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domingo, 31 de julho de 2011

História do Perfume


Do latim per fumus, a palavra perfume significa “através do fumo”, numa clara alusão à arte de confeccionar aromas irresistíveis, uma arte que existe há milhares de anos. Ao longo da sua história, o perfume já desempenhou vários papéis: uma substância sagrada, terapêutica, uma forma de embelezamento do corpo e uma arma de sedução.

Depois de o homem ter descoberto o fogo, depressa aprendeu que a queima de algumas madeiras, resinas e ervas, libertavam aromas agradáveis e tudo o que era agradável os povos primitivos utilizavam para agradar aos deuses.

Esta prática foi adotada pelos Egípcios que, através de rituais específicos, queimavam substâncias aromáticas diferentes horas distintas do dia. O papel do perfume nos rituais religiosos foi dominante até ao século XVI a.C. A partir dessa altura, ou seja, entre os anos 1580 e 1085 a.C., os perfumes eram utilizados de duas maneiras: ou queimados na forma de incenso ou aplicados no corpo através de bálsamos e óleos perfumados com intuitos médicos, mas também cosméticos, aos quais as mulheres egípcias começaram a recorrer com freqüência, utilizando-os como armas de sedução.

Diz-se que Cleópatra era perita nesta arte, mas também na arte de confeccionar os seus próprios perfumes. Aliás, os egípcios começaram a utilizar os seus vastos conhecimentos na área para criar os óleos necessários para embalsamar os seus mortos, prática que dominaram como mais ninguém. Da sua contribuição para a história do perfume ficaram ainda alguns dos primeiros frascos de perfume em vidro.

As fragrâncias perfumadas seguiram depois para todo o mundo. Na Índia, e depois de uma utilização inicial estritamente religiosa, tornaram-se num dos maiores prazeres das mulheres indianas, que passavam horas a fio submersas em banhos perfumados ou a untarem o corpo com óleos divinais. Nessa altura, uma mulher que não estivesse perfumada, era uma mulher que não estava bem! Na China e no Japão, os perfumes não eram diretamente aplicados no corpo, mas eram utilizados para pulverizar os quimonos ou usados num saquinho ao pescoço.

Seguiu-se uma paragem na Grécia, onde o perfume viveu um dos primeiros de três marcos importantes de sua história. Os gregos aperfeiçoaram a técnica dos egípcios, ao juntarem óleos perfumados com flores, às especiarias, bálsamos e gomas. Na realidade, introduziram a técnica de maceração, que implicava a imersão de substâncias orgânicas (neste caso utilizavam principalmente rosas, lírios e violetas) em óleos quentes. Na Grécia, os heróis falecidos em combate eram homenageados com a queima de perfumes e Hipócrates utilizou-os na prática medicinal, no entanto, estes aromas continuaram a ser fonte de muitos prazeres.

Centro de todos os luxos e excessos, não é difícil de imaginar o sucesso do perfume quando da sua chegada ao Império Romano. Desde pulverizar as solas das suas sandálias e as cabeças dos convidados de qualquer banquete, às soleiras das portas e as bandeiras militares para trazer sorte, a vida romana era afogada em perfumes inebriantes!

Reza a história que quando Cleópatra deixava Marco António, ordenava que as velas do seu navio fossem embebidas em perfume, para que o vento deixasse um rasto para o seu amante. Acima de tudo, os romanos destacaram-se pela forma como desenvolveram e melhoraram a arte de confeccionar perfumes, nomeadamente as técnicas de maceração e de enfleurage (saturação de uma gordura através de pétalas perfumadas). No entanto, as invasões bárbaras, a queda do Império Romano e os tempos que se seguiram, depressa fizeram esquecer o suntuoso perfume.

Especialistas em especiarias e pós odoríferos, é aos árabes que se deve o segundo marco mais importante da história do perfume: a invenção do método de destilação e dos instrumentos utilizados para fazê-lo – a serpentina e o alambique. O que torna esta descoberta tão especial? A experimentação e posterior uso do álcool como base de todo o perfume, tal como o conhecemos hoje! Mas os árabes não ficaram por aí, inventaram ainda a técnica da purificação de gomas e resinas, com recurso a água de chuva destilada. Os perfumes teriam voltado, e desta vez, para ficar!

