quinta-feira, 28 de abril de 2011

Latricério

Tinha um linguajar difícil, o Latricério. Já de nome era ruinzinho, que Latricério não é lá nomenclatura muito desejada. E era aí que começavam os seus erros.

Foi porteiro lá do prédio durante muito tempo. Era prestativo e bom sujeito, mas sempre com o grave defeito de pensar que sabia e entendia de tudo. Aliás, acabou despedido por isso mesmo.

Um dia enguiçou a descarga do vaso sanitário de um apartamento e ele achou que sabia endireitar. O síndico do prédio já ia chamar um bombeiro, quando Latricério apareceu dizendo que deixassem por sua conta. Dizem que o dono do banheiro protestou, na lembrança talvez de outros malfadados consertos feitos pelo serviçal porteiro. Mas o síndico acalmou-o com esta desculpa excelente:

- Deixe ele consertar, afinal são quase xarás e lá se entendem.

Dono da permissão, o nosso amigo - até hoje ninguém sabe explicar por quê - fez um rápido exame no aparelho em pane e desceu aos fundos do edifício, avisando antes que o defeito era "nos cano de orige".

Lá embaixo, começou a mexer na caixa do gás e, às tantas, quase provoca uma tremenda explosão. Passado o susto e a certeza de mais esse desserviço, a paciência do síndico atingiu o seu limite máximo e o porteiro foi despedido.

Latricério arrumou sua trouxa e partiu para nunca mais, deixando tristezas para duas pessoas: para a empregada do 801, que era sua namorada, e para mim, que via nele uma grande personagem.

Lembro-me que, mesmo tendo sido, por diversas vezes, vítima de suas habilidades, lamentei o ocorrido, dando todo o meu apoio ao Latricério e afirmando-lhe que fora precipitação do síndico. Na hora da despedida, passei-lhe às mãos uma estampa do American Bank Note no valor de quinhentos cruzeiros, oferecendo ainda, como prêmio de consolação, uma horrenda gravata, cheia de coqueiros dourados, virgem de uso, pois nela não tocara desde o meu aniversário, dia em que o Bill - o americano do 602 - a trouxera como lembrança da data.

Mas, como ficou dito acima, Latricério tinha um linguajar difícil, e é preciso explicar por quê. Falava tudo errado, misturando palavras, trocando-lhes o sentido e empregando os mais estranhos termos para definir as coisas mais elementares. Afora as expressões atribuídas a todos os "malfalantes", como "compromisso de cafiaspirina", "vento encarnado", "libras estrelinhas", etc., tinha erros só seus.

No dia em que estiveram lá no prédio, por exemplo, uns avaliadores da firma a quem o proprietário ia hipotecar o imóvel, o porteiro, depois de acompanhá-los na vistoria, veio contar a novidade:

- Magine, doutor! Eles viero avalsá as impoteca!

É claro que, no princípio, não foi fácil compreender as coisas que ele dizia mas com o tempo, acabei me acostumando. Por isso não estranhei quando os ladrões entraram no apartamento de Dona Vera, então sob sua guarda, e ele veio me dizer, intrigado:

- Não compreendo como eles entraro. Pois as portas tava tudo "aritmeticamente" fechadas.

Tentar emendar-lhe os erros era em pura perda. O melhor era deixar como estava. Com sua maneira de falar, afinal, conseguira tornar-se uma das figuras mais populares do quarteirão e eu, longe de corrigir-lhe as besteiras, às vezes falava como ele até, para melhor me fazer entender.

Foi assim no dia em que, com a devida licença do proprietário, mandei derrubar uma parede e inaugurei uma nova janela, com jardineira por fora, onde pretendia plantar uns gerânios. Estava eu a admirar a obra, quando surgiu o Latricério para louvá-la.

- Ainda não está completa - disse eu - falta colocar umas persianas pelo lado de fora.

Ele deu logo o seu palpite:

- Não adianta, doutor. Aí bate muito sol e vai morrê tudo.

Percebi que jamais soubera o que vinha a ser persiana e tratei de explicar à sua moda:

- Não diga tolice, persiana é um negócio parecido com venezuela.

- Ah, bem, venezuela - repetiu.

E acrescentou:

- Pensei que fosse "arguma pranta".
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Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Praia de Geremias

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A pequena e mansa praia de Geremias Itajaí (SC) - foto de 26/04/2011

Pela terceira vez publico fotos do Bico do Papagaio e da Praia de Geremias porque essa região me inspira muito, fez parte de uma etapa de minha vida, na qual tenho muita saudade.

A praia (também chamada de Jeremias) é um recanto de 200 metros quase particular. O mar, por ser calmo, é ideal para crianças e banhistas pouco experientes. No local também pode ser encontrado o Bico do Papagaio, uma formação rochosa que lembra a cabeça de uma ave.

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A praia de Geremias - tarde de 26/4/2011

Naquela noite quente de dezembro de 1969 (ou será 1970?), Simon e Garfunkel cantavam "Mrs. Robinson" no radinho de pilha e meu pai trocou para outra estação, em busca do seu Nelson Gonçalves. Eu, insone (sempre fui um chato para dormir, desde os dois anos de idade), escutava, além da música, o murmúrio incansável do mar.

