sábado, 31 de dezembro de 2011

Brava no dia 30


Na tarde nublada de ontem, encontramos a Brava lotada de banhistas. É considerada ainda uma das praias de águas menos poluídas do Litoral Norte Catarinense. Ever - 30/12/2011.






Culinária bizarra

Na África do Sul, cérebro de macaco (foto) é um prato comum. É rico em fósforo, proteínas e vitaminas. O do gorila tem um atrativo especial, pois é considerado afrodisíaco.

Intestino cru de foca é ingerido por esquimós no Alasca.

O macaco-prego é servido cozido nas regiões mais remotas da Amazônia, apesar da proibição.

No Canadá, o churrasco também inclui carne de alce.

A China é pródiga em comidas consideradas estranhas para os ocidentais: espetinho de escorpião, barata frita, feto de avestruz cozido, sopa de cachorro e pênis de cobra.

Nas Filipinas, é possível encontrar embrião de pato cru, temperado apenas com sal e vinagre.

Iguanas são cozidas e acompanhadas de feijão nas Honduras.

Barbatana de tubarão grelhada faz parte da culinária de Hong Kong.

Pênis de tigre é considerado uma iguaria afrodisíaca na Tailândia e em Taiwan.

Vietnamitas comem coração de cobra.

Um dos pratos típicos da Islândia é o "hákarl", feito de carne de tubarão apodrecida. A espécie do animal usada no prato, o chamado Tubarão da Groenlândia, é venenosa.

O baiacu, peixe venenoso encontrado em água japonesas, é o principal ingrediente do "fugu". Apesar de o veneno ser letal para humanos, o prato mantém uma pequena quantidade dele - o suficiente apenas para deixar a boca dormente. Por isso, desde os anos 1950 é necessária uma licença especial do governo japonês para servir o prato. Vai que o chef erra na mão...

Fonte: Guia dos Curiosos

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Algumas invenções da hora

Algumas das últimas invenções que chegaram para dar uma mãozinha e melhorar muito a nossa vida:

Teflon: acabou com a palhaçada de não conseguir tirar a craca que não quer sair. Perfeito para solteiros, ou cozinheiros de finais de semana!

Câmeras digitais: ah.. férias… Fotografou e descobriu que não saiu nada ou perdeu os filmes? Acabou com a invenção das digitais. Fotografou? Vê como ficou, apaga, tira outra e pronto!

Internet: compras sem sair de casa, conversar com os amigos, pagar contas, e ver mulher pelada sem precisar passar por tarado pra tia da banca, agradeça isso à internet!

Computação gráfica: não tem mais mulher feia. Com o domínio da tecnologia dá uma “photoshopada” que o dragão fica princesa!

Pizza com borda recheada: convenhamos, o cara que teve essa idéia deveria ser imortalizado com estátuas e monumentos mil. O fim do desperdício de bordas. Hoje, pode-se dizer que aproveita-se tudo da pizza, menos a caixa. Um divisor de águas na história da humanidade!.

Fonte: Guia da Famíliae do Lar. Out/10

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Careca, o craque mundial

Careca fez parte daquela linhagem de centroavantes técnicos que conjugavam o excelente domínio de bola com um estupendo faro de gol. Por isso, era considerado um dos mais habilidosos artilheiros do futebol brasileiro em todos os tempos. Sua sina de marcar gols se fez presente logo na estréia profissional, em 1978, quando, com apenas 17 anos, conquistou o Campeonato Brasileiro pelo Guarani, inclusive marcando o gol da vitória na decisão contra o Palmeiras. Passou pelo São Paulo, conquistando mais títulos, sendo artilheiro do Brasileiro de 1986, com 23 gols. Deixou o país e formou a dupla infernal com Maradona no Napoli da Itália. Jogou as Copas de 1986 (eleito o melhor centro-avante) e 1990.

Antonio de Oliveira Filho, mais conhecido como Careca, nasceu em Araraquara, SP, em 5 de outubro de 1960 e atualmente é comentarista esportivo da RedeTV. A razão do seu apelido é que ele era fã do palhaço Carequinha.

Começou sua história em sua cidade natal, no interior de São Paulo. Da geração de Lavinho, Carlos Henrique, Peligão, e tantos outros nomes de respeito no futebol amador de Araraquara, foi ganhando respeito por sua qualidade acima da média em fazer gols.

Logo chamou atenção dos grandes de São Paulo, e foi aí que iniciou sua carreira. O Guarani, de Campinas, em 1978, abriu as portas para o atacante. Foi campeão brasileiro no mesmo ano, tendo marcado o gol do título. Com sua velocidade e sua habilidade de finalização, rapidamente firmou-se como um dos melhores jovens artilheiros do país. Foi contratado pelo São Paulo em 1983 para substituir Serginho Chulapa, após ter se recuperado de uma contusão que o fez perder a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Foi durante a Copa do Mundo de 1986, no México, que Careca realmente se estabeleceu no futebol mundial. Ele terminou o torneio, durante o qual o Brasil foi eliminado pela França nas quartas-de-final, com cinco gols, colocando-o em segundo no ranking da Chuteira de Ouro, atrás de Gary Lineker, da Inglaterra, com seis. Também durante 1986, Careca liderou o São Paulo na conquista do Brasileiro, batendo seu antigo clube, o Guarani, na final — e marcando o gol que levou a decisão para a disputa de penalidades. Com vinte e cinco gols, foi artilheiro e eleito o melhor jogador do campeonato.

Em 1987, depois de cento e noventa e um jogos e cento e quinze gols pelo São Paulo, foi contratado pelo então campeão italiano Napoli, onde foi companheiro de Maradona. O time já o cobiçava desde 1979, quando seu então treinador, o brasileiro Luís Vinícius de Menezes, disse estar entusiasmado pelo atacante, que ainda defendia o Guarani. Na primeira temporada no Napoli não teve sucesso, apesar de seus treze gols: o time foi batido na primeira fase da Copa dos Campeões pelo Real Madrid e perdeu o título italiano nos últimos jogos da temporada. Contudo, o ano seguinte foi muito melhor. O time ganhou a Copa da UEFA, com Careca fazendo um gol na final, e terminou em segundo na Série A do italiano.

Em 1990, finalmente Careca ganhou o scudetto com o Napoli, no que acabou por ser efetivamente a última temporada de Maradona com o clube (ele foi suspenso por quinze meses por ter sido pego em um exame antidoping). Careca ficaria ainda mais três anos com o Napoli, estabelecendo parceria com Gianfranco Zola, mas o Napoli não conseguiria ganhar mais nenhum troféu.

Em 1993 Careca deixou a Itália para jogar pelo Kashiwa Reysol, novo time japonês da J. League. Ficou quatro anos com o time e ajudou-o a subir à primeira divisão do campeonato em 1994. Depois se transferiu para o Santos, seu clube do coração, onde defendeu o clube em apenas nove jogos (com dois gols), no Campeonato Paulista de 1997.

Em 1999, o jogador transferiu-se para o São José de Porto Alegre, onde disputou algumas partidas no Campeonato Gaúcho

Em agosto de 2010 firmou contrato com a emissora brasileira de televisão RedeTV, para comentar partidas de futebol. Ao lado de Silvio Luiz, forma a dupla titular da emissora.

Títulos

Guarani - Campeonato Brasileiro: 1978; Campeonato Brasileiro Série B: 1981.

São Paulo - Campeonato Paulista: 1985, 1987; Campeonato Brasileiro: 1986

Napoli - Copa da UEFA: 1989; Campeonato Italiano: 1990; Supercopa Italiana: 1990

Artilharia

São Paulo Campeonato Paulista: 1985 - 23 gols (São Paulo); Campeonato Brasileiro: 1986 - 25 gols (São Paulo).

Fontes:Revista Placar; Wikipédia.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O homem que se viciou em galo

Tinha resolvido que este ano a família iria veranear! Alugou uma casa em Petrópolis e levou todo mundo, inclusive os brinquedos das crianças, a geladeira — porque a desgraçada da senhoria escondera a dela num galpão do fundo do quintal, que ficou trancado a sete chaves — cobertores, a rede (para armar na varanda), enfim, fez uma mudança legal.

Instalou a família e desceu novamente para o Rio. Ele, coitado, não podia gozar as delícias do clima da serra. Escravo do padrão ouro, teria que ficar cá em baixo, trabalhando, mas subiria às sextas-feiras, para descansar um bocado.

E precisava mesmo: sabem como é; com a família fora, enveredou para o perigoso caminho da galhofa e toda noite caía na maior baderna.

Às vezes, quando chegava com o dia clareando, ao se lembrar que dali a horas teria de estar na cidade, enfrentando o trabalho, sorria só de pensar na casa que alugara no fresquinho. Era uma casa acolhedora, simpática mesmo, e tão calma! Ainda mais porque a casa ao lado — informaram-no ao alugar — estava praticamente abandonada, uma vez que seus proprietários raramente subiam para ocupá-la. E ele então suspirava, pensando no regalo que ia ter.

