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domingo, 8 de janeiro de 2012

Pepe, o Canhão da Vila

O Santos estava perdendo por dois a zero para o Milan, da Itália, no Maracanã, na decisão do bicampeonato mundial interclubes em 1963. Ao Peixe não restava outra opção que não fosse a vitória, pois já havia sido derrotado na primeira partida. Para piorar, não contava com Pelé, machucado. Mas o Santos tinha José Macia, o Pepe, dono de uma bomba no pé esquerdo. E ele fez a diferença naquele jogo histórico, no qual o Santos virou a partida para quatro a dois, com dois gols de falta de Pepe. Ponta esquerda goleador, é o segundo maior artilheiro da história do Santos, com 405 gols em 25 jogos. Só perde mesmo para o Rei.  O Canhão da Vila Belmiro marcou 22 gols em quarenta jogos com a camisa amarela.

José Macia nasceu na cidade de Santos, SP, em 25 de fevereiro de 1935 e é um ex-jogador e técnico de futebol. Com 405 gols marcados em 750 partidas, é o segundo maior artilheiro da história do Santos, perdendo apenas para Pelé. Ele alega ser "o maior artilheiro humano da história do Santos - porque Pelé veio de Saturno". Em 15 anos de clube (1954 a 1969), ganhou o apelido de "Canhão da Vila", por seu fortíssimo chute de esquerda. Também ganhou duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira em 1958 e 1962.

Pepe é considerado um dos maiores ponta-esquerda da história do futebol. Mesmo jogando com artilheiros natos como Pelé e Coutinho, conseguiu marcar 405 gols com a camisa do Santos. Para se ter uma idéia, tirando Pelé, apenas dois jogadores marcaram mais gols que Pepe por um único clube: Roberto Dinamite pelo Vasco da Gama marcou 620 gols e Zico pelo Flamengo que marcou 500 gols.

Um dos seus pontos fortes eram suas cobranças de falta que o colocam entre os maiores cobradores de falta de todos os tempos. Exímio cobrador ficou conhecido por derrubar seus adversários que se arriscavam formando barreiras. Pepe tinha tamanha precisão nas cobranças de falta que, em 1963, na final do Mundial de Clubes contra o Milan, marcou duas vezes em tiros livres no segundo jogo da decisão.


Era para ser o titular da Seleção Brasileira nas campanhas de 1958-1962, mas por duas vezes sofreu contusões às vésperas da Copa e foi substituído por Zagallo. Da primeira vez, sofreu uma pancada no tornozelo num amistoso na Itália. Na segunda, teve uma torção no joelho num jogo amistoso no Morumbi.

Recordes

Pepe é o maior vencedor do Campeonato Paulista com 13 títulos conquistados; Segundo jogador que mais atuou com a camisa do Santos Futebol Clube com 750 jogos; Segundo maior artilheiro do Santos Futebol Clube com 405 gols; Quarto maior artilheiro dos clubes brasileiros ficando atras de Pelé com 1091, Roberto Dinamite com 620 e Zico com 500 gols; Vigésimo terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira de Futebol com 22 gols; Décimo quinto maior artilheiro da história do Torneio Rio-São Paulo.

Artilharia

Mundial de Clubes: 1963; Torneio Rio-São Paulo: 1961

Títulos

Como jogador:

Santos - Copa Intercontinental: 1962 e 1963; Libertadores da América: 1962 e 1963; Recopa Sul-Americana: 1968; Recopa Mundial: 1968; Taça Brasil - Campeonato Brasileiro: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965; Torneio Roberto Gomes Pedrosa - Campeonato Brasileiro: 1968; Torneio Rio-São Paulo: 1959, 1963, 1964 e 1966; Campeonato Paulista: 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969.

Seleção - Copa do Mundo: 1958 e 1962; Copa Rocca: 1957 e 1963; Taça Bernardo O'Higgins: 1961; Taça do Atlântico: 1956 e 1960; Taça Oswaldo Cruz: 1961 e 1962.

Como treinador:

Fortaleza - Campeonato Cearense: 1985.

Internacional de Limeira - Campeonato Brasileiro Série B: 1988; Campeonato Paulista: 1986.

Santos - Campeonato Paulista: 1973.

São Paulo - Campeonato Brasileiro: 1986.

Verdy Kawazaki - Campeonato Japonês: 1991-92.

Atlético Paranaense - Campeonato Brasileiro Série B: 1995.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Careca, o craque mundial

Careca fez parte daquela linhagem de centroavantes técnicos que conjugavam o excelente domínio de bola com um estupendo faro de gol. Por isso, era considerado um dos mais habilidosos artilheiros do futebol brasileiro em todos os tempos. Sua sina de marcar gols se fez presente logo na estréia profissional, em 1978, quando, com apenas 17 anos, conquistou o Campeonato Brasileiro pelo Guarani, inclusive marcando o gol da vitória na decisão contra o Palmeiras. Passou pelo São Paulo, conquistando mais títulos, sendo artilheiro do Brasileiro de 1986, com 23 gols. Deixou o país e formou a dupla infernal com Maradona no Napoli da Itália. Jogou as Copas de 1986 (eleito o melhor centro-avante) e 1990.

Antonio de Oliveira Filho, mais conhecido como Careca, nasceu em Araraquara, SP, em 5 de outubro de 1960 e atualmente é comentarista esportivo da RedeTV. A razão do seu apelido é que ele era fã do palhaço Carequinha.

Começou sua história em sua cidade natal, no interior de São Paulo. Da geração de Lavinho, Carlos Henrique, Peligão, e tantos outros nomes de respeito no futebol amador de Araraquara, foi ganhando respeito por sua qualidade acima da média em fazer gols.

Logo chamou atenção dos grandes de São Paulo, e foi aí que iniciou sua carreira. O Guarani, de Campinas, em 1978, abriu as portas para o atacante. Foi campeão brasileiro no mesmo ano, tendo marcado o gol do título. Com sua velocidade e sua habilidade de finalização, rapidamente firmou-se como um dos melhores jovens artilheiros do país. Foi contratado pelo São Paulo em 1983 para substituir Serginho Chulapa, após ter se recuperado de uma contusão que o fez perder a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Foi durante a Copa do Mundo de 1986, no México, que Careca realmente se estabeleceu no futebol mundial. Ele terminou o torneio, durante o qual o Brasil foi eliminado pela França nas quartas-de-final, com cinco gols, colocando-o em segundo no ranking da Chuteira de Ouro, atrás de Gary Lineker, da Inglaterra, com seis. Também durante 1986, Careca liderou o São Paulo na conquista do Brasileiro, batendo seu antigo clube, o Guarani, na final — e marcando o gol que levou a decisão para a disputa de penalidades. Com vinte e cinco gols, foi artilheiro e eleito o melhor jogador do campeonato.

Em 1987, depois de cento e noventa e um jogos e cento e quinze gols pelo São Paulo, foi contratado pelo então campeão italiano Napoli, onde foi companheiro de Maradona. O time já o cobiçava desde 1979, quando seu então treinador, o brasileiro Luís Vinícius de Menezes, disse estar entusiasmado pelo atacante, que ainda defendia o Guarani. Na primeira temporada no Napoli não teve sucesso, apesar de seus treze gols: o time foi batido na primeira fase da Copa dos Campeões pelo Real Madrid e perdeu o título italiano nos últimos jogos da temporada. Contudo, o ano seguinte foi muito melhor. O time ganhou a Copa da UEFA, com Careca fazendo um gol na final, e terminou em segundo na Série A do italiano.

Em 1990, finalmente Careca ganhou o scudetto com o Napoli, no que acabou por ser efetivamente a última temporada de Maradona com o clube (ele foi suspenso por quinze meses por ter sido pego em um exame antidoping). Careca ficaria ainda mais três anos com o Napoli, estabelecendo parceria com Gianfranco Zola, mas o Napoli não conseguiria ganhar mais nenhum troféu.

Em 1993 Careca deixou a Itália para jogar pelo Kashiwa Reysol, novo time japonês da J. League. Ficou quatro anos com o time e ajudou-o a subir à primeira divisão do campeonato em 1994. Depois se transferiu para o Santos, seu clube do coração, onde defendeu o clube em apenas nove jogos (com dois gols), no Campeonato Paulista de 1997.

Em 1999, o jogador transferiu-se para o São José de Porto Alegre, onde disputou algumas partidas no Campeonato Gaúcho

Em agosto de 2010 firmou contrato com a emissora brasileira de televisão RedeTV, para comentar partidas de futebol. Ao lado de Silvio Luiz, forma a dupla titular da emissora.

Títulos

Guarani - Campeonato Brasileiro: 1978; Campeonato Brasileiro Série B: 1981.

São Paulo - Campeonato Paulista: 1985, 1987; Campeonato Brasileiro: 1986

Napoli - Copa da UEFA: 1989; Campeonato Italiano: 1990; Supercopa Italiana: 1990

Artilharia

São Paulo Campeonato Paulista: 1985 - 23 gols (São Paulo); Campeonato Brasileiro: 1986 - 25 gols (São Paulo).

Fontes:Revista Placar; Wikipédia.
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Serginho Chulapa: irreverências mil

Serginho Chulapa representava um pesadelo para os adversários. Não apenas por ser um artilheiro implacável, mas também por causa de seu gênio irreverente e, às vezes, intempestivo. O fato é que foi o maior artilheiro do São Paulo, com 248 gols. Também fez a festa da torcida do Santos, onde anotou outras 100 vezes. Alto e de ótima colocação, sabia como ninguém proteger a bola dos beques até o chute fatal. Foi artilheiro do Paulistão pelo Tricolor em 1975 e 1977 (ambos com 22 gols) e pelo Peixe em 1983 e 1984 (com 22 e 16 tentos, respectivamente). No Campeonato Brasileiro de 1983, somou à sua coleção mais 22 gols. Serginho só não arrebentou mesmo na Seleção. Na Copa de 1982,na Espanha, talvez a única oportunidade em que não fez sua catimba característica. marcou apenas duas vezes.