Agora escutando Roberto Carlos nas suas curvas da estrada de Santos. Tínhamos alugado uma casinha - na verdade um barraco de madeira - frente a pequeníssima, sossegada e calma praia de Geremias. Mas naquela época as praias não eram assim tão exploradas e não havia tantas imobiliárias.

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O Bico do Papagaio situa-se ao lado da praia de Geremias - 26/4/2011.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A governanta

Ela chega amanhã. Vai ganhar Cr$ 100 mil, mas vale a pena — quem falava assim era a mulher de Al­cindo. Já tinham discutido às pampas, o Alcindo e a mu­lher, por causa da tal empregada.

Dona Míriam — mulher do Alcindo — tinha conseguido a empregada com uma parceira de pif-paf, uma tal de Iolanda, com a qual o Al­cindo sempre implicou. Mulherzinha gastadeira, que es­banjava o dinheiro do marido no jogo.

Dona Míriam era vidrada na Iolanda. Achava a Iolan­da o fino da elegância. Imitava a Iolanda, fazia vestidos na costureira da Iolanda, penteava o cabelo no mesmo cabeleireiro da Iolanda e dera até para gastar como a Iolanda.

O Alcindo ia suportando tudo porque os programas de pif-paf da Dona Miriam lhe davam uma frente bárbara. Enquanto a mulher estava fazendo seqüências, trincas, "lo­bas" e outras besteiras, ele ia se espalhando pelas boates, fazendo suas miserinhas pela aí. O Alcindo era muito assa­nhado.

Ultimamente, porém, a Iolanda começara a mandar também em sua casa. Aconselhara Dona Míriam a mudar os móveis da sala (Alcindo teve até que assinar um papa­gaio no Zé Luís para quebrar o galho), fizera Dona Míriam aderir às suas dietas para manter a linha (Alcindo já se sentia um mísero herbívoro de tanto mastigar saladas), e tudo culminara com a dispensa das duas empregadas que não eram lá essas coisas, mas pelo menos respeitavam o patrão.

Dona Míriam — sempre achando que a Iolanda era o máximo - ia seguindo os conselhos. Lá se foram as duas domésticas simplórias e viera a novidade: a Iolanda arran­jara uma espécie de governanta. Uma moça que trabalha­ra para os Martorelli.

— Uma governanta perfeita. Fala até um pouco de inglês - informou Dona Míriam, exaltando as qualidades da nova contratada.

E naquela tarde discutiram pra valer, com Alcindo irritado de tanta badalação dentro de casa. Mas, como Dona Míriam ia passar a noite na casa do pai (o velho esta­va quase abotoando o paletó) e ele ia a um pré-carnavalesco legal organizado pelo Pindoba — grande técnico na es­truturação de badernas íntimas —, acabou concordando.

— Ela chega amanhã. Vai ganhar Cr$ 100 mil, mas vale a pena — foram as últimas palavras de Dona Míriam, antes de sair para a casa do pai moribundozinho.

Alcindo inda ficou zanzando pela casa, tentando se acostumar à idéia de uma governanta em casa; uma mulherzinha provavelmente cheia de chiques, que iria inibir sua comodidade dentro do próprio lar. Grande chatea­ção! Não fosse a perspectiva da farra no tal pré-carnavalesco, e o Alcindo estaria uma fera.

Quando saiu pra festa estava mais calmo. Meteu uma bermuda, uma camisa folgada e mandou brasa. O forró foi numa dessas boates também chamadas de "inferninho", onde o diabo não entra para não se comprometer.

No escurinho tava valendo tudo. Com dois minutos do tem­po regulamentar o Alcindo já estava armado. Pegou uma zinha mais ou menos, lourinha, de narizinho fino e um rebolado que não era assim aquele estouro mas que tam­bém não era de se deixar pra lá.

A noite inteira agarrado, enquanto uma charanga segundo time tocava uma marchinha chamada "O Cachorrinho do Lalau". Quando a charanga meteu o "Cidade Maravilhosa", que dá por en­cerrados os debates, o Alcindo estava de moringa cheia e doido pela lourinha. Fez tudo para comprar o seu passe, mas na confusão da saída, caindo pelas tabelas de tão bêbedo, a lourinha sumiu e ele nem sabe como chegou em casa.

Mas que chegou, isto chegou. Tanto que, no dia se­guinte de manhã, acordou com Dona Míriam a catucá-lo: — Levanta, Alcindo. A Dolores já está aí.

- Dolores?, Que Dolores?

- A governanta. Já estudamos os horários. Ela acha que não devemos dormir depois das dez. O breakfast pode tirar o apetite para o almoço.

Alcindo levantou-se estremunhado. Entrou debaixo do chuveiro (era dia de adutora consertada) e tomou uma ducha legal. Quando chegou na sala de jantar, foi aquele espanto. Sua mulher ouvia encantada as "ordens" da go­vernanta. E a governanta era igualzinha à lourinha da vés­pera. Seria a mesma? Era muito azar do goleiro. Alcindo cumprimentou-a meio ressabiado. Ela respondeu com um sorriso amável. Não, não era a mesma. Estava era imagi­nando besteira. Mas foi Dona Miriam ir lá pra dentro e a governanta começou a cantarolar baixinho a marcha "O Cachorrinho do Lalau".

