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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Garrincha, o orgasmo da galera

Quando o homem chegava com a bola, os adversários olhavam seus pés e olhos. Não adiantava nada. Ele ia passar por todos, sempre...

A revelação

O juiz apita o início do jogo. Didi imediatamente lança Garrincha. O lateral russo Kuznetsov chega para a marcação. Mané faz que vai, não vai, foi. Kuznetsov cai. Segundos depois, bola de novo com o Brasil. De novo com Garrincha. Agora, além do lateral-direito, os russos marcam Mané com os zagueiros Voinov e Krijevski. Garrincha faz que vai, não vai, foi. E mete uma bomba no poste do goleiro Yashin. Bola para fora, tiro de meta mal batido, bola para Mané, trave de novo.

Enquanto Garrincha desnorteia toda a defesa soviética, Didi lança Vavá que marca o primeiro gol. O cronômetro registra três minutos. "Foram os três minutos mais fantásticos da história do futebol e a mais assombrosa aparição de um ponta-direita", escreveu o cronista francês Gabriel Hannot. Naquela tarde sueca, no Estádio Nya Ullevi, o Brasil venceria o tão decantado "futebol científico" da URSS por dois a zero e passaria às quartas-de-final na Copa de 1958. Mas, mais importante do que o placar, seria a descoberta de Garrincha.

Não foi apenas o mundo que descobriu Mané. O próprio Brasil não sabia direito que tinha na sua Seleção o maior ponta-direita de todos os tempos. Na comissão técnica havia muitas reservas quanto à capacidade de Garrincha. Alguns fatos contribuíam para isso. O primeiro foi a péssima avaliação nos testes psicotécnicos promovidos pelo Dr. João Carvalhaes, o psicólogo da Seleção. Garrincha tinha feito 38 pontos de 123 possíveis, o que o colocava quase como débil mental.


O maior problema, entretanto, residia na sua fama de indisciplinado taticamente e fominha. Fama que pareceu confirmada num jogo preparatório contra a Fiorentina, da Itália, uma semana antes do Mundial. O Brasil ganhou de 4 a 0, num jogo em que Garrincha protagonizou um lance genial. Depois de driblar o lateral e o goleiro, Mané ficou com o gol livre para marcar. Mas esperou a volta do zagueiro Robotti para dar mais um drible. Com a finta, o italiano deu com a cara na trave e Garrincha empurrou para o gol. Em vez de demonstração de virtuosismo, o drible extra foi interpretado como irresponsabilidade pela comissão técnica e Mané começou a Copa no banco. Não tivesse entrado contra a URSS, talvez jamais tivesse se revelado.

As oportunidades, aliás, nunca se apresentaram muito fáceis para aquele menino nascido no pobre vilarejo de Pau Grande, interior do Rio de Janeiro, em 28 de outubro de 1933. Seu nome de batismo era Manoel dos Santos, embora sempre assinasse um Francisco no meio. Habilidoso nos times amadores em que jogava, Garrincha até tentou treinar no Vasco, Fluminense e São Cristóvão, mas sempre desistia quando via aquele mundaréu de gente nas peneiras. Só mesmo depois de se casar é que se viu obrigado a tentar ganhar algo mais com o futebol. Garrincha já tinha 19 anos.


Os Joões

"As coisas estão tão ruins que agora até aleijado vem treinar no Botafogo", disseram alguns torcedores quando viram aquele rapaz de pernas tortas na peneira. Quando os jogadores souberam que o garoto tinha sido trazido por Arati, sujeito de jogo duro, pensaram: "Mais um que veio para dar botinada". No final, Garrincha se apresentou muito bem no aspirantes e foi treinar entre os profissionais. "Bem, agora ele não vai ter chance. O lateral-esquerdo é o Nilton Santos". Na primeira bola, entretanto, Garrincha meteu no meio das pernas do lateral da Seleção. Nilton na hora foi falar com o técnico Gentil Cardoso para contratar o rapaz. "Imaginou ele no time adversário? Nunca mais eu ia poder dormir direito", lembra o primeiro "João".

A partir de então quem perdeu noites de sono foram os laterais-esquerdos dos outros clubes, aos quais Garrincha insistia em chamar de Joões. Não por desrespeito, mas porque Mané era um simples que não conhecia os nomes dos jogadores e, muitas vezes, das esquadras adversárias. Para ele, a Inglaterra, por exemplo, era "aquele time com a camisa igual à do São Cristóvão".