Sérgio Bernardino nasceu em São Paulo, SP, em 23 de dezembro de 1953. Aos 12 anos, começou a jogar em times de várzea da zona norte de São Paulo, como o Cruz da Esperança e o Vasco da Gama. "Se não tivesse ido para o esporte, certamente estaria na criminalidade", avalia hoje, em referência ao projeto social desses times. Depois de ser dispensado dos juvenis da Portuguesa, em 1968, e chegar a trabalhar como entregador de leite, Serginho participou, em 1970, de uma peneira na Casa Verde. Sua atuação encantou o técnico dos juvenis do São Paulo, que o chamou para jogar em seu time.

Sua estréia no elenco profissional do São Paulo foi promovida pelo técnico Telê Santana, em um amistoso contra o Bahia, em 6 de junho de 1973. Quatro dias depois, marcou seu primeiro gol como profissional, no empate em 1x1 contra o Corinthians. Naquele mesmo ano, foi emprestado ao Marília, voltando ao São Paulo em 1974.

Pelo São Paulo, jogou, entre 1973 e 1982, um total de 401 partidas (210 vitórias, 113 empates e 78 derrotas) e marcou 248 gols, tornando-se até hoje o maior artilheiro da história do clube. Nesse período, conquistou o Campeonato Paulista de 1975, 1980 e 1981 e o Campeonato Brasileiro de 1977.

Era nome certo para a Copa de 1978, porém acabou perdendo a chance de jogar quando teve que cumprir um ano de suspensão por agredir um bandeirinha. Em 1982 foi convocado para a reserva e acabou se tornando titular na Copa quando Careca se machucou antes da estréia.

No Santos, chegou já experiente, com 29 anos, e por isso mesmo evitou o rótulo de "salvador da pátria". O atleta se identificou com o clube ao longo de três passagens. A partir de 1983, conquistou a artilharia do Campeonato Brasileiro e a artilharia e o gol do título no Campeonato Paulista de 1984 contra o seu maior rival, o Corinthians, por 1 x 0. Ao todo, marcou 104 gols com a camisa do Santos e, junto do ponta-esquerda João Paulo, é um dos dois maiores goleadores da equipe após a Era Pelé.

Posteriormente, jogou no Corinthians, Marítimo Funchal (Portugal), Atlético Sorocaba, Portuguesa Santista e São Caetano, onde encerrou a carreira em 1993.

Confusões

Além dos muitos gols, as confusões se tornaram a marca registrada do jogador, como a briga com Mauro num jogo entre Santos e Corintians, a agressão ao goleiro Emerson Leão, após uma expulsão, e aos repórteres que estavam no campo depois do término do jogo final com o Flamengo em 1983, no primeiro vice-campeonato brasileiro do Santos. Mas também contava que não gostava de viajar, e quando o jogo era relativamente longe de São Paulo (São José do Rio Preto, por exemplo), dava sempre um jeito de ser expulso no jogo anterior com o objetivo de receber a suspensão automática de um jogo. Na Copa de 1982 chamou a atenção pelo seu bom comportamento e, diziam, havia jogado mal por ter sido "domesticado" em excesso pelo técnico Telê Santana.

No Campeonato Brasileiro de 1977, Serginho era o vice-artilheiro (com 15 gols, tinha 5 a menos que Reinaldo, do Atlético-MG) e principal jogador do São Paulo.[6] No dia 12 de fevereiro de 1978 (o campeonato de 1977 só terminou em março do ano seguinte), em uma partida em Ribeirão Preto, contra o Botafogo, o São Paulo perdia por 1x0, quando Serginho aparentemente empatou, aos 45 do segundo tempo. O árbitro Oscar Scolfaro, entretanto, anulou o gol, seguindo a indicação de impedimento do bandeirinha Vandevaldo Rangel.

O centroavante partiu para cima do auxiliar e, segundo a anotação da súmula da partida, "desferiu-lhe um pontapé na perna esquerda, altura da canela, ocasionando um ferimento de aproximadamente uns 10 centímetros, que sangrava abundantemente". Serginho, contudo, negou a agressão: "Eu não chutei, não. Eu fiquei muito nervoso, lógico. (…) Fui para cima dele para saber por que havia anulado o gol. Aí a torcida do Botafogo começou a jogar pedras e garrafas em mim e nos outros jogadores do São Paulo. Uma delas deve ter atingido o bandeirinha, e ele botou a culpa em mim." As imagens da televisão, no entanto, mostravam alguém chutando a canela do auxiliar.

Em 28 de fevereiro, ele foi condenado a uma suspensão de 14 meses, por agressão. Com isso, ficou de fora do segundo jogo das semifinais e da final do Brasileiro de 1977, em que o São Paulo conquistou o título. A suspensão, entretanto, foi ligeiramente abreviada, e ele voltou aos campos 11 meses depois, em 28 de janeiro de 1979, em derrota por 4x1 para o Santos, no Morumbi. Nesse jogo, ele marcou um gol e demonstrou ter superado a suspensão: ao longo de 1979, marcaria 28 gols em 55 jogos.

No peixe, já foi auxiliar técnico e técnico interino no clube, com bons resultados. Todavia, nervoso por uma derrota agrediu um repórter no vestiário, o que praticamente acabou com suas chances de dirigir outros clubes de ponta. Ficou afastado do clube no período em que Emerson Leão foi o treinador (2002-2004), mas retornou após a sua saída, deixando novamente o clube quando o técnico voltou ao clube, em 2008. Assumiu então o comando da Portuguesa Santista, tendo estreado em 2 de março, na vitória sobre o Taquaritinga por 3 a 2. Com a saída de Leão, voltou a ser auxilar técnico no Santos. Treinou ainda outros clubes do futebol paulista, como São Caetano e Sãocarlense.

Fontes: Wikipédia; Placar.
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sábado, 10 de dezembro de 2011

Dario, o Dadá Maravilha

À primeira olhada, os zagueiros diagnosticavam: o centroavante não passava de um perna-de-pau. Desengonçado, com pouco domínio de bola e chutes de canela, Dario parecia tudo menos artulheiro. Terrível engano, que o próprio tratava de desfazer, primeiro, com bolas na rede, depois, com o folclore que criava em torno de si. Gênio do marketing pessoal, Dario batizava gols (beija-flor, jacaré) e inventava apelidos para si (Dadá Maravilha, Rei Dadá, Peito-de-Aço). Entrou para a história por ser artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1971 (quinze gols pelo Atlético Mineiro) e por ser recordista de gols numa única partida (dez dos catorze marcados pelo Sport de Recife contra o Santo Amaro, em 1976).

Dario José dos Santos nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4 de março de 1946. Teve uma infância pobre no subúrbio de Marechal Hermes, na rua Frei Sampaio. Aos 19 anos, em razão de um furto, foi detido na Febem, onde conheceu o futebol. Em 1965, Dario começou a jogar nos juniores da equipe do Campo Grande, sendo promovido ao time principal em 1967. Seu talento despertou a atenção do Clube Atlético Mineiro, sendo levado para o clube de Belo Horizonte no ano seguinte.

Logo, alcançaria a fama. Destaque no Campeonato Brasileiro de 1971, Dario parou no ar como um beija-flor no dia 9 de dezembro, no Estádio Jornalista Mário Filho, para assinalar no placar Atlético-MG 1, Botafogo zero. Com este gol, o Atlético Mineiro sagrou-se campeão brasileiro daquele ano.

Dario vestiria a camisa de mais 16 clubes. No entanto, o maior destaque seria atuando por outro grande clube do futebol brasileiro: o Internacional de Porto Alegre. Dadá foi importante na conquista do Bi-Campeonato Brasileiro pelo Internacional, inclusive marcando o primeiro gol da final do Brasileirão de 1976, na vitória de 2 a 0 sobre o Corinthians.

É o terceiro maior artilheiro do futebol brasileiro com 1026 gols. Perde apenas para,Arthur Friedenreich, com 1239 gols, e Pelé, com 1284 gols.

É também é dono de frases "poéticas", como: "Não venha com a problemática que eu dou a solucionática", "Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha", "Isso é mamão com açúcar" ou ainda "Não existe gol feio. Feio é não fazer gol.".

Hoje, Dadá, torcedor do Clube Atlético Mineiro assumido, trabalha na televisão como comentarista esportivo.

Curiosidades

O jornalista Lúcio Flávio Machado editou em 1999 a biografia Dadá Maravilha. O nome inicial do Livro seria: Dario - o homem que driblou a vida. Mas em uma conversa com o escritor Roberto Drummond, Lúcio Flávio Machado, acatou o conselho do amigo: coloque somente Dadá Maravilha, este nome é o maior marketing que se pode ter.

Atuando no Atlético Mineiro entre os anos de 1968 e 1972, retornando em 1974, depois em 1978 e 1979, Dario tornou-se o segundo maior artilheiro da história do clube, com 211 gols marcados. Entre os mais importantes gols marcados pelo Galo, os atleticanos não se esquecem do segundo gol em cima da Seleção Brasileira Tri na Copa do Mundo de 70 em amistoso preparatório no final de 1969 e em que o Atlético triunfou sobre as feras (Pelé, Jairzinho, Gérson, Rivelino, etc.) comandadas por João Saldanha por 2 x 1 com o Mineirão cheio.

Também não podemos esquecer do gol de cabeça que Dario fez em cima do Botafogo-RJ em 1971 que deu o primeiro Campeonato Brasileiro para o Atlético Mineiro (num triangular final disputado por São Paulo, Atlético e Botafogo). Além desses gols, os Atleticanos não se esquecem do retorno de Dario já veterano em 1979, para suprir a falta de Reinaldo contundido, e conquistar o bicampeonato Mineiro que terminaria só em 1983 com o hexacampeonato, maior seqüência em Minas Gerais na Era Profissional.

Contratado do Sport Recife por Cr$ 500 mil (cerca de US$ 48,2 mil), uma fortuna na época, Dario estreou com a camisa do Internacional em um jogo do Campeonato Gaúcho contra o Esportivo de Bento Gonçalves. O público foi tão grande que o passe de Dadá foi totalmente quitado com o dinheiro da renda da partida.

Em uma partida válida pelo Campeonato Pernambucano de 1976, Dario marcou dez dos 14 gols do Sport na vitória sobre o Santo Amaro. A marca histórica superou os feitos de Pelé e Jorge Mendonça, que marcaram oito gols em uma mesma partida. Mostrando toda sua categoria, fez gols de tudo quanto é jeito, queixo no ombro, queixo no peito, de nuca, joelhada e até de velotrol (como não conseguia fazer gol de bicicleta, inventou o famoso gol de velotrol).
   