Coitado do Alcindo, anda numa rosca soviética! Só ato institucional pra cima dele a governanta já assinou uns três para cercear os seus direitos humanos.

Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.

sábado, 23 de abril de 2011

Os fantasmas de Anhatomirim

Florianópolis - O nome

Uma das dezenas de ilhotas ao redor da Ilha de Florianópolis, principal pólo turístico do sul do Brasil, esconde no cenário paradisíaco pintado com cores naturais pelo azul do mar e realçado pelas marcas irretocáveis do tempo uma história de fantasmas daquelas de arrepiar.

O palco principal é a Fortaleza de Santa Cruz. Nela ainda há quem escute o arrastar de correntes dos 185 homens fuzilados, degolados ou enforcados em abril de 1894 acusados de conspiração contra o presidente Floriano Peixoto no episódio que pôs fim à Revolta da Armada.

Os funcionários da Universidade Federal de Santa Catarina, que cuidam do lugar, são testemunhas. O zelador Amílton dos Santos, o "Nino", de 38 anos, já cansou de sair da cama para conferir sons que pareciam passos nos assoalhos. São doze anos de madeira rangendo, correntes sendo arrastadas - além do barulho das ondas que quebram no mar. O nome do lugar não ajuda em nada. Anhatomirim significa, em tupi-guarani, Pequena Ilha do Diabo.

"Algumas vezes os ruídos pareciam tão reais que tive certeza de que encontraria alguém, vivo ou morto", conta Nino. Sem desdenhar da possibilidade de Anhatomirim ser um lugar carregado - "Se eu disser que assombração não existe, elas podem aparecer só para provar o contrário" -, ele ensaia uma explicação racional. "A madeira pega sol durante o dia e trabalha à noite, estalando. E às vezes trabalha tanto que arrebenta os pregos enferrujados. Daí o barulho que lembra o de correntes sendo arrastadas."

A bem da verdade, os fantasmas de Anhatomirim estão mais vivos do que nunca na memória de uns tantos manezinhos da ilha - como são conhecidos os nascidos na parte da capital de Santa Catarina cercada por algumas das praias mais belas do litoral brasileiro e enfeitada pela Lagoa da Conceição.

Banidos da História

Só os turistas que lotam hotéis e pousadas não chegam a perceber a reação dos moradores ao nome da cidade. Anhatomirim virou atração depois que a Universidade Federal de Santa Catarina reformou os dez prédios que compõem a fortaleza erguida entre 1739 e 1744. Só no ano passado recebeu cerca de 100 mil visitantes - que chegam até ela de escuna, num passeio com duração de 40 minutos e parada para banho em alto-mar, por R$ 35,00 mais R$ 4,00 pela entrada na ilha. A maioria sai de lá sem saber da ligação entre o lugar e a origem do nome Florianópolis, pois os fuzilamentos e enforcamentos são citados apenas de passagem pelos guias turísticos.

Fortaleza na Ilha de Anhatomirim - Pórtico de Entrada - Fpolis.
No Mercado Público e nas rodas de dominó da Praça 15 de Novembro, no entanto, não é difícil encontrar quem se recuse a escrever ou até mesmo pronunciar a palavra maldita: "Florianópolis". Não vai tão longe assim o tempo em que essa resistência chegou a gerar movimentos articulados que pregavam um rebatismo. Ajudam a manter indelevelmente acesa a chama da mudança às lembranças da Chacina de Anhatomirim, uma história banida do ensino oficial, mas repassada de geração em geração há 110 anos.

Os fantasmas de hoje eram os rebelados de ontem. Faziam parte do grupo de revoltosos da Marinha que, nos turbulentos anos que se seguiram à Proclamação da República, se insurgiram contra o governo do Marechal de Ferro e tentaram tirá-lo do poder. Enquanto a revolta era combatida no Rio de Janeiro, seis navios sob comando dos rebeldes seguiram rumo ao Sul. No final de setembro de 1893, a Ilha do Desterro - primeiro nome dado ao acidente geográfico batizado de Ilha de Santa Catarina, que forma hoje, com a parte continental, a capital Florianópolis - foi invadida e declarada Capital Provisória da República.

Com apenas 20.000 habitantes, o lugarejo - que sequer tinha ligação com o continente, já que a primeira das três pontes do arquipélago seria inaugurada três décadas depois - não teve como resistir à invasão. Quando os navios República e Palas se aproximaram da ilha, a instauração do governo provisório foi simplesmente comunicada às autoridades locais e posta em prática sem violência. Três meses depois, o encouraçado Aquidaban, à época o maior navio da Marinha do Brasil, trazia o líder da revolta: Custódio de Melo.