O gosto europeu pelo perfume é inegável durante a Idade Média e o Renascimento onde, para além de ser utilizado em inúmeros tratamentos terapêuticos e medicinais (sem esquecer a utilização de alecrim nas fumigações contra a peste!), o perfume ganha um novo estatuto ao ser aplicado em colarinhos perfumados, rosários e “almofadas” aromáticas, estas últimas para trazer ao pescoço ou em forma de pulseira. A famosa “água de Hungria” – talvez o primeiro perfume pessoal – concebido em 1370 à base de rosa, hortelã, erva-cidreira, limão, alecrim e flor de laranjeira, liderou o mercado da perfumaria durante vários séculos.

Os italianos, espanhóis e franceses encarregaram-se de divulgar esta preciosidade fragrante à restante Europa, o que veio mesmo a calhar, sendo que, nos séculos XVI e XVII os perfumes fortes substituíram, literalmente, a higiene pessoal! Nesta altura, estar “limpo” não era tomar banho e lavar o cabelo, mas sim perfumar todo o corpo (cabelo e hálito incluídos!) com pós, pomadas, óleos e águas aromáticas. Uma loucura total que passou para outros gestos do cotidiano onde tudo era perfumado: desde cartas e almofadas, a perucas, leques e objetos religiosos!

Com o lançamento das luvas perfumadas em França, no século XVII, os franceses tomaram-lhe o gosto e a indústria da perfumaria estabeleceu-se rapidamente, sendo Paris o seu quartel-general. Os produtores de perfumes ficaram ainda conhecidos por criarem venenos disfarçados como perfumes, um dos quais matou uma duquesa francesa que morreu depois de calçar um par de luvas “perfumadas”, que permitiu a infiltração do veneno na sua pele. A corte de Louis XV foi até batizada de “corte perfumada”, devida à quantidade de perfume que era pulverizado nas roupas, leques e mobília do palácio.

O século XVIII trouxe perfumes mais doces e suaves, lançou grandes nomes da perfumaria mundial (Fargeon, Lubin, Houbigant…), introduziu a primeira água-de-colônia e uma variedade de frascos que apelavam tanto quanto os perfumes que continham. Nem a Revolução Francesa travou o gosto pela perfumaria, tendo existido, inclusive, o "Parfum a la Guillotine." As preferências de Napoleão (que gastava 60 frascos de jasmim todos os meses!) também se fizeram saber e como apenas tolerava a água-de-colônia, os perfumes masculinos e os femininos passaram a ser diferenciados. A sua esposa, Josefina, preferia as fragrâncias intensas, à base de almíscar, tanto até que sessenta anos após a sua morte, ainda se sentia o perfume no seu boudoir (close, quarto, banheiro).

Com a viragem de um novo século, também o mundo da perfumaria assistiu a muitas novidades. Às casas de perfume francesas, juntaram-se as inglesas, entre muitas outras, e utilizar perfumes desta ou daquela casa tornou-se um símbolo de estatuto. A alquimia – que até agora privilegiava o uso de substâncias naturais, animas e vegetais através de técnicas de enflourage, destilação e espremedura – deu lugar à química dos produtos odoríferos de síntese, o que abriu os horizontes da perfumaria, introduzindo uma combinação de aromas possíveis quase infinita!

Foi este o terceiro marco histórico do perfume… que não obstante continuou a apelar a todos os sentidos, até ao olhar, com a crescente importância dos frascos e da apresentação visual do perfume. Depois do lançamento do famoso Chanel No. 5 em 1921, designers e estilistas de todo o mundo aperceberam-se do sucesso inigualável desta indústria.

