quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A predileta Brava


Algumas fotos desta tarde da minha praia predileta: a Praia Brava. Pelas fotos, muita gente bonita também a preferem. Mas ela já está perdendo seu encanto selvagem, sua pureza, está ficando parecida com outras que já tiveram suas águas limpas, sua beleza natural. É só olhar pela sua orla: prédios sendo edificados, lojas, imobiliárias surgindo e um dia vira mais um balneário de águas poluídas, cheinho de todas as coisas que tem aqui em Bal. Camboriú. Mas, pensando bem, até que esse "progresso" demorou em chegar nesse local...e um dia será uma beach classuda, a "Brava Internacional" (Não duvidem, a Sharon já anda por essas plagas...rsrsrsrs). Abaixo meu garoto brinca com uma escultura na frente de uma loja da Brava.



Removendo múltiplas manchas

Se você manchou alguma  roupa e não sabe o que fazer, não se preocupe, pesquisamos algumas dicas para remover vários tipos de manchas com praticidade e rapidez.

Facilitador geral: O sal ajuda a tirar a maioria das manchas. Na dúvida, antes de usar qualquer produto para remover as manchas das roupas, passe um pouco de sal para facilitar a retirada.

Batom: Esfregue um pouco de álcool no tecido manchado antes de lavar.

Bebidas Alcoólicas: Na maioria das vezes, essas manchas saem com éter. Após isso, enxágue com água.

Bolor: Ferva o tecido manchado numa água contendo um pedaço de couro de bacalhau ou utilize a mesma água em que o bacalhau foi fervido.

Café: Lave a roupa com água morna e glicerina.

Caneta esferográfica: Esfregue a roupa ligeiramente com leite azedo ou com uma mistura de leite e vinagre. Repita o processo várias vezes.

Carvão: Esfregue um pedaço de miolo pão fresco.

Coca-cola: Caso caia algum líquido na roupa, como coca cola, retire com água fria. A água morna fixa a mancha.

Ferro de passar: O ferro muito quente deixa uma marca amarelada no tecido. Passe água oxigenada sobre a mancha e lave em seguida com água. 

Ferrugem: Coloque sal sobre o tecido manchado, pingue algumas gotas de limão, deixe secar sob o sol e depois lave.

Frutas: Coloque leite fervente sobre a mancha e deixe até o dia seguinte. Depois lave. 

Gordura: Coloque um papel absorvente embaixo da mancha e passar com ferro bem quente.

Graxa: A margarina vegetal ajuda a tirar as manchas de graxas. Coloque um pouco sobre a mancha, deixe por alguns minutos, depois lave normalmente com água e sabão.

Máquina de lavar: Se você colocou uma roupa escura na máquina e esta manchou outra roupa. Não a deixe secar com a mancha. Coloque-a em água com um pouco de sabão em pó, numa panela e dê uma fervida rápida. 

Mofo: Ferva a peça em uma solução de água e bicarbonato de sódio, na proporção de 4 colheres de chá por litro de água.

Ovo: Lave com água fria, não use água quente, pois fixa ainda mais a mancha. Antes de lavar, use uma pasta de sal (sal com gotinhas de água) sobre a mancha.  

Tinta a óleo: Manchas de tinta a óleo saem com solvente ou aguarrás, gasolina ou benzina.

Fonte: www.organizesuavida.com.br

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Mais um patrimônio "tombado"


Acredito que a maioria das autoridades de nosso Município não nasceu nesta incrível e bela Itajaí e nem se "lixam" para um patrimônio de qualquer cidade. Porque se fossem nativos daqui, talvez não teriam coragem de perpetrar tamanha barbárie. 


Um casarão lindo que abrigou vidas, Itajaí de outrora, romances, amor e 120 anos de anos nossa História papa-siri, não merece morrer pelas máquinas de nossa Prefeitura. Mais de 100 anos (120 anos) derrubados por esta máquina da foto. Parabéns ao Prefeito de Itajaí, da bela e Santa Catarina! 

E assim deflagraram nossos informativos locais:

"Um dos mais antigos casarões que resistia ao tempo em Itajaí foi ao chão na tarde de sexta-feira (23/11/2012). O que ainda restava da Casa Mello, na Rua Lauro Müller, foi demolido com autorização judicial.

O imóvel era tombado pelo patrimônio histórico municipal desde 2005, mas sofria com o abandono. Já em ruínas, teve o tombamento cancelado este ano pelo Conselho de Patrimônio da cidade.

A justiça chegou a cancelar a primeira tentativa de demolição, em maio. Agora, o ato foi embasado em um acordo firmado entre município e o Ministério Público, que prevê, em troca da demolição, o completo restauro do Palácio Marcos Konder, confecção de cartilhas educativas e elaboração de projeto de lei que proteja o patrimônio cultural, para evitar que a situação se repita.

No final da tarde desta sexta-feira, a Casa Mello ainda constava como parte do patrimônio histórico de Itajaí no site da Fundação Genésio Miranda Lins."

Fontes: O Sol Diário; Notícias do Dia.

Acquanetta

Acquanetta (Burnu Acquanetta), modelo e atriz americana, nasceu na cidade de Cheyenne, Wyoming, em 17 de julho de 1921, e faleceu em Ahwatukee, Arizona, em 16 de agosto de 2004.

Com o exótico nome de Burnu (significado "fogo flamejante, água profunda"), era descendente de indígenas e latinos. Sua peculiar beleza lhe deixou o apelido de "Vulcão venezuelano".

Rainha dos filmes B da época, como "Tarzan e a Mulher Leopardo", "Arabian Nights", "Jungle woman" e "Captive Wild Woman".

Acquanetta começou como modelo e se aposentou no início dos anos 50, após se casar e ter quatro filhos, acabou se divorciando nos anos 80.


Morreu em 16 de agosto de 2004, vítima do Mal de Alzheimer.


