sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Bram Stoker, o criador de Drácula

Mundialmente conhecido como o autor do livro Drácula, Abraham "Bram" Stoker nasceu Dublin, Irlanda, em 1847. Aos 16 anos ele ingressou no Trinity College da Universidade de Dublin e filiou-se na Sociedade Filosófica, onde escreveu seu primeiro ensaio, "Sensationalism in Fiction and Society".

Tornou-se, mais tarde, presidente desta sociedade e auditor da Sociedade Histórica. Graduou-se em bacharel, com honras, em 1870, indo trabalhar, assim como seu pai havia feito, como funcionário público no Castelo de Dublin, mas continuou estudando meio-período para desenvolver seu mestrado, defendido em 1875.

Stoker era fascinado pelo mundo do teatro (ele ficou impressionado com o ator Henry Irving, que futuramente seria uma figura decisiva na sua vida) e ofereceu-se, sem remuneração, para ser crítico de teatro do jornal Dublin Evening Mail. Suas críticas começaram a aparecer em vários jornais, fazendo com que Stoker fosse bem-recebido nos círculos sociais de Dublin (ele chegaria a conhecer os pais de Oscar Wilde).

Em 1873 foi oferecido a ele a editoração do novo jornal Irish Echo, mais tarde rebatizado como Halfpenny Press, por meio-período e sem remuneração. O fracasso comercial deste jornal o faria pedir demissão em 1874 e, então, ele mergulharia no mundo do teatro, começando a escrever suas primeiras peças de ficção, contos e seriados, que eram publicados nos jornais locais. Seu primeiro texto na linha do terror foi "The Chain of Destiny", apresentado como seriado no periódico Shamrock, em 1875.

Neste momento, a figura de Henry Irving entra definitivamente na vida de Stoker. Irving assumiu a direção do Lyceum, em Londres, e convidou Stoker para ser o gerente do teatro. Muitos estudiosos acreditam que a forte figura de Irving, praticamente "sugando" tudo de Stoker, pode ter sido a inspiração para a criação da imagem forte e dominadora do personagem Drácula. A amizade/sociedade entre Stoker e Irving duraria até a morte deste último, em 1905.

Outra figura que pode ter inspirado diretamente o texto de Drácula foi sua esposa, Florence Stoker. Ela era uma das mais lindas e disputadas mulheres de Dublin, tendo sido, inclusive, prometida pelos seus pais para ser a esposa de Oscar Wilde.

Florence escolheu Stoker por causa da segurança do emprego público dele, situação que se alteraria quando ele foi para Londres dirigir o Lyceum. A bela e dominante Florence estava longe de ser a típica esposa dos padrões ingleses da época, ou seja, submissa ao marido: ela se impunha na relação, situação que deixava Stoker constrangido. O domínio de Drácula sobre as mulheres era uma crítica à sua própria vida doméstica.

Durante seus primeiros anos em Londres, Stoker escreveu seu primeiro livro de ficção, uma coletânea de histórias para crianças (Under the Sunset), publicada em 1882. Seu trabalho no Lyceum o obrigava a escrever, sendo que seu primeiro romance publicado, The People, em 1889, nasceu como um seriado para o teatro e foi transformado em livro em 1890.

Os estudiosos não chegaram a uma conclusão das reais razões de Bram Stoker escrever uma obra como Drácula. Podemos notar uma mudança de estilo e temáticas a partir de 1890, pois seus textos ficaram mais ricos e o sobrenatural e o terror ganharam um espaço maior, em particular no conto "The Squaw".

Aparentemente, Stoker tomou sua decisão de escrever sobre vampirismo depois de um pesadelo na qual ele viu um vampiro se levantando do túmulo. Ele tinha referências literárias, pois tinha lido Carmilla (1872), de Sheridan Le Fanu, e o conto "The Vampyre" (1819), de John Polidori, além de tomar conhecimento de discussões sobre o sobrenatural, discussões estas comuns no final do século XIX na Inglaterra.