Na primeira sexta-feira, lá se foi serra acima, com o carro cheio de frutas, biscoitos, essas bossas. Chegou de noitinha, beijou as crianças, a esposa e até a sogra (que subiu para dar uma mãozinha) e depois de jantar regaladamente, meteu-se debaixo das cobertas, dos tépidos lençóis cheirando a coisa lavadinha. Num minuto roncava toda a sua canseira de trabalhos e prevaricações cariocas.

Foi quando o galo cantou. Bateu asas e meteu um pungente co-co-ró-có que veio ferir seus ouvidos e acordá-lo de estalo. "Oh diabo... pensou, ferrei no sono mesmo. Os galos já estão cantando... deve ser de madrugada". Virou para o lado e já estava quase dormindo, quando o galo meteu outro canto. Remexeu-se na cama e achou que aquele galo era um chato. Podia perfeitamente parar de cantar. Mas qual, o galo cantou a segunda, a terceira, a quarta vez... não parou mais de cantar.

Levantou-se estremunhado, pensando em fazer um café.

Acordar cedinho era bom para a saúde — lembrou-se ele, só para se consolar. Mas quando passou pela sala rumo à cozinha e viu no relógio que eram 11 e meia, correu sobressaltado ao relógio de pulso em cima da mesinha de cabeceira, em busca de confirmação. Tava lá: 11 e meia. Galo desgraçado.

Desistiu do café e voltou para a cama. Só que praticamente não dormiu mais. Quando já estava quase, naquele período entre semiconsciente e o semidormido, o galo lascava o canto outra vez.

De manhã, de cara murcha, disse para a mulher:

— Mata o galo para o almoço.

— Que galo? — estranhou a distinta dama.

— Esse galo que cantou a noite inteira e não me deixou dormir.

Aí a senhora explicou que também sofria insônias por causa do galo, mas acontece que o galo era do vizinho: pertencia ao caseiro da casa ao lado, a tal que vivia fechada porque os proprietários não subiam nunca. Ele coçou a cabeça e coçando a cabeça ficou durante toda a noite de sábado, pois o galo era um chato e cantava sem parar até mesmo de dia, como ficara provado durante as 12 horas que precederam a sua segunda noite em claro.

De manhã estava doido para comer um "coc au vin". Mais por vingança do que por apetite. Saiu de sua casa e foi bater na do vizinho. Veio o caseiro e propôs a compra do galo. O caseiro estranhou; pois se havia uma quitanda na esquina, com um monte de galos para vender, por que o cavalheiro queria comprar o seu?

Como? Para comer? Ora essa... e o caseiro sentiu-se ofendido. Aquele galo era de estimação, criara o bichinho desde que era pinto.

— Mas ele canta sem parar, pombas! Sim, de fato cantava, concordou o caseiro, com um certo orgulho, e — por isso mesmo — não vendia de jeito nenhum. Ele apreciava um canto de galo assim, na calada da noite. O homem ofereceu três contos, subiu para cinco e chegou a querer pagar dez, mas o caseiro deu uma bela prova de bom caráter, ao dizer que o galo valia muito menos, mas para matar não vendia.

Na semana seguinte subiu de novo e tornou a viver o drama do galo. O pior de tudo continuava a ser aquela insônia por motivos galináceos. Já nem estava fazendo as farras que programara no Rio, por causa daquele maldito galo. Gastara um dinheirão para alugar a casa e poder ficar solto no Rio e via tudo ir por água abaixo por causa de um simples co-co-ró-có.

Naquele domingo fez uma inspeção por cima do muro e reparou que o caseiro do lado não tinha nem criação de galinhas. Era só aquele maldito galo.

Voltou a bater no portão do vizinho. O caseiro veio e ele o recebeu com um sorriso:

— Se é pra vender o galo não adianta, doutor. Eu jurei que não vendo e sou muito religioso. Não. Não queria mais comprar o galo... mas estivera pensando. Quem sabe o galo não cantava assim por falta de galinha? Estivera inspecionando também e notara que o caro amigo só tinha de si, no quintal, aquele galo. Se o amigo não levasse a mal, traria umas galinhas de presente para ele.

— Ou melhor — emendou — para o seu galo.

O caseiro concordou. Não estava em situação de recusar presentes e, já na outra semana, quando ele subiu de novo, trazia quatro belas galinhas de presente para o vizinho. A mulher até bronqueou, pois ele prometera trazer um pernil e o dinheiro não chegara: em vez de trazer o pernil pra família, trazia aquelas galinhas para o galo do vizinho. Ridículo.

Encurtando conversa: as galinhas foram soltas no quintal, segundo relato fiel do caseiro, mas de noite foi a mesma coisa. O galo nem se importou com as galinhas. Cantou desbragadamente, de cinco em cinco minutos. Não queria nada com as galinhas, ele queria era cantar. Foi aí, aliás, que passou a chamar o galo de Cauby — numa homenagem.

E assim foi até o período do carnaval. Quando subiu na última sexta-feira em que tinha direito à casa, para passar os dias de carnaval (logo depois teria que entregar as chaves porque o aluguel acabava ali), chegou a Petrópolis mais triste que um tango de arrabalde.

No entanto, o caseiro não foi mais incomodado com reclamações. O caseiro até estranhou, quando, na quarta-feira de cinzas, com a família e todos os trens aboletados no carro, ele lhe deu um cumprimento efusivo. O caseiro respondeu, deu de ombros e esqueceu o temporário vizinho.

Mas estranhar mesmo o caseiro estranhou quando — passada uma semana — ouviu baterem palmas no portão. Foi ver quem era e era o cara que quis comprar o seu galo. Deu bom dia e teve o desprazer de ouvir nova proposta:

— Meu amigo, eu subi a Petrópolis especialmente para comprar seu galo.

— Mas doutor... eu já não disse que não vendo? Sim, dissera, mas isso foi quando ele confessou que queria matar o galo. Agora era diferente: vinha comprar o galo para levar pro Rio, onde — jurava — seria bem tratadíssimo.

O caseiro arregalou os olhos, incrédulo. Palavra de honra, não tinha a menor intenção de matar o galo. Pelo contrário.

— Se o senhor não quer matar o galo, por que faz tanta questão de comprar?

— Porque nenhum canta tanto quanto ele — informou o comprador em potencial.

— Eu sei disso — tornou o porteiro, novamente orgulhoso.

— Por isso eu quero comprá-lo — e, visivelmente encabulado, esclareceu: — Fiquei viciado. Não consigo mais dormir sem galo cantando.

E agora Cauby (o galo) canta a noite inteira na área de um edifício de Copacabana, chateando 48 condôminos que, por sua vez, de cinco em cinco minutos, telefonam para o síndico perguntando quem é o dono do bicho, e quanto quer para silenciá-lo. Mas a ave é de estimação, para matá-la o dono não vende.

Dizem até que — para o Cauby cantar mais — ele está misturando bolinha no milho do galo.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: GAROTO LINHA DURA - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1975

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O hábito faz o amante

Ele trabalhava num horário meio esquisito. Entrava na redação do jornal às 6 da tarde e largava aí por volta das 10 da noite. Mas, por causa da outra, dizia à esposa que ficava lá embaixo, nas oficinas, fazendo revisão da matéria até às 4 da madrugada.

Assim, quando eram mais ou menos 11 horas, estava chegando à casa da outra, onde fazia uma refeição ligeira e ficava até umas 4 ou 4 e meia da manhã.

O perigo era dormir demais. Esta possibilidade o trazia sempre apavorado. Sente o drama, vá! Se dormisse direto acordaria já de dia e não teria explicação nenhuma para dar à esposa, cuja já implicava às pampas com seu horário de trabalho. Depois, sabem como é, caranguejo velho não sai da toca com maré baixa. Se desse margem para a esposa ficar mais descontente ainda, acabava tendo que largar a boca rica.

E era aquele drama de sempre. Chegava na casa da outra, aquele papinho e coisa e tal, um drinquezinho de vez em quando e o resto da noite era de sobressaltos, com o medo de dormir e perder a hora.

Até que, naquela noite, não foi. Deu-se que a outra ia ser operada. Coisa sem importância. Um quistozinho, mas que precisava ser extirpado. A outra dormiria de véspera no hospital, acompanhada de uma irmã. E ele, quando acabou o serviço na redação, resolveu ir para casa direto. Diria à esposa que sentira uma tonteira e pedira para sair mais cedo.

Foi o que fez. Chegou, beijou, desculpou-se e foi dormir. Até houve o detalhe: antes de adormecer pensou que, afinal, ia poder dormir bastante. Mas o homem põe e Deus dispõe. Dormiu direto, mas, aí pelas 8 da manhã, o sol começou a bater no seu rosto. Foi esquentando, esquentando e... de repente, ele acordou estremunhado, olhou para a janela, viu aquela bruta luz e levantou-se de um salto. Na sua mente só passava a idéia de que perdera a hora de voltar para casa. Estava enfiando as calças, quando a esposa acordou tam¬bém e perguntou:

— Mas o que é isso???