Filmografia

Com Johnny Weissmuller em Tarzan e
a Mulher Leopardo
(1946)
1942 - As Mil e Uma Noites
1943 - Rhythm of the Islands
1943 - Captive Wild Woman
1944 - Jungle Woman
1944 - Dead Man's Eyes
1946 - Tarzan e a Mulher Leopardo    
1951 - The Sword of Monte Cristo
1951 - Lost Continent    
1951 - Callaway Went Thataway
1953 - Dá-me Tua Mão
1990 - The Legend of Grizzly Adams

Fontes: www.epipoca.com.br; belasatrizesdomundo.blogspot.com; Wikipédia.

Papiro sugere que Jesus se casou

O papiro que traz a inscrição - Foto:
Karen L. King/Harvard/Divulgação.
Uma historiadora da Universidade de Harvard identificou um pedaço de papiro datado do século 4 que sugere que Jesus Cristo teria se casado. No fragmento, escrito no idioma copta, surgido do Egito antigo, há uma frase nunca vista nas Escrituras: “Jesus lhes disse: ‘Minha mulher...” A frase é interrompida neste ponto, mas, na linha de baixo, lê-se “...ela será capaz de ser minha discípula”.

“A tradição cristã sustentou por muito tempo que Jesus não era casado, mesmo sem provas históricas confiáveis para corroborar essa afirmação”, disse em nota a historiadora Karen King, que anunciou a descoberta num encontro de especialistas na cultura copta em Roma. Entretanto, Karen, de 58 anos, que já publicou vários livros sobre descobertas recentes relativas aos Evangelhos, lembra que “esse novo evangelho não prova que Jesus foi casado”.

A origem do fragmento é um mistério, assim como a identidade de seu proprietário, que preferiu o anonimato. Até ontem, a historiadora o havia mostrado apenas a um seleto grupo de especialistas em papirologia e na língua copta. Eles concluíram que a probabilidade de o fragmento ser falso é remota.
Mesmo com tantas questões pendentes, a descoberta pode reacender o debate em torno da polêmica: Jesus foi casado? Maria Madalena foi sua mulher? Ele teve uma mulher entre seus apóstolos? São perguntas feitas desde os primeiros séculos da Cristandade, mas que se tornam relevantes hoje com o debate em torno da possibilidade de mulheres assumirem funções de padres.

Ineditismo. Antes de partir para Roma, Karen recebeu em seu escritório, na quinta-feira, os jornais The New York Times, The Boston Globe e uma revista de Harvard. Apesar de reiterar que sua descoberta não prova que o Jesus histórico tenha sido casado, ela disse que o achado é “excitante” porque é a primeira declaração atribuída a Jesus ele diz que tinha uma mulher.

“Esse fragmento sugere que alguns dos primeiros cristãos tinham uma tradição na qual Jesus era casado”, diz ela. “Sabemos que existia uma controvérsia no século 2 sobre o casamento de Jesus, assim como um debate sobre se os cristãos deveriam se casar ou fazer sexo.”

Karen diz que ficou sabendo do que chama de “O Evangelho da Mulher de Jesus” quando recebeu, em 2010, um e-mail de um colecionador de papiros coptas, gregos e arábicos com um pedido de ajuda para traduzir o documento, O colecionador o comprou em 1997 de um professor de egiptologia alemão. Não se sabe onde, quando ou como o papiro foi descoberto originalmente.

Karen recebeu o fragmento de dezembro passado. Após três meses, ela o levou a Nova York para mostrá-lo a dois papirologistas, das renomadas Universidades de Nova York e Princeton. Eles concluíram que “é algo impossível de falsificar” e que o significado das palavras “minha mulher” não pode ser questionado. A idade do fragmento será confirmada por espectroscopia.

A pesquisa de Karen deve ser publicada em janeiro na revista Harvard Theological Review. Ariel Shisha-Halevy, um respeitado especialista em copta da Universidade Hebraica de Jerusalém, também consultado pela especialista, disse acreditar que “o texto é autêntico”.

Fontes: Estadão / NYT e REUTERS.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O que é o casamento

1 - Ato religioso mediante o qual se cria mais um cristo e uma virgem a menos.

2 - Única sentença de prisão perpétua que pode ser cancelada por mau comportamento.

3 - Situação em que nenhuma mulher tem o que esperava e nenhum homem espera o que tem.

4 - A única guerra onde se dorme com o inimigo.

5- Considerada a principal causa do divórcio.

6 - Processo químico através do qual uma laranja se transforma em limão.

7 - Catalisador da engorda.

8 - Matematicamente: soma de afeto, subtração de liberdade, multiplicação de responsabilidades e divisão de bens.

Fonte: Olá Guia - Balneário Camboriú - Julho 2012

O espantoso silêncio

Hoje, a praça de São Marcos tem mais turista americano do que pombo. E muitos, inadvertidamente, dão milho aos americanos e deixam os pombos a ver navios.

Graças a Deus, a nossa Cinelândia ainda não foi invadida pelos nossos irmãos do Norte. De sorte que, lá, os pombos ainda constituem uma sólida maioria. Diria mesmo que a Cinelândia tem mais pombos do que o soneto de Raimundo Correia. E são tão mansos, de uma tal docilidade, que parecem amestrados.

Todas as manhãs e todas as tardes vem uma mão anônima e amorosa dar-lhes milho. O que então acontece é uma espécie de milagre, de suave milagre. Às centenas, aos milhares, sei lá, descem pombos de não sei que misteriosos telhados, de que encantados beirais. É lindo vê-los dando pulinhos e bicando o milho.

Mas não é bem isso que eu queria dizer. O que eu queria dizer é que os pombos da Cinelândia devem ter visto coisas do arco da velha. Temos três locais altamente politizados: — o largo de São Francisco, o largo da Carioca e a Cinelândia. Os dois primeiros ainda estão ressoantes de velhos comícios espectrais. Em especial, o largo de São Francisco.

