domingo, 29 de janeiro de 2012

Pequeno Dicionário dos Esportes - Parte II

Alpinismo - Brincar de bondinho do Pão de Açúcar sem bondinho.

Beisebol - Esporte onde muitos americanos são yankees e muitos brasileiros são japoneses.

Basquete - Cinco homens à procura de um cesto.

Boxe - Onde fica provado que dar é melhor do que receber.

Caça - Só deve ser praticada no dia do caçador.

Corrida de Cavalo - Esporte onde os cavalos ganham e os burros perdem.

Esqui - Utiliza-se neve, dois bastões, dois pedaços de madeira, uma boa colina e algumas fraturas.

Futebol - Jogo composto de 22 jogadores, dois técnicos, uma bola, um campo, dois bandeirinhas, um árbrito e duas torcidas, que geralmente não simpatizam com a progenitora do árbitro.

Pesca - Um homem de um lado e um peixe do outro. Geralmente os peixes têm o dom de crescer seis ou sete vezes de tamanho, do momento em que são pescados até a hora em que são descritos aos amigos.

Remo - Esporte em que o seu braço é a gasolina do barco.

Tiro ao Alvo - Forma dificílima de detetização. Com uma bala, você tem que acertar na mosca.

Xadrez - O jogo predileto dos banqueiros. Sem o cheque não há o mate.

Fonte: Orkut.

Pequeno Dicionário dos Esportes

Alpinismo: Nascido nos países alpinos, como Áustria e Suiça, consiste em escalar montanhas.

Arco e Flecha: Extremamente difundido na Idade Média.

Atletismo: Chamado esporte base, pois testa as características básicas do homem, comporta três tipos de prova: as corridas (rasas ou de obstáculos), os saltos (altura, extensão, tríplice e com vara) e os lançamentos (peso, disco, martelo e dardo). Suas origens remontam à Grécia antiga, sendo basicamente um esporte individual.

Automobilismo: Corridas de automóvel, geralmente patrocinadas por fábricas de veículos interessadas em testar ou promover seus produtos.

Baseball: Esporte coletivo (equipes de jogadores) em que se usa um bastão para rebater a bola; o rebatedor e seus companheiros tentam marcar um ponto, correndo em volta das bases. É popularíssimo nos EUA, Cuba e Japão; no Brasil é praticado quase exclusivamente pela colônia japonesa.

Basquete: Duas equipes de cinco jogadores enfrentam-se tantando fazer passar a bola pelo cesto colocado na defensiva adversária. Esporte de grande projeção nos EUA.

Capoeira: Luta acrobática de origem afro-brasileira, difundida hoje por todo o Brasil e considerada como esporte nacional.

Ciclismo: Competição de velocidade em bicicleta, muito populares nos países da Europa; podem ser disputadas em pistas (velódromos) ou em estradas.

Equitação: Esporte que demonstra o grau de perícia do cavaleiro e o adestramento da montaria.

Esgrima: Descendente dos antigos duelos, requer perícia e agilidade. Divide-se em três modalidades: espada, florete e sabre. As armas possuem um protetor na ponta ligado a um aparelho elétrico que se acende quando o adversário é tocado.

Esporte: Toda atividade esportiva na qual se emprega a força, a habilidade ou a inteligência (juntas ou separadamente) dentro de regras prefixadas, com o fim exclusivo de vencer adversários que se enfretam diretamente ou indiretamente.

Ginástica: Demonstração de agilidade, destreza e domínio do próprio corpo. Os exercícios nas competições são em: barra fixa, barras paralelas, argolas, cavalo com alças, cavalo sem alças e ginástica de solo.

Golfe: Em gramado extenso, o jogador utiliza-se de um taco para embocar uma pequena bola em orifícios do terreno, com o menor número de “tacadas” possível.

Halterofilismo: Levantamento de barras de ferro em três estilos, chamados desenvolvimento, arranque e arremesso. Há várias categorias de acordo com o peso do atleta.

Luta: Competição de força física. Na luta livre olímpica, a vitória cabe ao contendor que conseguir encostar no solo as espáduas do adversário.

Natação: Competição de velocidade natatória em vários estilos: nado livre (crawl), nado de peito, nado de costas, clássico, nado borboleta.

Pólo Aquático: Disputado em piscinas, por quadros de sete jogadores, que impulsionam a bola por sobre a linha da água procurando introduzi-la na meta adversária.

Pugilismo: Luta de socos. As mãos dos contendores são protegidas com luvas especiais. É apreciado no mundo inteiro, sobretudo nos EUA. Há diversas categorias, conforme o peso do lutador. O combate se realiza em um tablado (ringue) cercado de cordas.

Rodeio: Competição de habilidades em atividades ligadas à pecuária: domar cavalos selvangens, cavalgar bois, laçar e imobilizar um novilho são algumas das provas deste esporte.

Rugby: Violento esporte coletivo praticado nos EUA e alguns países da Europa. A bola (de formato oblongo) deve ser conduzida por um jogador, a quem os adversários devem deter. Marca-se os pontos quando se ultrapassa com a bola a linha de fundo adversária. Nos EUA, as regras são um pouco diferentes e o esporte é chamado de “futebol”.

Tênis: Competição de origem inglesa, pratica-se em quadra de grama, terra, saibro, sintética, dividida ao meio por uma rede. O jogador deve bater a bola com auxílio de uma raquete, atirando-a por sobre a rede para a metade da quadra defendida pelo adversário.

Xadrez: Praticado em um tabuleiro de 64 casas. Cada jogador conta com dezesseis peças, e o objetivo do jogo é eliminar a principal peça adversária (chamada rei). Cada tipo de peça tem movimentos específicos.
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Fonte: T.E.M.A. – Técnicas de Ensino e Metodologias Avançadas. Ensino Fundamental. Médio. Profissionalizante. Ed. Didática Paulista. 2007.

sábado, 28 de janeiro de 2012

O coelhinho da Páscoa e os ovos

Poucos entendem da relação que existe entre coelhos e a Páscoa e porque ele distribui ovos de chocolate se na verdade os coelhos são mamíferos e desta forma não colocam ovos.

A figura do coelho está simbolicamente relacionada à esta data comemorativa, pois este animal representa a fertilidade. O coelho se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.

Mas o que a reprodução tem a ver com os significados religiosos da Páscoa? Tanto no significado judeu quanto no cristão, esta data relaciona-se com a esperança de uma vida nova. Já os ovos de Páscoa (de chocolate, enfeites, jóias), também estão neste contexto da fertilidade e da vida.

Povos antigos que viviam na região da Alemanha possuíam festividades que utilizavam a lebre que é um parente do coelho. Esta cultura alemã se espalhou por todo mundo. Por volta do ano de 1700 imigrantes alemães que chegaram na América e propagaram a tradição de que coelhos ou lebres entregavam ovos de páscoa para as crianças. Na verdade "os coelhos escondiam os ovos" pela casa da criança e a mesma deveria procurar para encontrar. É uma brincadeira muito comum nos EUA e em diversas partes do mundo.

Não apenas entre os germânicos, mas entre povo do Egito o coelho é símbolo de vida e fertilidade. A igreja adotou o símbolo do coelho por simbolizar o poder de Cristo em propagar a palavra de Deus entre os homens.

Fontes: Sua Pesquisa.com; Pascoa 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O hábito de ler

Os livros podem mudar seu futuro. E bastam 15 minutos de leitura por dia! Leitura não é exagero! Com poucos minutos você já aproveita os benefícios que a prática da leitura traz. Nem é preciso ler textos complicados.

Acompanhe um jornal, uma revista ou mesmo um blog – Regina Casé é amiga dos livros: “Sempre leio algo relativo ao trabalho, a uma viagem, à entrevista que farei. Às vezes invento um programa só para estudar um assunto interessante”.