Hoje, a indústria dos perfumes continua de vento em polpa, com mais de 30 mil fragrâncias conceituadas no mercado. Assinado por um estilista, ator ou estrela, o perfume tornou-se um acessório indispensável para homem e para mulher, está acessível a qualquer pessoa e é uma das prendas mais oferecidas no mundo. É claro que muito mudou em termos de técnicas de produção, matérias-primas utilizadas, formas de apresentação e divulgação, mas uma coisa mantém-se: a aura de mistério e romance em torno de cada novo perfume lançado.

Fonte: http://perfumeperfeito.com/artigos/historia-perfume
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

O pobre na filosofia popular

A sabedoria popular também pode ser considerada como uma filosofia do povo que, sem nunca haver alisado os bancos das universidades e sem tomar conhecimento das idéias dos grandes pensadores, tem suas idéias próprias e estabelece seus conceitos através dos provérbios, dos ditos e das legendas de caminhões.

Assim acontece com relação ao negro, à mulher, à sogra, aos baixinhos e ao pobre, alvos preferidos por essa sabedoria, por essa filosofia paralela que salta aos nossos olhos com um sabor pitoresco, com uma graça que nos faz pensar e nos deixa admirados por conta desse dom que o povo tem de mostrar o quanto é sábio ao emitir seus conceitos.

O pobre continua vivendo dias negros, dando nó em pingo d’água, subindo em bananeira com tamancos, dando beliscão em fumaça, fazendo toda sorte de ginástica para, não sei como, sobreviver.

Vejamos, agora, como o pobre é considerado, como é visto pelo povo através dos provérbios, das legendas de caminhões e dos ditos populares:

- Galinha só aparece na mesa do pobre quando um dos dois está doente.
- Pobre só enche a barriga quando morre afogado.
- Pobre com bagagem perde o trem.
- Ser pobre como rato de igreja.
- Arquivo de pobre é um prego na parede.
- Pobre é como pneu: quanto mais trabalha mais fica liso.
- Pobre com pouco se alegra.
- Pobre com rica casado, mais que marido é criado.
- Cinema de pobre é janela de trem.
- Rico sai de casa e pega o carro; pobre sai de casa e o carro pega.
- Alegria de pobre dura pouco.
- Pobre é cavalo do Cão andar montado.
- Pobre é o Diabo.
- Se cabelo fosse dinheiro pobre nascia careca.
- Pobre só engole frango quando joga de goleiro.
- Pobre só come carne quando morde a língua.
- Pobre é como punho de rede: só anda com a corda no pescoço.
- Pobre, mas não da graça de Deus.
- Pobre muda de patrão, mas não de condição.
- Pobre não é nem o que o rico foi.
- Pobre só anda de carro quando vai preso.
- Ladrão que entra na casa de pobre só leva susto.
- No dia em que chover comida o pobre nasce sem boca.
- Pobre não morre cedo.
- Pobre não tem amigo e nem parente.
- Pobre só levanta a cabeça quando quer comer pitomba.
- Televisão de pobre é espelho.
- Quando o rico geme o pobre é quem sente a dor.
- Pobre só sai do aperto quando desce do ônibus.
- Pobre nunca tem razão.
- Pobre quando acha um ovo, o ovo está goro.
- Quando o rico corre é atleta e quando o pobre corre é ladrão.
- Pobre é como pneu velho: só vive na lona.
- Pobre quando mete a mão no bolso só tira os cinco dedos.
- Pobre só vai prá frente quando a polícia corre atrás.
- Pobre só recebe convite quando é intimado pela polícia.
- O despertador do pobre é o galo do vizinho.
- Dinheiro de pobre é como sabão: quando ele pega, escorrega.
- Coceira na mão do pobre é sarna e na mão do rico é dinheiro.
- Pobre que arremeda rico, morre aleijado.
- Pobre só vai pra frente quando leva uma topada.
- Piscina de pobre é poça de lama.
- Rico fica gordo e pobre fica inchado.
- Pobres, nós todos somos: miseráveis quem se faz são os donos.
- Pobre só acha a vida doce quando está chupando pirulito.
- O rico bebe para se lembrar e o pobre para esquecer.
- Dinheiro na mão de pobre só faz baldeação.
- Rico bêbado é divertido: pobre bêbado é pervertido.
- Pobre é como papel higiênico. Quando não está no rolo está na merda.
- Champanha de pobre é Sonrisal.
- Em pé de pobre é que o sapato aperta.
- Entre ricos e pobres não há parentesco.
- Deus dá o pão, mas o pobre não tem dentes.
- Em cara de pobre é que o barbeiro aprende.
- Pobre só herda sífilis.
- O pau enverga no cu do rico, mas só quebra no cu do pobre.
- O pão do pobre só cai com a manteiga para baixo.
- O pobre só vive de teimoso que é.
- O pobre é como limão: nasceu para ser espremido.
- Pobre não casa, junta os trapos.
- Pobre é como cachimbo, só leva fumo.
- Se merda fosse dinheiro, pobre nascia sem cu.
- Rico em casa de pobre é a desgraça da galinha.
- Pobre em casa de rico ou é dinheiro emprestado ou fuxico.
- Pobre só descansa quando plantado de olho pra cima para comer capim pela raiz.
- Mais vale um pobre honesto do que um rico ladrão.