Só então, caiu em si. Mas já era tarde. Não havia explicação cabível. Disse apenas que precisava fazer um negócio qualquer na cidade e foi se sentar num banco da praça, para fazer hora.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Por que se boceja?

Por que bocejamos? Mania de imitar os outros, ninguém sabe ao certo porque basta ver alguém bocejar para a gente fazer o mesmo.

Pode ser um reflexo primitivo – se o líder de um bando, ancestral do homem, bocejava, então os outros se sentiam seguros para dormir também. Mas, claro, essa é só uma especulação. Bocejamos porque:

Sem ar – se alguém está muito cansado ou entediado mesmo, o ritmo da respiração diminui. Daí os alvéolos_ minúsculos sacos pulmonares que se enchem de ar e jogam oxigênio para o sangue ficam quase vazios.

Tempo de despertar – a massa cinzenta, mais especificamente o tronco cerebral, interpreta a queda na taxa de oxigênio como o risco de a pessoa cair no sono fora de hora. Por isso, manda uma mensagem para o nervo trigêmeo.

Conversa nervosa - o nervo trigêmeo, que coordena os movimentos da face, faz a boca se abrir exageradamente. Também é comum a pessoa se espreguiçar nessas horas.

Ligado novamente – o movimento da boca mais aquela espreguiçada, que aumenta a capacidade torácica, favorece a entrada de muito ar nos pulmões. Então, o tronco cerebral recupera o estado de alerta.

Fonte: Ideal Dicas.

Lady Gaga leiloa seu penico

Lady Gaga leiloou um penico - formalmente chamado de urinol - autografado por ela, por US$ 480 mil - em torno dos R$ 850 mil.

O objeto foi usado pela cantora em uma sessão de fotos para a revista Vogue Homme Japão, e tem o seguinte texto: "Não é deitado como o de Duchamp, mas adoraria urinar com você", frase que a artista escreveu em referência à obra de Marcel Duchamp.

Segundo o jornal espanhol El País, este não é o único objeto que a excêntrica cantora está leiloando.

A intérprete americana também está vendendo uma peça de latão que usou em seu cabelo para a gravação do clipe de Bad Romance, por US$ 24 mil, e um vestido branco que usou durante a gravação do curta Puke on Gaga, pelo mesmo preço.

O dinheiro arrecadado deve ir a algumas obras beneficentes, apoiadas pela cantora.

Fonte: Folha do Fora - Sex, 11 de Novembro de 2011.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sonho de Natal

Sonhou que era um desses Papais-Noéis pendurados entre os edifícios cariocas, à guisa de decoração natalina. Ficara dias e dias naquela posição incômoda, meio ao estilo jaca madura, balançando lá em cima.

Já não se lembra mais quanto tempo ficou balançando entre dois prédios, mas se lembra nitidamente que, no sonho, passados os dias das Festas, apareceu um caminhão e — finalmente — recolheram-no num desses carros da Limpeza Urbana e levaram para um depósito, onde outros Papais-Noéis, iguais a ele, já estavam amontoados pelos cantos.

Atiraram-no também a um canto e ele lá ficou, triste no seu infortúnio. Foi quando um outro Papai-Noel ao seu lado deu um suspiro e falou:

— Que papelão a gente fez, hem irmão?

— Não diga — respondeu ele: — Que coisa! Dois meses pendurados, que nem Judas, em Sábado de Aleluia.

— É... mas o Judas fica um dia só. Depois malham o coitado e o suplício acabou.

Tal tinha sido o vexame, que os outros Papais-Noéis do seu sonho, que eram muitos, espalhados no depósito, concordaram unanimemente que sua sorte foi pior. Cada um lembrava certo detalhe da experiência que acabavam de sofrer. Foi quando ele falou:

— No lugar onde estava pendurado tinha um garoto chato que passava o dia me atirando caroços de feijão pela janela.

— Devia ser um filho de rico, para ter feijão para atirar assim.

Os Papais-Noéis todos sorriram. Só um manteve-se sério e cabisbaixo, vítima de evidentes frustrações. Só falou quando todos já não tinham mais nada a dizer. Pigarreou e lascou:

— Azar maior dei eu, companheiros. Fiquei pendurado em frente à janela de uma pequena que vou te contar. Como era boa! Toda noite ela tirava a roupa com a janela aberta.

— Então não era tão chato o seu lugar — ponderou um dos Papais-Noéis.

— É o que você pensa — atalhou o que contava sua história. — Eu dava um azar desgraçado. Toda noite ela se despia com a janela aberta, mas na hora em que ia ficar pelada, o vento me virava de costas.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Linguagem corporal

A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de postura que fazem com que a comunicação seja mais efetiva. A gesticulação foi a primeira forma de comunicação.

Com o aparecimento da palavra falada os gestos foram tornando se secundários, contudo eles constituem o complemento da expressão, devendo ser coerentes com o conteúdo da mensagem.

A expressão corporal é fortemente ligada ao psicológico, traços comportamentais são secundários e auxiliares. Geralmente é utilizada para auxiliar na comunicação verbal, porém, deve se tomar cuidado, pois muitas vezes a boca diz uma coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente.

Influências

A linguagem corporal não é única e numerável, ou seja, ela sofre influências culturais, estaduais, sociais e ambientais.

Nível cultural

O nível cultural influencia em três fatores predominantes, postura física, movimento físico, senso de espaço onde o nível cultural torna mais suave ou não influenciado pelo nível cultural físico (local) ou pelo nível cultural comportamental e psicológico (pessoal ou influenciado por uma segunda ou terceira pessoa).

Classe social

A classe social influencia em quatro fatores predominantes: valores financeiros; exibicionismo; vaidade pessoal; autoconfiança.

Ela limita ou acentua fatores chaves. Por exemplo: pode inibir um indivíduo, intimidando-o pela sua classe social.

Fonte:Wikipédia

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

História do Selo Brasileiro

Olho de boi de 30 réis - 1843
No Brasil, a lei que instituía o selo foi votada em 1841. Um ano depois, foram estabelecidos os valores dos selos; 30,60 e 90 réis, para qualquer carta dentro do país. E 90 réis, para qualquer carta para o exterior.

A confecção do selo demorou, porque a Casa da Moeda não dispunha das máquinas adequadas. E também porque não foi decidido o desenho do selo.

Uma coisa se sabia: o selo não teria o retrato do Imperador, para evitar que 60qualquer funcionário dos Correios pudesse apor, sobre a sua soberana face, o carimbo que lhe destruísse as feições. Por isso foi decidido que o selo seria constituído apenas de um cifrão. Nem sequer o nome do país. A efígie do Monarca e a palavra BRASIL (que aliás, naquele tempo, se escrevia com Z) só deveriam constar dos “objetos perduráveis e dignos de veneração”.

O selo, de acordo com este parecer, não merecia tal distinção. Na verdade, o Imperador ficou entusiasmado com a idéia do selo. Ela colocava o Brasil no rol das nações mais desenvolvidas do mundo. E mandou imprimir pelo menos oito milhões de selos, em papel branco fino.

Na realidade, foram impressos mais de 1.500.000 selos de 60 réis, quase 1.150.000 selos de 30 réis e apenas quase 350.000 selos de 90 réis. E assim mesmo ainda sobraram 466.711 selos.

Em 1844, quando outra série já estava circulando, estes selos, que não chegaram a ser vendidos, foram simplesmente queimados.

Pelo jeito, escrevia-se pouco no Brasil imperial E não se previa a futura raridade do “olho de boi”. Depois, veio um série chamada “inclinados”. É muito menos famosa e talvez muito menos vistosa, mas assim mesmo bastante cobiçada. Principalmente os valores de 180, 300 e 600 réis, cuja tiragem foi de 50.000, 40.000 e 20.000 respectivamente.

Seguiram-se-lhes duas outras séries denominadas pitorescamente “olhos-de-cabra” e “olhos-de-gato” (coloridos).

Só em 1866 apareceu no selo do Brasil o nome do país e o retrato de D. Pedro II. Foi tirado de uma fotografia que um fotógrafo americano veio fazer, num evento que se comentava nas altas rodas sociais da Capital do Império. Pois “posar” para a fotografia era algo de excepcional naqueles tempos.

Estes selos forma impressos nos Estados Unidos e deveriam ser definitivos. A tiragem do selo de 10 réis chegou, por exemplo, a 34.600.000 exemplares! Estes eram também os primeiros selos picotados do Brasil. Até então, o funcionário do Correio destacava o selo recortando-o da folha com tesoura.

Em 1878 sai o primeiro selo brasileiro em duas cores: verde e amarelo. Só podia ser. A impressão de duas cores num pequenino selo foi considerado uma façanha tipográfica, pois naqueles tempos poucos países imprimiam selos em cor. Em geral, todo selo era preto, como os selos brasileiros até a série “olho-de gato”.

Estes selos, com duas cores – um vermelho, outro amarelo- começaram a embelezar os envelopes das cartas.