O que acontece:

-Solta sua imaginação
-Estimula sua criatividade
-Aumenta seu vocabulário
-Facilita a escrita
-Simplifica a compreensão das coisas
-Melhora a comunicação com os outros
-Amplia seu conhecimento geral
-Mostra semelhanças em pessoas diferentes
-Revela novas afinidades
-Leva a mares nunca antes navegados
-Desenvolve seu repertório
-Emociona e causar impacto
-Liga seu senso crítico na tomada
-Muda sua vida e, até, amplia sua renda
-Melhora seu rendimento na escola (claro)

Fonte: Vivamais. Abr/09

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O batizado

Entre as várias anedotas de caráter regionalista, que correm pelo sertão, ouvi, quando menino, centenas de vezes a seguinte:

Um vaqueiro foi à cidade de Quixeramobim, batizar uma filha de meses. Quando o padre lhe perguntou, junto à pia, qual o nome da menina, respondeu sem pestanejar, diante do espanto da assistência:

- Onça!

O sacerdote sacudiu a cabeça, pôs-lhe carinhosamente a mão no ombro, e disse-lhe que aquele nome era de um bicho feroz e não quadrava bem numa criança, que, quando ficasse moça, seria alvo de risotas e chalaças, por causa do seu apelido.

- Mas eu quero! insistiu o vaqueiro.

O religioso fez outras considerações, a fim de demovê-lo, e terminou perguntando:

- Já viu alguém com nome de fera?

O matuto retorquiu, embatucando-o:

- E o Santo Padre não se chama Leão? Por que minha filha não se pode chamar Onça?

Esta historieta, que parece autóctone, é simplesmente a variante de um raconto peninsular europeu. Pode-se encontrá-la em outras regiões da América e em outra língua. Eu a li no curioso livro do grande escritor peruano Ricardo Palma - Mis últimas tradiciones:

"Trataba-se de cristianar a un niño, y antes de llevarlo al bautisterio, el cura apuntaba, en la sacristia, los datos que consignaria más tarde en el libro parroquial.

- Que nombre le ponemos al chico?

- Por mi - contestó el padrno, - póngale usted Tigre.

- No puede ser - arguijó el párroco.

- Pues entonces, póngale usted Búfalo ó Rinoceronte.

- Tampoco puede ser! Esos son nombres de animales y no de cristianos.

- No moje, padre! Como el Papa se llama León?"

Esse pequeno conto, europeu de nascença, deu, entretanto, origem a um que é a expressão mais perfeita do espírito sertanejo do Nordeste. Vejamo-lo:

Ao perguntar-lhe o padre que nome queria pôr ao filho, já nos braços da madrinha, ao pé da pia, um vaqueiro lhe respondeu:

- Não sei bem, não, senhor; mas desejava um nome grande e bonito, um nome de encher a boca.

- Alexandre? lembrou o vigário.

- Não, senhor.

- Napoleão?

- Não serve, não, senhor.

- Heliodoro?

- Também não serve, seu padre.

- Então que nome há de ser?

O vaqueiro hesitou instantes e, depois, torturando nas mãos a aba do chapéu:

- Seu vigário, eu quero um nome que encha a boca da gente, um nome, assim como este, que ouvi outro dia: Amancebado!
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Fonte: BARROSO, Gustavo. O sertão e o mundo.

Aventuras de um jabuti

Dom jabuti seguia uma vez, distraído, preocupado com os seus negócios, filosofando nas coisas desta vida, por um caminho no meio do mato, quando esbarrou com uma velha e enorme anta, enforcada num laço, que caçadores haviam amarrado. Mais que depressa principiou a roer a corda que prendia o pescoço do bicho, e depois de esconder a corda num buraco, começou a gritar:

— Acode, gente!... acode depressa!...

Dona onça, que passeava na ocasião, foi ver por que motivo tanto gritava o jabuti.

— Que é isso? interrogou.

— Estou chamando gente para vir comer a anta que acabei de caçar agora mesmo.

— Queres que eu parta a anta? Propôs a comadre onça

— Quero sim. Dividirás a metade para mim e a outra para ti, disse ele.

— Então, vai apanhar lenha, para assarmos a carne da anta.

Quando o jabuti voltou, apenas encontrou o couro da anta, e disse:

— Deixa estar, onça velhaca, hás de me pagar algum dia esse desaforo que me fizeste.

Saído dali, andou por muitos dias seguidos. Ia pelo caminho pensando como se vingar da onça, quando se encontrou com um bando de macacos, em cima de uma bananeira, comendo bananas.

— Olá, compadre macaco, atira uma banana para mim, disse o jabuti.

— Por que não sobes? Não és tão prosa, jabuti?

— Vim de muito longe, estou cansado.

— Pois o que posso fazer é ir buscar-te daí de baixo cá para cima, disse um dos micos.

— Pois então, vem.

O macaco desceu, pôs em cima o jabuti, que ali ficou dois dias, por não poder descer.

No terceiro, apareceu uma onça, a mesma que se tinha encontrado com ele perto da anta.

— Olá, jabuti, como subiste nesta babaneira?

— Muito bem, onça.

A onça, que estava com fome, disse:

— Ó, jabuti, desce cá para baixo.

— Só se me aparares na boca, onça. Não quero me machucar, pulando daqui no chão.

A onça abriu a boca e o jabuti deu um pulo, mesmo na goela do bicho, que morreu imediatamente.

Então o jabuti saiu gritando:

— Matei uma onça, meus parentes, vão ver debaixo das bananeiras!...

Uma outra onça que passava, ouviu-o e perguntou:

— Jabuti, que estás dizendo?

— Não é nada, onça, é cá uma cantiga que sei.

E foi procurando um buraco para se esconder.

Assim que encontrou uma furna, parou e disse:

— Onça, sabes o que estava cantando? É isto: matei uma onça. Vá ver em baixo das bananeiras.

A onça correu para pegá-lo, mas o jabuti meteu-se pelo buraco, onde a onça também introduziu a pata, segurando-o por uma das pernas.

— Onça, pensas que apanhaste a minha perna, mas enganaste, apenas seguraste uma raiz.

A onça largou a perna do jabuti que tinha nas garras, e retirou o braço do buraco.

— Ó sua tola, foi a minha perna que seguraste mesmo. Agora vai ver a tua parenta embaixo das bananeiras.

A onça ainda cavou um bocado, para ver se apanhava o jabuti, mas este já estava longe, porque a furna onde entrara era muito funda.

Desde esse dia, a onça anda à procura do jabuti para se vingar, mas até hoje ainda não o encontrou.
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- Pimentel, Figueiredo. Histórias da avozinha. Rio de Janeiro; Belo Horizonte, Livraria Garnier, 1994, p.179-181 (Biblioteca de autores célebres da literatura infantil, 3).

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Panacéia indígena

Diz que o pajé da tribo foi chamado à tenda do cacique.

Quando o pajé entrou, o cacique estava deitado meio sobre o gemebundo, se me permitem o termo. A perna do cacique estava inchada, mais inchada que coxa de corista veterana. Tinha pisado num espinho envenenado.

O pajé examinou, deu uns dois ou três roncos de pajé e depois aconselhou:

— Chefe tem passar perna folha de galho passarinho azul pousou.

Disse e se mandou, ficando os índios do "staff" do cacique (cacique também tem "staff") encarregados de arranjar a tal folha.

Depois de muito procurarem, viram um sanhaço pousado num galho de mangueira e trouxeram algumas folhas. Mas — eu pergunto — o cacique melhorou? E eu mesmo respondo: aqui! ó...

No dia seguinte estava com a perna mais inchada. Chamaram o pajé de novo. O pajé veio, examinou e lascou: Hum-hum... perna
grande guerreiro melhorou nada com folha galho passarinho azul pousou. Precisa lavar com água de lua. Disse e se mandou.

