"O renque de palmeiras reais da Rua José Gall, no Bairro Dom Bosco, notado quando caminhamos pela Rua Brusque, ornamentou uma das mais belas casas de Itajaí - a Casa Gall.
Construída em estilo germânico, compunha-se de dois chalés unidos, com dois pavimentos e coberta com telhas do tipo francês. Uma varanda quase a circundava. Colunas de tijolos maciços rebocados em relevo, a sustentavam Juntamente com paredes em tijolos maciços à vista.
Enfeitavam-lhe o beiral com tabeiras onduladas, janelas e portas emolduradas por argamassa. Algumas janelas eram encimadas por arcos, e outras, por retângulos. O fundamento em molhes de granito, subia a quase 1 metro do nível do solo, preservando-a de enchentes, janelas de ventilação e de iluminação a estilizavam. Unia escadaria com dois corrimãos junto à varanda leste do chalé frontal dava acesso à casa.
Seu proprietário, José Gall, era austríaco, nascido em 21 de outubro de 1870, em Graz, capital da província de Estíria. Veio, como maquinista trazer ao Brasil, o vapor Max, comprado pela companhia Hoepke, em 1896. Não voltou à Alemanha. Empregou-se no vapor Blumenau onde se aposentou.
Casou-se com Augusta Muller, em 22 de outubro de 1898, indo morar na Ponta Aguda, em Blumenau. Teve 6 filhos, sendo 3 homens e 3 mulheres. Em 1908, comprou a "Fazenda Engenho", na Ressacada, Itajaí, onde construiu, em 1910, a bela mansão.
Para enfeitá-la, plantou 12 pares de palmeiras reais que ladeavam o acesso à casa. Em 1911, uma enchente matou várias delas, não replantadas totalmente. Ainda se notam a falta do primeiro e do último par, e da palmeira direita do sétimo par.
Com dificuldades para conduzir a fazenda, que abasteceu de leite e de arroz, entre outros produtos, a cidade de Itajaí, José Gall a vendeu para a Companhia Malburg, em 1950. Mudou-se, em 1952, do casarão para o chalé que construiu na Rua Brusque, n0 124, onde morreu em 1960, aos 90 anos de idade.
Com a falência da Companhia Malburg, a propriedade passou à C. R. Almeida, que loteou as terras e passou a casa ao poder público para restaurá-la e transformá-la em museu. Ladrões e vândalos a destruíram. No seu lugar, construiu-se o Fórum Trabalhista de Itajaí."
Texto: José Ângelo Rebelo; Ilustração: Lindinalva Deóla da Silva
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