Enquanto isso, o marechal Floriano Peixoto organizava uma nova frota, comprada às pressas no exterior e enviada a Ilha do Desterro, em abril de 1894, com quinhentos homens liderados pelo coronel Moreira César, para reconquistar a cidade. Levados a Anhatomirim, os prisioneiros passaram por humilhações e tortura antes de executados sem julgamento. Entre eles estavam dezenas de moradores acusados de colaborar com os revoltosos. Gente que fazia parte da elite social e intelectual da cidade - como o juiz Joaquim Lopes de Oliveira e o comerciante Caetano Nicolau de Moura - e militares - como o marechal Manoel de Almeida Gama d'Eça, o Barão do Batovi, um herói da Guerra do Paraguai.

Oportunismo e humilhação

A Ilha do Desterro foi, então, rebatizada por um desses oportunismos políticos. O deputado Genuíno Vidal propôs, em outubro de 1894, que a vitória do presidente fosse eternizada com a troca do nome da cidade para Florianópolis. Com o marechal ainda no poder, ninguém se atreveu a contestar a idéia. Só dois anos depois, quando os jornais de oposição voltaram a circular, foram registrados os primeiros protestos. Em editorial na edição de 3 de julho de 1896, o jornal "O Estado" deu o tom: "O tal nome, semelhante a um escarro cuspido em nossa capital, bateu na lâmina limpa de sua cútis, escorreu para baixo e veio emporcalhar aquele que o cuspira."

Florianópolis virou uma humilhação. Não foi por outra que, há uma década, o movimento Cem Anos de Humilhação reuniu historiadores, advogados e jornalistas em defesa da substituição do nome. A articulação esbarrou na Lei Orgânica do Município, que estabelece que isso só pode ser feito por plebiscito convocado pela Câmara de Vereadores.

Como o nome original, Desterro, poderia espantar os turistas, o movimento admitia algumas alternativas. Ilha de Santa Catarina, Ondina, por sugestão do poeta Virgílio Várzea, Meiembipe, nome dado à ilha pelos índios carijós e que significa Montanha Dentro do Mar e, até mesmo, a oficialização do apelido Floripa, que para muitos seria suficiente para desvincular a imagem da cidade da de Floriano Peixoto.

A proposta de submeter à população a escolha de um novo nome para a capital catarinense conquistou a simpatia de uns poucos vereadores dos partidos de esquerda, mas não seguiu adiante na Câmara de Vereadores. Quatro anos antes, a vereadora Jalila El-Achkar, do Partido Verde (PV), teve uma decepção ainda maior ao apresentar o mesmo projeto: nenhum colega a apoiou.

"O assunto foi tratado com desdém, como uma idéia exótica de uma vereadora de um partido exótico", lembra Jalila, hoje dona de uma imobiliária. "A troca do nome só será possível quando a população realmente desejá-la, mas enquanto a história da chacina de Anhatomirim não for contada de verdade nas escolas não haverá a menor chance."

Os fantasmas do general

Os maiores críticos da proposta de trocar o nome da cidade são os empresários ligados ao turismo. "Mesmo que Floriano Peixoto tenha sido um sanguinário, não se pode abrir mão de uma grife conhecida no

mundo inteiro em função do que ocorreu há mais de cem anos. Isso traria enormes prejuízos à cidade", diz o presidente da seção catarinense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, João Eduardo Amaral Moritz. Mesmo os que sabem da Chacina de Anhatomirim acham que o prazo de validade do revanchismo já está vencido.

A antigüidade do nome é um argumento usado com freqüência para defendê-lo, mas quem prega a substituição lembra que a denominação anterior tinha mais de dois séculos. Desterro era uma simplificação de Nossa Senhora do Desterro, escolhida para padroeira da povoação fundada pelo bandeirante paulista Francisco Dias Velho em 1675.

O desterro de Nossa Senhora deu-se quando Herodes decretou a morte de todas as crianças com menos de dois anos e Maria fugiu para o Egito para salvar Jesus. Na campanha pela adoção da homenagem a Floriano, Genuíno Vidal afirmava equivocadamente que o nome Desterro se originara do fato de a ilha ter sido usada como prisão para criminosos portugueses.

Pelo menos um companheiro de farda do marechal sentiu a reação dos manezinhos toda vez que seu nome é evocado. Foi o inesquecível presidente João Figueiredo. Em meio a uma campanha de popularização do último governo militar, ele resolveu visitar a ilha em novembro de 1979 para inaugurar uma placa em homenagem a Floriano Peixoto na Praça 15 de Novembro. Pra quê?

Depois de apedrejar o palácio do governo estadual e atacar os carros oficiais, estudantes conseguiram arrancar a placa e queimá-la no meio da praça. De quebra, provocaram uma das reações mais bizarras da história republicana brasileira.