O "staff" arranjou uma cuia e botou a bichinha bem no meio da maloca, cheia de água, que era pra — de noite — a lua se refletir nela. Foi o que aconteceu. De noite houve lua e, de manhãzinha, foram buscar a cuia e lavaram com a água a
perna do cacique.

O pajé já até tinha pensado que o chefe ficara bom, pois não foi mais chamado.

Passados uns dias, no entanto, voltaram a apelar para seus dotes de curandeiro. Lá foi o pajé para a tenda do cacique,
encontrando-o deitado e com uma perna mais inchada que cabeça de botafoguense.

Aí o pajé achou que já era tempo de acabar com aquilo. Examinou bem, fez um exame minucioso e sentenciou:

— Cacique vai perdoar pajé, mas único jeito é tomar penicilina. 
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Capela de São João Batista

A Capela de São João Batista, de uma beleza rara, em Armação de Itapocoroy, é muito procurada pelos turistas que visitam o Município de Penha.

Construída no ano de 1759, mais precisamente em 27 de abril, conserva até hoje a estrutura da época. Do pátio da capela têm-se uma vista de toda a baia de Itapocoroy (nome derivado do guarani "Itapocorá", cujo sentido define como sendo "parecido com um muro de pedra") , um dos mais belos postais.

Tombada como patrimônio histórico pelo governo do Estado de Santa Catarina, é o mais valioso Patrimônio Arquitetônico de Penha.


Os defuntos literários

Todo mundo já ganhou o prêmio Nobel, menos o brasileiro. Não me venham falar em subdesenvolvimento. O Chile e a Nicarágua são mais subdesenvolvidos do que o Brasil. E ambos têm o seu prêmio Nobel. Há quem diga: — "A Nicarágua não existe". Sei lá. Mas, exista ou não, eis a verdade: — existe para a Academia Sueca. O Brasil, não.

E nem importa a nossa tremenda extensão territorial. Este país é uma espécie de elefante geográfico. Mas a Academia Sueca olha para cá e não vê ninguém. Portanto, existimos menos do que a Nicarágua. Mas é uma injustiça. Temos uma massa de intelectuais.

Numericamente, não estamos atrás de ninguém, nem da União Soviética. Na Rússia há, registrados, seis mil e tantos escritores (e o sujeito que não foi registrado não é escritor. Mesmo que tenha escrito A divina comédia, não é escritor). Pode parecer que, numericamente, a União Soviética está na frente do Estados Unidos. Dos Estados Unidos, talvez. Do Brasil, não.

Vocês se lembram da última passeata. Antes do desfile, fui ver a concentração. Levei comigo o Raul Brandão, pintor de grã-finas e igrejas. E espiamos o espaço reservado aos intelectuais. Parecia uma massa de Fla-Flu. Jamais nos ocorrera que a inteligência brasileira fosse tão abundante. No seu horror, o Raul Brandão perguntava: — "Tudo isso é intelectual?".

Fomos olhar outra vez a tabuleta. Lá estava escrito, acima de qualquer dúvida ou sofisma: — "Intelectuais".

Portanto, os intelectuais eram intelectuais. E, então, passo a passo, tratamos de identificar os nossos poetas, os nossos romancistas, os nossos ensaístas, os nossos dramaturgos, os nossos sociólogos, os nossos professores. Eis a lamentável e quase grotesca verdade: — depois de buscas ingentes, não identificamos ninguém. Ninguém? Isso mesmo: — ninguém.

No meio de 20 mil sujeitos, não havia uma cara conhecida.

De repente, o Raul Brandão crispa a mão no meu braço; sussurra: — "Acho que vi a Nara Leão!". O "acho" insinuava uma dúvida. A Nara Leão pode não ser a Nara Leão. Talvez parecida e não a própria. Pergunto: — "Cadê?".

O Raul Brandão procura, procura, e tem de admitir: — "Sumiu". E, então, começamos a reexaminar as caras. (Quem devia estar ali era a Academia Sueca, apalpando, farejando, a literatura brasileira). Se pose é um dado válido, todo mundo ali era Proust, era Joyce, era Balzac, era Cervantes. Uns ficavam de perfil, outros de frente, outros de três quartos, outros punham as mãos nas cadeiras. Atrás de mim, o Raul Brandão gemia: — "Como são inteligentes!". Eram, sim, inteligentíssimos.

Os idiotas da objetividade poderão insinuar que são autores sem um livro, poetas sem uma quadrinha de São João, ensaístas que não lêem, não escrevem, nem pensam. Não importa. A abundância numérica os salva. Enquanto a União Soviética só consegue juntar escassamente 6 mil escritores, o Brasil pode retrucar com 20 mil.

Dirá alguém que toda a literatura soviética atual não merece amarrar os sapatos de Dostoievski. Como não sou crítico literário, deixo de opinar. Mas continua de pé a pergunta humilhante: — por que, com tantos autores, o Brasil jamais foi contemplado com um prêmio Nobel? Não obstante o subdesenvolvimento, que explica tudo, temos campeões mundiais no futebol, no basquete, no hipismo, no tênis, na pesca submarina, no iatismo.

Nas exposições de gado, temos vacas premiadas. As nossas caixas de fósforos ganham medalhas. Se houver um campeonato de cuspe à distância, um moleque nosso há de vencê-lo. Ainda na semana passada, o nosso Botafogo, com três enxertos, goleou de 4 x 1 a grande seleção argentina. Vitória com olé. Fizemos um gol, o último, de oitenta passes. Mas repito: — por que até as vacas, até as caixas de fósforos brasileiras são premiadas, e os escritores, não?

Foi esta, mais ou menos, a pergunta que fiz a um amigo, justamente um dos idiotas da objetividade. Ele vira-se para mim e pergunta: — "Ou não percebeste que a literatura brasileira não escreve mais?". Tomo um susto: — "É literatura e não escreve?".

Exatamente: — a literatura brasileira é literatura, mas não escreve uma linha, uma frase, um verso, nada. Há, por todo o Brasil, um ensurdecedor silêncio literário.

Esbugalhado, perguntei: — "E que faz a literatura brasileira?".

Retruca o idiota da objetividade: — "Faz passeatas".

Todavia, não aceitei a morte literária do Brasil. Corri à Biblioteca Nacional. E tive a crudelíssima surpresa: — o nosso último suplemento literário fechou as portas na abertura dos portos. Volto ao idiota da objetividade; disse-lhe: — "Mas tínhamos um crítico, rapaz de talento, o Álvaro Lins".

E o outro: — "É anterior a José Veríssimo, Araripe Júnior, Sílvio Romero. Álvaro Lins é a nossa maior antigüidade crítica".

Posto diante da evidência objetiva e estarrecedora, acabei por me convencer. Quando se travou a primeira batalha do Marne, e os táxis de Paris salvaram a França, que fazia, aqui, o José Veríssimo?

Fazia crítica literária, indiferente ao mundo que morria, indiferente ao mundo que nascia. E, sem querer, falei num bilíssimo gênero literário: — a crítica. No passado, um jornal podia abrir mão de tudo, menos do seu crítico. E quando aqui desembarcou d. João VI, enxotado por Napoleão, já encontrou o Álvaro Lins, no cais, à sua espera. El Rey perguntou, num gesto largo: — "Como vai o meu caro rodapé?". E o rodapé, baixando a vista, escarlate de modéstia: — "Caprichando, majestade, caprichando!". Foi divino.

Mas tudo isso acontecia antes das passeatas. O último óbito literário, que se conhece, foi o suplemento concretista do Jornal do Brasil. Aí morreu a nossa literatura. O leitor, que é de uma inocência obtusa, há de perguntar: — e por quê?