Suas vítimas históricas foram Altair, do Fluminense, Coronel, do Vasco, e Jordan, do Flamengo. O rubro-negro, aliás, passou à história como o melhor marcador de Garrincha. Também histórica era a lealdade com que tentava parar o botafoguense. "Eu não conseguia dormir antes do jogo, mas ficava com a consciência tranquila depois"’, lembra o lateral. O mesmo não podiam dizer os outros jogadores. Garrincha era caçado em campo. Derrubado, não esboçava contrariedade, apenas se levantava e voltava a jogar. Era um passarinho.

Certa vez, o zagueiro Pinheiro, do Fluminense, se machucou e a bola sobrou livre para Mané. Em vez de partir para o gol, Garrincha jogou a pelota para fora permitindo o atendimento do adversário. Foi a primeira vez que isto aconteceu num campo de futebol. Hoje, todo mundo joga a bola para a lateral quando tem um jogador contundido, sem saber que esta é uma invenção de Garrincha.

Foi também com Mané que surgiu a expressão "fazer a fila". É que o técnico Flávio Costa, do Vasco, colocava a defesa em linha, um dando cobertura para o outro para tentar neutralizar Garrincha. De nada adiantava. Mané passava pelo primeiro, pelo segundo, pelo terceiro, enfim, "fazia a fila".

O "olé" é outra expressão que nasceu com ele. Garrincha excursionava pelo México quando o Botafogo enfrentou o River Plate, da Argentina. Toda vez que Mané driblava o lateral Vairo, que jogava na Seleção Argentina, os mexicanos gritavam "olé" para aquela autêntica tourada. Quando o Botafogo voltou ao Brasil, trouxe junto o "olé". Onde quer que se apresentasse, Mané justificava a fama de Alegria do Povo.



Para entender

A capacidade de Garrincha repetir com sucesso sempre a mesma jogada (balançar o corpo para a esquerda e sair pela direita) intrigava o mundo. Se todos sabiam para onde ele ia sair, por que ninguém conseguia marcá-lo? Uma das explicações mais correntes diz respeito às pernas de Mané.    

A direita era torta para o lado de fora e a esquerda, torta para dentro. Além disso, uma era 6 cm maior que a outra. Por isso, seu corpo ficava inclinado para o lado direito. Isto permitiria que disparasse sempre na frente do adversário.

Já o cronista esportivo Mário Filho preferia explicar Garrincha não pela anatomia, mas pelo fato de o jogador ter sido um caçador inveterado na infância. Acompanhe o raciocínio: "Só se compreende Garrincha identificando-o com o caçador. Ou melhor, com a caça. Foram os passarinhos, as pacas, os gambás que lhe ensinaram o melhor dele em futebol. As pacas, os gambás, ficavam olhando para ele, para sentir-lhe o menor movimento. Quantas vezes o bicho o driblara e o jogara no chão, de pernas para o ar? Garrincha, diante de um marcador, se sentia como uma paca, um gambá. Não olhava para os olhos do marcador: olhava para as pernas dele. E de repente fingia que ia. Jogava o corpo para um lado, anunciando o drible. Não ia, só ia quando o marcador descambava o corpo para o lado que ele queria. Então enveredava pelo outro. Era queda na certa."

Rei da Copa de 1962

Se a estréia de Garrincha nas Copas, em 1958, foi arrasadora, o mundo não imaginava o que ele iria aprontar na seguinte. A Seleção chegou ao Chile, em 1962, um pouco mais velha, mas contando com Garrincha e Pelé no apogeu. Pelé principalmente, que já ostentava o título de Rei do futebol. Só que na segunda partida, o camisa 10 sofre uma distensão na virilha e fica fora do Mundial.

Ninguém da Seleção fala nada, mas todos os olhos se voltam para o camisa 7. Queriam o impossível: que Mané jogasse por ele e por Pelé. O impossível. E Mané fez o impossível. Comandou a Seleção na campanha vitoriosa do bicampeonato: marcou gols de cabeça, perna esquerda, falta, desnorteou os adversários com seu drible manjado. O técnico Aimoré Moreira até que tentou manter Garrincha na ponta-direita, mas Mané jogou por todo o campo, para sorte do Brasil.

Na terceira partida contra a todo-poderosa Espanha, o Brasil parecia perdido quando Garrincha driblou dois adversários e deu o gol da vitória para Amarildo. No jogo seguinte contra a Inglaterra, fez gol até de cabeça. Contra o Chile, o dono da casa, arrebentou, mas acabou expulso depois de revidar uma agressão com um desmoralizante chute nos fundilhos do jogador chileno. Para contar com Mané na partida decisiva, o Brasil mobilizou até o presidente da República. Garrincha entrou, mas, com um febrão, só serviu para preocupar terrivelmente os tchecos enquanto os outros craques brasileiros garantiam a vitória por 3 a 1. Por tudo, foi coroado o Rei da Copa de 1962.