Outro selo em duas cores foi o primeiro da República. Representava a cabeça feminina com barrete frígio, que é o símbolo do regime republicanos.

Em 1990, sai a primeira série comemorativa do Brasil. Festejava o quarto centenário do Descobrimento. E foi comentadíssima. Pela primeira vez, um simples recibo de taxa paga ao Correio começava a comunicar.

Fonte: Proença, Antônio Carlos. Lago, Samuel Ramos. História do Brasil. Vol2.p.96. IBEP

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Interpraias, Taquaras e Laranjeiras - II

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Fotos tiradas na tarde de 19/12/2011, num passeio pela rodovia interpraias, em Balneário Camboriú, Santa Catarina. As duas primeiras na praia de Taquaras. As três últimas na praia de Laranjeiras, onde fica a estação do teleférico (bondinhos que partem da Barra Sul de Bal. Camboriú).

Como ocorre a toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

A infecção nos humanos é assintomática em 80 a 90 % dos casos, isto é, não causa sintomas, e pode passar desapercebida naqueles pacientes cuja imunidade é normal. As defesas imunológicas da pessoa normal podem deixar este parasita “inerte” no corpo (sem causar dano algum) por tempo indeterminado.

Ela ocorre pela ingestão dos ovos do protozoário, liberados nas fezes dos gatos (assim, quem transitar por onde há o animal precisa tomar muito cuidado para não colocar a mão suja na boca); ingestão de carne crua ou malpassada de animais infectados; ingestão de alimentos contaminados, como frutas, legumes e verduras mal lavados; pode haver transmissão da mãe para o feto; pelo transplante de órgãos contaminados ou pela transfusão de sangue contaminado.

Quem está com a saúde frágil pode ter cegueira danos cardíacos e cerebrais.

Nas gestantes o feto pode desenvolver infecção na retina; infecção generalizada do feto; comprometimento do fígado e do baço do feto; no início da gestação, pode causar má-formação grave e até aborto. Os sintomas são: febre, mal estar e discreta vermelhidão no corpo.

Como se proteger: tome apenas água filtrada; evite carne crua; só coma verduras e frutas bem lavadas em água corrente; evite contato com fezes de gato

Tratamento: a confirmação é feita por exame de sangue. Gestantes, recém-nascidos e pacientes com baixa imunidade são tratados com antibióticos.

Fontes: Ideal Dicas; ABC da Saúde.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Interpraias, Taquaras e Laranjeiras

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Água virtuosa...

Nhô Thomé está bem disposto. Hoje deu para bulir com os pretos, agradando os piazinhos que rodeiam o fogo em suas tripeças.

- Dito! – perguntou ele a um dos crioulinhos de seus doze anos – ocê sabe porque é que os home e as muié não tem a mesma cor?

- Nha- não.

- Puis eu vô contá; botem bem o sentido...

No escuro, deitado na rede, descanço, a ver as sombras bailando nas paredes, ao labaredear do fogo aos estalos, escutando a "história".

- Puis é. Nosso Sinhô, despois de criá tudas as coisa, garrô num pelote de barro e garrô damninhá, por não ter o que fazê. Damninhô, damninhô, e feis um home chamado Adão; deu um assopro e ele virô gente.

Despois Adão garrô a ficar esquisito: hora tava triste, ora tava assanhado, cantadô divirtido e contente. Deus pensô: "Tudas as coisa tem muié... Chamô Adão:

- Venha aqui!

Grudô e rancô u’a costela dele e feis Eva p’ra casá co’ele. Ante de Adão e Eva já tinha gente, mais não erum fios de Deus, porque eles não forum assoprado co Esprito Santo e quem soprô eles foi o Cuzarruim – e é purisso que hai gente rúim na terra; são os tar que não recebero o Esprito-Bão. – Mais isso ocês num intende.

Adão casô cum Eva e nascero os fio e crescero e acharo muié e casaro e o mundo umentô in quistan de pocos anno. Moravum tudo no mesmo sítio, um lugá como num hai de havê otro iguá; só no céo. O sítio chamava Paraízo. Naquele tempo tudos os home e muié erum preto...

Neste ponto Nhô Thomé descreveu a vida de então. Adão, depois do casamento, perdeu a alegria: tornou-se ajuizado, pois entendia que ser alegre e brincalhão como em solteiro não era próprio de homem casado... É um descrédito ser divertido e alegre.

A vida era fácil: frutas por toda a parte sazonavam o ano inteiro, ora esta, ora aquela, sem ser preciso plantar e tudo era "reiuno", não pertencendo a ninguém e a todos pertencendo.

- Ocês num vê que ninguém prantô fruitêra no mato? E ótras fruita? Ponhema, guabiroba, pitanga, jaracatiá, arixicú, vapacary, amora, cambucy, joá, jovéva, cabeça-de-negro, castanha-de-ioçá, figo-manso, caju, banana, coquinho...

- Mandioca tamém é fruita ? – interroga um dos pequenos.

- É... – responde bonachão e sossegado o velho.

- I batata-doce? – perguntou outro.

- Tamêm...

- I batata-roxa?

- Tamem... tamêm... Mais iscuitem!...

Despois o Cuzarruim botô veneno nu’a proção de culidade de fruita, p’ra judiá de nóis; mas Deus, que é muito bão, deferençô u’a das ôtra e criô os passarinho p’ra insiná nóis a quar que não fais mar. O Cuzarruim intãoce inxeu a cabeça de uns home e de u’as muiá, insinô p’re’eles os venenoso e eles viraro fiticêro, esses praga que custumum a botá as coisa-feita nos ôtro.

Eu, na rede, espero ansioso a explicação sobre as diversidades de cores nos homens, mas Nhô Thomé, como todos os contadores de histórias para crianças, parece "não ter fim".

- Mais, cumo ia dizeno, Nosso Sinhô garrô a repará: puis sa as fror, as arve, os alimar, os passarinho, a terra, o céo, tudo tinha cor deferente um dos ôtro, mórde o quê que os home e as muié só havéra de sê preto, tudo preto, sem graça, iguá, pareio, que inté injuava a vista?

Intãoce Deus mandô pubricá p’ro mundo intero, que era o Sítio, que quem fosse se lavá nu’a lagoa, ficava branco. Aquilo foi um corre-corre que Deus nos acuda!

Animou-se o pé-do-fogo! Curiosos os pretos arregalam os olhos e os mulatinhos ficam de "olhos compridos" no velho.

- Os mais ligêro, mais vivo, mais ladino, avuaro p’ra lá. Um bando de homes e muié, na correria, da desparada, p’ra chegá premêro, machucava e matava os que ascançava:

- Os premêro chegado ficaro arvo – são os alamão.

- Os seguinte acharo aua meio sujo – são os branco.

- Os ôtro acharo aua turva – são os moreno.

- Ôtros acharo aua escura, a lagoa tava secano – são os triguêro.

- Ôtros acharo um fiapico d’aua vermeia misturada cum táuá – são os cabocro.

- E os turco? – interrompeu o Dito.

- Isso mêmo... Isso... Eles garraro a brigá e gritá tudo no mermo tempo e é purisso que eles faum tudo trapaiado.

Não me seguro... Solto uma gargalhada gostosa!

- Uéi! Pensei que mecê tava drumino... Tô contano aqui u’as patacuada p’ros crioulinho...

- Continue, Nhô Thomé: estou gostando.

- Intãoce os turco sujaro demais o restico d’aua e levantô um tijuco mais escuro e a aua garrô minguá tanto, que os ôtro que chegaro naquele mingau, sahiro mulato, cumo ocês tão sahino.

- E os ôtro?

- Os ôtro, os priguiçoso, os bobo, os durminhoco que vivia cuchilano no pé-do-fogo e no sór e arguns que num tivero jeito de chegá mórde os da frente, esses quano chegaro acharo sú um tiquinho de umidade, que mar deu p’ra moiarem as sola dos pé e as parma da mão... Arreparem nas mão de Tia Pulicena e de suas mãe...

E os pequenos, de boca aberta, assustados, exclamam uns em seguida aos outros, olhando para as mãos de Tia Polycena que, bondosa e sorridente, as mostra.

- É meeeeemo!!!

- Os que ficaro preto num desanimaro e é purisso que preto num póde vê biquinha d’aua nem tornera, nem reberão, que não vá ligêro lavá as mão, a cara, o pescoço e os pé, que dão sempre na vista.

Depois, Nhô Thomé, chegando o "isqueiro" ao cigarro, tosse e termina, malicioso:

- Ocêis sabe mórde o que que ocês tão sahino tudo mulatinho? É que Chica, Zabé e Chistina custumum lavá rôpa lá no reberão craco do Manéco Portuguêis...

P’ra mim aquela aua é virtuosa...