Conhecido pelo destempero emocional, Figueiredo reagiu às provocações, trocou desaforos com os estudantes e quis partir para a briga no corpo-a-corpo. Teve de ser contido pelos seguranças. Dizem que o vexame foi coisa dos fantasmas de Anhatomirim.
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Fonte: "A mudança de nome da capital, de Nossa Senhora do Desterro para Florianópolis" - Mensagem original de: Dom Paulo [mailto:jairpaulo@terra.com.br] - Enviada em: sexta-feira, 21 de janeiro de 2005 00:01 - Para: Gen Santa Catarina; Origens; GenealBR - Assunto: [GBr] Historia que não ensinam na escola - site: http://sites.google.com/site/monarquiasempre/historia-do-brasil/historia-do-brasil---o-inicio-da-republica-em-santa-catarina/a-mudanca-de-nome-da-capital-de-nossa-senhora-do-desterro-para-florianopolis

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Não sei se você se lembra

Então, não sei se você se lembra, nos veio aquela vontade súbita de comer siris. Havia anos que nós não comíamos siris e a vontade surgiu de uma conversa sobre os almoços de antigamente. Lembro-me bem — e não sei se você se lembra — que o primeiro a ter vontade de comer siris fui eu, mas que você aderiu logo a ela, com aquele entusiasmo que lhe é peculiar, sempre que se trata de comida ou de mulher.

Então, não sei se você se lembra, começamos a rememorar os lugares onde se poderia encontrar uma boa batelada de siris, para se comprar, cozinhar num panelão e ficar comendo de mãos meladas, chão cheio de cascas do delicioso crustáceo e mais uma para rebater de vez em quando. E só de pensar nisso a gente deixou pra lá a vontade pura e simples e passou a ter necessidade premente de comer siris.

Então, não sei se você se lembra, telefonamos para o Raimundo, que era o campeão brasileiro de siris e, noutros tempos, dava famosos festivais do apetitoso bicho em sua casa. Ele disse que, aos domingos, perto do Maracanã, havia um botequim que servia siris maravilhosos, ao cair da tarde. Não sei se você se lembra que ele frisou serem aqueles os melhores siris do Rio, como também os únicos em disponibilidade, numa época em que o siri anda vasqueiro e só é vendido naquelas insípidas casquinhas.

Ah... foi uma alegria saber que era domingo e havia siris comíveis e, então, nos dois — não sei se você se lembra — apesar da fome que o uisquinho estava nos dando — resolvemos não almoçar para ficar com mais vontade ainda de comer siris. Passamos incólumes pela refeição, enquanto o resto do pessoal entrava firme num feijão que cheirava a coisa divina do céu dos glutões. O pessoal — aliás — achava que era um exagero nosso, guardar boca para um siri que só comeríamos à tarde, porque podíamos perfeitamente ter preparo estomacal para eles, após o almoço.

Mas — não sei se você se lembra — fomos de uma fidelidade espartana aos siris. Saímos para o futebol com uma fome impressionante e passamos o jogo todo a pensar nos siris que comeríamos ao sair do Maracanã.

Então — não sei se você se lembra — saímos dali como dois monges tibetanos a caminho da redenção e chegamos no tal botequim. Então — não sei se você se lembra — que a gente chegou e o homem do botequim disse que o siri já tinha acabado.


Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: A crônica acima consta do livro "Garoto Linha Dura", lançamento da Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1964, pág. 163.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Requisitos para ser um manezinho da Ilha

Manezinho da Ilha – Em tempos idos era uma designação pejorativa. Hoje define quem nasceu ou vive na Ilha de Santa Catarina e se identifica com as suas belezas naturais, tradições, peculiaridades e com a maneira de ser de seu povo: jocoso, gozador, nostálgico e contemplativo (afinal, são duas baías para se contemplar todos os dias).

Para ser um verdadeiro Mané tu precisas preencher, pelo menos, 80% dos requisitos abaixo enumerados, caso contrário não adianta receber troféu de Mané e nem freqüentar o Mercado Público todos os dias por cinco anos seguidos, muito menos, morar no Ribeirão da Ilha e se esforçar para falar com sotaque manezês.

Para ser um autêntico Mané tu precisas, ô istepô:

01) Antes de qualquer coisa, ter nascido na Ilha de Santa Catarina, seja na Carmela Dutra, na Carlos Correia ou mesmo de parteira, ou no continente (leia-se Estreito, ou em puro manezês Streitcho). Não adianta vir com essa história que nasceu fora e veio morar aqui pequenininho;

02) Falar manezês fluente, tão rápido que deixa o cristão que te ouve meio tanso

03) Falar 60% das palavras no diminutivo (Vash querê um cafezinho com pãozinho ou com bolinho de chuva?);

04) Gostar do cheiro das bancas de peixe do Mercado Público. Nada de tapar o nariz pra comprar camarão;

05) Ter assistido um Avaí e Figueirense no Adolfo Konder e, de preferência, ter fugido com a bola quando essa era chutada pra fora do campo;

06) Ter, pelo menos uma vez na vida, subido a Avenida Tico-Tico (Rua Clemente Rôvere);

07) Ter ajudado a fazer ou ter dançado no boi de mamão;

08) Ter participado da farra do boi ou, pelo menos, ter fugido em carreira, todo borrado com medo do pobre animal;

09) Ter se vestido de mascarado e corrido atrás das raparigas nas noites de verão;

10) Ter tomado banho na Lagoa da Conceição sem medo de pegar pereba;

11) Ter comprado empadinha na Confeitaria Chiquinho;

12) Ter tomado picolé de coco ou sorvete de butiá nas sorveterias Satélite ou Ilhabela;

13) Ter saído em bloco de sujo no carnaval, vestido de mulher e continuar gostando de rapariga;

14) Ter guardado no rancho: caniço, tarrafa, puçá, coca, jereré e pomboca ("Prá mó di pega uns sirizinho, uns camarãozinho, uns peixinho...");

15) Ter comprado na Venda: bala azedinha; pé de moleque; quebra-queixo; Maria mole, pirulito açucarado em forma de peixe, Bala Rococo, Tablete Dalva, Guaraná Pureza ou refresco da Max William.