Mas a inspiração final surgiu nas suas pesquisas sobre um nobre do século XV que viveu na região da Transilvânia, localizada na Romênia, que impediu a penetração dos turcos na Europa, conhecido como Vlad, o Empalador (ou Vlad Tepes), pois este empalava (perfurava com uma madeira pontuda) seus inimigos. O nome Drácula foi tirado do pai deste nobre, chamado Vlad Dracul (este último termo significava diabo ou dragão). E a forma de contar a história através de personagens diferentes em diferentes documentos (diários, cartas, recortes de jornal, etc.) foi inspirada no livro The Moonstone, de Wilkie Collins.

Muitas características da vida de Stoker e da Inglaterra do final do século XIX foram retratadas em Drácula. Já citamos a forte presença de Henry Irving e as dificuldades de Stoker em conviver com Florence - Drácula tinha uma presença poderosa e dominava as mulheres; a presença de um grande número de estrangeiros na Inglaterra, resultado da imigração que ocorreu no período, assustava o homem inglês - não coincidentemente Drácula era estrangeiro, trazendo doenças e desgraças para a "limpa" vida inglesa; sexo e sangue são temas presentes no livro - as doenças venéreas eram o grande temor do homem inglês da época, pois tanto a gonorréia quanto a sifílis eram contraídas através de relações sexuais e contato com sangue, além de não existir cura para ambas; a ciência era fascinante na época - e o confronto entre o sobrenatural Drácula e o mundo científico de Van Helsing deu a vitória a este último.

Publicado em 1897, Drácula recebeu uma acolhida dividida entre a crítica da época, com alguns elogiando a obra como uma poderosa peça de fascinação lúgubre e outros criticando-a pela estranheza da temática e de certa crueza na abordagem. A mãe de Stoker elogiou a obra vigorosamente, comparando-a ao livro de Mary Shelley, Frankenstein. Na época do lançamento do livro, Stoker realizou uma leitura do texto em quatro horas no Lyceum, sendo que o evento foi apresentado completo, inclusive com anúncios, como Dracula, ou The Un-Dead, para proteger a trama e o diálogo de furto literário. Foi a única apresentação dramática de Drácula durante a vida de Stoker.

Nunca mais Stoker escreveria uma obra tão importante como Drácula. Aliás, sua carreira literária entraria em decadência, apesar de ter produzido um grande número de textos na virada dos séculos XIX e XX. Um incêndio no Lyceum destruiu a maior parte do guarda-roupa, adereços e equipamentos, deixando as condições do teatro precárias. A saúde de Henry Irving, já em declínio, piorou. O teatro seria transferido para um sindicato, fechando de vez em 1902.

Irving morreria em 1905. A partir daí, Stoker teria grandes dificuldades para escrever, pois sua saúde também piorara: ainda em 1905 ele teve um derrame e, em seguida, contraiu a doença de Bright, que afeta os rins. Sua saúde foi declinando cada vez mais até sua morte, em sua casa, ocorrida em 12 de abril de 1912.

Florence Stoker herdou os copyrights do marido e deu permissão para o teatrólogo Hamilton Deane transformar Drácula em peça de teatro, o que daria grande fama ao texto de Stoker, precedendo seu futuro sucesso nas telas do cinema - meio este que transformou Drácula num dos mais famosos e conhecidos personagens do século XX.

Por: Orivaldo Leme Biagi, Doutor em História pela UNICAMP, Professor das Faculdades Atibaia (FAAT) e Membro da Academia Literária Atibaiense (ALA).
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John Landis

John Landis, cineasta, nasceu em Chicago, Illinois, EUA, em 3 de Agosto de 1950. Aos 17 anos trabalhou como carteiro nos estúdios da Fox. Frequentemente escala diretores e produtores como atores em pequenas papéis em seus filmes. Dirigiu os videoclips das músicas Thriller e Black or White, ambos de Michael Jackson.

Landis é um caso peculiar na lista dos mestres do terror. De fato, o cineasta trabalhou tantas vezes no gênero como fora dele e não há dúvidas que o seu gênero de predileção é antes de tudo a comédia.

Essa forma de distanciação poderia ter feito de Landis um detestável realizador do gênero, mas, felizmente, o realizador nunca deixou dúvidas sobre o seu amor pelo gênero do fantástico, fazendo sempre prova de um grande respeito para com ele. Assim, John Landis deu-nos alguns dos melhores exemplos da fusão entre o riso e o medo, entre a comédia e o terror.