Dario foi o único jogador da história a ser convocado por um presidente da República (Emílio Garrastazu Médici) para fazer parte da Seleção Brasileira. Numa crise que levou a demissão do técnico João Saldanha e sua substituição por Mário Jorge Lobo Zagallo, pouco antes da Copa do Mundo de 1970.

Frases

"Não venha com a problemática que eu dou a solucionática."
"Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha."
"Não existe gol feio. Feio é não fazer gol."
"Um rei tem que ser sempre recebido por bandas de música."
"Pra fazer gol de cabeça era queixo no peito ou queixo no ombro."
"Com Dadá em campo, não há placar em branco."
"Pelé, Garrincha e Dadá tinham que ser curriculum escolar"
"Faço tudo com amor, inclusive o amor"
"Nunca aprendi a jogar futebol pois perdi muito tempo fazendo gols"
"Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área".
"Chuto tão mal que, no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol."
"A área é o habitat natural do goleador, nela ele está protegido pela constituição, se for derrubado é pênalti"
"Num time de futebol existem nove posições e duas profissões: o goleiro e o centroavante"
"Bola, flor e mulher, só com carinho"
"Fiz mais de 500 gols, só correndo e pulando."
"Quando eu saltava o zagueiro conseguia ver o número da minha chuteira"
"São duas coisas que eu não aprendi: Jogar futebol e perder gol!"

Títulos

Campo Grande

1967 - Campeão Torneio José Trócoli

Atlético Mineiro

1971 - Campeão Brasileiro
1970 - Campeão Mundial (Seleção Brasileira)
1970 - Campeão Mineiro
1970 - Campeão da Taça Belo Horizonte
1970 - Campeão da Taça Inconfidência (MG)
1970 - Campeão da Taça Cidade de Goiânia (Minas-Goiás)
1970 - Campeão da Taça Gil César Moreira de Abreu (MG)
1970 - Campeão da Taça Independência (MG)
1971 - Bicampeão da Taça Belo Horizonte
1972 - Tricampeão da Taça Belo Horizonte
1972 - Campeão do Torneio de Leon (México)
1972 - Campeão da Taça do Trabalho (Minas-Rio)
1974 - Campeão do Torneio dos Grandes de Minas Gerais da FMF
1978 - Campeão Mineiro
1979 - Campeão da Taça Minas Gerais

Flamengo

1973-Campeão Taça Guanabara
1974-Campeão Campeonato Carioca
1974-Campeão Taça Pedro Magalhães Corrêa

Sport

1975 - Campeão Pernambucano

Internacional

1976 - Campeão Gaúcho
1976 - Campeão Brasileiro

Náutico

1980-Campeão Torneio do Inicio

Bahia

1981 - Campeão Baiano

Goiás

1983 - Campeão Goiano

Nacional-AM

1984 - Campeão Amazonense

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Flávio, o implacável artilheiro

O centroavante Flávio fez a alegria de muitas galeras. Mais precisamente, do Internacional, Corinthians, Fluminense, Porto (Portugal), Pelotas, Santos, Figueirense, Brasília e Wilstermann (Bolivia). Ao todo, atingiu a espantosa marca de 603 tentos, nove dos quais marcados em rápida passagem pela Seleção. Mas foi nos clubes que conseguiu seus feitos mais notáveis: a artilharia do Campeonato Paulista de 1967, dos Cariocas de 1969 e 1970, do Gaúcho de 1977. Sem falar no Brasileirão de 1975, quando marcou dezesseis vezes com a camisa 9 do Internacional.

Flávio Almeida da Fonseca, também conhecido como Flávio Minuano, Flávio Bicudo ou simplesmente Flávio, nasceu em Porto Alegre, RS, em 09/09/1944. Foi um centroavante artilheiro, goleador de diversas competições. Quando menino, era músico (tocava saxofone) e entregava jornais, profissões que trocou depois pela de jogador de futebol.

Começou no Real Madri, equipe de várzea da cidade de Porto Alegre, de onde ele se transferiu para o Sport Club Internacional em 1959. Logo no teste que fez para tentar ingressar nas equipes infantis do Inter, marcou 3 gols em 35 minutos. Ingressou no time principal do Internacional em 1961, sendo campeão gáucho aquele ano e ganhando o apelido de Flávio Bicudo, com o qual foi convocado para a Seleção Brasileira em 1963.

Em 1964 transferiu-se para o Sport Club Corinthians Paulista, onde jogou até 1969 sem conquistar nenhum título paulista, mas sendo o artilheiro do estadual de 1967 com 21 gols (superando Pelé) e sendo autor de um dos gols que quebrou o tabu de 11 anos que o Corínthians ficou sem ganhar do Santos Futebol Clube. Foi neste período que ganhou do locutor Geraldo José de Almeida o apelido de Flávio Minuano, numa alusão ao vento minuano, característico do Rio Grande do Sul.

De São Paulo, Flávio transferiu-se para o Fluminense Football Club em 1969, sendo campeão carioca logo no primeiro ano. Era uma época de clássicos com o Maracanã lotado e mais de 171.000 pagantes na final deste campeonato, um Fla-Flu sensacional, em que o Fluminense venceu por 3 a 2, de virada, com Flávio sendo o grande herói da conquista. Pelo Fluminense, Flávio foi ainda campeão do Campeonato Brasileiro em 1970 e do Campeonato Carioca de 1971, marcando 92 gols em 115 partidas disputadas neste período. No Campeonato Brasileiro de 1970 não pode jogar as últimas quatro partidas, vindo a perder a artilharia nacional na última rodada, por diferença de um gol.

Após a sua passagem pelo Fluminense, Flávio se transferiu para o Futebol Clube do Porto, de Portugal, onde manteve a fama de matador, marcando mais de 70 gols por este clube.

Voltou para o Brasil e para o Internacional em 1975, reestreando num grenal (dia 13 de julho) em que marcou um gol logo aos 4 minutos, ajudando a construir a vitória do Inter por 2 a 1. Quatro semanas depois, na decisão do campeonato gaúcho, em novo grenal, Flávio marcou na prorrogação o único gol da partida, dando ao Inter o título de heptacampeão. Nos meses seguintes, foi artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1975, ajudando a construir o primeiro título nacional de um clube gaúcho.

Em 1977, transferiu-se depois para o Esporte Clube Pelotas, pelo qual foi artilheiro do campeonato gaúcho. Ainda jogou depois em outros clubes até 1981, sem o mesmo sucesso de antes. Atualmente, Flávio trabalha com escolinhas infantis de futebol em São Paulo, no distrito de Ermelino Matarazzo.

Flávio afirma ter feito 1.070 gols em toda sua carreira. Sobre o milésimo gol, ele fala: "Foi quando eu jogava pelo Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, em uma partida contra o Caxias no Alfredo Jaconi. Acho que foi empate de 3 a 3. O pessoal lá comemorou, teve um oba-oba, mas foi uma coisa superficial. O Brasil não ficou sabendo".

Títulos

Pelo Internacional: Campeonato Gaúcho: 1961, 1975, 1976 - Campeonato Brasileiro: 1975; pelo Corinthians: Torneio Rio-São Paulo: 1966; pelo Fluminense: Campeonato Carioca: 1969, 1971 - Campeonato Brasileiro: 1970.

Artilharia

Pelo Corinthians: Torneio Rio-São Paulo: 1965 (13 gols) - Campeonato Paulista: 1967 (21 gols); pelo Fluminense: Campeonato Carioca: 1969 (15 gols), 1970 (18 gols); pelo Internacional: Campeonato Brasileiro: 1975 (16 gols); pelo Pelotas: Campeonato Gaúcho: 1977 (13 gols).

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.
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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quarentinha, frieza de matador

No maravilhoso Botafogo de Garrincha, o homem encarregado de marcar gols se chamava Waldir Cardoso Lebrego, o popular Quarentinha. Possuidor de uma canhota fortíssima, Quarentinha se tornou o maior artilheiro da história do alvinegro com 310 gols. Além disso, foi três vezes seguidas artilheiro carioca, em 1958 com dezenove gols, em 1959 e 1960, com 25 nas duas temporadas. Entretanto, o que mais chamava a atenção neste ponta-de-lança era a frieza: depois de conferir os tentos, simplesmente voltava andando para o meio de campo: "Sou pago para marcar gols, não faço mais do que a minha obrigação", repetia.

Waldir Cardoso Lebrego nasceu em Belém, Pará, em 15/09/1933, e era filho do também jogador e ídolo do Paysandu, Luís Gonzaga Lebrego, o Quarenta. Iniciou a carreira no clube do pai e com 16 anos já era titular do time. Transferiu-se para o Vitória em 1953, onde foi campeão do Campeonato Baiano.

No ano seguinte, foi contratado pelo Botafogo. Lá se tornou o maior artilheiro da história do clube, com 310 gols em 444 jogos. Ainda assim, para Quarentinha isso não era motivos para comemorações. O ponta-de-lança, com potente perna esquerda, nunca fazia festa para seus gols, o que irritava a torcida botafoguense. Dizia que não havia razão para festejos, pois ele estava apenas cumprindo com a obrigação, já que era pago pra isso.

Jogando ao lado de Didi e Garrincha, fez história e foi o artilheiro do Campeonato Carioca por três edições seguidas: 1958/59/60. Pela seleção brasileira marcou 17 gols em 17 jogos.

Jogou também em outros clubes do Rio de Janeiro, da Colômbia e de Santa Catarina, antes de encerrar a carreira. Morreu no Rio de Janeiro, RJ, em 11/02/1996, de insuficiência cardíaca aos 62 anos.

Títulos

Campeão pelo Botafogo em 1957/1961/1962 (Campeonato Carioca), do Torneio Rio-São Paulo 1962/1964 e do Torneio de Paris (1963). Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro: 1954, Torneio João Teixeira de Carvalho: 1958, Pentagonal Interclubes do México: 1958, Torneio Internacional de Clubes da Colômbia: 1960, Pentagonal Interclubes do México: 1962, Torneio Jubileu de Ouro da Bolívia: 1964, Quadrangular Interclubes de Buenos Aires (Argentina): 1964, Torneio do Suriname: 1964.