Infelizmente, quando seu futebol se acabou, o mundo se esqueceu de cuidar de Mané. Então, passou a beber e correr em busca do tempo perdido. Morreu em 1983, minado pelo álcool.

Fonte: Revista Placar - 100 Anos de Futebol
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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quarentinha, frieza de matador

No maravilhoso Botafogo de Garrincha, o homem encarregado de marcar gols se chamava Waldir Cardoso Lebrego, o popular Quarentinha. Possuidor de uma canhota fortíssima, Quarentinha se tornou o maior artilheiro da história do alvinegro com 310 gols. Além disso, foi três vezes seguidas artilheiro carioca, em 1958 com dezenove gols, em 1959 e 1960, com 25 nas duas temporadas. Entretanto, o que mais chamava a atenção neste ponta-de-lança era a frieza: depois de conferir os tentos, simplesmente voltava andando para o meio de campo: "Sou pago para marcar gols, não faço mais do que a minha obrigação", repetia.

Waldir Cardoso Lebrego nasceu em Belém, Pará, em 15/09/1933, e era filho do também jogador e ídolo do Paysandu, Luís Gonzaga Lebrego, o Quarenta. Iniciou a carreira no clube do pai e com 16 anos já era titular do time. Transferiu-se para o Vitória em 1953, onde foi campeão do Campeonato Baiano.

No ano seguinte, foi contratado pelo Botafogo. Lá se tornou o maior artilheiro da história do clube, com 310 gols em 444 jogos. Ainda assim, para Quarentinha isso não era motivos para comemorações. O ponta-de-lança, com potente perna esquerda, nunca fazia festa para seus gols, o que irritava a torcida botafoguense. Dizia que não havia razão para festejos, pois ele estava apenas cumprindo com a obrigação, já que era pago pra isso.

Jogando ao lado de Didi e Garrincha, fez história e foi o artilheiro do Campeonato Carioca por três edições seguidas: 1958/59/60. Pela seleção brasileira marcou 17 gols em 17 jogos.

Jogou também em outros clubes do Rio de Janeiro, da Colômbia e de Santa Catarina, antes de encerrar a carreira. Morreu no Rio de Janeiro, RJ, em 11/02/1996, de insuficiência cardíaca aos 62 anos.

Títulos

Campeão pelo Botafogo em 1957/1961/1962 (Campeonato Carioca), do Torneio Rio-São Paulo 1962/1964 e do Torneio de Paris (1963). Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro: 1954, Torneio João Teixeira de Carvalho: 1958, Pentagonal Interclubes do México: 1958, Torneio Internacional de Clubes da Colômbia: 1960, Pentagonal Interclubes do México: 1962, Torneio Jubileu de Ouro da Bolívia: 1964, Quadrangular Interclubes de Buenos Aires (Argentina): 1964, Torneio do Suriname: 1964.

Fontes: Revista Placar; Quarentinha: o Artilheiro que não Sorria (Rafael Casé, Editora Livros de Futebol, 2008).
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Gérson, o Canhotinha de Ouro

O maior lançador da história do futebol brasileiro era capaz de colocar a bola mansamente no peito dos atacantes chutando a uma distância de quarenta metros. Inacreditável? Basta conferir nos teipes dos jogos da Copa de 1970 para vê-lo realizar, várias vezes, lançamentos perfeitos. Entretanto, o que os teipes não revelam é a capacidade de Gérson em coordenar as ações táticas do time. Soberbo estrategista, orientava a distribuição dos companheiros em campo, muitas vezes à revelia do técnico. Também era conhecido por revidar jogo violento como aconteceu num jogo contra o Peru, em 1969. .

Gérson de Oliveira Nunes, que atuava como meia, nasceu em Niterói, RJ, em 11 de janeiro de 1941. Chamado de "Canhotinha de Ouro", marcou presença pela incrível gana de ganhar. Jogou na seleção brasileira e em diversos clubes brasileiros de futebol, tendo passagem destacada no Flamengo, onde começou (campeão carioca de 1963), mas viveu sua fase mais gloriosa no Botafogo, onde se sagrou campeão da Taça Brasil (1968) e bi carioca (1966/67). Teve ainda passagem vitoriosa pelo São Paulo, conquistando o bicampeonato paulista (1970/1971) e no Fluminense, seu clube de coração, pelo qual foi campeão carioca em 1973 e onde encerrou a carreira.