Resposta: — Morreu porque se politizou. Veio o Vietnã. E, por último, explodiram as passeatas.

Assim como há o padre de passeata, há o escritor de passeata. São os tais estilistas sem uma frase, os tais poetas sem uma metáfora etc. etc. E, súbito, os nossos cafés, bares e boates se povoaram de defuntos literários. Outro dia, no Antonio's, vi um tão defunto que usava algodão nas narinas. Orai por ele.

Temos, ainda, a grã-fina de passeata. No seu guarda-vestidos há 1500 decotes. Já quando houve, na França, a jovem revolução, o marido da grã-fina sentiu-se ameaçado como se fosse o próprio De Gaulle. E, de repente, começa aqui a imitação francesa. Até que um dia a grã-fina diz que vai à passeata. O marido perdeu a esportiva: — "Está maluca? Bebeu?".

A mulher, que só fazia massagem com um copo de cerveja na mesinha, reagiu como "La Pasionaria": — "Eu não sou reaça como você!". O marido tratou de provar-lhe, didaticamente, que a passeata era contra os 1500 decotes. Ela não se convencia, nem a tiro; e, por fim, o marido propôs: — "Vou lá espiar e depois te digo". Assim se fez. O homem viu e, inclusive, participou da marcha até a Candelária. Não descobriu um preto, um operário, um salário-mínimo, mas viu, em compensação, todas as grã-finas da cidade. Voltou convencido de que eram as classes dominantes que desfilavam, sob a chuva de listas telefônicas. Disse à mulher: — "Pode ir à próxima".

Os 1500 decotes estavam salvos.

[13/8/1968]

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A Cabra Vadia: novas confissões / Nelson Rodrigues; seleção de Ruy Castro. — São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Praia Grande




Zulmira e o poeta

A velha ermitã está danada com a bisbilhotice minha, que aliás foi motivada por bisbilhotice maior, do coleguinha Paulo Mendes Campos. Deu-se que eu estava aqui posto em sossego, com a minha possante Telefunken ligada, a ouvir a Sonata para violino em sol menor, de Claude Debussy, na execução de Arthur Grumiaux, acompanhado ao piano por Istvan Hajdu, quando, ainda no primeiro movimento, isto é, o "Allegro vivo", tocou o telefone.

Era o Paulinho Mendes Campos que, logo de saída, veio com uma estranha pergunta:

— Onde estava sua Tia Zulmira em 1911?

Fiz um esforço de memória e respondi: — Estava na Europa, ministrando um curso de francês na Sorbonne e era a vedeta do "Follies Bergère".

Foi então que o Paulinho, do outro lado do fio, permitiu-se uma exclamação de regozijo e me perguntou se eu não achava muito estranha a coincidência, pois mais de uma vez, em seus poemas, o parnasiano Raimundo cita o nome de Zulmira. Aliás, devo explicar aos caros leitores, que era uma velha cisma nossa — minha e do Mendes Campos — achar que a sábia senhora foi cacho do poeta das pombas.

Claro que tia Zulmira sempre negou o fato, quando cuidadosamente inquirida pelo sobrinho dileto, mas nem por isso nossa cisma diminuiu. É só dar uma passada na obra de Raimundo Correia para reparar que há versos e mais versos que só podiam ser inspirados pela ermitã bocadomatense. Senão, vejamos: em "Sonho turco", o poeta mete lá:

"Mulheres e cavalos com fartura, Bons cavalos e esplêndidas mulheres".

Isso só pode ser coisa da velha que nunca escondeu amar nos homens os exageros amorosos. No mesmo poema, inclusive, há  outro verso que cheira a coisa de titia:

"Como polígamo e amoroso galo
A asa arrastando a inúmeras esposas
Nem sabe qual prefira".

É verdade que, na biografia de Zulmira, Raimundo Correia não aparece como um dos seus maridos legais (legais no sentido jurídico da palavra, pois de vários Tia Zulmira tem queixas quanto ao principal), mas já não parece haver dúvida quanto a um caso havido entre os dois, provavelmente num recanto qualquer da Europa: na alegre Paris, na austera Londres, ou na sossegada
Amsterdão.

Vejam esta passagem:

"Que, das três coisas, uma só nos basta: — Tocar viola, fumar cachimbo ou dormir".

E aquele, ainda: "São fidalgos que voltam da caçada" (verso que Zulmira costuma evocar, quando vê os grã-finos bêbados, voltando do "Sacha's"). Ou este outro: "Que o amor não é completamente cego". Ainda mais este: "Que aos tristes o menor prazer assusta".

Todo esse material foi colhido pelo Paulinho para me convencer que Tia Zulmira realmente influenciou Raimundo Correia. Mas agora vinha com a prova definitiva.

Pigarreou no telefone e falou: — Vou te recitar um soneto de Raimundo Correia que acabo de descobrir num livro dele. Tua cara vai cair, companheiro. E lascou esta preciosidade:

Quando Zulmira se casou... Zulmira
Era o mimo, a frescura, a mocidade!
— lânguido gesto, estranha suavidade
Na voz — soluço de inefável lira;
Um candor, que não há quem não prefira
A tudo, e esse ar de angélica bondade,
Que embelece a mulher, mesmo na idade
Em que, esquiva, a beleza se retira.
Não sei porque chorando toda a gente,
Quando Zulmira se casou, estava:
Belo era o noivo... que razões havia?
A mãe e a irmã choravam tristemente;
Só o pai de Zulmira não chorava...
E era o pai afinal quem mais sofria.

Ora, isto é mais definitivo ainda quando se sabe que o pai de titia tinha nela a filha favorita e também quando se sabe que Yayá (irmã de Zulmira) e Vovó Eponina (sua mãe) eram duas manteigas derretidas. Agradeci ao Paulinho a descoberta do soneto. Desliguei o telefone e liguei para Tia Zulmira, recitando-o para ela. Titia ficou muda do lado de lá e se traiu para sempre quando, a uma insinuação minha de que tivera um troço com o "poeta das pombas", exclamou irritada:

— "Ele não era tão das pombas assim como se propala".
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

domingo, 15 de janeiro de 2012

Quanto tempo vive uma tartaruga?

Algumas pessoas bem-humoradas podem dizer que as tartarugas vivem bastante porque são tão lentas que demoram a chegar até o final da vida. Afinal, como diz o ditado popular, "devagar é que se vai longe".

No entanto, o tempo de vida de um quelônio - grupo que reúne os répteis popularmente conhecidos como jabutis, tartarugas e cágados - depende de alguns fatores.

Conforme explica Clóvis Bujes, Coordenador do Projeto Chelonia-RS, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), "o tempo de vida de um quelônio é muito controverso. E vai depender da espécie e do ambiente onde ela ocorre".

As tartarugas-de-Galápagos (Geochelone nigra spp.), endêmicas do arquipélago de Galápagos, localizado a cerca de mil quilômetros da costa do Equador, são a espécie de tartaruga que apresenta maiores dimensões, chegando a medir mais de 1,8 metro de comprimento e pesando cerca de 200 quilos. Um desses répteis, chamado Harriet, viveu aproximandamente 170 anos, morrendo em 2006.

Mas a longevidade não é privilégio das tartarugas. Segundo o professor Clóvis Bujes, "há registros de jabutis centenários, e os cágados brasileiros podem chegar, em média, aos 40 anos".

Fonte: Notícias Terra.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Câimbra ou cãibra

A câimbra, ou cãibra, é um espasmo ou contração involuntária dos músculos, normalmente muito dolorosa, que pode durar de alguns segundos até vários minutos. A câimbra pode atingir um ou mais músculos de uma vez.

Qualquer músculo de controle voluntário pode apresentar essas contrações. Os mais comuns são: panturrilhas ou gemelares (batata da perna); músculos anteriores e posteriores da coxa; pés; mãos; pescoço; abdômen.