Fontes: Revista Placar; Quarentinha: o Artilheiro que não Sorria (Rafael Casé, Editora Livros de Futebol, 2008).
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Vavá, peito de aço

Ele jamais foi artilheiro isolado de qualquer campeonato, mas deixou seu nome inscrito no panteão dos mais va1orosos artilheiros que o Brasil já conheceu: Vavá. Jogador raçudo e oportunista, não tinha medo de enfiar o pé em divididas, atitude que lhe valeu muitas contusões e inúmeros gols. Daí o apelido de Peito-de-Aço. Foi o centroavante bicampeão do Mundo nas Copas de 1958 e de 1962, marcando gols decisivos nas duas finais. Na Copa da Suécia, entrou machucado para jogar contra a poderosa União Soviética, o que não o impediu de assinalar os dois gols da vitória brasileira. Vestiu 25 vezes a camisa da Seleção, marcando em 15 oportunidades.

Edvaldo Izídio Neto, conhecido por Vavá e depois apelidado de "peito de aço", nasceu em Lagoa dos Gatos, PE, em 12/11/1934. Iniciou sua carreira futebolística jogando nas categorias inferiores do Sport Recife, como meia-armador, sendo campeão junior em 1949. Ao passar para o quadro principal, em 1950, passou a atuar como centroavante e seu faro de gol e suas arrancadas estilo Ademir, logo chegaram aos ouvidos dos dirigentes do Vasco da Gama que se apressaram em contratá-lo.  Inicialmente, no clube cruz-maltino, jogou nos juvenis, sendo imediatamente convocado para a Seleção Brasileira de Amadores que participou das Olimpíadas de Helsinque.

No Vasco da Gama, nos anos 1950.
Sua estréia na seleção brasileira principal foi no dia 13 de novembro de 1955 no estádio Mário Filho, o Maracanã. Noventa e cinco mil pessoas viram o Brasil fazer 3 a 0 no Paraguai, em partida válida pela Taça Oswaldo Cruz. Pelas atuações nas Copas de 58 e 62 recebeu o apelido de "Leão da Copa". Marcou 5 gols na Copa de 58 e 4 na de 62, sendo um dos co-artilheiros da competicão. É o único jogador na história das Copas a marcar gols em duas finais: 58 contra a Suécia (2 gols) e 62 contra a Tchecoslováquia (1 gol). Vestiu a "canarinha" 25 vezes, marcando 15 gols.

Além de jogar na seleção brasileira, no Vasco e no Sport, Vavá passou também pelo Atlético de Madrid (1958 a 1961) da Espanha, Palmeiras (1961 a 1964), América do México (1964 a 1967) e San Diego dos EUA (1967 a 1969).

Em 1981, dirigiu a seleção canarinho no Mundial de Juniores. Continuando sua carreira pelo escrete canarinho após o fim da carreira, foi auxiliar técnico de Telê Santana no time que disputou a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

O grande Vavá morreu aos 67 anos no dia 19 de janeiro de 2002, no Rio de Janeiro, por problemas cardíacos.

Vavá marcando contra a França, na Copa da Suécia, em 1958

Clubes em que jogou

América Futebol Clube do Recife (1948), Íbis Sport Club (1948), Sport Club do Recife (1949-1950), Vasco da Gama-RJ (1951 a 1958), Atlético de Madrid (Espanha) (1958 a 1961), Palmeiras-SP (1961 a 1964), América (México) (1964 a 1965, e 1966 a 1967), Elche (Espanha) (1965 a 1966), Toros Naza (México) (1967 a 1968), San Diego Toros (EUA) (1968 a 1969) e Portuguesa-RJ - (1969 - onde encerrou sua carreira).

História na Seleção Brasileira

Pela Seleção Brasileira: 23 partidas, 19 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 14 gols; Contra Seleções Nacionais: 20 partidas, 16 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 14 gols; Contra Clubes ou Seleções Estaduais: 3 partidas, 3 vitórias; Seleção Olímpica: 3 partidas, 2 vitórias, 1 derrota, 1 gol; Jogou na Copa do Mundo de 1958 e 1962

Títulos

Copa do Mundo (1958 e 1962) - Seleção Brasileira; Campeonato Carioca (1952, 1956 e 1958) - Vasco da Gama; Torneio de Paris (1957) - Vasco da Gama; Torneio Rio-São Paulo (1958) - Vasco da Gama; Taça Oswaldo Cruz (1958 e 1962) - Seleção Brasileira;   Campeonato Paulista (1963) - Palmeiras.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia; Super Vasco.
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Toninho Guerreiro, o príncipe da grande área

Pelé vinha conquistando seguidamente a artilharia do campeonato paulista quando, em 1966, seu companheiro de time Antônio Ferreira, mais conhecido por Toninho Guerreiro, acabou com a hegemonia do Rei. Naquele ano, Toninho marcou 27 gols. Ele ainda se tornaria outras duas vezes artilheiro, em 1970 com treze gols e 1972 com quinze, ambas jogando pelo São Paulo. Jogador raçudo e com excelente visão de gol, Toninho conseguiu ainda outro feito inédito: o de ser o único jogador pentacampeão paulista (um tri pelo Santos de 1967 a 1969 e um bi pelo São Paulo de 1970 e 1971).

Antônio Ferreira nasceu em Bauru, SP, em 10 de agosto de 1942, e começou sua carreira no time de sua cidade natal, o Noroeste, equipe na qual jogou de 1960 a 1962. Em seguida, fez história no Santos e no São Paulo. Depois de Coutinho, foi o parceiro de Pelé que mais fez sucesso no Santos.

Foi definido pela revista Placar como "um centroavante que fica andando pelo campo e, de repente, com um chute maluco, mete um gol". Ficou conhecido como o único pentacampeão do campeonato paulista.

Segundo contava, deixou de ir à Copa do Mundo de 1970, no México, quando os médicos lhe diagnosticaram uma "sinusite". Isso teria sido, na verdade, um pretexto para a convocação em seu lugar do jogador Dario (ex-Atlético-MG), em atendimento a um "desejo" do então presidente da época, Emílio Garrastazu Médici.

Toninho faleceu em São Paulo, SP, em 26 de janeiro de 1990. O peso, a boemia e o cigarro foram minando o corpo de um dos mais competentes centroavantes que o Brasil teve em todos os tempos.

Clubes que atuou

Noroeste-SP: 1960 a 1962 e 1975; Santos: 1962 a 1969; São Paulo: 1969 a 1973; Flamengo: 1974.

Títulos

Santos: Copa Intercontinental - 1963; Recopa Intercontinental - 1968; Taça Libertadores da América - 1963; Recopa Sul-americana - 1968; Taça Brasil - 1964, 1965 e 1968; Torneio Rio-São Paulo - 1963, 1964 e 1966; Campeonato Paulista - 1967, 1968 e 1969.

São Paulo: Campeonato Paulista - 1970 e 1971.

Artilharia

Recopa dos Campeões Intercontinentais: 1968 (1 gol); Taça Libertadores da América: 1972 (06 gols); Campeonato Brasileiro de Futebol: 1968 (18 gols); Campeonato Paulista: 1966 (24 gols); Campeonato Paulista: 1970 (13 gols); Campeonato Paulista: 1972 (17 gols).

Recordes

Único pentacampeão paulista da história do futebol: 1967 a 1971. Quarto maior artilheiro da história do Santos Futebol Clube - 283 gols; Nono maior artilheiro do Santos no Torneio Rio-São Paulo - 10 gols.

Fontes: Revista Placar; Wikipédia; Que Fim Levou?.
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sábado, 26 de novembro de 2011

Preguinho, o estilista do gol

O orgulho do escritor Coelho Netto não eram só os seus livros, mas também o filho João Coelho Netto, aliás, Preguinho, o maior artilheiro da história do Fluminense com 184 gols. Meia-esquerda veloz e dono de um poderoso chute, Preguinho se notabilizava pela raça e pelo espírito amador. Nunca ganhou nada para defender o tricolor. Também ficou famoso por alguns gols célebres, como o primeiro marcado pelo Brasil em Copas do Mundo. O artilheiro também foi autor de um gol antológico quando chutou do meio campo, encobrindo o goleiro do Botafogo numa partida disputada em 7 de dezembro de 1930. No Campeonato Carioca, foi artilheiro em 1923 com 12 gols, em 1928 com 16 e em 1932 com 21.

João Coelho Netto, conhecido como Preguinho, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 08/02/1905, e faleceu na mesma cidade, em 1º/10/1979. Filho do escritor Coelho Neto, era sócio do Fluminense antes mesmo de nascer, ingressando nas equipes infantis do clube carioca em em 1916, com 11 anos.

Sua estréia como jogador do tricolor carioca ocorreu em 19 de abril de 1925: naquela tarde, Preguinho havia conquistado o tricampeonato estadual de natação, na categoria de 600 metros. Ainda com a medalha no peito, pegou um táxi até o Estádio das Laranjeiras para ajudar o Fluminense a conquistar o Torneio Início do Rio de Janeiro.

Passou toda sua carreira no Fluminense e foi o primeiro capitão e artilheiro da Seleção Brasileira. Foi autor do primeiro gol do Brasil em uma Copa do Mundo, em jogo contra a Iugoslávia, na Copa do Mundo de 1930, em época em que seu apelido era Prego, sem o diminutivo. Foi o artilheiro do tricolor nos campeonatos cariocas de 1928, 1929, 1930, 1931 e 1932, sendo que em 1930 e 1932 foi o artilheiro do Campeonato Carioca.

Além do futebol, praticou outras nove modalidades: remo, vôlei, basquete, polo aquático, saltos ornamentais, atletismo, hóquei, tênis de mesa e natação, detendo 387 medalhas e 55 títulos nessas modalidades.

Após a profissionalização do futebol, em 1933, Preguinho continuou a atuar de forma amadora, recusando-se a receber dinheiro do seu clube. Afora seu desempenho dentro das quatro linhas, é também um dos maiores pontuadores da história do basquete tricolor, com 711 pontos anotados.

Em 22 de janeiro de 1952, recebeu o título de "Benemérito-Atleta" do Fluminense. À ocasião, ele disse: "Eu nem sabia falar direito e o Fluminense já estava em minha alma, meu coração e em meu corpo."