Certamente, vocês já ouviram falar na "Primavera de sangue". Foi metáfora e foi manchete. Mas vamos aos fatos.

Há uns quarenta anos, ou cinqüenta, os estudantes resolveram fazer o enterro simbólico do então chefe de Polícia. Foi proibida a passeata ou por outra: — não foi proibida. O chefe de Polícia autorizou-a. E, então, os estudantes concentraram-se, exatamente, no largo de São Francisco. Lá estavam o caixão, as velas acesas, com os estudantes chorando falsamente o pseudo-defunto. Quando, porém, saiu o enterro, três ou quatro policiais, à paisana, infiltrados na massa, esfaquearam e mataram dois estudantes.

Um dos repórteres presentes dispara para a redação. Lá chegando deu à luz a metáfora:

— "Primavera de sangue".

O diretor do jornal, num arroubo perdulário, puxou uma cédula e a enfiou na mão do estilista. No dia seguinte, a manchete sangrava no alto da primeira página. A metáfora quase pôs abaixo o governo. E, até hoje, há sempre um velho profissional, que se lembra da "Primavera de sangue".

Também na Cinelândia houve memoráveis explosões cívicas. E os pombos de lá, como uma alada platéia, a tudo assistiam, arrulhando os seus aplausos e as suas vaias. E, se um deles tivesse de redigir suas memórias, havia de conceder um especial destaque ao comício da escola de belas-artes.

Trata-se de um episódio que, na época, encheu a cidade de um divertido horror.

Eis o caso: — certo dia, os pombos da Cinelândia foram surpreendidos por uns trinta ou quarenta rapazes. Num golpe de mão, os jovens ocuparam as escadarias do Municipal. Os pombos imaginaram que a rapaziada ia falar do Vietnã, o assunto da moda. Engano. Simplesmente, estavam ali para um comício de um tipo jamais suspeitado. Ninguém xingou os Estados Unidos. O primeiro orador anunciou a morte da palavra. O segundo também anunciou a morte da palavra. E assim o terceiro, o quarto, o quinto oradores. Como fizeram cinco discursos e todos vociferando a mesma coisa, pode-se dizer que a palavra morreu cinco vezes.

Os pombos se entreolhavam, num mudo escândalo desolado. Não entendiam nada. Mas nisto chegou o momento do milho. Dez minutos depois, voltam os pombos. Eis o que viram: — os rapazes estavam rasgando poemas de amor. Com tal gesto queriam demonstrar que a nossa época não comporta nem a palavra, nem o amor. Era meio estranho que latagões, aparentemente válidos, tivessem tal desgosto do amor e, por conseqüência, da mulher.

Por fim, retiraram-se, gloriosamente, os rapazes. E, então, ruflando as asas e sacudindo as penas, os pombos voltaram para o soneto de Raimundo Correia. Passou.

De vez em quando, porém, lembro-me do episódio e faço da "morte da palavra" um tema de meditação fúnebre. Até hoje, não sei se a palavra está morta. Admito que se possa fazer um romance sem palavras, um conto sem palavras, um soneto sem palavras e até um recibo sem palavras. Admito que, futuramente, um novo Tolstoi venha a fazer uma outra Guerra e paz sem título e com 1200 páginas em branco. Não consigo imaginar, porém, que certas situações vitais possam dispensar a palavra.

Pode-se admitir um flerte mudo. Todavia, não se conhece um flerte eterno ou, pelo menos, que tenha chegado às bodas de prata ou de ouro. Um flerte dura escassamente os quarenta minutos de um chá, de um desfile, jantar etc. etc. Em seguida, tem de entrar a palavra. Homem e mulher não podem ficar eternamente olhando um para o outro.

Conheci um paulista que era, por índole e por fatalidade geográfica, um introvertido. Falava pouquíssimo. Um dia, apaixonou-se. Não tirava a vista do ser amado. O pior é que a moça estava achando o silêncio uma prova de alma profunda, inescrutável e fascinante. Até que, um dia, o paulista resolve falar. Aproxima-se da bem-amada e sussurra-lhe: — "Rua tal, número tal, apartamento 1015, última porta à direita. Cinco da tarde".

Para um paulista, ainda mais quatrocentão, era um esforço vocal insuportável. E teve que se sentar, mais adiante, com as pernas bambas e a vista turva.

Claro que esse mutismo atroz é, no amoroso, uma exceção escandalosa. Seja como for, mesmo o paulista citado teve que dizer um endereço e uma hora. A dama achou, com isso, que o ser amado era de uma prolixidade inefável. Normalmente, ninguém ama sem uma inestancável torrente verbal.

Tive um colega que dava para a namorada telefonemas de oito horas. Nem ele nem ela faziam uma pausa. Falavam ao mesmo tempo, e tanto a pequena como o rapaz não entendiam o que o outro dizia. Mas falei do paulista e agora me lembrei: — há pior, há pior.

Quem me contou o episódio foi Marcos André. Vocês conhecem, decerto, o admirável colunista. Eu o admiro por vários motivos e mais este: — Marcos André andou pela China, pelo Japão, por Formosa. Viu paisagens, flores, lagos jamais sonhados. Quando o leio lembro-me do nome azulado, lunar, de Pierre Loti. E, como este, Marcos André conhece a China anterior a Mao Tsé-tung e, portanto, a China do ópio.

Em Hong Kong, o colega foi testemunha da mais linda e silenciosa história de amor. Conta Marcos André que certo milionário brasileiro foi traído pela esposa. Quis gritar, mas a infiel disse-lhe sem medo: — "Eu não amo você, nem você a mim. Não temos nenhum amor a trair". O marido baixou a cabeça. Doeu-lhe, porém, o escândalo. Resolveu viajar para a China, certo de que a distância é o esquecimento.