Acredita-se que a causa básica da câimbra seja uma hiperexcitação dos nervos que estimulam os músculos. Esta normalmente é causada por:

- Atividade física vigorosa (câimbra pode ocorrer durante ou após o esforço físico).
- Desidratação (importante causa em idosos e em quem usa diuréticos).
- Alterações hidreletrolíticas, principalmente depleção de cálcio e magnésio.
- Gravidez (normalmente a câimbra é secundária a níveis baixos de magnésio).
- Fratura óssea (os músculos ao redor da lesão se contraem involuntariamente).
- Alterações metabólicas: diabetes, hipotireoidismo, alcoolismo e hipoglicemia.
- Doenças neurológicas (Parkinson), do neurônio motor ou dos músculos.
- Insuficiência venosa e varizes nas pernas (varizes)
- Longos períodos de inatividade (sentar em posição inadequada, por exemplo).
- Alterações estruturais, como pé chato e hiperextensão do joelho.
- Hemodiálise.
- Cirrose hepática.
- Deficiência de vitamina B1, B5 e B6.
- Anemia.

Muito se comenta sobre depleção de potássio como causa de câimbras. Na verdade, a hipocalemia (baixos níveis sanguíneos de potássio) pode até causar contrações involuntárias, mas seu principal sintoma é fraqueza ou paralisia muscular. O cálcio e o magnésio são causas mais importantes e comuns de câimbras.

Algumas drogas podem ser a causa das câimbras:

- Diuréticos, principalmente a furosemida.
- Donepezila (usado na doença de Alzheimer).
- Neostigmina (usada na miastenia gravis).
- Raloxifeno (usado para osteoporose e câncer de mama).
- Remédios para hipertensão, principalmente a nifedipina.
- Broncodilatadores para asma como Salbutamol.
- Remédios para colesterol como o clofibrato e lovastatina.

Em pessoas acima dos 60 anos, câimbras frequentes podem ser sinais de aterosclerose, que leva à diminuição da circulação sanguínea para determinado grupamento muscular por obstrução do fluxo por placas de colesterol.

Para se evitar a câimbra deve ser realizada uma boa sessão de alongamento antes e após exercícios, principalmente para sedentários. Também são importantes uma boa hidratação antes, durante e depois do esforço e evitar exercícios físicos em dias muito quentes.

Banana evita câimbras? Essa história da banana é um pouco confusa. A fruta é rica em potássio, carboidratos (glicose) e água. Durante o esforço físico existe uma grande demanda dos músculos por energia (glicose). Depois de algum tempo de exercício o músculo depleta suas reservas de glicose e passa a utilizar outros meios para gerar energia. Uma das causas de câimbras é o acumulo de ácido láctico, que é o "lixo" metabólico após a geração de energia com baixa utilização de glicose. Uma boa hidratação ajuda a "lavar" esse excesso de ácido láctico da circulação e evita as câimbras.

Portanto, teoricamente a banana ajuda porque repõe os níveis de potássio, hidrata e fornece energia (glicose) para os músculos. Isso é verdade para câimbras induzidas por exercício. Porém, essa dica não funciona com muita gente. A resposta parece ser individual, mas como banana não faz mal a ninguém, não custa testar.

Fonte: MD.SAUDE

Marcas da raiva

Era uma vez um garoto que tinha um temperamento muito explosivo.Um dia ele recebeu um saco cheio de pregos e uma placa de madeira.

O pai dele disse a ele que martelasse um prego na tábua toda vez que perdesse a paciência com alguém. No primeiro dia o garoto colocou 37 pregos na tábua.

Já no dia seguinte, enquanto ele ia aprendendo a controlar sua raiva, o número de pregos martelados por dia foram diminuindo gradativamente.

Ele descobriu que dava menos trabalho controlar sua raiva do que ter que pregar diversos pregos na placa de madeira.

Finalmente chegou um dia em que o garoto não perdeu a paciência em hora alguma.

Ele falou com seu pai sobre seu sucesso e sobre como esta se sentindo melhor em não explodir com os outros e o pai sugeriu que ele retirasse os pregos da tábua e que a trouxesse para ele.

O garoto então trouxe a placa de madeira, já sem os pregos, e a entregou a seu pai. Ele disse, "Você está de parabéns, meu filho, mas dá uma olhada nos buracos que os pregos deixaram na tábua, a tábua nunca mais será como antes".

Quando você diz coisas estando com raiva, suas palavras deixaram marcas como essas. Você pode enfiar uma faca em alguém e depois retirá-la. não importa quantas vezes você peça desculpas, a cicatriz ainda continuará lá. Uma agressão verbal é tão ruim quando uma agressão física.

Fonte: Pablo Santurio (Editor OLÁ GUIA)

Gratidão

Uma garotinha aproximou-se de uma loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrine. Os olhos da cor do céu brilharam quando viram o objeto. Ela entrou para ver o colar de turquesas azuis.

- É para minha irmã. Pode fazer um pacote bem bonito?

O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e perguntou-lhe: – Quanto  dinheiro você tem?

Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou sobre o balcão e disse feliz: – Isto dá, não dá?

Eram apenas moedas que ela exibia orgulhosa.

- Sabe, eu quero dar este presente para a minha irmã mais velha. Desde que nossa mãe morreu, ela cuida da gente e não tem tempo para si mesma. É aniversário dela e tenho certeza de que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos olhos dela.

O homem foi para os fundos da loja, colocou o colar num estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço bonito com uma fita.

- Tome! – disse para a garota. – Leve com cuidado. Ela saiu feliz, saltitando pela rua abaixo. Ainda não acabara o dia, quando uma linda jovem de cabelos loiros, e maravilhosos olhos azuis, entrou na loja. A jovem colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho, agora desfeito, e indagou:

- Este colar foi comprado aqui?

- Sim, senhorita.

- E quanto custou?

- O preço de qualquer produto de minha loja é sempre confidencial entre o vendedor e o freguês – falou o dono da loja.

A moça continuou: – Mas minha irmã tinha apenas algumas moedas. O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria como pagá-lo.

O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem, dizendo: – Ela pagou o preço mais alto que qualquer um pode pagar. Ela deu tudo o que tinha!

O silêncio tomou conta da pequena loja, e duas lágrimas rolaram pela face jovem da moça.

Autor: Pablo Santurio – Editor Olá Guia

O rapto dos anões

Em Itajaí-SC há uma onda de sequestro de anões. Em menos de 6 meses já levaram 4, deixando a Branca de Neve apavorada. A polícia diz que ainda não há pistas sobre os amiguinhos da entristecida Branca. Mas pelo menos não conseguiram levar os sapatinhos de 3 deles, né? Só na terrinha dos papa-siris mermo!

O verde no patrimônio histórico

O "verde" está sendo preservado no teto do histórico e mal-conservado edifício... pergunto-me e vós direis que não há sentido... mas insisto e me perguntarei: se Baln. Camboriú possuísse a história e a riqueza arquitetônica do começo do séc XX dos nossos edifícios, o prefeito-pássaro de lá não restauraria esse tesouro?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O suicídio de Rosamundo

O Rosa se meteu com uma dessas mulheres para as quais o sentimento de fidelidade vale tanto quanto um par de patins para um perneta. Rosamundo, no começo, não percebeu. Aquela sua vaguidão. Mas os amigos acharam demais. A deslumbrada passava o coitado para trás de uma maneira que eu vou te contar.

Aí os amigos se queimaram na parada, chamaram o Rosa num canto e deram o serviço. Eu não me meti porque acho que ninguém tem o direito de impedir os amigos de amarem errado.

Sou como Tia Zulmira, que considera a experiência pessoal a única coisa intransferível desta vida, tirante, é claro, a ida dos ministérios para Brasília. Se o cara nunca amou errado, tem que amar uma vez, para aprender.