Preguinho morreu em 1979, aos 74 anos, devido a problemas pulmonares.

Fonte: Wikipédia; Revista Placar.
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Teleco, o inimigo dos goleiros

Ídolo no Corinthians entre 1934 e 1944, o centroavante Teleco se intitulava o inimigo número um dos goleiros, apesar de ser irmão do guarda-metas King, que jogou no São Paulo na década de 40. Mas não havia verdade maior, como prova sua incrível marca de 243 gols em 234 jogos, mais de um tento por partida.

Artilheiro que chutava com os dois pés e excelente cabeceador, Teleco, cujo verdadeiro nome era Uriel Fernandes, também ficou conhecido por seus gols de virada e por sua raça. Na decisão paulista de 1937 contra o Palestra, Teleco fez questão de jogar mesmo machucado. Entrou e marcou o gol da vitória.

Uriel Fernandes nasceu em  Curitiba (PR), no dia 12 de novembro de 1913, e recebeu o apelido de Teleco de sua avó. Antes de chegar ao Corinthians, fazia parte do ataque do Britânia Sport Club, um dos clubes que deu origem ao Paraná Clube (o Paraná surgiu após a fusão entre o EC Pinheiros e o Colorado EC – por sua vez, o Colorado surgiu após a junção entre Atlético Ferroviário, Palestra Itália FC e Britânia SC).

Defendeu o alvinegro de 1934 a 1944 e tem a maior média de gols pelo Corinthians, registrada desde a fundação do clube. Com 251 gols em 246 jogos, o ex-centroavante atingiu média superior a um gol por partida, marca não superada até hoje no clube e maior até que a do Pelé, que fez 1281 gols em 1375 jogos – média de 0,93 gols por partida.

O maior artilheiro (pelo total de gols), no entanto, é Cláudio Christovam de Pinho com 306 gols. Ficando atrás também de Baltazar, "o Cabecinha de Ouro", em total de gols, Teleco é o terceiro maior artilheiro da história do timão. Encabeçou a lista de artilheiros do Campeonato Paulista em 1935 e 1936, ambos com nove gols, 1937 com quinze, 1939 com 32 e 1941 com 26.

Teleco morreu em Osasco (SP), no dia 22 de julho de 2000. Até 2006, ele continuava sendo o jogador que mais vezes conseguiu ser artilheiro vestindo a camisa do timão.

Títulos

Corinthians - Campeonato Paulista: 1937, 1938, 1939, 1941

Fontes: Revista Placar; Por Onde Anda?
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Welfare, o tanque inglês

O inglês Harry Welfare chegou ao Rio de Janeiro, em 1913, como professor do colégio Anglo-Brasileiro. Mas acabou mesmo foi dando lições de bola. Welfare já havia disputado a Liga inglesa pelo famoso time do Liverpool e, no Brasil, passou a defender a camisa do Fluminense. Nos nove campeonatos cariocas que disputou, construiu a fama de centroavante "tanque", por seu estilo impetuoso, forte e matador. Conquistou cinco vezes a artilharia no futebol carioca (1914 com oito gols; 1915 e 1917, ambos com dezoito; 1919 com 22; e 1922 com oito).

Henry Welfare (chamado carinhosamente de "Harry"), professor, atleta e treinador, nasceu em Liverpool, Inglaterra, em 20/08/1888, e faleceu em Angra dos Reis, RJ, em 01/09/1966. Chegou ao Rio de Janeiro no dia 9 de agosto de 1913 para cumprir um contrato de professor secundário com o Ginásio Anglo-Brasileiro, lecionando Geografia e Matemática. Logo depois foi levado para o Fluminense. Treinou de centro-avante no segundo time e agradou. Outro treino e, desta vez no primeiro time. Agradou mais ainda. Daí por diante foi uma verdadeira máquina de fazer gols.

Obteve a extrordinária média de quase um gol por partida, já que marcou 163 gols em 166 jogos, sendo o jogador que mais gols fez em uma única partida pelo Fluminense, 6 contra o Bangu na goleada por 11 a 1 em 9 de Dezembro de 1917, tendo conquistado o tricampeonato carioca em 1917, 1918 e 1919, fazendo 49 gols nestes três campeonatos.

Em 1920, o Fluminense o fez "Sócio Benemérito", título honroso que lhe deu o direito de ser membro perpétuo do Conselho Deliberativo do clube tricolor.

Welfare encerrou sua carreira após marcar o gol da vitória do Fluminense sobre o Botafogo no Torneio Início de 1924, não jogando a última partida em que o Fluminense ganhou por 1 a 0 do Flamengo, sagrando-se campeão.

Aqui o time do Fluminense em 1914, e Welfare é o primeiro da esquerda para a direita.

Morador do bairro da Gávea se deslocava de bonde ou a pé por mais de uma hora para treinar e jogar no Fluminense, sendo por isto um grande símbolo da época do amadorismo, onde além de não receberem remuneração pelos seus serviços, os jogadores mostravam imensa paixão pelo esporte e pelos seus clubes, com Welfare sendo um dos jogadores que melhor representaram as primeiras décadas do Fluminense. Era raro o dia que nenhum admirador se oferecia para levar a sua maleta.

Não temos dúvidas em afirmar que o professor inglês modificou muito o nosso futebol. Os maiores capítulos do futebol carioca, no tempo do amadorismo, foram escritos com letras ciclópicas por esse extraordinário jogador. Estabeleceu um padrão próprio com seu jogo inteligente, impetuoso, objetivo e realizador. Suas duas características principais eram o "rush" que espalhava terror nas zagas adversárias e o chute violento com qualquer dos pés. Além disso, fazia alarde de um excelente drible baseado no jogo de corpo e no controle de bola. Foi o pioneiro na "tabelinha". Ele dizia para os companheiros – " me dá a bola e corre a frente para receber novamente". Essa jogada foi aperfeiçoada pelos grandes jogadores.

O "Tanque inglês", conforme ficou conhecido posteriormente pelo seu físico privilegiado, pelos seus 1,90 m de altura, além de ser forte e de ter um estilo rompedor, numa época onde a média de altura das pessoas era bem menor. Certa vez, Mário Filho escreveu que "com Welfare o Fluminense usava uma metralhadora, enquanto seus adversários lutavam de espada".

Em 2006, mais de oitenta anos após abandonar os gramados como jogador, Welfare ainda é o maior artilheiro do confronto entre Fluminense e Botafogo, o Clássico Vovô, com 17 gols, à frente de Waldo (Flu) e Heleno de Freitas (Bota), ambos com dezesseis.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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Friese, a marreta germânica

Hermann Friese - circa 1904
O primeiro artilheiro a causar sensação no futebol brasileiro foi o jovem alemão Hermann Friese, que chegou a São Paulo em 1903. Alto, corpulento e forte, Friese jogava em qualquer posição e "valia um time inteiro", como diziam os jornais da época. Na verdade, o alemão era um verdadeiro atleta. Na Europa, já havia se sagrado campeão nas corridas de curta (100 e 200 m) e média distância (1500 e 3000 m). Mas o que mais o destacava era sua capacidade de marcar gols. Foi artilheiro por três temporadas em São Paulo, em 1905 com catorze tentos, e em 1906 e 1907, ambas com seis. 

Georg Paul Hermann Friese, futebolista e atleta teuto-brasileiro, nasceu em Hamburgo, Alemanha, em 30/05/1882, e faleceu na cidade de São Paulo, SP, em outubro de 1945. Foi ao lado de Charles Miller e Hans Nobiling um dos mais importantes pioneiros de nosso futebol, sendo reconhecido como o primeiro craque a jogar no Brasil.

Em 1903 emigrou com 21 anos de idade da Alemanha para o Brasil e se afiliou ao Sport Club Germânia, equipe da colônia alemã radicada em São Paulo, fundada por Hans Nobiling. Como também tinha Friese e Nobiling o SC Germania 1887, antecedente do Hamburger SV, que mais tarde inspiraria o nome e as cores do uniforme do time brasileiro.

O alemão foi o artilheiro do Campeonato Paulista de Futebol de 1905 com 14 gols e campeão paulista pelo  Germânia em 1906 e 1915. A Crônica de O Estado de São Paulo, em 1903 lhe chamou de o "sensacional futebolistas de todos os tempos".  Deve-se ainda a Friese a introdução da jogada de corpo, chamada então de marreta, lance que provocou muitos protestos dos adversários.

Hermann foi também treinador da equipe em que surgiu em torno de 1909 o futebolista Arthur Friedenreich. O rapaz, que seria o primeiro gênio do futebol brasileiro, era filho de um imigrante e comerciante de Hamburgo e uma negra brasileira, e sendo mulato era proibido de fazer parte do clube. Foi graças à intervenção de Friese que se revogou tais proibições racistas.

Friese foi também árbitro de futebol chegando a conduzir finais do Campeoanto Paulista.

Já na Europa tinha Friese fama como atleta e em 1902 venceu os 1500 metros no campeonato alemão de atletismo. Em maio de 1907 ele foi o único atleta brasileiro em uma competição internacional no Uruguai e venceu em uma única noite corridas de 1500 metros e 800 metros, ficando em segundo na prova dos 400 metros.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Gérson, o Canhotinha de Ouro

O maior lançador da história do futebol brasileiro era capaz de colocar a bola mansamente no peito dos atacantes chutando a uma distância de quarenta metros. Inacreditável? Basta conferir nos teipes dos jogos da Copa de 1970 para vê-lo realizar, várias vezes, lançamentos perfeitos. Entretanto, o que os teipes não revelam é a capacidade de Gérson em coordenar as ações táticas do time. Soberbo estrategista, orientava a distribuição dos companheiros em campo, muitas vezes à revelia do técnico. Também era conhecido por revidar jogo violento como aconteceu num jogo contra o Peru, em 1969. .

Gérson de Oliveira Nunes, que atuava como meia, nasceu em Niterói, RJ, em 11 de janeiro de 1941. Chamado de "Canhotinha de Ouro", marcou presença pela incrível gana de ganhar. Jogou na seleção brasileira e em diversos clubes brasileiros de futebol, tendo passagem destacada no Flamengo, onde começou (campeão carioca de 1963), mas viveu sua fase mais gloriosa no Botafogo, onde se sagrou campeão da Taça Brasil (1968) e bi carioca (1966/67). Teve ainda passagem vitoriosa pelo São Paulo, conquistando o bicampeonato paulista (1970/1971) e no Fluminense, seu clube de coração, pelo qual foi campeão carioca em 1973 e onde encerrou a carreira.

