoje extinta.

Ocupou diversos cargos públicos, tendo sido vereador e presidente da Câmara Municipal em diversas ocasiões. Ao seu trabalho como presidente do legislativo municipal se devem a construção do ex-Hospital Santa Beatriz e a compra da primeira casa para a Câmara de Vereadores. Foi condecorado pelo lmperador Pedro ll com a lmperial Ordem da Rosa no grau de cavaleiro.

Frei Pedro Antônio de Agote - (Espanha - ltajaí - 1834). Religioso franciscano nomeado capelão-curado de ltajaí pela provisão episcopal de 31 de março de 1824 de D. José Caetano da Silva Coutinho, Bispo do Rio de Janeiro. Chegou à Ilha de Santa Catarina em 1814, tendo respondido pelas Capelanias de Garopaba e Armação da Piedade. Foi vigário de ltajaí, o primeiro, de 1823 até o seu falecimento em 1834. lnterinamente respondeu também pelas paróquias de Porto Belo e São Francisco do Sul.

Pedro FerreiraDr. Pedro Ferreira e Silva - (Sant'Ana do Catu-BA - 1861 - Itajaí 1911). Médico estabelecido em ltajaí em 1886. Foi vereador, Presidente da Câmara Municipal, Superintendente Municipal, Deputado Estadual e Federal. Como jornalista, atuou entre outros nos jornais itajaienses "Novidades" e "O Pharol".

Foi o primeiro presidente do "Grêmio Literário 3 de Maio". À sua administração deve o Município a implantação da rede de energia elétrica, o primeiro serviço de abastecimento d'água e outras importantes realizações.

Rachel Liberato Meyer - (Itajaí 1895 - Florianópolis 1959). Filha de tradicional família itajaiense, foi aluna de dona Júlia Miranda de Souza. Quando jovem, participou do corpo cênico da Sociedade Estrela do Oriente. Casada com Ernesto Meyer, tempos depois transferiu sua residência para Capital do Estado. Em 1960, foi publicado por seus filhos o seu livro de crônIcas intitulada "Uma Menina de ltajaí".

Cônego Tomás Adalberto Fontes - (Itajaí 1891 - Blumenau 1961). Ordenado em 1917, foi auxiliar do Cura da Catedral de Florianópolis, jornalista e deputado federal. Fundou e dirigiu por largos anos no Rio de Janeiro a "Revista de Cultura".

Victor KonderVictor Konder - (Itajaí 1886 - Rio de Janeiro - 1941). Bacharel em Direito, jornalista, promotor público, Secretário de Estado. Em 29 de maio de 1926, foi convidado para o cargo de Ministro da Viação e Obras Públicas do governo de Washington Luiz. À sua ação como Ministro se deve a consolidação do Porto de ltajaí. Pertenceu à Academia Catarinense de Letras e foi o fundador da cadeira no. 8.

Fonte: PEQUENA HISTÓRIA DE ITAJAÍ - Prof. Edson d'Ávila

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Vasconcellos Drummond

Havia muitos anos que as autoridades coloniais portuguesas vinham sendo alertadas de diversas maneiras sobre a necessidade e utilidade de se promover a colonização do Vale do Itajaí. Todos lembravam a beleza da paisagem e a fertilidade e riqueza das terras.

Assim, quando o jovem diplomata Antônio Menezes de Vasconcellos Drummond manifestou ao amigo e Ministro de Dom João VI, Tomás Antônio de Villanova Portugal, o desejo de estabelecer uma colônia naquelas terras, o ministro pensou unir o útil ao agradável.

Isto porque Drummond, filho de tradicional família do Rio de Janeiro, estava sendo acusado de pertencer a uma das sociedades secretas que planejava uma forma de tornar o Brasil independente de Portugal. Contador da Chancelaria-mor e gozando da confiança do Ministro, o jovem funcionário foi aconselhado a mudar de ares em seis meses de licença. E decidiu visitar a Capitania da Ilha de Santa Catarina, então governada por João Vieira Tovar e Albuquerque.