Primeiro, andou em Hong Kong. Um dia, apanhou o automóvel e correu como um louco. Foi parar quase na fronteira com a China. Desce e percorre, a pé, uma aldeia miserável. Viu, por toda a parte, as faces escavadas da fome. Até que entra na primeira porta. Tinha sede e queria beber. Olhou aquela miséria abjeta. E, súbito, vê surgir, como num milagre, uma menina linda, linda. Aquela beleza absurda, no meio de sordidez tamanha, parecia um delírio.

O amor começou ali. Um amor que não tinha fim, nem princípio, que começara muito antes e continuaria muito depois. Não houve uma palavra entre os dois, nunca. Um não conhecia a língua do outro. Mas, pouco a pouco, o brasileiro foi percebendo esta verdade: — são as palavras que separam. Durou um ano o amor sem palavras.

Os dois formavam um maravilhoso ser único. Até que, de repente, o brasileiro teve que voltar para o Brasil. Foi também um adeus sem palavras. Quando embarcou, ele a viu num junco que queria seguir o navio eternamente. Ele ficou muito tempo olhando. Depois não viu mais o junco. A menina não voltou. Morreu só, tão só. Passou de um silêncio a outro silêncio mais profundo.

[22/9/1968]
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A Cabra Vadia: novas confissões / Nelson Rodrigues; seleção de Ruy Castro. — São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Admirável defunto

Uma coluna diária precisa ter um elenco variadíssimo. Sim, um elenco colorido de mágicos, trapezistas, clowns, arquitetos, cineastas, heróis, estudantes, intelectuais e pulhas.

Quando o colunista precisa de um mímico, tem o mímico; e se é cineasta, vem o cineasta; e se é o intelectual, há o intelectual.

Fiz esta breve introdução para concluir: — as minhas confissões vivem de um elenco assim. Meus protagonistas e meus comparsas dariam para lotar uma platéia de Fla-Flu. E um dos meus personagens mais fascinantes é exatamente o "defunto vocacional".

Não sei se me entendem. Imagino mesmo que o leitor há de perguntar: — "Por que defunto e por que vocacional?".

Tentarei explicar.

Outro dia cruzo na Avenida com um morto. Passou por mim e acenou-me com os dedos: — "Salve!".

Balbuciei, lívido: — "Salve". E fiquei olhando o outro afastar-se e sumir na multidão. Mas por que o meu espanto e por que o meu horror? Era um sujeito que eu já velara, e chorara, e florira umas cinco vezes.

Dirá alguém: — "Ilusão". Seja ilusão. Mas o "defunto vocacional" cumprimenta como os outros, e calça como os outros, e tem gravata como os outros. E dá sempre a sensação de que já o vimos de pés juntos e de algodão nas narinas. Sua cara é hirta e feia como uma máscara, sim uma máscara da cor de certas pinceladas amarelas de Van Gogh.

Mas por que estou dizendo tudo isso? Ah, já sei.

Imaginem vocês que recebi um telefonema fantástico. Era alguém que desejava de mim uma entrevista imaginária. O sujeito falava de maneira especialíssima. Era uma voz fininha de criança que baixa em centro espírita. Fiz-lhe a pergunta assustada:

— "O senhor tem mesmo essa voz?".

Jurou que tinha. E eu: — "Mas quem é o senhor?".

Veio a resposta terrível: — "Sou o homem de bem".

Ora, eu estava certo de que o homem de bem era, precisamente, "O Grande Defunto". Ninguém tão morto e ninguém tão enterrado. Lembrava-me da missa mandada rezar pelo seu eterno repouso. E me parecia irritante que alguém saísse da tumba e pedisse uma entrevista imaginária. Seriam ambos imaginários: — a entrevista e o homem de bem.

Tive de usar de franqueza: — "Meu amigo, vai-me desculpar, mas o senhor já morreu".

Há uma pausa lúgubre. E, depois do suspense, diz o homem de bem: — "Obrigado pela informação". E desligou.

Viro-me para os colegas e, puxando um cigarro, digo-lhes: — "O homem de bem é um cadáver mal-informado. Não sabe que morreu".

Volto para a minha mesa. Bate novamente o telefone.

Aviso: — "Se for o homem de bem, não estou". Felizmente, não era o falecido. O contínuo pergunta: — "Quem quer falar com ele?". Pausa. O contínuo repete: — "Quem? O canalha?".

Alguém que se dizia "o canalha" queria falar comigo. Levanto e vou atender. Mas achava curioso que no mesmo dia, na mesma hora, fosse eu solicitado pelo falecido homem de bem e por um salubérrimo canalha.

Do outro lado da linha, diz alguém: — "Seu Nelson Rodrigues? Eu queria dar uma entrevista imaginária. Pode ser?".

Fiz-lhe a primeira pergunta: — "Quem é o senhor?".

E o outro, com a voz de quem está mascando chicletes: — "Já disse. Sou o canalha".

Tive de explicar-lhe: — "Meu amigo, já temos um canalha oficial. Nunca ouviu falar no Palhares, o que não respeita nem as cunhadas?".

Respondeu, com radiante vaidade: — "Sou muito pior do que o Palhares". Era uma bravata óbvia. Digo:

— "Escuta. O Palhares beijou a cunhada no corredor. E o senhor? Vamos lá. Qual foi a sua ignomínia?".

O outro dá uma risadinha de Chaliapine em Mefistófeles: — "Só responderei no terreno baldio".

Faço uma pausa. Estou achando a voz muito moça. Pergunto:

— "Afinal, que idade tem o senhor?".

Eis a resposta:

— "Dezessete anos".

Ao ouvir falar em "dezessete" tremo em cima dos sapatos. Faço-lhe reverências de Michel Zevaco:

— "Peço-lhe mil desculpas. Eu não sabia que o senhor era o jovem. Pode vir. O terreno baldio jamais fechará suas portas para o jovem".