- Aá... Maria credo! Sinhô tem cada lembrança! – bradou Tia Polycena, rindo, enquanto a Chica, a Zabé e a Christina correm para a cozinha. E, daqui da rede, depois de esplêndidas gargalhadas, ouço-as comentando:

- Sinhô tem cada uma! O moço tá lá na rede que num pode mais de tanto sirri...
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Fonte: Jangada Brasil - (Pires, Cornélio. Conversas ao pé do fogo).

A criação do Alfabeto

Alfabeto fenício
Com tantos clientes, mercados e ofertas, os comerciantes fenícios só encontraram uma saída para os negócios não se enredarem em um emaranhado de mal-entendidos: registrar em placas de barro cada compra e cada venda.

Na prática, porém, a teoria era inviável: seria preciso passar uma vida inteira aprendendo os significados do complexo sistema de hieróglifos — as centenas de sinais gráficos criados pelos egípcios e usados pelos povos antigos que engatinhavam na arte da escrita. Mas, sempre dispostos a destruir obstáculos, os fenícios não descartaram a idéia e assim nasceu aquela que seria sua maior herança à humanidade: o alfabeto.

Não se tem, infelizmente, a menor idéia de como conseguiram simplificar o processo egípcio a ponto de chegar a um sistema que funcionava com apenas 22 sinais. Na verdade, pouco se sabia sobre a escrita fenícia até o pesquisador francês Pierre Montet descobrir, em 1923, em Biblos, cidade histórica do Líbano, o sarcófago do rei Ahiram — peça decorada com inscrições lidas da direita para a esquerda. Hoje o sarcófago está guardado no Museu Nacional de Beirute.

"Embora aquele texto seja o mais antigo, outras descobertas arqueológicas também são documentos valiosos sobre o alfabeto fenício", nota Haiganuch Sarian, coordenadora do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde, aliás, existe uma reprodução em gesso do famoso sarcófago, feita por volta do século XII a.C.

O fato é que ao se compararem diversas inscrições se constatou que as cidades fenícias podiam falar a mesma língua, mas não a escreviam da mesma maneira. Apesar das pequenas variações, quando em 1750 o inglês John Swinton, encarregado de conservar os arquivos da Universidade de Oxford, resolveu aproveitar os momentos de folga para debruçar-se sobre inscrições fenícias encontradas na Ilha de Chipre, a decifração foi relativamente rápida. É que tanto a língua como a escrita da Fenícia eram muito parecidas com o idioma hebraico. Assim, tornou-se possível traduzir toda a coleção disponível de textos funerários e registros comerciais deixados por aquele povo que, até onde se conhece, não se interessou em produzir nenhum tipo de literatura.

Os fenícios tampouco se interessaram em ensinar sua escrita aos compradores de suas mercadorias. Na verdade, foram os gregos que, ao colonizar cidades fenícias por volta do ano 800 a.C., tomaram a iniciativa de importar o alfabeto para o Ocidente, acrescentando-lhe uma novidade — as vogais. Mais tarde, os povos itálicos igualmente adaptariam aquele primeiro alfabeto, criando ramificações que estão na origem de todas as formas modernas de escrita.

Fonte: Superinteressante

sábado, 17 de dezembro de 2011

Sábado de praia cheia

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Coma

Coma (ou comatose) é o estado no qual uma pessoa perde completa ou parcialmente a consciência, não tem reações nervosas, ou reage pouco ou nada a estímulos externos. É causado pela perturbação grave do funcionamento cerebral devido a traumas crânio-encefálicos, acidentes vasculares cerebrais, tumores, distúrbios metabólicos, envenenamentos ou asfixia.

No traumatismo crânio-encefálico, o coma pode ser induzido seja pelo efeito de concussão cerebral, quando o cérebro recebe um impacto forte e é jogado contra as paredes do crânio, causando lesão difusa, ou mesmo por lesão direta, com perda de massa encefálica como nos casos de ferimentos por armas de fogo.

Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são comumente chamados de "derrame". Na realidade, há dois tipos principais, os acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos, quando ocorre a ruptura de algum vaso sanguíneo cerebral, ou os acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, quando ocorre a obstrução da circulação sanguínea. Nos dois casos, ocorre interrupção do fluxo sanguíneo às porções do encéfalo irrigadas pelo vaso acometido, ocorrendo a lesão de células nervosas, os neurônios.

Os tumores encefálicos podem causar o coma por destruição de células cerebrais ou por efeito de compressão, pelo seu crescimento expansivo e irrefreado, que leva à obstrução da circulação sanguínea, a isquemia.

Diversos distúrbios do metabolismo podem induzir o estado de coma, como o diabetes mellitus, o hipotireoidismo, a insuficiência hepática, seja pelo acúmulo de substâncias que impedem o correto funcionamento cerebral, como alguns aminoácidos e amônia, pelo desequilíbrio do metabolismo do hidrogênio sanguíneo, causando alteração de pH ou pelas disfunções orgânicas causadas por estas doenças, que levam à hipoventilação, hipotermia, hipotensão e bradicardia.

Os envenenamentos acidentais ou provocados, introduzem no organismo humano drogas que podem induzir ao coma, como os organofosforados, cocaína, álcool, etc.

A asfixia, traumática, por afogamento, ou qualquer outra condição que conduza à interrupção do fluxo nas vias respiratórias pode gerar falta de oxigenação cerebral e conduzir a pessoa ao Coma.

A avaliação do coma é de suma importância, principalmente em situações de emergência, ou de coma de instalação súbita, porque permite ao médico basear suas medidas terapêuticas em protocolos de tratamento.

O estado de coma é classificado internacionalmente por uma escala, conhecida como Escala de Coma de Glasgow, onde o coma mais profundo equivale a Glasgow 3, e o indivíduo orientado e que responde adequadamente a comandos verbais, dolorosos e luminosos (exame pupilar) é classificado como Glasgow 15.

Fonte: Wikipédia.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O arroz no casamento

O costume de jogar arroz nos noivos, após a cerimônia de casamento, é um dos ritos mais antigos e originou-se com os antigos hindus e chineses. Nessas culturas, o arroz era simbolo de frutificação e prosperidade.

Acreditava-se que comer arroz e outros grãos garantia saúde, riqueza e felicidade. Lançar arroz nos noivos, exprimia o desejo de fertilidade para o casal.

Conta-se que o costume teve origem na China há mais de 2 mil anos. No casamento de sua filha, um mandarim quis dar prova de fartura. A cerimônia foi realizada sob uma chuva desse cereal.

Atualmente tem-se substituído o arroz por alpiste (ecologicamente mais correto), porque arroz cru é prejudicial aos pássaros que se alimentam na porta da igreja.

Fonte: Mamma & Nonna.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

História do Ioiô

O ioiô é um dos brinquedos mais antigo do mundo. A história desse simples objeto é tão fascinante quanto seu funcionamento.

A origem do ioiô é um mistério. Grécia, China, Filipinas. Diversos lugares do mundo podem ter sido o berço do ioiô. "Ioiôs" rústicos de barro e de metal já foram encontrados em ruínas gregas de cerca de 2500 anos. Brinquedos similares eram usados pelos chineses antes disso.

No fim da idade média o ioiô chegou à Europa, onde a nobreza da França e Inglaterra usava o ioiô para relaxar e se afastar um pouco das suas tarefas. Há relatos que afirmam que as tropas de Napoleão se divertiam com ioiôs antes das batalhas. Nessa época, ele era conhecido como l'emigrette ou bandalore.

O ioiô, na sua forma atual, nasceu nas Filipinas, onde é até hoje um brinquedo muito popular.

Foi só em 1928, no entanto, que o ioiô começou a se popularizar no resto do mundo, quando um filipino, Pedro Flores, levou o ioiô para os Estados Unidos e começou a comercializá-los.

Pouco tempo depois, o empresário Donald F. Duncan Sr., impressionado com a popularidade desse simples objeto, comprou a empresa de Pedro Flores, e a transformou na Duncan Company, que passaria a ser a responsável pela imensa popularização do ioiô nas décadas seguinte. Em 1962, só a Duncan chegou a vender 45 milhões de ioiôs nos Estados Unidos, onde a população de crianças era de apenas 40 milhões.

Nos últimos 20 anos, a tecnologia vem mudando a cara dos ioiôs. Nos anos 80, os ioiôs "inteligentes" que retornavam para a mão do dono automaticamente foram criados e nos anos 90 o uso de rolamentos nos ioiôs resultou em uma evolução inédita nas manobras realizadas.

Os ioiôs atuais empregam tecnologia de ponta, a madeira e plástico usados há decadas foram substituídos por novos materiais, como aço, alumínio e policarbonato.

Os truques e manobras acompanharam essa evolução e o ioiô agora é praticado com seriedade em muitos países. A destreza e habilidade dos melhores jogadores chegam a ser equiparadas àquelas dos grandes malabaristas.

Fonte: www.ioiobrasil.org

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Guy de Maupassant

Henry René Albert Guy de Maupassant foi escritor, poeta e um dos maiores contistas de todos os tempos. Sua obra é conhecida por retratar situações psicológicas e fazer crítica social com técnica naturalista.