Cá chegando, Drummond logo se inteirou dos negócios do governo e soube das terras ainda sem benfeitorias e apropriadas para o início de uma colonização. Retornou ao Rio de Janeiro e obteve, em 5 de fevereiro de 1820, a autorização para estabelecer uma colônia em duas sesmarias, propriedades do Rei, que ficavam às margens do rio Itajaí-mirin na atual localidade de Itaipava; e a designação de encarregado dos Reais Cortes de Madeiras na região, por cujo serviço fazia jus aos vencimentos de 3 mil cruzados anuais.

De volta à Ilha de Santa Catarina, tratou de seguir para o Itajaí e dar início à colônia que se chamaria "São Tomás da Villanova". Com alguns ex-soldados e trabalhadores da região, Drummond começou a derrubada para limpar o terreno e construir o alojamento dos colonos, montar uma serraria manual e fazer plantações. Estavam os trabalhos neste pé, quando a 26 de fevereiro de 1821, o jovem colonizador de 26 anos recebia ordens para retornar ao Rio de Janeiro, pois que o Rei dera por acabada a sua missão. Assim, frustrou-se a colônia que Drummond intentara estabelecer em nossas terras, ficando apenas a lembrança histórica desse seu projeto inacabado...

razões de um engano

Em 1920, era prefeito de Itajaí um homem estudioso da nossa história, bom jornalista, que os anos haveriam de transformá-lo num patrimônio moral desta cidade, dada a sua retidão de caráter, a sua seriedade com os negócios públicos e o seu acentrado amor à verdade. Esse homem era Marcos Konder, que dirigiu, com grande proficiência, os destinos deste município de 1915 a 1930. E o povo o tinha em tal conta que não pôs nenhuma dúvida quando o grande prefeito, de pesquisa em pesquisa, acreditou haver encontrado o fundador de Itajaí, até então ignorado.

Que induziu Marcos Konder a esse engano, ainda hoje apoiado por muitos? Um documento que enganaria a qualquer outro curioso, sem a malícia do historiador, acostumado aos demorados confrontos, às pesquisas comparadas.

No ano de 1920, ou um pouco antes, Marcos Konder tomou conhecimento das "Anotações" feitas por Antônio Meneses de Vasconcellos Drummond em sua biografia publicada em Paris em 1836 na "Biographie Universel le et Portative des Contemporains". Nessas "Anotações", Drummond afirma que nos anos de 1820 e 1821, atendendo a determinação do ministro Vilanova Portugal, esteve "na margem do Itajaí", onde iniciou um estabelecimento agrícola, fez uma sumaca, despachou-a para a corte com madeira, etc.

Para quem não tinha um fundador, a oportunidade era excelente, ainda mais que Drummond fora um homem ilustre, pertencera à Diplomacia, fora um grande batalhador pela Independência do Brasil e dirigira um jornal em Pernambuco.

drummond - talento precoce

No seu excelente trabalho "Documentos para a História de Itajaí", onde defende a tese que Drummond pode e deve ser considerado fundador desta cidade, o Sr. Gil Miranda acrescenta dados pouco conhecidos da biografia de Drummond, extraídos da já citada "Biographie Universelle": Nasceu no Rio de Janeiro em 21 de maio de 1794. Aos 15 anos terminara os seus estudos literários e conhecia a fundo a doutrina do célebre Smith, o mestre da Economia Política. Conhecia Kant e outros filósofos e falava quatro línguas vivas" . . . "Em 1810, portanto aos 16 anos, D. João VI conferia-lhe o hábito de Cristo" . . . "Quando o primeiro grito de liberdade se fez ouvir na Província de Pernambuco, ele foi denunciado ao rei D. João VI como pertencente a um dos clubes de onde partira a centelha revolucionária" . . . "Entretanto o governo entendeu de afastá-lo da capital e uma espécie de licença acompanhada de cartas especiais de recomendação fê-lo partir para a Ilha de Santa Catarina. Ficou sete meses sob as vistas do governador da Província" . . . "de regresso à Capital, ele apresentou ao ministro Vilanova Portugal os seus vastos planos de melhoramentos e foi imediatamente despachado para pô-los em execução".