Fonte: Folclore etc & Tal
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Solidão, velhice e seu folclore

Dizem que a solidão é a maior doença social do século, afirmativa que me parece fugir à verdade, de vez que o ser humano sempre conviveu com este problema durante toda a História da humanidade.

0 cristianismo, tem embalado o sonho religioso de tanta gente através dos séculos, ensina que Deus fez Adão à sua imagem e semelhança e, depois de lhe dar o sopro da vida, constatou que o primeiro homem vivia muito solitário no luxuriante Paraíso Terrestre, desconhecendo qualquer outro seu semelhante, vendo apenas sua imagem refletida na tranqüila superfície das águas, sem ter com quem falar. Foi quando Deus, aproveitando o momento em que Adão dormia profundamente, tirou-lhe uma costela e dela fez Eva, pondo termo ao problema de sua solidão, dando origem a outros, próprios de quem tem vida em comum.

Acredito, entretanto, que sendo a solidão a maior doença social dos séculos, o problema tenha se agigantado nos dias em que vivemos, em conseqüência da densidade demográfica dos grandes centros urbanos, responsável pela diminuição do relacionamento social entre as pessoas, o que não acontece nas pequenas cidades, onde a vida social é muito mais ampla, por força de as pessoas se conhecerem melhor.


Nas megalópolis, o número de pessoas que não se conhecem cresce assustadoramente, fazendo com que o relacionamento social se restrinja aos membros da mesma família, aos vizinhos ou aos que habitam os edifícios de apartamentos. No mais, as pessoas apenas se conhecem no local de trabalho, gerando, assim, uma dualidade sócio-familiar. Acredito até mesmo que a ausência das cadeiras nas calçadas - hábito de alguns séculos e que ainda hoje persiste nas pequenas cidades - tenha a ver com o enclausuramento a que estamos condenados.

Acontece, também, que o isolamento das pessoas nos grandes centros e até mesmo nas cidades menores, possa ser uma decorrência da televisão que muito tem a ver com a diminuição da vida em sociedade, escravizando as pessoas através de suas telinhas mágicas. Outra causa do isolamento social é o clima de insegurança nas ruas - palco cotidiano de assaltos e de toda a sorte de violência -fazendo com que as pessoas não saiam tanto de casa, como acontecia antigamente.

As sorveterias (as caixinhas de sorvetes, de diversos sabores, são adquiridas nos supermercados), os cinemas (os filmes que chegam pela televisão ou por intermédio das locadoras), os barzinhos (as cervejas estão nas geladeiras), não levam mais as pessoas à rua, com exceção dos adolescentes, onde a insegurança é um fato e o orçamento doméstico da classe média não comporta despesas extraordinárias.