16) Acreditar em bruxas e ter ouvido pelo menos uma história de Franklin Cascaes;

17) Ter assistido na TV Cultura um filme na Poltrona 6 e, para as senhoras, o programa Celso e a Sociedade (a Metralhadora Platinada);

18) Entender tudo o que o Miguel Livramento fala;

19) Não aceitar nada do que o Paulo Brito diz;

20) Tentar descobrir para qual time da Capital o Roberto Alves torce e não acreditar naquela história de que ele ainda é torcedor do Paula Ramos;

21) Ter ouvido o programa do Jorge Salum e ter tentado ganhar uma caixa de maçãs respondendo perguntas sobre conhecimentos gerais;

22) Sentir enorme prazer ao comer uma boa posta de tainha frita, com "pirão de nailo", ou então, aquele berbigãozinho ensopadinho derramado sobre um pirãozinho de feijão;

23) Ter curtido um baile de carnaval no Lira, no LIC, no Doze ou no Limoense;

24) Ter assistido desfile de escola de samba e de carro alegórico ao redor da Praça XV;

25) Ter participado de alguma turma da cidade (do muro da Mauro Ramos, do Quiosque, da Marquise etc);

26) Ter dado um tapa na orelha do César Cals na Novembrada e ter chamado o General Figueiredo de .... (Tu sabes o que);

27) Defender a mudança do nome da Cidade para Nossa Senhora do Desterro;

28) Ter passado pela Ponte Hercílio Luz e não entender a incompetência de nossos governantes que até agora não conseguiram recupera-la;

29) Ficar horas no Ponto Chic, tomando cafezinho e discutindo sobre política, futebol e mulher (não obrigatoriamente nessa ordem);

30) Ser Figueirense e secar o Avaí;

31) Ser Avaí e secar o Figueirense;

32) Falar mal de qualquer árbitro que apite um Clássico;

33) Ter andado em ônibus da Taner ou da Trindadense;

34) Ter ouvido a Neide Maria Rosa no "Amarelinho";

35) Ter comprado um bilhete de loteria federal da Lurdes (com redinha na cabeça e tudo);

36) Ter chorado a morte do Zininho e do Aldírio;

37) Ter conhecido o Bataclan;

38) Ter ouvido as histórias do Capa Preta;

39) Ter ouvido previsões do A. Seixas Neto;

40) Ter freqüentado, ou apenas conhecido, o Miramar e lamentar, profundamente, a burrice daqueles que permitiram a demolição de um dos principais marcos culturais na nossa cidade;

41) Ter entrado como "piru de fora" em festa de 15 anos, baile de debutante ou casamento de "granfino";

42) Ter comprado na Modelar, no Ponto 75, na Grutinha (êta nome sugestivo); nas Casas Coelho; na A Capital; nas Casas Macedônia; no Beco; no Saco e Cuecão; na Aki Calças e Aki Camisas e, é lógico, na Miscelânia, que era o paraíso da criançada.

43) Ter assistido, na sessão vespertina, a um filme no Roxy, no São José, no Ritz, no Glória, no Jalisco, no Carlitos ou no Cecontur;

44) Ter assistido peça teatral no Álvaro de Carvalho;

45) Ter visto carnaval com o Rei Momo Lagartixa;

46) Ter "melado a cueca" na boate do Doze, do Lira, na Dizzy etc;

47) Ter dado "uma sarradinha" de madrugada no "Kuxixos";

48) Ter ido a um baile de formatura no Clube do Penhasco;

49) Ter ouvido muitas histórias dos bailes no Clube Quinze;

50) Ter visto a procissão do Senhor dos Passos descer a Rua Menino Deus;

51) Se emocionar ao ouvir o Rancho de Amor à Ilha e cantar baixinho como se fosse uma oração;

52) Reverenciar todas as manhãs a Figueira da Praça XV e ter nela o marco inicial do amor que temos por nossa terra;

53) Adorar vento sul;

54) Amar o verão, pegar tainha no inverno, ver Garapuvu florido e rezar a Nossa Senhora do Desterro pedindo proteção para que o progresso desordenado não destrua nossos últimos valores.

Fonte: FloripAventura - Pequeno dicionário Ilheu

terça-feira, 19 de abril de 2011

Barra do Rio Piçarras

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Neste sábado, dia 16, demos um giro pelas praias aqui do litoral norte catarinense e estivemos na Barra do Rio Piçarras, que faz divisa com o Município de Penha e é a entrada de Balneário Piçarras. Lá apreciamos o novo molhe, denominado Molhe Joaquim Pires.