Mas — sinceramente — eu que conheço Rosamundo tão bem, até hoje não sei dizer o que ele é mais: se distraído ou emotivo. Ao reparar que almoça não era merecedora, ficou numa melancolia de pingüim no Ceará. Não comia, não dormia e acabou apelando para a mais amena das ignorâncias, ou seja, o gargalo. Ficou mais de uma semana enchendo a cara. De "Correinha" a "House of Lords", Rosamundo bebeu de tudo.

Como diz aquele sambinha do João Roberto Kelly, "mulher que se afoga em boteco, é chaveco". Em vez de esquecer a infiel, Rosa foi se tornando um escravo dela. Fez até um tango, que começava assim: "Yo sé que tu eres una vaca..." e terminava, como terminam todos os tangos, isto é, plam-plam...

Ontem, ele estava no máximo da fossa. Mais triste que juriti piando em fim de tarde. Sua depressão chegara ao ponto fulminante, se é que depressão culmina. Desolado, foi para casa, tomou mais umas e outras e sentou-se na escrivaninha para escrever um bilhete de suicida.

O bilhete de Rosamundo não diferia muito dos bilhetes de todos os suicidas. Despedia-se da vida, pedia para não culparem ninguém e pedia desculpas aos que lhe queriam bem, pelo tresloucado gesto.

Em seguida foi para o banheiro, forrou o chão com uma toalha, calafetou a porta e a janela, abriu o bico do aquecedor e deitou-se para morrer. Mas Rosamundo e distraído demais.

Acordou de manhã com o corpo todo doído de ter dormido no ladrilho. Como, minha senhora, por que foi que ele não morreu? Era greve do gás, madama.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Julie Adams

Julie Adams (Betty May Adams), atriz de cinema e televisão às vezes também creditada como Julia Adams e Adams Betty, nasceu em Waterloo, Iowa, EUA, em 17 de outubro de 1926. Cresceu em Arkansas e começou sua carreira no cinema em filmes de western classe "B".

Ela usou seu nome real, Betty Adams, até 1949, quando começou a trabalhar para a Universal Pictures. Então se tornou Julia e, eventualmente, Julie Adams. Seu primeiro papel no cinema foi um pequeno papel no "Red, Hot and Blue" (1949), seguido por um papel principal em "The Dalton Gang" (1949).

Seu filme mais famoso acabou sendo "Creature from the Black Lagoon" (O Monstro da Lagoa Negra), de 1954.Mais tarde em sua carreira, fez aparições na TV em séries.

Julie Adams em "Creature from the Black Lagoon", de 1954.

Adams foi casada com o ator e diretor Ray Danton de 1954 a 1981 e eles tiveram dois filhos, Steven Danton e Mitchell Danton. Ela teve um relacionamento com Ronald M. Cohen, um roteirista que faleceu em 1998.

Filmografia

Brasa Viva (1949) (Red, Hot and Blue)
The Dalton Gang (1949)
Hostile Country (1950)
Marshal of Heldorado (1950)
Crooked River (1950)
Colorado Ranger (1950)
West of the Brazos (1950)
Fast on the Draw (1950)
O Anjinho (1950) (For Heaven's Sake)
Luz nas Trevas (1951) (Bright Victory)
Aconteceu em Hollywood (1951)
Império do Pavor (1952) (Horizons West)
The Treasure of Lost Canyon (1952)
Jornada de Heróis (1952) (Bend of the River)
Gatunos Roubados (1952) (Finders Keepers)
Flechas de Ódio (1953) (The Stand at Apache River)
Revolta do Desespero (1953) (Wings of the Hawk)
Sangue Por Sangue (1953) (The Man from the Alamo)
O Aventureiro do Mississipi (1953)
Sob o Signo do Mal (1953) (The Lawless Breed)
Francis Entre Mulheres (1954)
O Monstro da Lagoa Negra (1954)
A Guerra Privada do Major Benson (1955)
Seu Único Desejo (1955) (One Desire)
Os Cinco Desesperados (1955) (The Looters)
A Ponte do Destino (1955)(Six Bridges to Cross)
A Epopéia do Pacífico (1956) (Away All Boats)
Slim Carter (1957)
Slaughter on Tenth Avenue (1957)
Four Girls in Town (1957)
Tarawa Beachhead (1958)
Duelo em Dodge City (1959)
Raymie (1960)
The Underwater City (1962)
Cavaleiro Romântico (1965)
The Last Movie (1971)
McQ - Um Detetive Acima da Lei (1974)
The Wild McCullochs (1975)
Psychic Killer (1975)
The Killer Inside Me (1976)
Goodbye, Franklin High (1978)
The Fifth Floor (1978)
Os Campeões (1984)
Black Roses (1988)
Atraída Pelo Perigo (1990)
Lost (2005)
Lost (2006/I)
World Trade Center (2006)
O Deus da Carnificina (2011)

Fontes: IMDb; Supervideo.  

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Hércules, o Dinamitador

Dono de um canhão no pé esquerdo e de um torpedo no direito. Assim o ponta-esquerda Hércules de Miranda era conhecido e temido pelos adversários. Hércules começou a jogar na várzea paulista, passando em seguida a vestir as camisas do Juventus e do São Paulo da Floresta. Mas a fase mais gloriosa de sua carreira aconteceu no Fluminense, onde se tornou o artilheiro da campanha do tricampeonato de 1936, 1937 e 1938 com 56 tentos. Tudo graças principalmente aos seus gols de falta, cobrados de qualquer lugar do campo. O Dinamitador jogou seis vezes pela Seleção, marcando três gols.

Hércules de Miranda nasceu na cidade mineira de Guaxupé em 02/07/1912, e faleceu no Rio de Janeiro em 03/09/1982. Conhecido  como "O Dinamitador" tinha, segundo o cronista Geraldo Romualdo da Silva, do Jornal dos Sports, "um canhão no pé esquerdo e um míssil no direito".

A torcida carioca o viu pela primeira vez no dia 7 de janeiro de 1934, em São Januário, onde cariocas e paulistas decidiram o título brasileiro e ele fez o gol da vitória paulista na prorrogação, depois do empate por 1 x 1 no tempo regulamentar.

Hércules, que tinha passe livre depois que o São Paulo da Floresta se dissolvera, foi então contratado pelo Fluminense. Sua carreira começara na várzea paulista, e de 1930 a 1933 ele jogara no Juventus, de onde Paulo Machado de Carvalho o levou para o São Paulo. Houve a dissolução do clube e Hércules passou a atuar no Independente, time de exibição em São Paulo, ao lado de Friedenreich, Araken e Orozimbo.

Para jogar no Flu, recebeu 10 contos de réis, uma fortuna na época, e passou a formar um grande elenco com Batatais, Ernesto Santos e Machado; Marcial, Brant e Orozimbo; Sobral, Russo, Gabardo e Vicentini.

Propaganda de 1938
O apelido Dinamitador pegou em 1936, quando o chute forte o consagrou definitivamente no Rio de Janeiro, graças a seus gols de falta. Em 1938, Hércules foi à Copa do Mundo, na França, mas o auge de sua carreira aconteceu no tricampeonato de 1936, 37 e 38, quando se tornou o artilheiro absoluto da campanha com 56 gols (23, em 1936; 23, em 1937; e 10, em 1938). Em 1940, foi de novo o artilheiro do time com 12 gols. Pelo clube fez 164 gols em 176 jogos.

Em 1941, teve seu último ano de glória no Fluminense: surgiu Carneiro, que passou a dividir com ele a ponta-esquerda, e em 1943 Hércules, que encerrou a carreira cinco anos depois, pediu para ser vendido ao Corinthians - onde jogou ao lado de seu amigo Domingos da Guia, um dos zagueiros que mais trabalho tiveram para marcá-lo.