Expliquei-lhe que as entrevistas imaginárias devem começar à meia-noite, hora que, segundo Machado de Assis, apavora. O jovem foi sarcástico:

— "A meia-noite é uma ilusão". Seja como for, foi magnânimo; e aceitou o tenebroso horário.

Assim me despedi: — "Salve, jovem canalha!".

Imediatamente, liguei para o contra-regra do terreno baldio:

— "Sou eu. Manda providenciar papel picado e listas telefônicas. Vamos receber a mais ilustre visita de toda a história do terreno baldio".

Pergunta, pálido, o contra-regra: — "Quem?". Imaginou, por certo, que seria um rajá montado num elefante. Disse-lhe:

— "O jovem canalha!".

Era honra demais para o contra-regra. Sob violenta dispnéia emocional, quase desfaleceu no telefone:

— "Não merecemos tanto".

Trato de instigá-lo:

— "Capricha, capricha!".

Saio do telefone, ponho o paletó e embaixo apanho o primeiro táxi. Arquejo:

— "Me leva no terreno baldio. Chispa".

Salto lá. A cabra, os gafanhotos, os sapos, as pulgas, os caramujos estão assanhadíssimos:

— "Cadê o jovem canalha?". Tenho que pedir calma. Chamo as pulgas:

— "Modos, hem, modos".

Ao longe, como no soneto do Alencar de Os Maias, um burro, pensativo, pastava. E, súbito, a cabra põe a boca no mundo: — "Evém o jovem canalha!". Era a pura verdade.

Vinha ele e com as costeletas ao vento. Mas não vinha só. Uma massa o seguia, berrando como nos comícios do Brigadeiro:

— "Já ganhou! Já ganhou!".

De um lado do jovem canalha marchava o dr. Alceu; de outro lado vinha d. Hélder. E ambos abanavam o pulha com uma Revista do Rádio. Foi sublime quando o patife entrou no terreno baldio. Num desvairado arroubo, o dr. Alceu forrou o chão com o próprio paletó para o jovem pisar. Do alto, choviam listas telefônicas e papel picado.

Finalmente, pedi silêncio. E então o mestre-de-cerimônias anunciou os títulos do entrevistado:

— "É estudante, mas não sabe nada, porque onde se viu estudante estudar? Nunca leu um livro. Só lê manchete".

Palmas, vivas, foguetes. Dr. Alceu começa a gritar:

— "Tem a razão da idade!".

A massa coral de gafanhotos, sapos, pulgas, camaleões, pôs-se a repetir:

— "Tem a razão da idade! Tem a razão da idade!".

E, súbito, fez-se o maior silêncio da terra. O "jovem canalha", de viva voz, ia contar o feito que estava justificando aquela apoteose. Com radiante modéstia, disse tudo:

— "Não fiz nada demais. Estão exagerando. Simplesmente, havia uma menina reacionária. Tão reacionária e obscurantista que namorava de mãos dadas. Eu e mais uns sete pegamos a menina. Batemos no namorado".

Pausa, suspense. E, então, limpando as unhas com um pau de fósforo, concluiu:

— "Eu sou um co-autor do jovem estupro".

Em delírio, a multidão avançou. O co-autor foi carregado na bandeja, e de maçã na boca, como um leitão assado. Assim fez, pelo terreno baldio, a triunfal volta olímpica.

[21/9/1968]
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A Cabra Vadia: novas confissões / Nelson Rodrigues; seleção de Ruy Castro. — São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Frases de efeito

"Acredito em Deus, mas a recíproca não é verdadeira."

"Não gosto de mulher casada. Por isso me separei."

"Não é que eu me ache feio. Eu só não faço o meu tipo."

"Devo tudo a minha mãe. Ela, inclusive, já entrou na justiça para tentar receber alguma coisa."

"Eu amo o dinheiro mas não sou correspondido."

"Meu filho, um dia tudo isso será seu, disse o banqueiro ao seu herdeiro, apontando para a casa de um cliente."

"Será que existe vida inteligente em outros planetas ou são todos como o nosso?"

"Tudo o que eu tenho hoje eu devo aos bancos."

"Meu complexo de inferioridade é tão grande, mas tão grande, que provavelmente, é o menor do mundo."

Fonte: Internet - Henrique Szklo.

sábado, 17 de novembro de 2012

Nós e os gatos

Gatos em casa fazem bem para o coração. Estudos dizem que os donos de gatos têm menor probalidade de morrer de infarto. A descoberta foi apresentada na American Stroke Association's.

Donos de gatos têm menor estresse. Contemplar a beleza de um gato ou acariciar estes animais é uma atividade relaxante. Uma terapia estimulante, barata e eficiente (fonte: medicinenet.com).

Gatos enxergam no escuro. Gatos vêem as coisas no escuro muito melhor que nós. Precisam apenas 1/6 da luz que nós precisamos para ver. Entretanto, em situações de muita luz, a visão é prejudicada. Os gatos têm campo visual com abertura estimada em 200°, nós com 180°.

Gatos têm a audição apuradíssima. São capazes de ouvir sons ultrassônicos. Eles também se comunicam por sons nesta frequência. Nós e os cães não percebemos esses sons. Nós ouvimos até 20 khz, o gato ouve até 65 khz.