Também ficou famoso nos anos setenta por protagonizar uma campanha publicitária de cigarros, na qual dizia "Gosto de levar vantagem em tudo". Essa frase resumia a suposta malandragem brasileira, e o que era para ser apenas um bordão inocente de uma propaganda, acabou caindo na cultura popular como o símbolo do "jeitinho" desonesto de ser, e da corrupção, ficando conhecida como lei de Gérson. Após a associação maliciosa e indevida, ele já se lamentou publicamente, em diversas ocasiões, de ter seu nome ligado a esses defeitos do povo brasileiro, que não combinam com o seu jeito de ser e nem com as suas idéias.

A seleção tricampeã do Mundo em 1970. Em pé: Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo, Everaldo. Agachados: Jairzinho, Gérson, Tostão,  Pelé e Rivelino

Quando jogava, Gérson tinha o apelido de "Papagaio" entre seus companheiros atletas, pois sempre gostou de falar muito. Depois de encerrar a carreira, tornou-se comentarista de futebol da Rádio Globo, participou do programa Mesa Redonda Rio da Rede CNT e no programa Jogo Aberto Rio na Band Rio. Coordena uma escola de futebol, participando de diversos projetos esportivos em Niterói, sua cidade natal, onde morou quase toda a sua vida.

Títulos conquistados

Seleção Brasileira: Copa Rocca: 1963 e 1971; Copa do Mundo: 1970; Taça Independência: 1972.

Flamengo: Torneio do Inicio: 1959; Torneio Rio-São Paulo: 1961; Campeonato Carioca: 1963; Torneio Internacional de Verão do Uruguai: 1961; Troféu Magalhães Pinto: 1961; Torneio Internacional da Tunisia: 1962.

Botafogo: Taça Brasil: 1968; Torneio Rio-São Paulo: 1964 e 1966; Torneio do Inicio: 1963 e 1967; Campeonato Carioca: 1967 e 1968; Torneio Internacional de Caracas-Venezuela(FVF): 1968, 1969; Torneio Internacional de Paris: 1963; Taça Guanabara: 1967, 1968.

São Paulo: Campeonato Paulista: 1970 e 1971.

Fluminense: Campeonato Carioca: 1973; Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro: 1973.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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sábado, 29 de outubro de 2011

Didi, o Príncipe Etíope

O principal artífice da conquista da primeira Copa do Mundo pelo Brasil não foi o rei Pelé nem o gênio Garrincha. Todo o mérito cabe a Valdir Pereira, o Didi. Primeiro, porque foi o autor do gol que deu ao Brasil a classificação para o Mundial, num nervoso um a zero sobre o Peru, em 1957. Depois, porque assumiu o comando da equipe dentro e fora de campo na Suécia.

É o responsável, junto com Zito e Nílton Santos, pela pressão sobre a comissâo técnica que culminou com as escalações de Pelé e Garrincha. Mas foi nos gramados que mostrou todo o seu engenho e arte, sendo eleito o melhor jogador da Copa de 1958.

Armador clássico, Didi encantava com seu futebol técnico e criativo, seus dribles dissimulados, lançamentos precisos e chutes infernais. Defendeu o Fluminense (campeão carioca em 1951), Botafogo (campeão em 1957/61/62) e Real Madrid, onde protagonizou uma célebre desavença com o jogador Di Stefano. Ainda pela Seleção, tornou-se bicampeão mundial em 1962. Por causa de sua elegância natural, o corpo ereto, cabeça alta, passadas muito largas, era chamado de Príncipe Etíope.

Valdir Pereira, mais conhecido como Didi, nasceu em Campos dos Goytacazes, RJ, em 08/10/1928, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 12/05/2001. "O Principe Etíope" era seu apelido, dado por Nelson Rodrigues (ilustre dramaturgo e torcedor fanático do Fluminense Football Club).

Nobreza e arte com bola nos pés
Com classe e categoria, foi um dos maiores médios volantes de todos os tempos, um dos líderes do Fluminense entre o final da década de 1940 a meados da década de 1950 e também do Botafogo de Futebol e Regatas, após isso, além de possuir o mérito de ter criado a "folha seca". Esta técnica consistia numa forma de se bater na bola numa cobrança de falta, com o lado externo do pé, hoje vulgarmente chamada "trivela". Ela tem esse nome pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. O lance ficou famoso quando Didi marcou um gol de falta nesse estilo contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.

Na Copa do Mundo de 1970 seria o técnico da seleção do Peru (classificando o país para a sua primeira Copa desde a de 1930) na derrota para a Seleção Brasileira por 4 a 2.

No Fluminense, Didi jogou entre 1949 e 1956, clube pelo qual jogou mais tempo sem interrupções, tendo realizado 298 partidas e feito 91 gols, sendo um dos grandes responsáveis pela conquista do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio 1952, além de ter feito o primeiro gol da história do Maracanã pela Seleção Carioca em 1950, defendendo o seu clube do coração, e de ter liderado a Seleção Brasileira na conquista do Campeonato Pan-Americano de Futebol, disputado no Chile, na primeira conquista relevante da Seleção Brasileira no exterior, tendo jogado ao lado de Castilho, Waldo, Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Altair e Pinheiro, entre outros.