Drummond achou que a biografia, que a publicação francesa fizera dele, havia sido por demais generosa e ele mesmo, nas "Anotações n.° 7", fazia estas retificações: "Há aqui muita exageração. Alguns trabalhos se fizeram no rio Itajaí, mas não houve tempo nem meios para os levar a cabo. Todavia ali se construiu uma sumaca denominada São Domingos Lourenço, que foi a primeira embarcação daquele lote que passou a barra do rio Itajaí, carregada de feijão, milho e tabuado para o Rio de Janeiro. Do Itajaí, mandei a madeira para a obra do museu do Campo de Sant'Ana e mandei de presente, porque era cortada e serrada à minha custa".

E prossegue a "Biographie Universelle", conforme carta de Gil Miranda, de 26 de abril de 1971, ao autor destas notas: "Ele embarcou, portanto, de novo para Santa Catarina, venceu todos os obstáculos que se lhe apareceram num país ainda selvagem, concebeu e executou a navegação do grande rio Itajaí, estabeleceu povoados sobre as duas margens, atravessou imensas florestas virgens, abriu caminhos. aproximando assim as grandes distâncias e conseguiu, enfim, animar, pela sua infatigável presença, uma região que parecia ainda no caos primitivo". Esse é um resumo da biografia de Vasconcelos Drummond, publicada em Paris em 1836.

qualquer um se enganaria

Foi com base nesses dados que Marcos Konder, na sua "A Pequena Pátria", atribuiu a Drummond a fundação de Itajaí, estabelecendo que isso ocorrera em 1820 e no mês de outubro. Foi partindo dessas premissas, que, no ano de 1920, foi erguido um cruzeiro no Morro da Cruz e celebrado o primeiro centenário de fundação da cidade. Diz textualmente Marcos Konder no "Anuário de Itajaí para 1949": "Demonstramos pelo próprio testemunho escrito de Drummond nas "Anotações" feitas à sua biografia publicada em 1836 na "Biographie Universelle et Portative des Contemporains", que devemos admitir Drummond como o verdadeiro fundador de ltajaí e aceitar o ano de 1820 como a data mais provavelmente exata da fundação". Parece irretocável o raciocínio de Marcos Konder, se documentos conhecidos posteriormente não houvessem estabelecido os verdadeiros limites do papel de Drummond em terras de Itajaí.

"ser ou não ser: eis a questão"

Desde a divulgação da tese de Marcos Konder até o aparecimento de novos documentos, uma geração aprendeu pela cartilha de "A Pequena Pátria" que Itajaí fora fundada por Drummond, que Drummond fora um homem muito importante, que se revelara um patriota, lutando pela independência do Brasil.

A essa auréola de cultura e patriotismo se juntara a belíssima foto que Marcos Konder trouxera para o salão nobre da Prefeitura Municipal, onde Drummond aparece ornado de longas barbas patriarcais, como que completando o quadro visual que faltava à descrição espiritual do nosso fundador putativo.

E, se perguntavam à jovem professora quem fundara Itajaí, a resposta vinha ligeira: "Vasconcelos Drummond". Se o menino precisava de um histórico da cidade, abeberava-se na descrição de "A Pequena Pátria" e no seu caderninho apareciam o fundador Drummond e a sua sumaca "São Domingos Lourenço", cheia de madeira para a construção do Campo de Sant'Ana, do Rio.

Hoje há nesta cidade várias gerações, desde os homens que eram crianças em 1920 até os mais novos todos eles lutando por conservar a figura de Drummond como nosso fundador, mesmo depois que um iconoclasta entreabre a cortina do palco da nossa modesta história, apresenta um velho alfarrábio e o atira a uma platéia incrédula e que não deseja se desfazer do seu ídolo.