Gatos percebem os cheiros muito melhor que nós. Um gato doméstico possui o olfato 14 vezes mais potente que os humanos, mas ficam em desvantagem em relação ao poderoso olfato dos cães;

Fonte: www.osgatos.com.br

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Feriadão de 15 Novembro

Algumas fotos da tarde desse feriado da Proclamação da República, dia que se usa para descansar, passear ou, por exemplo, curtir uma praia aqui no belo Balneário Camboriú...





quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Caçador do rio pequenino


A cidade de Caçador, situada no Meio-Oeste catarinense, não é somente um celeiro de valores do esporte amador onde ontem e hoje acontecem os Jogos abertos de Santa Catarina. Esta região de um povo honesto e trabalhador é deslumbrante quando exibe algumas de suas araucárias (das milhares que outrora existiram). Para mim não existe árvore mais exuberante que a Araucaria angustifolia... Abaixo algumas fotos que pude tirar (o tempo chuvoso do fim deste outubro não me permitiu uma melhor exploração e mais fotos).

Um bosque europeu dos contos de fadas? (na Associação. Atlética Adami)


As hortências ladeiam e embelezam o "rio pequenino" da bela Caçador

Olha a Maria-Fumaça tão antiga que nos reporta a época da Guerra do Contestado.

A belíssima Praça Nossa Senhora Aparecida surgiu em 1918 e hoje existe uma capela.

Monumento da fé caçadorense: Catedral São Francisco de Assis. Eu a visitei.

A ponte Antônio Bortolon que me traz recordações de Taió onde vivi. Lá tem também...

Faltaram aqui lugares que não visitei em Caçador. Porque a cidade e suas cercanias são belas demais, com cachoeiras, parques e fazendas. Prometo, na próxima visita, se o tempo ajudar, mais fotos. Um abraço deste papa-siri itajaiense, morador da também bela Camboriú.

domingo, 11 de novembro de 2012

Vitamina D: essencial para a saúde

Quando o botão da calça jeans não fecha, amaldiçoamos a pizza, o brigadeiro e a coxinha. Mas é possível que a causa da gordura na sua barriga seja o que você não come. Segundo um estudo da USP, 77% da população da Grande São Paulo tem taxas deficitárias de vitamina D, substância que desempenha um papel crucial no fortalecimento de ossos, no combate à depressão e na eficiência do sistema imune. Novas descobertas apontaram que a letrinha também é fundamental para determinar o número da balança.
 
Mais D, menos kg
 
À diferença da maioria das vitaminas, a D pode ser produzida pelo corpo - seu combustível é o sol. O problema é que o protetor solar, essencial para prevenir rugas, manchas e, evidentemente, câncer, reduz em 90 a 99% a chance de o organismo sintetizar o nutriente. A poluição do ar também filtra uma parte dos raios UVB, reduzindo a quantidade que chega à sua pele.
 
Tem mais: mesmo que você não passe protetor solar, é difícil se expor aos raios certos, já que o sol que você provavelmente toma no dia a dia - o da manhãzinha e o do fim da tarde - é fraco para produzir a taxa necessária do nutriente (400 a 600 unidades internacionais por dia para uma mulher adulta). "A idade e a cor da pele determinam a cota necessária", afirma anutricionista Lívia Yokomizo, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. A quantidade aumenta quanto mais escura a tez e avançados os anos. Lívia recomenda no mínimo 15 minutos com braços e pernas inteiros expostos ao sol no período entre as 10 e as 16 horas para ativar a vitamina D no organismo.
 
Para saber se você se enquadra na estatística das mulheres que estão em falta com o composto, é preciso fazer um exame de sangue com dosagem de 25 (OH)D. Índices abaixo de 20 nmol/l são insuficientes.
 
Vitamina no prato
 
Uma maneira mais garantida e saudável de obter sua cota de vitamina D é por meio da dieta. À medida que você aumenta o consumo, sua cintura pode começar a diminuir. Isso porque cada célula do corpo - incluindo as temidas células de gordura - tem receptores da substância. Eles, por sua vez, interferem nos comandos do metabolismo de acordo com o recebimento ou não do nutriente. No caso das células de gordura, duas ações podem ser disparadas: na falta de vitamina D, o corpo recebe a ordem de estocar gordura. Já se o nutriente chega aos receptores, é acionada a queima dessas células, estimulando o metabolismo a mandar a gordura embora.
 
Enquanto isso, receptores no seu cérebro precisam da letrinha para controlar a fome, assim como para elevar o nível de serotonina, neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar (isso é bom, sobretudo porque dietas costumam causar mau humor). Ela ainda ajuda o organismo a absorver nutrientes essenciais para a perda de peso, como o cálcio. Falta de cálcio aumenta em cinco vezes a síntese de ácido graxo, uma enzima que converte caloria em gordura.
 
Num estudo de 2009 publicado no British Journal of Nutrition, obesas que encararam uma dieta de 15 semanas em que ingeriram 1.200 mg de cálcio diariamente perderam seis vezes mais peso do que as mulheres que só fizeram regime, sem tomar cálcio. Ao abastecer seu corpo com uma alimentação rica em vitamina D, você aumenta o potencial de emagrecimento em até 70%.
 
Para garantir a cota diária, insira o nutriente em todas as refeições. Vale trocar o leite, o suco e o iogurte por versões enriquecidas com a substância, acrescentar peixes como anchova, arenque, atum, cavala e sardinha ao cardápio e aumentar a ingestão de ovos. Além disso, aposte nos snacks. As opções a seguir ajudam a preservar a massa muscular e incinerar gordura.
    