Maupassant teve uma infância e uma juventude aparentemente felizes no campo, em companhia da mãe, uma mulher culta e depressiva, que foi abandonada pelo marido.

Na década de 1870, ele se dirigiu a Paris, onde se firmou como contista e teve contato com os grandes escritores realistas e naturalistas da época: Zola, Flaubert e o russo Turguêniev.

Entre 1875 e 1885, produziu a maior parte de seus romances e contos. Escreveu pelo menos 300 histórias curtas, muitas das quais algumas se tornaram mundialmente conhecidas, como Bola de Sebo, O Colar, Uma Aventura Parisiense, Mademoiselle Fifi, Miss Harriett e O Horla.

Maupassant talvez tenha sido, nos últimos anos do século XIX, o escritor mais lido no mundo.

Rico e famoso, ele teve muitos casos amorosos, mas a sífilis o atormentou por mais de uma década, ocasionando-lhe pesadelos, angústia e de alucinações.

Em 1892, Guy de Maupassant tentou o suicídio. Morreu no ano seguinte, em um manicômio, aos 43 anos de idade. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse, em Paris.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u759.jhtm

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Serginho Chulapa: irreverências mil

Serginho Chulapa representava um pesadelo para os adversários. Não apenas por ser um artilheiro implacável, mas também por causa de seu gênio irreverente e, às vezes, intempestivo. O fato é que foi o maior artilheiro do São Paulo, com 248 gols. Também fez a festa da torcida do Santos, onde anotou outras 100 vezes. Alto e de ótima colocação, sabia como ninguém proteger a bola dos beques até o chute fatal. Foi artilheiro do Paulistão pelo Tricolor em 1975 e 1977 (ambos com 22 gols) e pelo Peixe em 1983 e 1984 (com 22 e 16 tentos, respectivamente). No Campeonato Brasileiro de 1983, somou à sua coleção mais 22 gols. Serginho só não arrebentou mesmo na Seleção. Na Copa de 1982,na Espanha, talvez a única oportunidade em que não fez sua catimba característica. marcou apenas duas vezes.

Sérgio Bernardino nasceu em São Paulo, SP, em 23 de dezembro de 1953. Aos 12 anos, começou a jogar em times de várzea da zona norte de São Paulo, como o Cruz da Esperança e o Vasco da Gama. "Se não tivesse ido para o esporte, certamente estaria na criminalidade", avalia hoje, em referência ao projeto social desses times. Depois de ser dispensado dos juvenis da Portuguesa, em 1968, e chegar a trabalhar como entregador de leite, Serginho participou, em 1970, de uma peneira na Casa Verde. Sua atuação encantou o técnico dos juvenis do São Paulo, que o chamou para jogar em seu time.

Sua estréia no elenco profissional do São Paulo foi promovida pelo técnico Telê Santana, em um amistoso contra o Bahia, em 6 de junho de 1973. Quatro dias depois, marcou seu primeiro gol como profissional, no empate em 1x1 contra o Corinthians. Naquele mesmo ano, foi emprestado ao Marília, voltando ao São Paulo em 1974.

Pelo São Paulo, jogou, entre 1973 e 1982, um total de 401 partidas (210 vitórias, 113 empates e 78 derrotas) e marcou 248 gols, tornando-se até hoje o maior artilheiro da história do clube. Nesse período, conquistou o Campeonato Paulista de 1975, 1980 e 1981 e o Campeonato Brasileiro de 1977.

Era nome certo para a Copa de 1978, porém acabou perdendo a chance de jogar quando teve que cumprir um ano de suspensão por agredir um bandeirinha. Em 1982 foi convocado para a reserva e acabou se tornando titular na Copa quando Careca se machucou antes da estréia.

No Santos, chegou já experiente, com 29 anos, e por isso mesmo evitou o rótulo de "salvador da pátria". O atleta se identificou com o clube ao longo de três passagens. A partir de 1983, conquistou a artilharia do Campeonato Brasileiro e a artilharia e o gol do título no Campeonato Paulista de 1984 contra o seu maior rival, o Corinthians, por 1 x 0. Ao todo, marcou 104 gols com a camisa do Santos e, junto do ponta-esquerda João Paulo, é um dos dois maiores goleadores da equipe após a Era Pelé.

Posteriormente, jogou no Corinthians, Marítimo Funchal (Portugal), Atlético Sorocaba, Portuguesa Santista e São Caetano, onde encerrou a carreira em 1993.

Confusões

Além dos muitos gols, as confusões se tornaram a marca registrada do jogador, como a briga com Mauro num jogo entre Santos e Corintians, a agressão ao goleiro Emerson Leão, após uma expulsão, e aos repórteres que estavam no campo depois do término do jogo final com o Flamengo em 1983, no primeiro vice-campeonato brasileiro do Santos. Mas também contava que não gostava de viajar, e quando o jogo era relativamente longe de São Paulo (São José do Rio Preto, por exemplo), dava sempre um jeito de ser expulso no jogo anterior com o objetivo de receber a suspensão automática de um jogo. Na Copa de 1982 chamou a atenção pelo seu bom comportamento e, diziam, havia jogado mal por ter sido "domesticado" em excesso pelo técnico Telê Santana.

No Campeonato Brasileiro de 1977, Serginho era o vice-artilheiro (com 15 gols, tinha 5 a menos que Reinaldo, do Atlético-MG) e principal jogador do São Paulo.[6] No dia 12 de fevereiro de 1978 (o campeonato de 1977 só terminou em março do ano seguinte), em uma partida em Ribeirão Preto, contra o Botafogo, o São Paulo perdia por 1x0, quando Serginho aparentemente empatou, aos 45 do segundo tempo. O árbitro Oscar Scolfaro, entretanto, anulou o gol, seguindo a indicação de impedimento do bandeirinha Vandevaldo Rangel.

O centroavante partiu para cima do auxiliar e, segundo a anotação da súmula da partida, "desferiu-lhe um pontapé na perna esquerda, altura da canela, ocasionando um ferimento de aproximadamente uns 10 centímetros, que sangrava abundantemente". Serginho, contudo, negou a agressão: "Eu não chutei, não. Eu fiquei muito nervoso, lógico. (…) Fui para cima dele para saber por que havia anulado o gol. Aí a torcida do Botafogo começou a jogar pedras e garrafas em mim e nos outros jogadores do São Paulo. Uma delas deve ter atingido o bandeirinha, e ele botou a culpa em mim." As imagens da televisão, no entanto, mostravam alguém chutando a canela do auxiliar.

Em 28 de fevereiro, ele foi condenado a uma suspensão de 14 meses, por agressão. Com isso, ficou de fora do segundo jogo das semifinais e da final do Brasileiro de 1977, em que o São Paulo conquistou o título. A suspensão, entretanto, foi ligeiramente abreviada, e ele voltou aos campos 11 meses depois, em 28 de janeiro de 1979, em derrota por 4x1 para o Santos, no Morumbi. Nesse jogo, ele marcou um gol e demonstrou ter superado a suspensão: ao longo de 1979, marcaria 28 gols em 55 jogos.

No peixe, já foi auxiliar técnico e técnico interino no clube, com bons resultados. Todavia, nervoso por uma derrota agrediu um repórter no vestiário, o que praticamente acabou com suas chances de dirigir outros clubes de ponta. Ficou afastado do clube no período em que Emerson Leão foi o treinador (2002-2004), mas retornou após a sua saída, deixando novamente o clube quando o técnico voltou ao clube, em 2008. Assumiu então o comando da Portuguesa Santista, tendo estreado em 2 de março, na vitória sobre o Taquaritinga por 3 a 2. Com a saída de Leão, voltou a ser auxilar técnico no Santos. Treinou ainda outros clubes do futebol paulista, como São Caetano e Sãocarlense.

Fontes: Wikipédia; Placar.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O psicanalisado

Era uma vez um cara que entrou num bar, sentou no balcão do dito bar e, depois de chamar o garçom, pediu um chope. O garçom encheu uma caneca e deu pro cara. Este agradeceu e bebeu de uma talagada só, até o meio da caneca. Depois, balançou o chope que ainda restava, balançou, balançou... o garçom tá olhando pra ele... balançou e pimba! atirou o resto na cara do garçom.

É claro que o garçom já ia sair no tapa, quando o cara, quase chorando, pediu muitas desculpas falou que aquilo era um gesto incontornável que ele tinha e — por isso mesmo — carregava na consciência um complexo desgraçado.

E tanto falou e se desmanchou em desculpas, que o garçom aceitou a situação e aconselhou o cara a ir consultar um psicanalista, conselho que foi logo aceito. O cara se despediu, tornou a pedir desculpas e prometeu que, no dia seguinte, ia procurar um psicanalista.

Passaram-se alguns dias, até que o cara apareceu outra vez no bar e pediu um chope. O garçom trouxe, ele virou metade de uma talagada só e começou a balançar o chope na caneca. Foi balançando, balançando... o garçom tá olhando pra ele... Outra vez!  balançou mais uma e pimba!... novo banho na cara do garçom.