- " Drummond não é o fundador de Itajaí . . . A prova está neste documento!".

Há o silêncio indiferente de uns e a irritação de outros. Quase ninguém aceita a história nova. A muitos parece que essa reviravolta não passa de maldade de alguns historiadores e argumentam até com certo bom senso: "Seja ou não seja o fundador, por que tirar Drummond do seu pedestal, porque apontá-lo aos porvindouros como um fundador de segunda classe, que fez uma coivara lá para os lados de Itaipava, ao invés de mantê-lo como o verdadeiro e único fundador de Itajaí?".

Afinal que documentos são esses que estão tirando Drummond das páginas ainda novinhas da nossa História? É o que pretendemos mostrar nas Notas que se seguem.

as sesmarias de el-rei

O ministro Tomás Antônio de Vilanova Portugal despachou Drummond para Santa Catarina com um ofício dirigido ao governador da Província João Vieira Tovar e Albuquerque, que dizia o seguinte: "EL-REI NOSSO SENHOR É SERVIDO QUE VMCÊ VÁ SE APRESENTAR A JOÃO VIEIRA TOVAR DE ALBUQUERQUE, GOVERNADOR DA CAPITANIA DA ILHA DE SANTA CATARINA, PARA TOMAR POSSE DE UMAS TERRAS PARA O MESMO SENHOR, JUNTO AO RI0 "TAJAÍ-MIRIM", A FIM DE NELAS FORMAR UM ESTABELECIMENTO, SEGUNDO A DIREÇÃO QUE LHE HÁ DE DAR O MESMO GOVERNADOR, NA FORMA DAS INSTRUÇÕES QUE SERÃO A ESTE DADAS POR ESTA SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DO REINO. O QUE PARTICIPO A VOCÊ. PAÇO, EM 5 DE FEVEREIRO DE 1820. (a) TOMÁS ANTÔNIO VILANOVA PORTUGAL. - SENHOR ANTÔNIO DE MENESES VASCONCELOS DRUMMOND".

Então já aqui surge a primeira dúvida: se as terras a serem apossadas e colonizadas eram na hoje cidade de Itajaí, por que o Ministro Vilanova Portugal haveria de mencioná-las como sendo no Tajaí-Mirim, quando esta cidade se assenta à margem do Açu? Teria sido um engano cometido na Corte distante, confundindo os rios? Poderia ter sido, mas logo se desvanece esta dúvida, quando o próprio Drummond em carta de 19 de março de 1820 respondia ao ministro Vilanova Portugal dizendo "que estava à espera das disposições do governador para a medição e posse das terras do TAJAÍ-MIRIM, que me diz será logo que o tempo permitir".

Há, portanto, entre muitos outros documentos que seria ocioso transcrever, uma ordem expressa do Ministro de D. João VI para que Drummond se apossasse de terras públicas no ITAJAÍ-MIRIM, e a resposta de Drummond dizendo que estava aguardando que o governador Tovar e Albuquerque mandasse medir essas terras do ITAJAÍ-MIRIM para nelas praticar algum ato de colonização.

surge o mapa da mina

A nosso ver, seria desnecessário insistir em que essas terras que Drummond desmatou eram no Itajaí-Mirim e portanto não se referem àquelas em que se assenta o Itajaí de hoje ou o de 1820. Mas um homem estudioso da nossa história estava curioso para saber onde ficavam essas terras. E de procura em procura, encontra o ''mapa da mina", não na Torre do Tombo, ou mesmo no Arquivo Nacional, e, sim, no nosso prosaico Departamento de Terras, em Florianópolis. E quem achou esse mapa foi o nosso tão conhecido e respeitado historiador Oswaldo Cabral, ao recolher elementos para a sua monumen tal "História de Brusque". Por sua vez, o Professor José Ferreira da Silva extraiu fotocópia do citado documento, e guardou-a na Biblioteca " Fritz Müller", de Blumenau.