Lanches vitaminados
    
A dose recomendada de vitamina D para mulheres adultas é de 400 a 600 unidades internacionais (UI) por dia. As opções de lanche a seguir a ajudarão e chegar lá:
 
10 amêndoas sem sal + 200 ml de vitamina de frutas com aveia Sollys, Nestlé (R$ 3,49, tel. 0800 7702459) (38 UI)
1 omelete de dois ovos (56 UI)
1 sanduíche de pão integral com 1 colher (sobremesa) rasa de margarina light e 30 g de atum ralado light (conservado em água) (149 UI)
2 fatias de pão de fôrma integral + 50 g de salmão defumado + 1 colher (sopa) de cream cheese (205 UI)
1 copo (200 ml) de Ades Shake de Morango (R$ 4,40, tel. 0800 7070044) (80 UI)
1 iogurte Densia (100 g), Danone (R$ 3,64, tel. 0800 7017561), + 1 Diet Shake Barra de Cereais de Frutas Vermelhas (25 g), Nutrilatina (R$ 1,69, tel. 0800 412423) (190 UI)
 
Fonte: WOMEN'S HEALTH / M de Mulher / Texto: Alisa Bowman e Tathiane Forato

Música: o santo remédio

Estudos recentes sugerem que o cérebro responde aos estímulos musicais como se fossem remédio. Isso significa que a sua canção favorita pode regular funções do corpo, reduzir o estresse e até desenvolver habilidades motoras. Para as grávidas, colocar um fone com uma melodia gostosa em contato com a barriga pode aumentar o laço entre elas e seus bebês e ainda torná-los mais inteligentes.
 
Como não existe um tipo específico de música que faça todos os seres humanos se sentirem melhor, escolha um som que desperte lembranças e sensações boas. Vale música clássica, pop, sertaneja, rock’n’roll...
 
O segredo é se sentar ou deitar confortavelmente e prestar atenção na letra e na melodia, em vez de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Ainda não está convencida? Conheça, então, as vantagens desse tratamento.
 
Ouvir música...
 
1. Reduz o estresse
 
Músicas calmas diminuem a ansiedade porque baixam a frequência cardíaca e, com isso, a pressão arterial. Escolha uma que prenda a atenção e faça você esquecer as preocupações do dia a dia. Em 10 minutos, seu corpo estará relaxado - fica mais fácil até pegar no sono! Se músicas lentas causam em você impaciência, ouça algo mais animado.
 
2. Alivia a dor
 
Estudo feito por uma universidade americana constatou que quem ouve sua música favorita em procedimentos cirúrgicos precisa de menos sedativos e analgésicos. A estratégia também serve para combater o mal-estar de doenças crônicas: a música altera a percepção da dor e aumenta a eficácia dos remédios.
 
3. Ameniza a depressão
 
Curtir um som libera dopamina, neurotransmissor que atua nos centros de prazer do cérebro. O tom, a estrutura e a letra da música têm impacto direto na emoção provocada, mas há também questões subjetivas, como as lembranças que ela desperta.
 
4. Faz o organismo TODO funcionar melhor
 
A respiração estruturada de quando a gente canta (ou você vai dizer que ouve música em silêncio?) massageia o intestino, alivia o coração, fornece ar adicional aos pulmões e impulsiona a circulação sanguínea. Como se esses benefícios não bastassem, nossa memória e concentração ainda ficam tinindo!
 
5. Ajuda a tratar problemas sérios
 
Pesquisas comprovam que ouvir música diminui as náuseas durante a quimioterapia, melhora o humor e a mobilidade de pessoas com mal de Parkinson e incentiva os pacientes a participarem de tratamentos capazes de encurtar sua estadia no hospital.
 
Fonte: ANAMARIA / M de Mulher
Texto: Beatriz Levischi

O poder das cores dos alimentos

Quanto mais colorida sua alimentação, melhor para a sua saúde. Você já deve ter ouvido isso alguma vez. Mas será que isso é verdade?
 
“Sim, a informação está corretíssima. A alimentação ‘colorida’ diminui em muito as chances de uma deficiência alimentar. Mas é bom lembrar que estamos falando de alimentos que não sejam industrializados. O ideal é o mínimo de 5 porções de frutas, legumes e verduras diariamente, de preferência de cores variadas”, confirma Ludimila Eler, nutricionista da área de Check-up do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
 
Para facilitar a escolha desses alimentos a especialista montou um roteiro de cores dos alimentos e as suas propriedades para a saúde.
 
Alimentos roxos
 
Amoras, framboesas, jabuticaba e repolho roxo são ricos em polifenóis, uma espécie de antioxidante que protege as células do organismo contra sua degradação natural e age diminuindo o ritmo do envelhecimento.
 
Alimentos vermelhos
 
Uvas, que dependendo do tipo também são mais puxados pro roxo (e contêm as características indicadas acima) são consideradas alimentos do tipo vermelho. Ricas em resveratrol, elas ajudam a diminuir o colesterol ruim e ajudam a melhorar a circulação sanguínea.
 
Morangos, tomates, pimentão vermelho, romã, goiaba vermelha são outros tipos de alimentos ricos em licopeno. No homem esse tipo de substância protege contra o câncer de próstata. Nas mulheres diminui o risco de desenvolver o câncer de colo de útero.
 
“Associadas a algum tipo de gordura – como o azeite em saladas ou então ingeridos junto com derivados do leite na sua versão regular, por exemplo – elas têm o poder do licopeno potencializado”, diz Eler.
 
Alimentos alaranjados
 
Laranja, tangerina e outras frutas cítricas são ricas em vitamina C e antioxidantes. Ajudam na manutenção do sistema imunológico. E de acordo com uma pesquisa brasileira podem também ajudar no combate ao colesterol.
 
Alimentos verdes
 
Ricos em clorofila, ajudam a desintoxicar o corpo, além de hidratarem (uma ótima pedida para os dias mais quentes e secos). “Associados a alimentos ricos em fósforo e ferro – como o alho, comum em diversas receitas – são benéficos para o sangue também”, indica a nutricionista.
 
Alimentos brancos
 
Nessa lista estão o alho, a banana e a maçã (lembrando que a polpa dessas frutas é esbranquiçada), a couve-flor, o nabo e a pinha. Todos esses alimentos são ricos em potássio, importante para o funcionamento dos músculos, incluindo o coração.
 
Além disso são ricos em vitaminas do complexo B, que combate os sintomas da depressão. O alho também contêm cálcio, bom para os ossos e é um ótimo antibiótico natural.
 