Também ficou famoso nos anos setenta por protagonizar uma campanha publicitária de cigarros, na qual dizia "Gosto de levar vantagem em tudo". Essa frase resumia a suposta malandragem brasileira, e o que era para ser apenas um bordão inocente de uma propaganda, acabou caindo na cultura popular como o símbolo do "jeitinho" desonesto de ser, e da corrupção, ficando conhecida como lei de Gérson. Após a associação maliciosa e indevida, ele já se lamentou publicamente, em diversas ocasiões, de ter seu nome ligado a esses defeitos do povo brasileiro, que não combinam com o seu jeito de ser e nem com as suas idéias.

A seleção tricampeã do Mundo em 1970. Em pé: Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo, Everaldo. Agachados: Jairzinho, Gérson, Tostão,  Pelé e Rivelino

Quando jogava, Gérson tinha o apelido de "Papagaio" entre seus companheiros atletas, pois sempre gostou de falar muito. Depois de encerrar a carreira, tornou-se comentarista de futebol da Rádio Globo, participou do programa Mesa Redonda Rio da Rede CNT e no programa Jogo Aberto Rio na Band Rio. Coordena uma escola de futebol, participando de diversos projetos esportivos em Niterói, sua cidade natal, onde morou quase toda a sua vida.

Títulos conquistados

Seleção Brasileira: Copa Rocca: 1963 e 1971; Copa do Mundo: 1970; Taça Independência: 1972.

Flamengo: Torneio do Inicio: 1959; Torneio Rio-São Paulo: 1961; Campeonato Carioca: 1963; Torneio Internacional de Verão do Uruguai: 1961; Troféu Magalhães Pinto: 1961; Torneio Internacional da Tunisia: 1962.

Botafogo: Taça Brasil: 1968; Torneio Rio-São Paulo: 1964 e 1966; Torneio do Inicio: 1963 e 1967; Campeonato Carioca: 1967 e 1968; Torneio Internacional de Caracas-Venezuela(FVF): 1968, 1969; Torneio Internacional de Paris: 1963; Taça Guanabara: 1967, 1968.

São Paulo: Campeonato Paulista: 1970 e 1971.

Fluminense: Campeonato Carioca: 1973; Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro: 1973.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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terça-feira, 15 de novembro de 2011

A ciência do chute com efeito

Gol de Didi contra o Peru. Sua primeira "folha-seca"
Na história de nosso futebol, alguns jogadores ficaram famosos por seus tiros enviesados, que surpreendem os goleiros ao mudar subitamente de rumo. Mas essa invejável habilidade tem explicação científica.

A bola, chutada quase da intermediária, subiu demais, passando por cima da barreira formada a uma distância de 10 metros. Se continuasse nessa trajetória, iria fatalmente para fora do campo. De repente, porém, a bola fez uma curva no ar e pareceu perder força, surpreendendo o goleiro, que nem sequer teve tempo de corrigir seus cálculos e saltar antes que ela caísse suavemente dentro de suas redes. O gol, aos 27 minutos do segundo tempo no jogo com o Peru, classificou o Brasil para a disputa da Copa do Mundo de 1958, na Suécia. O resto da história todo mundo conhece: Brasil, campeão mundial de futebol revelando ao mundo um meia-esquerda apelidado Pelé.

Mas o gol que levou o Brasil à Suécia nasceu dos pés de um meia-direita. O goleiro peruano foi traído pela folha-seca — a grande especialidade de Valdir Pereira dos Santos, do Botafogo do Rio de Janeiro, conhecido como Didi. É provável que ele não soubesse disso, mas dois fenômenos aerodinâmicos são responsáveis por aquele e dezenas de outros gols parecidos que marcou: a força ascensional, a mesma que.ajuda os aviões a voar, e o chamado efeito Magnus, de onde se originou a expressão tiro com efeito, para designar os chutes enviesados que fazem o desespero dos goleiros.

Atuando sobre um avião em vôo, a força ascensional se manifesta quando o ar que passa ao redor do aparelho alcança uma velocidade maior na parte superior das asas. Isso acontece justamente por causa da forma especial do perfil das asas nos aviões. Segundo uma lei formulada pelo físico e matemático suíço Daniel Bernouilli, no século XVIII, a pressão sobre um gás ou uma superfície será menor quanto maior a velocidade do fluido. Por isso, a pressão na parte superior da asa é menor que na parte inferior. Essa diferença de pressão gera uma força que fornece ao avião seu empuxo aerodinâmico. A força ascensional aerodinâmica pode aparecer também aliada ao efeito Magnus no vôo de uma bola — quando, além de subir, ela gira ao redor de seu próprio eixo. Os jogadores de futebol costumam dizer então que a bola está “envenenada”.

Ao girar sobre seu próprio eixo, a superfície da bola sofre o atrito do ar. Isso influi na velocidade com que o ar passa ao seu redor: na parte superior da bola, o ar é mais rápido; na inferior, mais lento. Devido a essa diferença de velocidade — assim como no caso das asas do avião —, ocorre uma diferença de pressão entre a parte de cima e a de baixo; em conseqüência, chutada embaixo, a bola sobe, numa trajetória também determinada pela força de gravidade e a resistência do ar.

Já a intensidade do efeito Magnus e sua influência na trajetória da bola dependem de vários fatores. A superfície áspera da bola e a grande velocidade do giro sobre o próprio eixo, em relação à velocidade de vôo, aumentam o efeito. Já a influência na trajetória aparece principalmente nas bolas mais leves. O efeito Magnus foi observado pela primeira vez em 1852 pelo físico alemão Gustav Magnus — daí o nome —, a pedido da Comissão de Provas da Real Artilharia Prussiana. Pouco a pouco, essas observações começaram a ser aplicadas em vários campos da ciência.

Mas não apenas os cientistas recorreram às descobertas de Gustav Magnus. Desde muito cedo, na história moderna do futebol, também os jogadores aprenderam na prática a chutar com efeito. Os princípios são simples: se a bola é chutada na parte de cima, tende a sofrer uma queda mais acentuada; se o chute é aplicado na parte de baixo, a bola volta para trás — um recurso muito usado na jogada conhecida como “bicicleta”, que o atacante brasileiro Leônidas da Silva celebrizou, na década de 30.

Bater na bola lateralmente faz com que, em função do giro sobre seu próprio eixo — para a direita ou para a esquerda —, ela se desvie da trajetória normal. Chutando corretamente a bola — na parte de cima ou de baixo, na lateral direita ou esquerda — é possível fazê-la descrever curvas numa trajetória aparentemente imprevisível. Os jogadores mais habilidosos até conseguem marcar gols em cobrança de escanteio, quando a bola parte da mesma linha onde estão fincadas as traves. E o gol olímpico, assim chamado por ter sido obtido pela primeira vez pela Seleção do Uruguai nos Jogos Olímpicos de 1924.

No Brasil, quem não se lembra das cobranças de falta de Nelinho, no Cruzeiro de Belo Horizonte ou na seleção, há seis anos? “Ele foi o mais impressionante cobrador de faltas que já conheci”, lembra o cronista esportivo Vital Bataglia. “Alguns, como Pepe, do Santos, ou Miranda, do Corinthians, até chutavam mais forte; outros, como Ailton Lira, do Santos, e Mário Sérgio, do Grêmio de Porto Alegre e depois do São Paulo, eram virtuoses do efeito. Mas nenhum deles, como Nelinho, combinava perfeitamente as duas coisas a ponto de dar a impressão de que a bola mudava de rumo três vezes no ar.”

Para contrabalançar a vantagem que os chutes de Nelinho davam ao time do Cruzeiro, seu arquiinimigo no futebol mineiro, o Atlético, contava com o ponta-esquerda Éder, também ele um artista na cobrança de faltas, com seus chutes fortes e cheios de efeito. Éder, Nelinho e o flamenguista Zico substituíram, na Seleção Brasileira, outros especialistas na arte de envenenar a bola: Gérson e Rivelino, estrelas da seleção que conquistou o tricampeonato mundial em 1970.

A maior dificuldade nesse tipo de chute está em bater na bola com força suficiente para obter uma mudança significativa em sua rota normal. Uma bola oficial de futebol tem um peso relativamente alto — entre 453 e 534 gramas — e não é fácil fazê-la descrever uma curva no ar.

Quem já chutou uma bola de praia sabe como ela descreve as mais estranhas curvas. Isso acontece porque, sendo muito leve, lhe é muito difícil vencer a resistência do ar. Ao ter o movimento de rotação sobre seu próprio eixo interrompido pelo ar, ela muda bruscamente de direção. Alguns jogadores têm um domínio tão grande dos chutes de efeito que não o utilizam apenas na cobrança de faltas, mas também para lançamentos de longa distância aos companheiros.

O mestre de todos eles, Didi, aprendeu a arte com outro gênio em bolas envenenadas: Jair Rosa Pinto, Mestre Jajá, como era chamado, não chegava a impressionar os adversários. Mas de seus pés pequenos, calçados com chuteiras número 37, saíam bolas que ele colocava onde desejava, depois de fazê-las descrever graciosas curvas no ar. Observando Jair Rosa Pinto, Didi desenvolveu sua folha-seca.

Embora teoricamente não tenha segredo para os profissionais do futebol — que o chamam de “três dedos”, pela forma com que o pé bate na bola —, o chute de Didi ainda não foi imitado. Elegante, boêmio e sem paciência para as longas sessões de treinamentos físicos — “no futebol, quem deve correr é a bola, não o jogador”, dizia —, Didi batia na bola com impulso suficiente para fazê-la chegar até perto do gol adversário, para então perder força, descrever uma curva e cair suavemente, como uma folha seca levada pelo vento.

