O maior lançador da história do futebol brasileiro era capaz de colocar a bola mansamente no peito dos atacantes chutando a uma distância de quarenta metros. Inacreditável? Basta conferir nos teipes dos jogos da Copa de 1970 para vê-lo realizar, várias vezes, lançamentos perfeitos. Entretanto, o que os teipes não revelam é a capacidade de Gérson em coordenar as ações táticas do time. Soberbo estrategista, orientava a distribuição dos companheiros em campo, muitas vezes à revelia do técnico. Também era conhecido por revidar jogo violento como aconteceu num jogo contra o Peru, em 1969. .
Gérson de Oliveira Nunes, que atuava como meia, nasceu em Niterói, RJ, em 11 de janeiro de 1941. Chamado de "Canhotinha de Ouro", marcou presença pela incrível gana de ganhar. Jogou na seleção brasileira e em diversos clubes brasileiros de futebol, tendo passagem destacada no Flamengo, onde começou (campeão carioca de 1963), mas viveu sua fase mais gloriosa no Botafogo, onde se sagrou campeão da Taça Brasil (1968) e bi carioca (1966/67). Teve ainda passagem vitoriosa pelo São Paulo, conquistando o bicampeonato paulista (1970/1971) e no Fluminense, seu clube de coração, pelo qual foi campeão carioca em 1973 e onde encerrou a carreira.
Também ficou famoso nos anos setenta por protagonizar uma campanha publicitária de cigarros, na qual dizia "Gosto de levar vantagem em tudo". Essa frase resumia a suposta malandragem brasileira, e o que era para ser apenas um bordão inocente de uma propaganda, acabou caindo na cultura popular como o símbolo do "jeitinho" desonesto de ser, e da corrupção, ficando conhecida como lei de Gérson. Após a associação maliciosa e indevida, ele já se lamentou publicamente, em diversas ocasiões, de ter seu nome ligado a esses defeitos do povo brasileiro, que não combinam com o seu jeito de ser e nem com as suas idéias.
A seleção tricampeã do Mundo em 1970. Em pé: Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo, Everaldo. Agachados: Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino |
Quando jogava, Gérson tinha o apelido de "Papagaio" entre seus companheiros atletas, pois sempre gostou de falar muito. Depois de encerrar a carreira, tornou-se comentarista de futebol da Rádio Globo, participou do programa Mesa Redonda Rio da Rede CNT e no programa Jogo Aberto Rio na Band Rio. Coordena uma escola de futebol, participando de diversos projetos esportivos em Niterói, sua cidade natal, onde morou quase toda a sua vida.
Títulos conquistados
Seleção Brasileira: Copa Rocca: 1963 e 1971; Copa do Mundo: 1970; Taça Independência: 1972.
Flamengo: Torneio do Inicio: 1959; Torneio Rio-São Paulo: 1961; Campeonato Carioca: 1963; Torneio Internacional de Verão do Uruguai: 1961; Troféu Magalhães Pinto: 1961; Torneio Internacional da Tunisia: 1962.
Botafogo: Taça Brasil: 1968; Torneio Rio-São Paulo: 1964 e 1966; Torneio do Inicio: 1963 e 1967; Campeonato Carioca: 1967 e 1968; Torneio Internacional de Caracas-Venezuela(FVF): 1968, 1969; Torneio Internacional de Paris: 1963; Taça Guanabara: 1967, 1968.
São Paulo: Campeonato Paulista: 1970 e 1971.
Fluminense: Campeonato Carioca: 1973; Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro: 1973.
Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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