Fontes: Revista Placar; Flumania; Wikipédia.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sinal vermelho e moça idem

Cronista que escreve sobre o diário não devia ter nunca automóvel. O andar na rua, trafegar em coletivos, ter contato mais direto com a plebe ignara ajuda às pampas. A gente se imiscuindo é que colhe material para estas mal traçadas.

Ontem, por exemplo, estava o neto do Dr. Armindo a aguardar um reparo em seu carro e, enquanto o mecânico mexia os parafusos, ficou Stanislaw na esquina a se distrair com o trabalho do guarda.

Parece que houve um exame de consciência no Serviço de Trânsito e eles puseram guarda nas esquinas, tal como acontece nas cidades civilizadas.

A turma está um pouco desacostumada e — a toda hora — vinha um e desrespeitava o sinal. O guarda apitava, o cara parava, vinha aquela espinafração regulamentar, etc, etc. Foi então que veio uma mocinha e diminuiu a marcha no cruzamento. O sinal estava no maior vermelho, mas ela, depois de olhar para os lados e não ver ninguém, foi em frente. O guarda lascou o apito. Ela se assustou, o carro ziguezagueou um pouco, mas a mocinha não parou.

Fiquei imaginando a raiva do guarda, que logo puxou o caderno e anotou o número dela (isto é, o número do carro dela, bem entendido, que mocinha ainda não está numerada).

Eu até já ia embora, cansado de ver o guarda trabalhar, quando reparei que o carro da mocinha vinha devagarinho, por uma das ruas transversais. Ela encostou no meio fio, saltou e veio falar com o guarda. Só aí deu pra ver que era uma mocinha tamanho universal, dessas de fazer cambono largar o "santo".

Como quem não quer nada, fiquei perto, ouvindo a cantada que ela ia dar no guarda. Primeiro ela perguntou se tinha sido anotada. O guarda disse apenas: "Lógico". Ela aí deu uma arremetida bossa novíssima. Falou assim:

— "Olha aqui, eu costumo desrespeitar o sinal, mas jamais desrespeitaria o guarda". E ficou olhando, para ver o efeito. O guarda nem parecia; continuava a olhar o trânsito. Ela meteu uma segunda na cantada e insistiu:

— "Eu só queria que o senhor soubesse disso. Eu posso desrespeitar o sinal, mas nunca desrespeitaria o guarda. Se eu soubesse que o senhor estava na esquina não teria avançado o sinal".

O guarda olhou para ela sorrindo. Ela suspirou, vitoriosa. E emendou:

— "Vai retirar a multa?"

E o guarda: "Não senhora".

Ela engoliu em seco e ele explicou melhor:

— "Eu não multei a senhora por ter me desrespeitado a mim e sim ao sinal".

Ela percebendo que seu golpe falhara, perguntou, irritada: "O quê??".

E o guarda: — "É isso mesmo, minha filha. Quem estava vermelho era o sinal. Não era eu não".

Ela deu uma rabanada e voltou para seu carro pisando duro, a balançar aquilo tudo.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Jean Peters

Jean Peters (Elizabeth Jean Peters), atriz e modelo, nasceu em Canton, Ohio, EUA, em 15 de outubro de 1926, e faleceu em Carlsbad, Califórnia, em 13 de outubro de 2000. Filha de um gerente de lavanderia, Jean estudava Letras na Ohio State University, quando seus colegas enviaram inscrição e fotos suas para o concurso de Miss Ohio de 1946.

Acabou superando todas as outras onze candidatas e, como maior prêmio, ganhou uma série de testes em Hollywood. Acabou contratada pela 20th Century-Fox, que a escalou para contracenar com Tyrone Power no sucesso "O Capitão de Castela" (Captain from Castile, 1947).

Em Captain from Castile, 1947
A seguir, brilhou em "Clube das Moças" (Take Care of My Little Girl, 1951), de Jean Negulesco, "Viva Zapata" (Viva Zapata!, 1952), de Elia Kazan, ao lado de Marlon Brando e Anthony Quinn, "Torrentes de Paixões" (Niagara, 1953), de Henry Hathaway, onde contracenou com Joseph Cotten e sua grande amiga Marilyn Monroe e nos faroestes "O Último Bravo" (Apache, 1954), de Robert Aldrich, com Burt Lancaster e "A Lança Partida" (Broken Lance, 1954), de Edward Dmytryk, estrelado por Spencer Tracy. Afastou-se do cinema após casar-se com o milionário texano Stuart W. Cramer III, a quem conheceu enquanto filmava "A Fonte dos Desejos", 1954, em Roma.

Em 1957, já divorciada, uniu-se ao produtor Howard Hughes, dele também se divorciando em 1971. Nesse mesmo ano, casou-se novamente, agora com o executivo da Fox Stanley Hough, que viria a falecer em 1990.

Jean reencontrou-se com as câmeras em 1973, no telefilme "Winesburg, Ohio", baseado no livro de contos de Sherwood Anderson. Encerrou a carreira em um episódio da série Murder, She Wrote em 1988.

Faleceu na antevéspera de completar setenta e quatro anos, de leucemia. Não deixou filhos.

Filmografia


1947 O Capitão de Castela (Captain from Castile)
1948 Órfãos do Mar (Deep Waters)
1949 Todas as Primaveras (It Happens Every Spring)
1950 Gosto Deste Bruto (Love That Brute)
1951 Clube de Moças (Take Care of My Little Girl)
1951 Sempre Jovem (As Young as You Feel)
1951 A Vingança dos Piratas (Anne of the Indies)
1952 Viva Zapata (Viva Zapata!)
1952 Cavalgada de Paixões (Wait 'Til the Sun Shines)
1952 Um Grito no Pântano (Lure of the Wilderness)
1953 Torrentes de Paixões (Niagara)
1953 Anjo do Mal (Pickup on South Street)
1953 Um Plano Sinistro (Blueprint for Murder)
1953 Sombras da Loucura (Vicki)
1954 A Fonte dos Desejos (Three Coins in the Fountain)
1954 O Último Bravo (Apache)
1954 A Lança Partida (Broken Lance)
1954 Para Todo o Sempre (A Man Called Peter)
1973 Winesburg, Ohio; TV
1976 Os Banqueiros (The Moneychangers); minissérie TV
1981 Pedro e Paulo (Peter and Paul); TV

Fonte: Wikipédia.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Pepe, o Canhão da Vila

O Santos estava perdendo por dois a zero para o Milan, da Itália, no Maracanã, na decisão do bicampeonato mundial interclubes em 1963. Ao Peixe não restava outra opção que não fosse a vitória, pois já havia sido derrotado na primeira partida. Para piorar, não contava com Pelé, machucado. Mas o Santos tinha José Macia, o Pepe, dono de uma bomba no pé esquerdo. E ele fez a diferença naquele jogo histórico, no qual o Santos virou a partida para quatro a dois, com dois gols de falta de Pepe. Ponta esquerda goleador, é o segundo maior artilheiro da história do Santos, com 405 gols em 25 jogos. Só perde mesmo para o Rei.  O Canhão da Vila Belmiro marcou 22 gols em quarenta jogos com a camisa amarela.

José Macia nasceu na cidade de Santos, SP, em 25 de fevereiro de 1935 e é um ex-jogador e técnico de futebol. Com 405 gols marcados em 750 partidas, é o segundo maior artilheiro da história do Santos, perdendo apenas para Pelé. Ele alega ser "o maior artilheiro humano da história do Santos - porque Pelé veio de Saturno". Em 15 anos de clube (1954 a 1969), ganhou o apelido de "Canhão da Vila", por seu fortíssimo chute de esquerda. Também ganhou duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira em 1958 e 1962.