Fonte: http://rogsil.wordpress.com.
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Buglê

José Roberto Bougleaux, mais conhecido como Buglê, nasceu em São Gotardo, MG, em 25/07/1944, e seu primeiro clube foi o Real Madri da cidade natal. Já atuando na meia-direita do Clube Atlético Mineiro, destacou-se ao marcar o primeiro gol da história do Mineirão. Nessa partida vestia a camisa da Seleção Mineira em um amistoso contra o River Plate, da Argentina, em 5 de setembro de 1965. Marcou o tento histórico aos dois minutos do segundo tempo e o jogo terminou com o placar de 1 a 0.

Emprestado ao Santos, onde ficou até meados de 1968, posteriormente foi vendido ao Vasco da Gama. Entretanto, sua família não se adaptou ao Rio de Janeiro, e ele pediu à diretoria do Vasco que o liberasse para voltar ao Santos, que estaria disposto a pagar 200 mil cruzeiros mais um jogador pelo seu passe.

Atualmente mora em Brasília-DF, onde é funcionário do Ministério Público Federal, e continua batendo sua bolinha no clube do Minas Brasília, ao lado de grandes amigos como o gremista Larry Albérti.

Sobre o ex-meia, Eugênio Moreira escreveu para o jornal "Estado de Minas" o seguinte texto:

"Primeiro gol da história do Mineirão é orgulho do ex-volante do Galo; Santos, de Pelé; Vasco e América. Hoje, ele vive em Brasília e é dono de pousada em Cabo Frio. A história dos 40 anos do Estádio Governador Magalhães Pinto, que serão comemorados no próximo mês, começou com o armador Buglê, autor do primeiro gol do Mineirão, na vitória da Seleção Mineira sobre o River Plate por 1 a 0, em 5 de setembro de 1965."

“Não sabia que aquele momento perduraria tanto. Na época, o gol foi importante pela vitória, mas não tive a noção do quanto valeria, mesmo sabendo que era o primeiro do estádio”, recorda o ex-atleticano. “A placa pelo gol somente foi posta no estádio uns três anos depois.”

O lance foi aos 2min do segundo tempo. “Roubei a bola na nossa intermediária, tabelei com o Dirceu Lopes, mas recebi um pouco à frente. O goleiro Gatti saiu do gol e o zagueiro Ramos Delgado estava na jogada, mas eles se desentenderam. A bola sobrou para mim e, de fora da área, chutei para o gol vazio”, lembra. A Seleção Mineira, treinada por Mário Celso de Abreu, o Marão, foi convocada somente para aquele amistoso e treinou durante uma semana.

A escalação: Fábio; Canindé, Bueno, Grapete e Décio Teixeira; Buglê, Dirceu Lopes e Tostão; Wilson Almeida (Geraldo, depois Noventa), Silvestre (Jair Bala) e Tião. O River jogou com: Gatti; Sainz, Ramos Delgado, Crispo e Cap (Civica); Matosas, Sarnari e Delém; Cubilla (Lallana), Artime (Solari) e Más. O público foi de 73.201 pagantes.

Buglê considera o primeiro gol no Mineirão a principal lembrança de sua carreira, melhor até que os títulos que conquistou. “Para mim, vale mais que qualquer Copa do Mundo e vou guardá-la até o fim da vida. Tenho uma saudade muito grande daquela época, que era a minha juventude”, diz o ex-jogador, que, aos 60 anos, mora em Brasília, onde trabalha com transporte escolar, e tem uma pousada em Cabo Frio (RJ).

Andrada, Alcir, Clóvis, Moacir, Eberval e Fidélis; agachados: Jaílson, Buglê, Valfrido, Silva e G. Nunes

Mineiro de São Gotardo, José Alberto Bougleux – ele mesmo optou por aportuguesar o sobrenome, para facilitar – jogava futebol de salão no Cruzeiro, quando foi convidado a treinar no juvenil do Atlético, em 1963. Inicialmente, não aceitou, porque não se havia saído bem num teste no Barro Preto. Mas, logo no primeiro treino pelo Galo, passou do time reserva para o titular. Ficou no clube até 1966. No ano seguinte, foi emprestado ao Santos, de Pelé. E, em 1968, vendido ao Vasco. Ele ficou em São Januário até 1974. Depois de comprar o próprio passe, aos 29 anos, não conseguiu clube e ficou algum tempo parado. Em 1975, defendeu o América por quatro meses, antes de encerrar a carreira.

Foi campeão mineiro em 1963, bicampeão paulista em 1967 e carioca em 1970.

Fontes: Por Onde Anda?; Wikipedia.
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domingo, 30 de outubro de 2011

Carlos Alberto, o capitão de 70

"A eficiência de Djalma Santos e o comando de Zito. Assim pode ser definido o futebol de Carlos Alberto, o maior jogador que já usou a braçadeira de capitão na Seleção. Essas qualidades puderam ser confirmadas na única Copa que disputou, a do México. No duríssimo jogo contra a Inglaterra, ele abandonou a posição só para dar uma entrada forte no ponta inglês Francis Lee, que tentava catimbar a partida. Depois do lance, Lee sumiu do jogo. Episódios como esse fizeram com que fosse chamado de o Grande Capitão.Também foi o autor do último gol da campanha brasileira, fechando os quatro a um contra a Itália na final."

Carlos Alberto Torres, carioca da Vila da Penha, Rio de Janeiro, nasceu em 17/07/1944. Um dos maiores laterais-direitos da história, ele foi o capitão do Brasil que ganhou a Copa de 70, no México, ficando conhecido como o Capitão do Tri. Foi revelado pelo Fluminense, onde foi campeão do Campeonato Carioca de 1964 e medalha de ouro pelos Jogos Pan-Americanos de 1963 disputado em São Paulo. Logo depois se transferiria para o Santos.

Carlos Alberto no Santos de 1969, quando foi tricampeão paulista, estão em pé: Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Marçal, Clodoaldo, Cláudio e Rildo. Agachados: Edu, Lima, Toninho, Pelé, Abel e Macedo

Quando Carlos Alberto chegou na Vila Belmiro em 1965, o Santos atravessava o seu apogeu, com conquistas brilhantes como o bicampeonato da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes. Pelo Santos foi pentacampeão paulista em 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973, ano em que conquistou seu último título pelo time da Vila Belmiro.

Em 1975 foi vendido ao Fluminense, onde faz parte do time que ficou conhecido como "Máquina Tricolor", sendo bicampeão carioca em 1975 e 1976, semi-finalista dos campeonatos brasileiros destes mesmos anos, depois passando pelo Flamengo.

México 1970: com a Jules Rimet, definitivamente nossa.
Carlos Alberto marcou sua história em todos os times que jogou, pois além de talentoso, conseguiu se firmar e ganhar respeito em vários time de craques, mesmo na Seleção Brasileira tricampeã da Copa do Mundo de 1970, onde era um dos líderes e o capitão desta equipe. Atualmente treinador de futebol, já se consagrou Campeão Brasileiro pelo Flamengo.

Na carreira política, Carlos Alberto é filiado ao Partido Democrático Trabalhista. Foi Vereador de 1989 a 1993, ocupando a Vice-Presidência e a Primeira Secretaria da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Em 2008 tentou uma vaga para vice-prefeito na cidade do Rio de Janeiro, não se elegendo.

Carlos Alberto foi casado três vezes: com Sueli, mãe dos seus filhos Andréa e Alexandre Torres, também jogador, com a atriz Terezinha Sodré e com Graça, sua atual esposa.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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sábado, 29 de outubro de 2011

Desculpe, seu Zagalo

Neeskens (13) encobre o goleiro Leão, em Dortmund: eliminação brasileira na Copa de 1974

Em relação ao tricampeonato Mundial em 1970, nossa seleção chegou na Copa seguinte muito modificada. Dos titulares da final contra a Itália, apenas Rivelino começou jogando contra a "Laranja Mecânica", que contava com uma ótima equipe com destaques para Cruyff, Neeskens, Rensenbrink, e Krol.

Acabou prevalecendo a superioridade (ou incompetência de nosso técnico e da comissão técnica?) da seleção de Rinus Michels, que venceu o Brasil por 2 a 0, com gols de Neeskens e Cruijff. Local e data: Westfalenstadiun, Dortmund, Alemanha - 03/07/1974.

C7+   A7        Dm                G7
Desculpe seu Zagalo/     Mexe nesse time 
  C7+     Em             Eb0       Dm
Que tá muito fraco/ Levaram uma flecha, 
esqueceram o arco
               G7             C7+
Botaram muito fogo e sopraram o furacão
          A7 
Que nem saiu do chão
        Dm         G7
Desculpe seu Zagalo/   Puseram uma palhinha 
    C7+       Em          Eb0       Dm
Na sua fogueira/ E se não fosse a força desse tal Pereira
     G7                  C7+
Comiam um frango assado lá na jaula do Leão
   
Mas não tem nada não !
  E7
Cuidado seu Zagalo/O garoto do parque 
              Am            D7
Está muito nervoso/ E nesse meio-campo fica perigoso
                G7
Parece que desliza nesse vai não vai
         A7
Quando não cai

Dm     G7           C 
É camisa dez da seleção, laiá laiá laiá -  BIS
     Dm                               C
Dez é a camisa dele/ Quem é que vai no lugar dele - BIS

       E7      Am
Desculpe seu Zagalo/A crítica que faço é pura brincadeira
                   D7
Espírito de humor , torcida brasileira !
             G7                  A7
A turma está sorrindo para não chorar ... /   Tá devagar

Autor: Luiz Américo

Fonte: MPB Cifrantiga
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Fio Maravilha, a música

O jogador Fio e Jorge Ben Jor
Futebol e música popular, duas paixões brasileiras, sempre conviveram bem, com cantores e compositores pretendendo mostrar habilidades de craques (Chico Buarque, Paulinho da Viola) em suas peladas e craques de verdade (Pelé, Júnior) se arriscando vez por outra em canções ou cantorias.

Houve até um jogador Roberto Cunha ponta-direita do Flamengo e do São Cristóvão, que chegou a titular da seleção brasileira, atuando no Sul-Americano de 37 e na Copa do Mundo de 38 (marcou o gol da vitória do Brasil contra a Tchecoslováquia) e que é autor de um samba de relativo sucesso, “Fui a Paris”, gravado por Moreira da Silva em 1942.