Insistimos em que mesmo aqueles que, recusando a evidência, não aceitarem essas terras como aquelas que Drummond ocupou, ainda assim não poderão deixar de afastar a hipótese de que o emissário de Vilanova Portugal tenha praticado o seu trabalho de colonização na hoje cidade de Itajaí. Drummond estabeleceu alguma forma de colonização às margens do Itajaí-Mirim. E diz ele, na sua biografia que "estabeleceu povoados sobre as duas margens do rio". Evidente que não eram as margens onde hoje assentam Itajaí e Navegantes, porque estas terras já tinham dono muito antes de Drummond ser mandado para Santa Catarina.

drummond merece o nosso respeito mas não fundou itajaí

Quem se der ao cuidado de observar o mapa acima verá que o indigitado Drummond, para se apossar das terras que el-rei possuía nestas bandas, teria mesmo que estabelecer povoados "nas duas margens do rio", uma vez que as sesmarias da Coroa ficavam: uma à margem direita e outra à margem esquerda do ITAJAÍ-MIRIM. Resta agora a pergunta:

- Deve a cidade, mesmo assim, considerar Drummond como seu fundador, mesmo que se saiba que ele nada fez no lugar onde existe Itajaí? Pela mesma razão não se poderia, então, recuar no tempo e considerar como fundador de Itajaí a Joaquim Pedro Quintela, fundador de armação das baleias de Itapocorói, ou mesmo, com maior justiça, a João Dias de Arzão, que efetivamente aqui fez obra de colonização muito antes de Drummond?

Aliás, Drummond, que esteve em Santa Catarina sete meses da primeira vez e pouco mais de um ano da segunda, não deixou infelizmente marca da sua passagem por estas paragens. Sendo homem de cultura, bom jornalista, é lamentável que não tivesse tido o cuidado sequer de caracterizar a sua obra, o que fez e onde fez. São muito vagas as suas referencias ao assunto.

Drummond fez as suas "Anotações" em 1836, quando Itajaí já era uma vila florescente para os padrões de "florescência" da época. . . E - homem honrado - não fez qualquer menção à sua condição de fundador ou co-fundador do povoado. Morreu em 1865, quando Itajaí já era cidade há cinco anos. Pois estranhamente esse homem nunca se correspondeu, ao que se saiba, com ninguém daqui, nunca colaborou para estabelecer a história da cidade, não se tem notícia que houvesse deixado nada além das duas "Anotações" feitas quase 30 anos antes da sua morte.

Por outro lado, nada ficou na tradição popular sobre Drummond, nunca se ouviu falar que algum morador mais velho o tivesse em conta de fundador do povoado, não ficou uma ata, uma carta, uma placa, um relatório, uma inscrição que dissesse que Drummond esteve aqui ou em Itaipava, que praticou alguma obra de posse ou de povoamento.

Se não fossem as "Anotações" à sua biografia, de Drummond se poderia dizer como o poeta que "não deixou nas trevas do passado nem um ninho sequer no qual seu nome lesse". Note-se mais que esse estranho fundador não diligenciou a construção de uma escola, nem mencionou a sua falta em documento que se conheça; pode-se admitir que não fosse homem religioso (posto que aos 16 anos já havia recebido das mãos do Imperador D. João VI o hábito de Cristo), e, portanto, não sentisse a falta de uma igreja ou capela, mas sendo um intelectual não se justifica que, havendo feito obra de colonização, esquecesse de fazer ou pedir que fizessem uma simples escolinha de primeiras letras.

Não há registro na história dos povoamentos e das colonizações de um fundador ou pioneiro tão extraordinariamente modesto que se desligasse completamente da sua obra, como teria sido o caso de Drummond; que tivesse deixado o povoado que houvesse fundado entregue à sua própria sorte, sem lhe acrescentar um toque pessoal por mais mínimo que fosse na elaboração da sua história; sem deixar tradição verbal nenhuma da sua façanha; que tivesse visto esse povoado ir de capela a paróquia, de paróquia a vila e de vila a cidade, último estágio demográfico das comunidades.