O local, na ponta sul, é aprazível para quem gosta de mar mais calmo de dia e a noite oferece grande movimentação noturna, bom para comer, beber e fazer amigos (na temporada de verão).

É o porto de saída de muitos barcos de pesca e passeio. Aqui se encontram as escunas que levam para conhecer as ilhas da região. O rio também é muito apreciado pelos canoeiros e praticantes do Jet-Ski.

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Praia de Gravatá

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A Praia de Gravatá é de mar aberto, atualmente muito movimentada, situada no Município de Navegantes, fazendo divisa com o Município de Penha (pertinho do Beto Carrero World). Num passado recente ainda possuía faixa de areia próximo ao seu término no lado Norte.

Com uma localização privilegiada e com 12 km de orla marítima, torna-se uma das principais portas de negócios da região, possuindo, ainda, nas cercanias um aeroporto internacional. No passado, de grande beleza natural (já veraneei nessa localidade nos anos 1970 e 1980), a praia ainda é bastante procurada por idosos onde (segundo um site do ramo imobiliário) existe uma colônia alemã.

Na verdade não existe essa colônia alemã e é terrível pessoas que conhecem o local lerem essas bobagens na internet. O pessoal é descendente de alemães, brasileiros e brasileiras de Pomerode, Gaspar, Blumenau, Indaial e outras cidades circunvizinhas que têm casa nessa região. Foi assim que começou a povoação em Gravatá.

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sábado, 16 de abril de 2011

Quanto vale o seu site?

Bizinformation Brasil é um serviço de avaliação online gratuito que fornece informação sobre o website, estatísticas dos visitantes e um valor estimado do website. Basta introduzir o nome de domínio na caixa para ver um relatório completo.

Damos o nosso melhor para fornecer informação precisa, mas isso nem sempre é garantido. É necessário uma pesquisa adicional e a confirmação dos detalhes:

google.com.br: R$221,72 Milhões
orkut.com.br: R$151,72 Milhões
uol.com.br: R$98,36 Milhões
globo.com.br: R$97,60 Milhõs
terra.com.br: R$53,66 Milhões
hp.com.br:R$44,94 Milhões
ig.com.br: R$35,83 Milhões
mercadolivre.com.br: R$18,02 Milhões
abril.com.br: R$15,92 Milhões
tvnopc.tv: R$8,92 Milhões

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Conto de mistério

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto.

No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou - porém - quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: "É este".

O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.

Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:

- Julieta! Ó Julieta... consegui.

A mulher veio lá de dentro euxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: um quilo de feijão.
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Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

terça-feira, 12 de abril de 2011

Paraná demite servidor por filme erótico

Deu na Folha.com de hoje: "O governo do Paraná demitiu ex-ator de filme erótico que havia sido nomeado chefe regional do IAP (Instituto Ambiental do Paraná)".

O caso veio à tona ontem, quando o senador Roberto Requião (PMDB), desafeto do governador Beto Richa (PSDB), criticou a indicação para o cargo de Valter Pagliosa, 27, a quem se referiu como "ator pornô".

Requião critica indicação de suposto ator pornô no Paraná: "O que [ele] fez no filme vai fazer no IAP?", disse Requião, que afirmou ainda, por meio do microblog Twitter, possuir uma cópia do filme em que Pagliosa atuou, chamado "A Outra Metade".

O filme foi rodado em 2006 e contou com elenco de atores amadores de Cascavel. Pagliosa, nomeado para o cargo em fevereiro, interpreta na produção um médico que se envolve com uma mulher transtornada com aventuras sexuais do marido.

"Não é um filme pornográfico. É romântico-erótico", afirma Pagliosa.

O governo estadual disse que a nomeação gerou "situação de desconforto" e argumentou que Pagliosa omitiu o fato do currículo.

O produtor e diretor do filme, Andoza Ferreira, disse à Folha que se trata de um "romance com cenas de nudez". "É um filme artístico. Não tem nada de sexo explícito."

O filme teve distribuição restrita a videolocadoras de Cascavel, mas é possível adquiri-lo em lojas na internet por R$ 29,90, onde está classificado como do gênero "adulto". O diretor afirma já ter vendido 14 mil cópias.

Pagliosa já foi líder comunitário em Cascavel e se candidatou a vereador pelo PPS em 2008. Diz que fez curso técnico na área ambiental, estagiou no instituto por oito meses e que foi indicado por deputados ao cargo pela liderança comunitária.

Qual a diferença entre filme erótico e filme pornô? Acho que o primeiro pelo menos tem enredo e quase nunca mostra a "chaka-chaka-na-buchaka" (rsrsrsrs....).

Então anotem aí, atores e atrizes de filmes, como por exemplo, "Bruninha surfando na ondinha" e centenas de outros títulos: sem chance de arrumar um "bico" no governo daquele Estado. Esses políticos...!

sábado, 9 de abril de 2011

Abril em Camboriú

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Hoje é dia nove do mês de Abril e esse mês é o quarto do calendário gregoriano. O seu nome deriva do latim Aprilis, que significa "abrir", numa referência à germinação das culturas.

Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Vênus, deusa do amor e da paixão. É por esta razão que surgiu a crença de que os amores nascidos em Abril são para sempre.

Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril" .

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Fotos de 6/4/2011: Pontal Norte e Praça perto da Alvin Bauer - Bal. Camboriú

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Depósito bancário

Coisas ótimas têm ocorrido no Estado do Para­ná, prenhes de belas demonstrações da ala paranaense do Festival de Besteira que Assola o País. Principalmente de­pois que o Coronel Pitombo resolveu ser crítico cinema­tográfico de araque e vive de viatura a rodar de um cine­ma para o outro, apreendendo filme que tem beijo.

Tem cada cara dodói, que eu vou te contar!

Mas o episódio para o qual peço espaço foge um pouco ao comum e tem provocado os mais variados co­mentários em Curitiba, onde o pessoal inscrito no Sindi­cato de Gozação se diverte a valer.

Deu-se que Curitiba tem agora um banco bacanérrimo, todo de vidro, que parece até um aquário com os peixinhos (funcionários) lá dentro. Claro que é um banco da turma do Nei Braga, conhecido pela plebe ignara e pelos depositantes em ge­ral, pela sigla Banímpar.

Tão alinhado é o banco que passou a ser até visitado por turistas mixurucas, isto é, curiosos que ficam do lado de fora, olhando pelo vidro o pessoal lá dentro.

E eis se­não quando — movido por vingança ou simples maluquice (até agora não foi apurado) — um cidadão entrou no banco com vontade de ir ao banheiro mas, ao invés de se encaminhar para o dito, usou o tapete da entrada princi­pal, onde deixou um montículo constrangedor e provo­cou o maior pânico.

Na hora em que produzia o montícu­lo o movimento era intenso, houve correria de senhoras, protesto de senhores, o gerente ficou indeciso e quase dá o alarma de assalto, mas depois recuou porque o que o cara estava fazendo no tapete não era assalto não. Enfim, foi uma confusão dos diabos.

O cara que fez o estranho depósito no banco dá tur­ma do Nei Braga está preso, mas chovem os comentários jocosos. Dizem que, no ato do depósito, telefonaram para o governador contando o fato e usando o verbo vulgar para definir o que o cara fizera "pra o banco". E o gover­nador gritou:

— Mas isto é um problema da SUMOC! — provavel­mente achando que o verbo fora usado no sentido figurado.

Outros gozadores afirmam que o Coronel Pitombo está investigando para ver se não é agente comunista o autor da façanha, já que o apelido de Pitombo agora é "007 de Curitiba". E há quem afirme que o guarda que foi colocado na porta do Banímpar é para impedir que o caso se repita. Há quem afirme que o guarda foi posto ali para fornecer papel aos próximos depositantes.

De qualquer forma, foi um escândalo danado. Tendo - inclusive — o banco fechado, logo após o acontecimen­to. Uns dizem que fechou para balanço. Outros dizem que fechou para descarga.

Por: Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Páscoa no Pontal Norte

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No Pontal Norte da maravilha do Atlântico Sul a decoração de Páscoa não contou só com os tradicionais coelhos e ovos, como na Barra Sul e Praça Tamandaré. Neste local apareceram, como novidade, graciosos galináceos (pois e...galinhas mesmo...rsrsrs). Fotos tiradas na tarde de 6 de abril último.

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Coelhos banhistas da Barra Sul

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A coelhada tomou conta da Barra Sul aqui de Balneário Camboriú. Pelo menos nessa época da Páscoa eles chegaram em grande número nesse local, Praça Tamandaré e Pontal Norte.

¡Ay, caracoles! Creo que los conejitos están a sobrepujar el número de nuestros hermanos… Fotos de ontem, dia 05/04/2011. Próxima postagem: Galinhas e coelhos no Pontal Norte..rsrsrsrs

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Coelhos da Praça Tamandaré

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Coelhos da Praça Tamandaré - Bal. Camboriú (SC) - Tarde de 5/4/2011.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

A véspera

Admiror, paries, te non cecidisse ruinis qui tot
sciptorum taedia sustineas (Oh parede, admira-me
que sustentes tantas bobagens sem desmoronar).
A fuerza de explotar a los esclavos y robarse dinero público, hubo auge en los negocios. Así los ricos se volvieron más ricos, mientras los pobres redoblaban su hambre y su miseria.

La ciudad desbordó sus antiguos límites, perdió sus rasgos originales, fue reconstruida según los lineamientos del imperio. También el habla se corrompió con los hablantes.

Y el lujo entró como la hiedra en muchas partes. Combatieron el tedio con la droga. Nos legaron imágenes de sus actos sexuales como extraño presentimiento de su fragilidad.

Y entre robos y asesinatos dondequiera, el terror extendió su dominio. Miedo en la alcoba y pánico en la calle. Furias y penas. Sobre todo odio proliferante. Porque el bien camina pero el Mal corre (y no se sacia nunca).

Todo esto sucedió en Pompeya, la víspera del estallido del Vesubio.

(José Emilio Pacheco)