Pepe é considerado um dos maiores ponta-esquerda da história do futebol. Mesmo jogando com artilheiros natos como Pelé e Coutinho, conseguiu marcar 405 gols com a camisa do Santos. Para se ter uma idéia, tirando Pelé, apenas dois jogadores marcaram mais gols que Pepe por um único clube: Roberto Dinamite pelo Vasco da Gama marcou 620 gols e Zico pelo Flamengo que marcou 500 gols.

Um dos seus pontos fortes eram suas cobranças de falta que o colocam entre os maiores cobradores de falta de todos os tempos. Exímio cobrador ficou conhecido por derrubar seus adversários que se arriscavam formando barreiras. Pepe tinha tamanha precisão nas cobranças de falta que, em 1963, na final do Mundial de Clubes contra o Milan, marcou duas vezes em tiros livres no segundo jogo da decisão.


Era para ser o titular da Seleção Brasileira nas campanhas de 1958-1962, mas por duas vezes sofreu contusões às vésperas da Copa e foi substituído por Zagallo. Da primeira vez, sofreu uma pancada no tornozelo num amistoso na Itália. Na segunda, teve uma torção no joelho num jogo amistoso no Morumbi.

Recordes

Pepe é o maior vencedor do Campeonato Paulista com 13 títulos conquistados; Segundo jogador que mais atuou com a camisa do Santos Futebol Clube com 750 jogos; Segundo maior artilheiro do Santos Futebol Clube com 405 gols; Quarto maior artilheiro dos clubes brasileiros ficando atras de Pelé com 1091, Roberto Dinamite com 620 e Zico com 500 gols; Vigésimo terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira de Futebol com 22 gols; Décimo quinto maior artilheiro da história do Torneio Rio-São Paulo.

Artilharia

Mundial de Clubes: 1963; Torneio Rio-São Paulo: 1961

Títulos

Como jogador:

Santos - Copa Intercontinental: 1962 e 1963; Libertadores da América: 1962 e 1963; Recopa Sul-Americana: 1968; Recopa Mundial: 1968; Taça Brasil - Campeonato Brasileiro: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965; Torneio Roberto Gomes Pedrosa - Campeonato Brasileiro: 1968; Torneio Rio-São Paulo: 1959, 1963, 1964 e 1966; Campeonato Paulista: 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969.

Seleção - Copa do Mundo: 1958 e 1962; Copa Rocca: 1957 e 1963; Taça Bernardo O'Higgins: 1961; Taça do Atlântico: 1956 e 1960; Taça Oswaldo Cruz: 1961 e 1962.

Como treinador:

Fortaleza - Campeonato Cearense: 1985.

Internacional de Limeira - Campeonato Brasileiro Série B: 1988; Campeonato Paulista: 1986.

Santos - Campeonato Paulista: 1973.

São Paulo - Campeonato Brasileiro: 1986.

Verdy Kawazaki - Campeonato Japonês: 1991-92.

Atlético Paranaense - Campeonato Brasileiro Série B: 1995.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Brava começando 2012


A praia brava nesta tarde de 06 de janeiro. Nessa época sempre bem frequentada.




Garoto linha dura

Deu-se que o Pedrinho estava jogando bola no jardim e, ao emendar a bola de bico por cima do travessão, a dita foi de contra uma vidraça e despedaçou tudo. Pedrinho botou a bola debaixo do braço e sumiu até a hora do jantar, com medo de ser espinafrado pelo pai.

Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a mulher disse que foi o Pedrinho, mas que o menino estava com medo de ser castigado, razão pela qual ela temia que a criança não confessasse o seu crime.

O pai chamou Pedrinho e perguntou: — Quem quebrou o vidro, meu filho?

Pedrinho balançou a cabeça e respondeu que não tinha a mínima idéia. O pai achou que o menino estava ainda sob o impacto do nervosismo e resolveu deixar para depois.

Na hora em que o jantar ia para a mesa, o pai tentou de novo:

— Pedrinho, quem foi que quebrou a vidraça, meu filho? — e, ante a negativa reiterada do filho, apelou: — Meu filhinho, pode dizer quem foi que eu prometo não castigar você.

Diante disso, Pedrinho, com a maior cara-de-pau, pigarreou e lascou:

— Quem quebrou foi o garoto do vizinho.

— Você tem certeza?

— Juro.

Aí o pai se queimou e disse que, acabado o jantar, os dois iriam ao vizinho esclarecer tudo. Pedrinho concordou que era a melhor solução e jantou sem dar a menor mostra de remorso.

Apenas — quando o pai fez ameaça — Pedrinho pensou um pouquinho e depois concordou.

Terminado o jantar o pai pegou o filho pela mão e — já chateadíssimo, rumou para a casa do vizinho. Foi aí que Pedrinho provou que tinha idéias revolucionárias. Virou-se para o pai e aconselhou:

— Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Não pergunte nada a ele não. Quando ele vier atender a porta, o senhor vai logo tacando a mão nele.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vendedor interiorano

Um garotão inteligente, vindo da roça, candidatou-se a um emprego numa grande loja de departamentos da cidade. Na verdade, era a maior loja de departamentos do mundo, tudo podia ser comprado ali.

O gerente perguntou ao rapaz: - Você já trabalhou alguma vez?

- Sim, eu fazia negócios na roça.

O gerente gostou do jeitão simples do moço e disse: - Pode começar amanhã. No fim da tarde venho ver como se saiu.

O dia foi longo e árduo para o rapaz.. Às 17h30 o gerente se acercou do novo empregado para verificar sua produtividade e perguntou:

- Quantas vendas você fez hoje?

- Uma!

- Só uma? A maioria dos meus vendedores faz de 30 a 40 vendas por dia. De quanto foi a sua venda?

- Dois milhões e meio de reais.

- Como conseguiu isso?

- Bem, o cliente entrou na loja e eu lhe vendi um anzol pequeno, depois um anzol médio e finalmente um anzol bem grande. Depois vendi uma linha fina de pescar, uma de resistência média e uma bem grossa. Para pescaria pesada. Perguntei onde ele ia pescar e ele me disse que ia fazer pesca oceânica. Eu sugeri que talvez fosse precisar de um barco, então o acompanhei até a seção de náutica e lhe vendi uma lancha importada, de primeira linha. Aí eu disse a ele que talvez um carro pequeno não fosse capaz de puxar a lancha e o levei à seção de carros e lhe vendi uma caminhoneta com tração nas quatro rodas.

Perplexo, o gerente perguntou: - Você vendeu tudo isso a um cliente que veio aqui para comprar um pequeno anzol?

- Não senhor. Ele entrou aqui para comprar um pacote de absorventes para a mulher, e eu disse:

"Já que o seu fim de semana está perdido, por que o senhor não vai pescar?"...

Fonte: mais um e-mail de amigos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Gato pingado

A expressão "gato pingado" é geralmente usada para designar pequena quantidade de pessoas. Seguidamente, inclusive, usa-se também para dizer que um pequeno público compareceu a um estádio para assistir a um jogo de futebol.

Segundo informa o professor Ari Riboldi no seu livro O Bode Expiatório, a expressão estaria vinculada a uma prática de tortura, no Japão, em que se derramava óleo fervente em criminosos ou animais, sendo os gatos as maiores vítimas. Poucas pessoas assistiam a macabra tortura, restando apenas os gatos pingados com óleo no local.

O cartunista Henfil até criou o Gato Pingado, simbolizando a torcida do América, sempre muito reduzida nos estádios.

Origens de outras expressões:

O pior cego é o que não quer ver - Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D´Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel.

Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

Anda à toa - Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio à toa vai onde o navio que o reboca determinar.

Nhenhenhém - Nhee, em tupi, quer fizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, não entendiam e ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.

Fonte: Guia da Família e do Lar. Dez/09 e Jan/10.