Essa mútua admiração acabaria gerando um bom repertório de canções que enaltecem as glórias da seleção, dos clubes e de um sem número de heróis futebolísticos como Leônidas da Silva, Pelé, Garrincha, Zico e... Fio (João Batista de Sales), inspirador de “Fio Maravilha”, que nem seria tão herói assim, jamais tendo se firmado nos times por onde passou. Mas, o flamenguista “doente” Jorge Ben se encantou com a figura desse atacante rubro-negro, dentuço e desengonçado, capaz de mesclar gols de mestre com jogadas bisonhas de principiante.

Então, Ben o colocou nas alturas, homenageando-o com uma criação, cujo refrão empolgante reafirma o seu decantado suíngue: “Fio Maravilha / nós gostamos de você / (...) / Fio Maravilha / faz mais um pra gente ver.” Este último verso se refere a um gol espetacular (“gol de anjo, um verdadeiro gol de placa”), descrito, lance por lance, na primeira parte da composição: “Aos trinta e três minutos do segundo tempo / depois de fazer uma jogada celestial em gol / tabelou, driblou dois zagueiros / deu um toque, driblou o goleiro / só não entrou com bola e tudo / porque teve humildade em gol.”

Só mesmo Jorge Ben para transformar uma narrativa de locutor esportivo em música e Fio em um novo Garrincha... O fato é que “Fio Maravilha” ganhou em 1972 o VII Festival da Canção da Rede Globo, fase nacional, empatado com “Diálogo”, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro. Na ocasião a música foi muito bem defendida pela cantora mineira Maria Alcina, até então praticamente desconhecida, que impressionou a platéia com seu jeito extravagante, sua voz andrógina e seu físico, que lembra a antiga vedete Josephine Baker.

Já o VII FIC foi o último do ciclo dos festivais, encerrando assim uma fase auspiciosa da MPB na televisão, com grande proveito para ambas as partes. O mais curioso da história desta canção, porém, ainda estava por acontecer: o homenageado processou o compositor (perdeu a ação em 1973), ocasionando a mudança do título, que passou para “Filho Maravilha”, e a troca do verso “a galera agradecida assim cantava” por “a magnética agradecida assim cantava”.

Jorge Ben, que ainda em 72 lançou o sucesso “Taj Mahal”, depois plagiado por Rod Stewart em “Do Ya’ Think I’m Sexy” tem outras composições futebolísticas — “Zagueiro”, “Camisa 10 da Gávea” (Zico) e “Umbabarauma”, esta sobre o futebol africano (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Fio Maravilha (1972) - Jorge Ben Jor

Tom: F#m
Int.: A7+ E5+/7 A7+
F#m                D     E        F#m D E
E novamente ele chegou com inspiração
F#m                     D
Com muito amor, com emoção
 E       F#m          D E
Com explosão e gol, gol
 F#m                     D     E
Sacudindo a torcida aos 33 minutos
F#m           D E
Do segundo tempo
 F#m                  D     E
Depois de fazer uma jogada celestial
 F#m      D E
Em gol, gol
 F#m                        D  E
Tabelou, driblou dois zagueiros
 F#m                     D E
Deu um toque driblou o goleiro
F#m                        D
Só não entrou com bola e tudo
        E         F#m          D E
Porque teve humildade em gol, gol
F#m
Foi um gol de classe
      D      E         F#m           D  E
Onde ele mostrou sua malícia e sua raça
F#m
Foi um gol de anjo
        D              E
Um verdadeiro gol de placa (2x)
 F#m                D             E
Que a galera agradecida assim cantava
F#m      Bm          C#m
Fio Maravilha, nós gostamos de você
 F#m     Bm            C#m          F#m Bm C#m
Fio Maravilha faz mais um pra gente ver (2x)

Fonte: MPB Cifrantiga
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Didi, o Príncipe Etíope

O principal artífice da conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil não foi o rei Pelé nem o gênio Garrincha. Todo o mérito cabe a Valdir Pereira, o Didi. Primeiro, porque foi o autor do gol que deu ao Brasil a classificação para o Mundial, num nervoso um a zero sobre o Peru, em 1957. Depois, porque assumiu o comando da equipe dentro e fora de campo na Suécia.

É o responsável, junto com Zito e Nílton Santos, pela pressão sobre a comissâo técnica que culminou com as escalações de Pelé e Garrincha. Mas foi nos gramados que mostrou todo o seu engenho e arte, sendo eleito o melhor jogador da Copa de 1958.

Armador clássico, Didi encantava com seu futebol técnico e criativo, seus dribles dissimulados, lançamentos precisos e chutes infernais. Defendeu o Fluminense (campeão carioca em 1951), Botafogo (campeão em 1957/61/62) e Real Madrid, onde protagonizou uma célebre desavença com o jogador Di Stefano. Ainda pela Seleção, tornou-se bicampeão mundial em 1962. Por causa de sua elegância natural, o corpo ereto, cabeça alta, passadas muito largas, era chamado de Príncipe Etíope.

Valdir Pereira, mais conhecido como Didi, nasceu em Campos dos Goytacazes, RJ, em 08/10/1928, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 12/05/2001. "O Principe Etíope" era seu apelido, dado por Nelson Rodrigues (ilustre dramaturgo e torcedor fanático do Fluminense Football Club).

Nobreza e arte com bola nos pés
Com classe e categoria, foi um dos maiores médios volantes de todos os tempos, um dos líderes do Fluminense entre o final da década de 1940 a meados da década de 1950 e também do Botafogo de Futebol e Regatas, após isso, além de possuir o mérito de ter criado a "folha seca". Esta técnica consistia numa forma de se bater na bola numa cobrança de falta, com o lado externo do pé, hoje vulgarmente chamada "trivela". Ela tem esse nome pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. O lance ficou famoso quando Didi marcou um gol de falta nesse estilo contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.

Na Copa do Mundo de 1970 seria o técnico da seleção do Peru (classificando o país para a sua primeira Copa desde a de 1930) na derrota para a Seleção Brasileira por 4 a 2.

No Fluminense, Didi jogou entre 1949 e 1956, clube pelo qual jogou mais tempo sem interrupções, tendo realizado 298 partidas e feito 91 gols, sendo um dos grandes responsáveis pela conquista do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio 1952, além de ter feito o primeiro gol da história do Maracanã pela Seleção Carioca em 1950, defendendo o seu clube do coração, e de ter liderado a Seleção Brasileira na conquista do Campeonato Pan-Americano de Futebol, disputado no Chile, na primeira conquista relevante da Seleção Brasileira no exterior, tendo jogado ao lado de Castilho, Waldo, Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Altair e Pinheiro, entre outros.

Foi campeão mundial, já atuando pelo Botafogo de Futebol e Regatas, clube pelo qual também acabou se apaixonando. No alvinegro, era o maestro de um grande elenco. Jogou ao lado de Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo. O Botafogo foi o clube pelo qual Didi mais disputou partidas: fez 313 jogos e marcando 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México e, no ano de 1963, o Torneio de Paris.

Chegou a jogar no famoso time do Real Madrid, ao lado do craque argentino Di Stéfano e do húngaro Puskas, mas teria sofrido um boicote na equipe, segundo se comenta, que teria partido de Di Stefano.

No começo de 1981, Didi chegou a ser o técnico do Botafogo, mas foi substituído do cargo durante o ano, tendo sido ele um dos técnicos do Fluminense, na fase que o time tricolor era conhecido como a Máquina Tricolor, pela qualidade excepcional de seus jogadores.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Andrada, o milongueiro

"Ele sempre será lembrado pelos amantes do futebol por ter tomado o milésimo gol de Pelé; mas ele também sempre será o goleiro mais amado pelos vascaínos (que me desculpem os admiradores de Barbosa, da década de 1940). Várias vezes o argentino e "milongueiro" Andrada salvaguardou vitórias e empates, com defesas inacreditáveis que evidenciavam a sua elasticidade, colocação e reflexos. O grito do locutor da rádio Globo do Rio, ou da Tupi, era minha alegria: defendooouuuu, Andraaadaaa!

Eu praticamente sofria com esse Vasco bombardeado pelo Fluminense e Flamengo, no começo da década de 70. Vivia com o coração na mão. Também meu herói era perfeito na reposição de bola. Teve participação destacada nas conquistas dos campeonatos carioca de 1970 e brasileiro de 1974. Era uma tradição da torcida gritar o seu nome antes das partidas, durante o aquecimento dos jogadores no gramado.

Andrada, ou Edgard Norberto Andrada, nasceu na cidade de Rosário, Argentina, em 2/1/1939. Começou sua carreira no Rosario Central, clube que defendeu de 1960 a 1969. Teve seu passe comprado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama em 1969. Justamente nesse ano, no dia 19 de novembro, foi que Pelé marcou seu milésimo gol ao bater pênalti contra ele. Talvez, a partir daí, ele resolveu "operar" milagres na meta vascaína. E praticamente foi de um valor extraodinário: eu considero Andrada o milagre de um Vasco conseguir manter uma vitória, ou mesmo um empate.

Depois do Vasco, Andrada ainda foi goleiro do Vitória da Bahia, em 1976. Depois voltou ao futebol argentino para defender o Cólon, de 1977 a 1982.

O milésimo gol de Pelé

No dia 19 de novembro (quarta-feira) de 1969 (ano em que chegou ao Vasco da Gama), Andrada teve à sua frente Pelé que perseguia a marca de 1000 gols na carreira. O estádio do Maracanã recebeu 65.157 pessoas que queriam ver o jogador alcançar a marca histórica, mas Andrada não queria entrar para história como o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé. Ou como o "Goleiro do Rei" como foi chamado pela mídia, mas, provavelmente, não muito propalado pela maneira não muito agradável como Andrada encarou na época essa situação.

O argentino esforçou-se para não sofrer o gol, mas ao 33 minutos do segundo tempo houve um pênalti a favor do Santos e era a grande oportunidade de Pelé marcar. Todos no estádio gritavam o nome de Pelé. Andrada saltou para o lado certo e tocou na bola, mas não foi suficiente para evitar que Pelé marcasse o milésimo gol.

Ele disse assim: "Pelé cobrou. Eu bati na bola, mas não consegui defender. Depois, com o tempo, as coisas foram mudando. Eu me acostumei com o fato e hoje convivo de uma forma muito gostosa com aquele milésimo gol.".

Fontes: Sites do Vasco da Gama; Wikipedia; Que Fim Levou...
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