E este ainda estava enxugando os respingos, quando o cara pediu outro chope.

Mas o garçom se queimou e falou: — Escuta aqui, seu chato. Da outra vez você me deu o banho, mas depois pediu desculpas. Desta vez você piorou, nem desculpas pediu.

— Piorei nada. Melhorei — disse o cara: — Fui ao psicanalista e melhorei. Ele me tirou o complexo. Agora eu ando tão desinibido que faço a mesma coisa, mas sem o menor remorso.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

sábado, 10 de dezembro de 2011

Sábado na Brava

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Dario, o Dadá Maravilha

À primeira olhada, os zagueiros diagnosticavam: o centroavante não passava de um perna-de-pau. Desengonçado, com pouco domínio de bola e chutes de canela, Dario parecia tudo menos artulheiro. Terrível engano, que o próprio tratava de desfazer, primeiro, com bolas na rede, depois, com o folclore que criava em torno de si. Gênio do marketing pessoal, Dario batizava gols (beija-flor, jacaré) e inventava apelidos para si (Dadá Maravilha, Rei Dadá, Peito-de-Aço). Entrou para a história por ser artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1971 (quinze gols pelo Atlético Mineiro) e por ser recordista de gols numa única partida (dez dos catorze marcados pelo Sport de Recife contra o Santo Amaro, em 1976).

Dario José dos Santos nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 4 de março de 1946. Teve uma infância pobre no subúrbio de Marechal Hermes, na rua Frei Sampaio. Aos 19 anos, em razão de um furto, foi detido na Febem, onde conheceu o futebol. Em 1965, Dario começou a jogar nos juniores da equipe do Campo Grande, sendo promovido ao time principal em 1967. Seu talento despertou a atenção do Clube Atlético Mineiro, sendo levado para o clube de Belo Horizonte no ano seguinte.

Logo, alcançaria a fama. Destaque no Campeonato Brasileiro de 1971, Dario parou no ar como um beija-flor no dia 9 de dezembro, no Estádio Jornalista Mário Filho, para assinalar no placar Atlético-MG 1, Botafogo zero. Com este gol, o Atlético Mineiro sagrou-se campeão brasileiro daquele ano.

Dario vestiria a camisa de mais 16 clubes. No entanto, o maior destaque seria atuando por outro grande clube do futebol brasileiro: o Internacional de Porto Alegre. Dadá foi importante na conquista do Bi-Campeonato Brasileiro pelo Internacional, inclusive marcando o primeiro gol da final do Brasileirão de 1976, na vitória de 2 a 0 sobre o Corinthians.

É o terceiro maior artilheiro do futebol brasileiro com 1026 gols. Perde apenas para,Arthur Friedenreich, com 1239 gols, e Pelé, com 1284 gols.

É também é dono de frases "poéticas", como: "Não venha com a problemática que eu dou a solucionática", "Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha", "Isso é mamão com açúcar" ou ainda "Não existe gol feio. Feio é não fazer gol.".

Hoje, Dadá, torcedor do Clube Atlético Mineiro assumido, trabalha na televisão como comentarista esportivo.

Curiosidades

O jornalista Lúcio Flávio Machado editou em 1999 a biografia Dadá Maravilha. O nome inicial do Livro seria: Dario - o homem que driblou a vida. Mas em uma conversa com o escritor Roberto Drummond, Lúcio Flávio Machado, acatou o conselho do amigo: coloque somente Dadá Maravilha, este nome é o maior marketing que se pode ter.

Atuando no Atlético Mineiro entre os anos de 1968 e 1972, retornando em 1974, depois em 1978 e 1979, Dario tornou-se o segundo maior artilheiro da história do clube, com 211 gols marcados. Entre os mais importantes gols marcados pelo Galo, os atleticanos não se esquecem do segundo gol em cima da Seleção Brasileira Tri na Copa do Mundo de 70 em amistoso preparatório no final de 1969 e em que o Atlético triunfou sobre as feras (Pelé, Jairzinho, Gérson, Rivelino, etc.) comandadas por João Saldanha por 2 x 1 com o Mineirão cheio.

Também não podemos esquecer do gol de cabeça que Dario fez em cima do Botafogo-RJ em 1971 que deu o primeiro Campeonato Brasileiro para o Atlético Mineiro (num triangular final disputado por São Paulo, Atlético e Botafogo). Além desses gols, os Atleticanos não se esquecem do retorno de Dario já veterano em 1979, para suprir a falta de Reinaldo contundido, e conquistar o bicampeonato Mineiro que terminaria só em 1983 com o hexacampeonato, maior seqüência em Minas Gerais na Era Profissional.

Contratado do Sport Recife por Cr$ 500 mil (cerca de US$ 48,2 mil), uma fortuna na época, Dario estreou com a camisa do Internacional em um jogo do Campeonato Gaúcho contra o Esportivo de Bento Gonçalves. O público foi tão grande que o passe de Dadá foi totalmente quitado com o dinheiro da renda da partida.

Em uma partida válida pelo Campeonato Pernambucano de 1976, Dario marcou dez dos 14 gols do Sport na vitória sobre o Santo Amaro. A marca histórica superou os feitos de Pelé e Jorge Mendonça, que marcaram oito gols em uma mesma partida. Mostrando toda sua categoria, fez gols de tudo quanto é jeito, queixo no ombro, queixo no peito, de nuca, joelhada e até de velotrol (como não conseguia fazer gol de bicicleta, inventou o famoso gol de velotrol).
   
Dario foi o único jogador da história a ser convocado por um presidente da República (Emílio Garrastazu Médici) para fazer parte da Seleção Brasileira. Numa crise que levou a demissão do técnico João Saldanha e sua substituição por Mário Jorge Lobo Zagallo, pouco antes da Copa do Mundo de 1970.

Frases

"Não venha com a problemática que eu dou a solucionática."
"Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha."
"Não existe gol feio. Feio é não fazer gol."
"Um rei tem que ser sempre recebido por bandas de música."
"Pra fazer gol de cabeça era queixo no peito ou queixo no ombro."
"Com Dadá em campo, não há placar em branco."
"Pelé, Garrincha e Dadá tinham que ser curriculum escolar"
"Faço tudo com amor, inclusive o amor"
"Nunca aprendi a jogar futebol pois perdi muito tempo fazendo gols"
"Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área".
"Chuto tão mal que, no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol."
"A área é o habitat natural do goleador, nela ele está protegido pela constituição, se for derrubado é pênalti"
"Num time de futebol existem nove posições e duas profissões: o goleiro e o centroavante"
"Bola, flor e mulher, só com carinho"
"Fiz mais de 500 gols, só correndo e pulando."
"Quando eu saltava o zagueiro conseguia ver o número da minha chuteira"
"São duas coisas que eu não aprendi: Jogar futebol e perder gol!"

Títulos

Campo Grande

1967 - Campeão Torneio José Trócoli

Atlético Mineiro

1971 - Campeão Brasileiro
1970 - Campeão Mundial (Seleção Brasileira)
1970 - Campeão Mineiro
1970 - Campeão da Taça Belo Horizonte
1970 - Campeão da Taça Inconfidência (MG)
1970 - Campeão da Taça Cidade de Goiânia (Minas-Goiás)
1970 - Campeão da Taça Gil César Moreira de Abreu (MG)
1970 - Campeão da Taça Independência (MG)
1971 - Bicampeão da Taça Belo Horizonte
1972 - Tricampeão da Taça Belo Horizonte
1972 - Campeão do Torneio de Leon (México)
1972 - Campeão da Taça do Trabalho (Minas-Rio)
1974 - Campeão do Torneio dos Grandes de Minas Gerais da FMF
1978 - Campeão Mineiro
1979 - Campeão da Taça Minas Gerais

Flamengo

1973-Campeão Taça Guanabara
1974-Campeão Campeonato Carioca
1974-Campeão Taça Pedro Magalhães Corrêa

Sport

1975 - Campeão Pernambucano

Internacional

1976 - Campeão Gaúcho
1976 - Campeão Brasileiro

Náutico

1980-Campeão Torneio do Inicio

Bahia

1981 - Campeão Baiano

Goiás

1983 - Campeão Goiano

Nacional-AM

1984 - Campeão Amazonense

Fontes: Revista Placar; Wikipédia.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O advogado do sacristão

Um sacristão estava distribuindo círios para quem quisesse acompanhar a procissão do Senhor Morto, em certa sexta-feira da Paixão, e sobrou um. Procurou com os olhos, estavam todos servidos. Entrou na igreja, colocou o círio atrás da porta e falou:

- Este aqui fica para o diabo.

Passado algum tempo, durante um naufrágio, o sacristão foi aprisionado pelos piratas e levado para a ilha dos Mouros. Andava desesperado, quando uma voz falou perto dele:

- Quando sentir bater no seu rosto uma ramada, agarre-se nela.

Ele assim fez. Sentindo o contato dos galhos, agarrou-se aos ramos invisíveis. No mesmo instante deu um vento forte, e quando ele viu estava descendo diante da sua porta.