Foi campeão mundial, já atuando pelo Botafogo de Futebol e Regatas, clube pelo qual também acabou se apaixonando. No alvinegro, era o maestro de um grande elenco. Jogou ao lado de Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo. O Botafogo foi o clube pelo qual Didi mais disputou partidas: fez 313 jogos e marcando 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México e, no ano de 1963, o Torneio de Paris.

Chegou a jogar no famoso time do Real Madrid, ao lado do craque argentino Di Stéfano e do húngaro Puskas, mas teria sofrido um boicote na equipe, segundo se comenta, que teria partido de Di Stefano.

No começo de 1981, Didi chegou a ser o técnico do Botafogo, mas foi substituído do cargo durante o ano, tendo sido ele um dos técnicos do Fluminense, na fase que o time tricolor era conhecido como a Máquina Tricolor, pela qualidade excepcional de seus jogadores.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nílton Santos, a "Enciclopédia do Futebol"

O Brasil ganhava de um a zero da Áustria na partida de estréia da Copa de 1958, quando Nilton Santos avançou pela esquerda para desespero do técnico Vicente Feola. Próximo da grande área, tocou para um espantado Mazzola. Teve que gritar um palavrão para que o atacante lhe devolvesse a bola e, assim, pudesse anotar o gol. Um gol histórico que marcou o nascimento do futebol moderno, já que, naquele tempo, um lateral jamais ultrapassava o meio-de-campo, e muito menos atacava. 

Nílton dos Santos, na verdade, gostava mesmo era de jogar para a frente, pois tinha técnica e sabia driblar. A contragosto, acabou na defesa. Mas foi da linha de trás que Nilton Santos se tornou o maior lateral-esquerdo do futebol brasileiro e conquistou o bicampeonato mundial em 1958 e 1962. Além da Seleção, Nílton só vestiu a camisa do Botafogo, clube pelo qual conquistou catorze títulos, entre os quais os Campeonatos Cariocas de 1948/57/61/62. Conhecia todos os segredos do jogo, o que lhe valeu ser chamado de Enciclopédia do Futebol.

Nílton Reis dos Santos, mais conhecido como Nílton Santos, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de maio de 1925. Já era craque jogando futebol na praia e.quando cumpria serviço militar foi descoberto por um oficial da Aeronáutica. Levado para jogar no Botafogo em 1948, somente deixou General Severiano em 1964 quando abandonou os gramados.

No Botafogo conquistou por quatro vezes o campeonato estadual (1948, 1957, 1961 e 1962), além do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Rio-São Paulo de 1962 e 1964) e do Torneio Internacional de Paris em 1963 - além de vários outros títulos internacionais. Nílton Santos participou de 718 partidas pelo clube sendo o recordista e marcou onze gols entre 1948 e 1964.


Sua estréia com a camisa do clube da estrela solitária aconteceu contra o América Mineiro. No campeonato carioca de 1948, disputou seu primeiro jogo contra o Canto do Rio em Caio Martins. O Botafogo venceu de 4 a 2. O Alvinegro de General Severiano foi o campeão carioca de 1948. Obs: no primeiro jogo do carioca contra o São cristóvão quem atuou pela equipe principal foi Nílton Barbosa.

Foi chamado de "A Enciclopédia" por causa dos conhecimentos sobre o futebol. Considerado o maior lateral-esquerdo de todos os tempos, foi o precursor em arriscar subidas ao ataque através da lateral do campo. Revolucionou a posição de lateral-esquerdo, utilizando-se de sua versatilidade ao defender e atacar, inclusive marcando gols, numa época do futebol onde apenas tinha a função defensiva.

Nílton estreou na seleção no sul-americano de 1949, a competição foi realizada no Brasil que acabou campeão. Participou da Copa do Mundo de 1950 onde foi vice-campeão. Ainda foi campeão com a seleção do pan-americano de 1952, bi campeão mundial em 1958 na Suécia e 1962 no Chile. Atuou em 75 partidas oficiais e 10 não oficiais. Sua despedida da seleção ocorreu na final da Copa de 1962. Marcou dois gols com a camisa da seleção.

Decisão do Mundial de 1958 contra a Suécia. Vitória brasileira por 5 a 2 e o primeiro título mundial. Em pé estão Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar; agachados: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagallo e Mário Américo.
 Na Seleção Brasileira de futebol, Nílton foi um jogador chave na defesa durante os campeonatos mundiais em que participou e ficou famoso internacionalmente por marcar um gol magnífico no torneio de 1958, quando o Brasil jogou com a Áustria. Trazendo a bola do campo de defesa e driblando o time adversário inteiro (e deixando doido o técnico Vicente Feola), finalizou com um ótimo chute.