A sua carreira começou com o chanfrado Schlock em 1973, escrito e realizado pelo cineasta. Este low budget  deixou claro de imediato a fusão de gêneros que marcará a sua filmografia. A partir daqui, Landis alternaria puras comédias e filmes de terror paródicos. Seguiram-se, portanto The Kentucky Fried Movie, Animal House, o mítico Os Irmãos Cara-de-Pau (The Blues Brothers), o não menos mítico Um Lobisomem Americano em Londres, Os Ricos e os Pobres", a sua participação em The Twilight Zone: The Movie, o famoso vídeo para Michael Jackson Thriller, as comédias Into the Night, Spies Like Us, Três Amigos, Cheeseburger Film Sandwich e Um Príncipe em Nova Iorque.

Como se pode verificar, John Landis contribuiu muito mais para o gênero da comédia do que para o do terror, mas Um Lobisomem Americano em Londres valeu-lhe uma merecida entrada no clube fechado dos realizadores do cinema fantástico.

Como praticamente todos os realizadores de gênero da sua geração, a entrada nos anos 90 foi complicada para o cineasta e os seus ensaios no cinema foram pouco convincentes, obrigando-o a desenvolver trabalhos para a televisão. No cinema, sucederam-se o fraco Oscar - Minha Filha Quer Casar, a simpática comédia vampiresca Innocent Blood, ou para esquecer Um Tira da Pesada 3", o desnecessário Blues Brothers 2000 e o inconseqüente Susan's Plan.

O seu trabalho para a televisão, como escritor, realizador e produtor, foi mais empolgante nomeadamente com a fabulosa série Dream On.

Será, portanto um pouco abusivo considerar John Landis um mestre do terror, mas há que reconhecer que muitos dos seus filmes, terror ou não, entraram no inconsciente coletivo dos fãs de filmes do gênero e, pensando bem, a sua participação nas duas temporadas de Masters of Horror parece perfeitamente lógica.

Filmografia

2007 - Don Rickles documentary
2006 - Great sketch experiment, The
2004 - Slasher (TV)
1998 - Plano de risco (Susan's plan)
1998 - Os irmãos cara-de-pau 2000 (Blue brothers 2000)
1996 - Os babacas (Stupids, The)
1994 - Um tira da pesada 3 (Beverly Hills cop 3)
1992 - Inocente mordida (Innocent blood)
1991 - Oscar - Minha filha quer casar (Oscar)
1988 - Um príncipe em Nova York (Coming to America)
1987 - As amazonas na lua (Amazon women on the moon)
1986 - Três amigos! (Three amigos!)
1985 - Os espiões que entraram numa fria (Spies like us)
1985 - Um romance muito perigoso (Into the night)
1983 - No limite da realidade (Twilight Zone: The movie)
1983 - Trocando as bolas (Trading places)
1981 - Um lobisomem americano em Londres (An american werewolf in London)
1980 - Os irmãos cara-de-pau (Blue brothers, The)
1978 - Clube dos cafajestes (Animal house)
1977 - Kentucky fried movie, The
1973 - Schlock

Fontes: FanatiCine; Adoro Cinema - Personalidades.
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Bernardo Guimarães

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, romancista e poeta da segunda geração romântica, nasceu em 1825 e morreu em 1884. Como ficcionista, a capacidade incomum para retratar os costumes regionais o levou à adoção de uma linguagem atravessada por saborosas expressões do interior e, mais do que isso, pelo próprio pitoresco da oralidade provinciana.

Assim, uma de suas contribuições mais importantes foi a de minar o excesso declamatório vigente na época em que viveu. Com Escrava Isaura, romance de denúncia antiescravocrata, o escritor se tornou popular até nossos dias.

Aventurou-se, também, como José de Alencar, pelo romance histórico, folclórico-lendário, indianista e psicológico, mas, contrariamente àquele, com sua poesia, realizou paródias do indianismo com o intuito de, ridicularizando-o, deixá-lo para trás.

Poemas satíricos, obscenos e bestialógicos, filiando-o à corrente satânica do ultra-romantismo, consolidaram o lado boêmio do escritor.

Afastando-se de um lirismo açucarado de muitos poetas de então, ele emprega todo um vocabulário de práticas sexuais explícitas que choca a moralidade conservadora reinante.

Fonte: http://contosassombrosos.blogspot.com/2008/11/bernardo-guimares.html
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