Sem ter compartilhado da alegria desses eventos, quer por carta às autoridades que aqui moravam, quer pela imprensa que ele freqüentava com brilho e assiduidade. Não se sabe de Drummond que tenha dado ordens a um mateiro, que tenha feito uma ata ou fincado um marco. E nos 45 anos que vão da sua chegada a Santa Catarina à sua morte em 1865 não ocorreu a esse homem estabelecer o menor contacto com o modesto povoado que de boa fé se supunha que ele houvesse fundado. Culpa de Drummond?

- Não. Porque Drummond sempre teve a nobreza de espírito de não enfatizar a pequena obra de colonização que realizou às margens do Itajaí-Mirim. Ele nunca se intitulou fundador de coisa nenhuma. E até corrigiu excessos que notou em sua biografia sobre as obras que teria feito em Santa Catarina.

fundador nem sempre é o primeiro

Em outro documento que publicamos mais adiante observa-se que já em 1796, portanto 24 anos antes de Drummond aqui aportar, as terras das margens do Itajaí-Açú eram titulares a particulares. Não advogamos absolutamente a teoria de que ninguém possa fundar uma cidade onde já existam moradores. Geralmente, o fundador não é o pioneiro absoluto. Não o foi Hermann Blumenau, nem Dias Velho, nem Alves de Brito. Pela mesma razão poderia não o ter sido Drummond.

Mas para que ele fosse considerado fundador de Itajaí era necessário que o próprio Drummond tivesse feito uma obra de colonização onde hoje é Itajaí e não vinte quilômetros para lá ou para cá; e não em Camboriú ou Ilhota; e não em Penha ou em Brilhante. Faltaram-lhe o ato e o "animus ". E quanto a isso, não se pode argumentar contra a evidência dos fatos: se Drummond fez algum roçado, se derrubou madeira, se construiu sumaca, se exportou madeira e feijão, se povoou as duas margens de um rio, tudo isso foi feito às margens do Itajaí-Mirim e nunca, jamais, mas do Itajaí-Açu.

É claro que não devemos, 150 anos depois, retificar o próprio Drummond, dizendo que ele estava enganado quando afirmara que iria se apossar de terras no Itajaí-Mirim; não devemos alterar os planos de Vilanova Portugal que era mandar o seu emissário para tomar conta de umas terras de el-rei no ITAJAÍ-MIRIM. Essas terras começavam pouco além da atual BR-101 e terminavam 13 a 14 quilômetros para o lado de Brusque, margeando o Itajaí-Mirim pelos dois lados.

itaipava, 1810

E ainda assim se pode afirmar, com absoluta certeza, que nem essas terras eram inteiramente devolutas quando Drummond delas se apossou. Temos depoimentos insuspeitos segundo os quais pelo menos já em 1810 moravam famílias às margens do Itajaí-Mirim, nas imediações da atual Itaipava. Mas a verdade é que para o povoamento dessa região do Itajaí-Mirim, houve um propósito específico, um "animus" de colonizá-la - deram-se ordens expressas a Drummond para que se apossasse delas, em nome da Coroa "á fim de nelas formar um estabelecimento" (Aviso real de 5-2-1820).

O simples empenho da Coroa em se apossar de terras tão mal situadas, indica claramente que aquelas que margeavam a foz do Itajaí, vale dizer, aquelas onde hoje se situam Itajaí e Navegantes, já tinham donos, já estavam ocupadas.

Tributemos a Antônio Meneses de Vasconcelos Drummond as homenagens que a sua cultura merece, as honras de ter sido um dos pioneiros desta região, mas tenhamos o bom senso de recusá-lo como nosso fundador. Se alguém deve merecer essa honra, então que seja Alves Ramos. Aliás, é incontestável que em 1820 toda essa região era intensamente povoada dentro da relatividade populacional da época.

Fontes: Pequena História de Itajaí - Prof. Edson d'Ávila; ITAJAÍ - Norberto Cândido da Silveira Júnior.

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