Outra jogada sua sempre lembrada é a do penalti que cometeu no jogo contra a Espanha na Copa do Mundo de 1962, considerado a partida mais difícil daquela campanha. O árbitro marcou a falta, mas quando chegou perto para conferir o lance, colocou a bola fora da área, pois não percebeu que Nílton Santos, sem se desesperar e gesticular os braços como fariam outros jogadores, matreiramente havia dado um passo e saido da área, enganando o árbitro.

Internado em uma clínica carioca, nosso eterno lateral-esquerdo sofre de doenças típicas da idade. Ele apresenta problemas cardíacos e, algumas vezes, perde a memória. o Botafogo, orientado pelo presidente Bebeto de Freitas, está arcando com as despesas de internação de um dos melhores laterais da história do futebol.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar; Que Fim Levou.
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O elegante e intempestivo Heleno de Freitas

O mais clássico, técnico e elegante centroavante que pisou nos gramados brasileiros chamava-se Heleno de Freitas. Filho de família rica, formou-se em Direito mas nunca exerceu o bacharelado. Muito provavelmente porque a magia do futebol já o havia conquistado. Entrou na história do Botafogo como um dos maiores goleadores, embora seu único título tenha sido conquistado no Vasco, em 1949. Vestiu a camisa da Seleção Brasileira dezoito vezes, assinalando 15 gols.

Heleno de Freitas nasceu em São João Nepomuceno, MG, em 12/02/1920, e faleceu em  Barbacena, MG, em 08/11/1959. Advogado, boêmio, catimbeiro, boa vida, irritadiço, galã, Heleno era homem de boa aparência, mas quase intratável. Depois de onze anos jogando futebol, entrou para a história como um dos maiores craques do futebol sul-americano.

Dono de um gênio intempestivo, que muitas vezes o fazia ser expulso de campo e lhe trazia muitos inimigos, Heleno de Freitas, apelidado do "Gilda" por seus amigos do Clube dos Cafajestes e pela torcida do Fluminense, por seu temperamento e por este ser o nome de uma personagem da atriz americana Rita Hayworth em filme de mesmo nome, foi o símbolo de um Botafogo guerreiro, que nunca se dava por vencido.

Descoberto por Neném Prancha no time do Botafogo de praia, Heleno, que iniciou a carreira no Fluminense Football Club, chegou ao time principal do Botafogo em 1937, com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual, de 1932 a 35) e não decepcionou a torcida, com grande habilidade e excelente cabeceio.

Dono de uma postura elegante dentro e fora de campo, o jogador de cerca de 1,82 metros foi o maior ídolo alvinegro antes de Garrincha, mesmo sem nunca ter sido campeão pelo clube. Marcou sua passagem pelo Glorioso com 209 gols em 235 partidas, tornando-se o quarto maior artilheiro da história do clube. Deixou General Severiano em 1948, quando foi vendido ao Boca Juniors, da Argentina, na maior transação do futebol brasileiro até então.

Ainda atuou pelo Vasco, onde foi campeão carioca de 1949 com o Expresso da Vitória, pelo Atlético Junior de Barranquilla (da Liga Pirata da Colômbia), pelo Santos e pelo América, onde encerrou a carreira, porém tendo jogado apenas uma partida pelo clube de Campos Sales, sua única no estádio do Maracanã, sendo expulso aos 35 minutos do primeiro tempo, após acertar um carrinho violento em um zagueiro adversário. Ainda tentou, depois, voltar aos campos pelo Flamengo por indicação de Kanela, mas se desentendeu com os jogadores do rubro-negro num jogo-teste e não foi aceito.

Heleno, o craque, o artista da bola, o mito do futebol, o artista das multidões, o craque galã, o diamante branco, a elegância do futebol, são adjetivos, que perfeitamente se enquadram a figura ímpar de um gênio chamado Heleno e alguns desses fazem parte do somatório de homenagens, que ao decorrer dos anos serviram também como meio de imortalizar o grande ídolo.

Foi com a bola nos pés, levando a torcida ao delírio que Heleno deixou a marca de sua genialidade, se tornando uma das mais ricas histórias do futebol brasileiro. Seu futebol encantou o mundo e lhe rendeu fantásticas expressões e frases de grande efeito, como a que se encontra na estátua em sua homenagem em Barranquilla na Colômbia "El Jogador".