Porém, não ficou sabendo quem foi o seu benfeitor. Como gostava de viajar, saiu novamente correndo mundo, e, desta vez a pé, por uma região desolada e pobre. Acabou-se o dinheiro, nâo encontrava trabalho e parou diante de uma granja. Vendo tantas galinhas, pediu que a mulher lhe fritasse meia dúzia de ovos, pelo amor de Deus. Não tinha dinheiro para pagar; mas iria correr mundo; quando voltasse, assim o ajudasse Deus, pagaria a dívida.

- E desta vez acho que ficarei curado da mania de viajar. Vou ficar quieto na sacristia da igreja da minha terra, que é um lugar santo.

A mulher fritou os seis ovos, ele os comeu, deliciadamente, e partiu.

Muitas aventuras o esperavam, andou ainda bastante, porém sorriu-lhe a sorte, progrediu, fez bons negócios, enriqueceu. Quis fazer duas coisas imediatamente: pagar aqueles seis ovos comidos há tanto tempo, dez anos ou mais, e voltar para a quietude da sua igreja.

Uma tarde, estava a granjeira diante da porta, viu apear de um cavalo baio, com arreios de couro macio e prata, um homem bem-vestido. Não o reconheceu senão quando ele contou que era o devedor dos seis ovos.

- Vim pagar-lhe, boa mulher, que me atendeu na hora da fome e da necessidade. Quero pagar tudo e deixar-lhe ainda uma boa quantia de presente.

A ganância mordeu o coração da mulher, vendo-o tão generoso, parecendo endinheirado.

- Vou fazer as contas - respondeu de cara fechada.

- Contas? Que contas? - estranhou o homem. - Pois então lá é preciso estar fazendo contas para saber o preço de seis ovos? Que lhe deu, boa mulher?

E ela lhe apresentou uma conta fantástica, uma lista imensa com o preço de milhares de galinhas.

- Que é isso? - perguntou o homem.

- Se eu tivesse posto aqueles seis ovos para chocar, teriam saído cinco franguinhas e um frango. As frangas botariam e tornariam a chocar. Em dez anos, eu teria tudo isto que está aqui nesta lista.

Como o homem se recusasse a pagar aquele absurdo, foram todos ao juiz mais próximo, e o julgamento do caso ficou marcado para daí a uns dias.

Muito desgostoso, foi o antigo sacristão andar um pouco, para espairecer. Andava e pensava, de cara amarrada, cenho franzido, temendo já tornar a ficar pobre, por causa da ambição da granjeira. Numa de suas voltas, encontrou-se com um homem, todo vestido de preto, de colarinho duro, sapatos de verniz, muito bem penteado.

- Que mal o aflige, amigo, que o vejo tão transtornado?

Contou-lhe tudo o homem, e o outro, sorrindo, falou:

- Ora, não é caso para tristezas. Acontece que sou advogado. O senhor ainda nem pensou em contratar os serviços de um profissional?

- Ainda não.

- Pois então, eu me considero contratado. Vá tranqüilo. No dia do julgamento, estarei lá para defendê-lo.

Parecia tão seguro de si que o homem se animou.

Chegou o dia do julgamento. Começou a sessão. Alguns casos foram julgados. E foi a vez do sacristão. E nada de aparecer o advogado. O juiz esperou. Nada. Começou a ficar impaciente, fulminando com o olhar o pobre homem, que ainda estava mais agoniado. E o advogado não aparecia. Ele estava vendo que, por falta de defesa, ia ser obrigado a entregar todo o seu dinheiro, ia ser preso, iam matá-lo. Suava frio e maldizia a hora em que aceitara o serviço de qualquer desconhecido. Nisso, o advogado entrou. O homem se animou, mas olhando para ele, viu-lhe a barbicha em ponta, os pés de pato e tremeu.

"Com quem me meti, neste embaraço! E agora mais esta. Acabo perdendo taimbém a alma"

Porém o temível advogado tranqüilizou-o:

- Se lembra do círio que deixou para mim, atrás da porta da igreja? Em agradecimento, já o livrei da prisão na ilha dos Mouros e aqui estou novamente para tornar a salvá-lo. Tranqüilize-se que não quero a sua alma.

E dirigindo-se ao juiz, que não sabia da sua condição satânica, falou, cortesmente:

- Queira desculpar o meu atraso, estava cozinhando um pouco de feijão, para plantar.

- Estava fazendo o quê!?

- Estava cozinhando feijão para plantar - repetiu o advogado, insensível às risadas que estalavam de todos os lados, ao ouvir o povo declaração tão esquisita.

O juiz recostou-se na sua alta cadeira e riu também.

- Amigo - disse ele -, trabalho completamente perdido, pois feijão cozido não nasce.

- Então, por que estamos aqui debatendo se de ovos fritos nascem pintos?

E foi assim que o sacristão pôde voltar em paz à sua igreja.
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Fonte: Jangada Brasil - (Guimarães, Ruth. Lendas e fábulas do Brasil, p.55)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O 1º de abril

No domingo passado Rosamundo chegou em casa para o almoço, depois de um substancial mergulho no Atlântico sul (Ala de Ipanema), e não vendo movimento nenhum na casa, berrou: — Jurema!!!

O grito ecoou pela casa toda e Jurema não apareceu, o que, aliás, é justo: Jurema foi a primeira mulher de Rosamundo, da qual se separou vai pra seis anos. Encabulado da própria distração, gritou pela mulher certa:

— Clotilde!

E neca. Clotilde não estava.

O Rosa achou estranho, mas foi tomar seu banho. Só quando passou pelo corredor, enrolado na toalha, é que deu com o bilhete preso no espelho. Dizia assim: "Rosamundo, já não te suporto mais. Isto já não é de hoje, mas só hoje resolvo ir embora. Não tente reconciliação porque já gosto de um outro alguém".

A mulher de Rosamundo sempre foi de pouco refinamento. Adora filme de Mazzaropi, disco de Anísio Silva e a expressão "um outro alguém", que leu certa vez num poema de J. G. de Araújo Jorge, outra de suas paixões.

Rosamundo ficou com o bilhete na mão, sem entender direito. E já ia cair sobre uma poltrona com o impacto da notícia, quando se lembrou que era o 1º de abril. Sorriu compreensivo e deixou pra lá. Sua mulher era um bocado brincalhona.

O diabo é que passou o domingo, ele esperou durante toda a segunda-feira, toda a terça-feira e hoje — quarta-feira — começou a achar que era 1º de abril demais. Vestiu-se para ir à casa da mãe de Clotilde, dar queixa da mulher. Ao abrir a porta viu um chapéu no cabide. Botou na cabeça e o chapéu desceu até o nariz:

— Bem que me disseram que o Cabeção dava em cima dela — pensou Rosamundo.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Vai descer?!

Depois teve o caso do dia em que Rosamundo ficou doente. Era — ao que parece — um vírus qualquer que Rosamundo arranjou. É que estava incomodando mais que disco de Orlando Dias na vitrola do vizinho. Então Rosamundo foi ao médico.

O consultório do médico de Rosamundo fica na cidade, num desses prédios que a desmoralizada e saudosa Prefeitura deixava construir, com milhares de cubículos à guisa de cômodos conjugados — segundo expressão de um dos grandes calhordas imobiliários desta praça.

Rosamundo foi, entrou no consultório e ficou na salinha de espera, aguardando a sua vez.

Mas, de repente, Rosamundo começou a suar frio. Ainda tentou agüentar a mão, disfarçar, pensar noutra coisa. Mas foi impossível. Levantou-se apressadamente, perguntou à enfermeira onde ficava o banheiro.

— Segunda à esquerda, ali no corredor — foi a resposta.

Rosamundo não esperou mais. Saiu da saleta de espera pelo corredor, como um doido, contou a primeira porta, abriu a segunda e entrou. Era um cubículo escuro, como sói acontecer nos prédios como aquele, mas isto não teria a mínima importância, se não houvesse uma senhora, com ar muito digno, parada no meio do "toilette" com cara de quem espera alguma coisa.

Rosamundo ali naquele aperreio e a dona parada que nem parecia. E o tempo passando. Cada segundo parecia um século. E ela nem nada. Parada e tranqüila. Nessas horas é que Rosamundo perguntou:

— A senhora não vai sair daí?

Ela estranhou a pergunta, mas com toda classe, quis saber:

— Por que, cavalheiro?

— Porque eu preciso usar este banheiro.

A dama pensou que Rosamundo fosse maluco e com o maior desprezo, informou:

— Por favor, o senhor use depois que chegarmos ao térreo e eu saltar, cavalheiro. Porque isto aqui não é um banheiro. Isto aqui é um elevador.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).
Fonte: O MELHOR DE STANISLAW - Crônicas Escolhidas - Seleção e organização de Valdemar Cavalcanti - Ilustrações de JAGUAR - 2.a edição - Rio - 1979 - Livraria José Olympio Editora