Alimentos marrons
 
Castanhas, nozes, feijão e cereais integrais, como a aveia, são ótimos antioxidantes e contêm selênio, que ameniza a TPM.
 
As castanhas e as nozes ainda contêm gorduras que ajudam no controle do colesterol ruim. No caso dos cereais integrais há ainda o zinco e o cromo, que também contribuem para deixar a TPM mais leve e também são recomendados para mulheres na idade de menopausa. Já o feijão também contêm magnésio e potássio.
 
Alimentos pretos
 
Ou seriam bebidas? Não importa, pois o café e o chá preto são ótimos estimulantes para o sistema nervoso e contêm altos níveis de antioxidantes. “Só não são indicados para pessoas ansiosas, que sofram de insônia ou aquelas com problemas estomacais. Como são ácidos podem piorar o quadro de gastrite, por exemplo”, alerta Eler.
 
Com tantas opções de todas as cores fica fácil montar um cardápio “arco-íris” e se alimentar melhor focando na sua saúde, não?
 
Fonte: O que eu tenho /  Texto: Enio Rodrigo.

O Brasil e os ex-fumantes

O Brasil está entre os países com maiores taxas de fumantes que abandonaram o vício, segundo um estudo divulgado em 16/08/2012 pela revista médica “The Lancet”. O país também tem a menor taxa de homens fumantes em relação ao total da população, comparado com os outros países analisados.

Segundo o levantamento feito entre outubro de 2008 e março de 2010, 46,4% dos homens brasileiros e 47,7% das brasileiras que disseram que já fumaram diariamente no passado tinham abandonado o vício.

O número é o terceiro mais alto da pesquisa, atrás apenas do Reino Unido (com 57,1% para os homens e 51,4% para as mulheres) e dos Estados Unidos (48,7% e 50,5%, respectivamente).

Em quarto lugar, o Uruguai também apresenta um bom resultado, com 42,8% de homens e 41% de mulheres ex-fumantes. A pior situação é encontrada na China (12,6% de homens e 16,8% de mulheres) e na Índia (12,1% e 16,2%).

A pesquisa avaliou o hábito de fumar nos Estados Unidos, no Reino Unido e em 14 países de “baixa ou média renda”: Brasil, Bangladesh, China, Egito, Índia, México, Filipinas, Polônia, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uruguai e Vietnã.

De acordo com os autores, há uma “epidemia global de uso de tabaco” nos países em desenvolvimento no século 21. O fumo, segundo o estudo, “causa cerca de 9% das mortes no mundo”. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde, seis milhões de pessoas morrem por causas ligadas ao tabaco todos os anos”, diz a pesquisa.

O levantamento mostra que em todos os países estudados o fumo é um hábito mais comum entre homens do que entre mulheres, mas que o uso do tabaco por elas está aumentando e começando cada vez mais cedo.

De todos os países estudados, o Brasil tem a menor porcentagem de homens fumantes: 21,6%. Em segundo lugar vem o Reino Unido, com 22,8% e os Estados Unidos, com 24%.

Entre as mulheres, o país está em décimo: 13,1% das mulheres brasileiras fumam – 11,5% diariamente. O país com menor quantidade de mulheres fumantes é o Egito, com 0,5%, seguido pelo Vietnã, com 1,4%.

A Rússia lidera a porcentagem de homens fumantes na população, com 60,2% da população masculina admitindo o hábito – 55% fumam todos os dias. Entre as mulheres, a liderança é da Polônia: 24,4% delas fumam – 21% diariamente. Em números absolutos, a liderança é da China, com 301 milhões de usuários de tabaco, seguida pela Índia, com 275 milhões.

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde sobre o fumo na população brasileira trazem um panorama mais positivo. Segundo a última pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada em abril de 2012, 18,1% dos homens brasileiros e 12% das mulheres admitem ser fumantes.

Fonte: G1

Bebida alcoólica pode ser cancerígena

Cientistas da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, divulgaram no dia 22 de agosto último a primeira evidência de que a bebida alcoólica pode ser cancerígena. A descoberta surge quase 30 anos depois dos primeiros estudos da área levantarem uma ligação entre o consumo de álcool e certos tipos de tumor.

Líder do estudo, a pesquisadora Silvia Balbo afirmou em encontro na Filadélfia que o corpo humano quebra as moléculas do álcool que existem na cerveja, no vinho e nos licores. Este processo de metabolização forma o acetaldeído, que tem estrutura semelhante a de um composto conhecido por ser cancerígeno: o formaldeído, ligado a tumores nos pulmões, no nariz, no cérebro e no sangue (leucemia) humano. A substância, diz Silvia, também traz sérios danos ao DNA, o que pode acarretar anomalias no organismo da mesma forma como age o câncer.

“Nós, agora, temos a primeira evidência de que o  acetaldeído processado após o consumo de bebida prejudica drasticamente o DNA”, explicou Silvia no 244º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química.

A pesquisa foi feita em três semanas com dez voluntários que tinham de beber doses crescentes de vodca uma vez por semana. O grupo descobriu que os níveis de alteração do DNA aumentavam até 100 vezes horas após a ingestão da bebida, assim como nas células sanguíneas. Só após 24 horas é que as taxas voltavam ao normal.

Silvia alerta que a maioria das pessoas tem um mecanismo de defesa, a enzima desidrogenase, que transforma o acetaldeído em acetato, uma substância inofensiva para o corpo. Além disso,  ela pontua, é pouco provável que o câncer se desenvolva em pessoas que bebam pouco ou apenas socialmente, apesar de o álcool estar associado a outros malefícios sociais.

No entanto, 30% dos asiáticos, cerca de 1,6 bilhão de pessoas, não têm essa enzima protetora. Como não conseguem "destruir" a substância cancerígena, eles estão mais propensos a adquirir câncer.

Fonte: UOL Notícias - Ciência