Vida pessoal

Heleno estudou no Colégio São Bento e depois obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ). Era considerado membro da alta sociedade, com amigos empresários, juristas e diplomatas. Seu pai era dono de um cafezal e ainda cuidava de negócios de papel e chapéus.

Sua vida foi marcada por vícios em drogas como lança-perfume e éter. Isto o fez tentar se auto-eletrocutar num treino do Botafogo. Boêmio, era freqüentador de diversas boates do Rio de Janeiro.

Enquanto esteve na Argentina, suspeitou-se que Heleno teve um caso amoroso com Eva Perón, fato nunca comprovado.

Teve um filho apenas, Luiz Eduardo, com sua esposa Ilma. Porém, ela fugiu para Petrópolis por conta do temperamento de Heleno de Freitas em 1952. Luiz Eduardo só teve notícias sobre o pai com 10 anos de idade por ter perdido contato desde a mudança, justamente sobre seu falecimento.

Heleno teve complicações com sífilis, que o deixou louco. Veio a falecer no ano de 1959, em um sanatório de Barbacena, onde se internou seis anos antes, em 1953, com apoio da família.

Sua vida é retratada no filme “Heleno” estrelado por Rodrigo Santoro que fez o papel-título e Alinne Moraes, que fez sua esposa Ilma.

Fontes: Wikipédia; Revista Placar.
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Leônidas, o Diamante Negro

Tão elástico que recebeu o apelido de Homem Borracha, tão raro que passou a ser conhecido como Diamante Negro. Naqueles anos 30 e 40, ninguém era tão famoso como Leônidas da Silva, o maior centroavante de todos os tempos. Reuniu as principais virtudes que fariam a sua fama: o drible de corpo, a ginga com a bola, o deslocamento rápido, a invenção. Apesar de considerado o pai da bicicleta, sempre fez questão de dar o crédito de inventor a Petronilho de Brito.

Leônidas da Silva nasceu em São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 6/9/1913, filho de Dona Maria e do Sr. Manoel Nunes da Silva. Na infância era torcedor do Fluminense, encantado que foi com o grande time tricolor tricampeão carioca em 1917/1918/1919. Começou sua carreira em 1923 no infantil do São Cristovão do Rio. Em 1929 passou a jogar pelo Sirio Libanês F.C., e no mesmo ano disputou o Campeonato da Liga Brasileira pelo Sul América F.C. sagrando-se campeão. Ainda em 1929 foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, onde estreou fazendo dois gols.

Em 1931 passou a atuar pelo Bonsucesso F.C. onde ficou até o final de 1932, tendo sido convocado diversas vezes para a Seleção Carioca, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1931, além de ser o maior artilheiro da história do Bonsucesso. Nesse clube, também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva.

Em 1933 foi jogar pelo Peñarol do Uruguai onde ajudou o clube a conquistar o vice-campeonato. No ano seguinte retornou ao Brasil para jogar pelo Vasco da Gama, o qual ajudou a ganhar o campeonato carioca de 1934.

A sua primeira competição importante com a camisa da seleção foi a Copa do Mundo, em 1934, na Itália. O Brasil fez uma péssima campanha, perdendo logo na estréia e sendo eliminado, mas Leônidas marcou o único gol do Brasil na competição.

Botafogo, Campeão de 1935 -  Em pé: Carvalho Leite, Álvaro, Martin, André, Leônidas da Silva, Russinho, Patesko e Moura Costa; agachados: Octacílio, Alberto, Nariz, Canali e Afonso.

Em 1935 mudou novamente de clube, indo atuar no Botafogo, onde conquistou o bicampeonato carioca, e em 1939, pelo Flamengo chegou ao tricampeonato estadual, por 3 equipes diferentes. No Flamengo consolidou sua imagem como ídolo nacional e ajudou a combater o preconceito, sendo um dos primeiros jogadores negros a jogar pelo clube.

Em 1938, foi artilheiro da Copa do Mundo com oito gols, incluindo três marcados contra a Polônia. O Brasil conseguiu a sua melhor participação em mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, Lêonidas foi escolhido o melhor jogador do mundial.


Em 1942 transferiu-se para São Paulo e atuou no São Paulo Futebol Clube por onde passou dificuldades financeiras devido ao atraso de pagamentos do clube diante da falência. Foi cinco vezes campeão paulista, tornando-se um dos maiores ídolos da história do São Paulo, sendo homenageado no museu do clube com uma réplica de uma bicicleta que ele executou.

Durante a década de 1940, devido a Segunda Guerra Mundial, os mundiais que seriam realizados em 1942 e 1946 foram cancelados, prejudicando enormemente jogadores como Leônidas, que não tiveram a oportunidade de se tornar conhecidos e reconhecidos mundialmente.

Depois de abandonar os gramados, em 1951, ainda continuou ligado ao esporte. Foi dirigente do São Paulo, logo depois virou comentarista esportivo, sendo considerado por muitos um comentarista direto, duro e polêmico. Chegou a ganhar sete Troféus Roquette Pinto. Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido a doença do Mal de Alzheimer. Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até morrer, em 24 de janeiro de 2004, por causa de complicações relacionadas à doença.

Graças ao trabalho de pessoas esforçadas o legado do "Diamante Negro" jamais será esquecido, mesmo o Brasil sendo considerado uma país que não dá atenção aos ídolos do passado. Foi lançada uma biografia do atleta e sua vida vai ser transformada em filme. Tudo para que os amantes do futebol não esqueçam desse que foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. Alguns acham que isso ainda é pouco, já que Leônidas foi um dos maiores ídolos do Brasil, até o aparecimento de Pelé, no final dos anos 50. Alguns consideram Leônidas melhor que Pelé, porém é algo que ficará incerto, visto que os jogos ainda não eram televisionados na época em que Leônidas atuava como jogador.

Leônidas, atuando pelo São Paulo, em uma de suas "bicicletas" - Pacaembu, anos 1940.

A "bicicleta"

Leônidas recebeu o crédito por ter inventado a "bicicleta". Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada. Alguns afirmam ter sido criada por um outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito, e que Leônidas apenas a teria aperfeiçoado.

A primeira vez que Leônidas executou essa jogada foi em 24 de abril de 1932, em uma partida entre "Bonsucesso" e "Carioca", com vitória do Bonsucesso por 5 X 2. Já pelo Flamengo, realizou a jogada somente uma vez, em 1939 contra o Independiente, da Argentina, que ficou muito famosa na época.

Pelo São Paulo ele realizou a jogada em duas oportunidades, a primeira em 14 de junho de 1942, contra o Palestra Itália, na derrota por 2 X 1. E a mais famosa de todas, em 13 de novembro de 1948, contra o Juventus, na goleada por 8 X 0. A jogada ficou imortalizada pela mais famosa foto do jogador.

Na Copa do Mundo de 1938 ele também realizou a jogada, para espanto dos torcedores, e o gol foi anulado pelo juiz que desconhecia a técnica.

Diamante Negro

O apelido de "Diamante Negro" foi dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagem, da revista Paris Match, maravilhado pela habilidade do brasileiro. Já o apelido de "Homem-Borracha", também dado pelo mesmo jornalista, foi devido a sua elasticidade.

Anos mais tarde a empresa Lacta homenageou-o, criando o chocolate "Diamante Negro", vendido até hoje. A empresa só pagou dois contos de réis à época (o equivalente a R$ 112 mil, aproximadamente), sendo que Leônidas nunca mais cobrou nada pelo uso da marca.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Glorioso na seleção

Joel, Manga, Nilton Santos, Zé Maria, Ayrton e Rildo; Garrincha, Arlindo, Quarentinha, Amarildo e Zagalo
Botafogo (1960 - 1964)

Na fase mais gloriosa do futebol brasileiro, o Santos de Pelé só tinha um adversário à altura: o Botafogo de Garrincha. E era um timaço! Tanto que foi a base da seleção bicampeã do mundo no Chile com cinco jogadores em campo: Nilton Santos, Didi, Amarildo e Zagalo, além do gênio das pernas tortas.

Craques que fizeram do Fogão o bicampeão carioca em 196l e 1962 e campeão do Torneio Rio-São Paulo nos anos de 1962 e 1964. No exterior, não era diferente. O time venceu torneios na Colômbia, México, França, Bolívia e Argentina.

Mas a história vitoriosa do esquadrão alvinegro começou com a firme determinação de torcedores históricos como o jornalista e técnico João Saldanha, para quem o Fogão precisava de grandes craques. Eles vieram e com eles as maiores glórias que o clube já conquistou. Quem, afinal, enfrentaria tranqüilo um time com Manga; Joel, Zé Maria, Nilton Santos e Rildo; Aírton e Didi; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo?

Tradição de craques

 Os gênios alvinegros mal haviam deixado os gramados e uma nova geração de craques já assumia seus postos para garantir ao Botafogo mais e mais glórias. No lugar de Nilton Santos, Didi e Garrincha, surgiram Gérson, Jairzinho e Paulo César Lima. Com eles o Fogão conquistou novamente o Rio-São Paulo (1966), o bicampeonato carioca (1967-1968) e a cobiçada Taça Brasil (1968). O time-base era Manga; Moreira, Zé Carlos, Leônidas, Valtencir, Carlos Roberto, Gérson, Rogério, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César.

Fonte: Revista Placar.
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