A violência, a insegurança, o medo, o cansaço após uma longa semana de trabalho, o orçamento doméstico apertado, a televisão, a moradia em apartamento, estão fazendo com que o homem, nas grandes cidades, fique cada vez mais em casa, cada vez mais só, convivendo com sua solidão. Uma solidão que adoece as pessoas, social e organicamente, fazendo-as irritadiças, provocando discussões, entre os casais, capazes de solapar até mesmo o equilíbrio da vida conjugal, criando, às vezes, uma outro forma de solidão ainda mais triste, que é a solidão a dois.

A solidão é, assim, uma doença social que faz maior número de vítimas entre as pessoas da terceira idade. Os adolescentes, os jovens, que mal começaram a descobrir os caminhos da vida, com exceção dos introspectivos e dos sonhadores, não se deixam dominar pela solidão. É que eles ainda estão sentindo as primeiras chamas de esperança, arquitetam seus projetos impulsionados pela aventura, têm uma meta a atingir.

Os da terceira idade, pelo contrário, já percorreram muitos caminhos, tiveram suas decepções, sofreram adversidades, acordaram de todos os sonhos, rotinaram. a existência e se encontram no crepúsculo da vida, ruminando e vivendo um passado remoto, povoado de saudades, esperando apenas seu ponto final. E tudo acontece ainda com mais impetuosidade quando as pessoas vestem a roupa dos anos vividos e se entregam, de corpo e espírito, aos problemas da velhice. Mas se os velhos tiverem o espírito jovem e encararem a velhice como um estágio natural, essa velhice tomará outro rumo, mudará de feição.

A solidão dos velhos tem as suas causas, entre as quais a da família. Se o terceiridoso tiver uma família numerosa - uns cinco filhos, por exemplo - sempre ficarão um ou dois deles em sua companhia e a casa não ficará tão vazia. Se tiver uma família de apenas dois filhos, corre o perigo de ficar só quando casarem ou forem morar em outra cidade. E se morrer um dos cônjuges a situação se complica ainda mais porque o sobrevivente ficará em companhia de seus achaques, impossibilitado de viver sozinho, e a solução será morar em um abrigo, onde se sentirá ainda mais só, imprestável, abandonado, desprezado. E, na opinião de Montherlant, "os velhos morrem (mais depressa, acrescento) porque já não são mais amados".

A solidão e a velhice constituem um problema muito complexo, merecedor de um estudo mais aprofundado. A minha experiência de vida, com meus setenta e seis anos bem vividos, me dá o direito de saber alguma coisa sobre o assunto. Com o espírito jovem, pai de sete filhos, com algumas noras e netos, com a casa sempre cheia aos sábados e domingos, tenho tido essa alegria, duas vezes por semana, de festejar a vida. E, de mãos postas, agradecer a Deus por me ter dado vivê-Ia, ao lado da companheira de tantos anos.

Será que não existe nenhum remédio, nenhuma coisa que se possa fazer para, pelo menos, diminuir ou melhorar os efeitos da solidão? Ter um ou vários hobbies não deixa de ser uma alternativa bem interessante de evitar os cismares, preenchendo os dias longos. Colecionar caixas de fósforo, lápis de propaganda comercial, latinhas de cerveja, garrafas ou rótulos de cachaça, ouvir música, fotografar os assuntos que ainda não foram fotografados, explorar as ondas curtas no rádio, fazer radioarnadorismo e ter outros hobbies bem ajudam os terceiridosos a fugir da solidão.

No Rio de Janeiro, existiu, ou ainda existe, o Clube dos Solitários, onde as pessoas que se sentem sós, se encontram para trocar idéias, dançar, começar romances.

0 folclore da velhice é muito rico. Provérbios, ditos populares, a dança dos velhos nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, o serra-velho durante a Páscoa, a poesia popular em verso e o anedotário, tendo a velhice como tema, são de uma riqueza sem par. 0 povo costuma dizer:

- Velho que se cura, cem anos dura.

- Queda de velho não levanta poeira.

- Carreira de velho é choto.

- Não há moço doente, nem velho são.

- Velho não se senta sem dizer "Ui!" e nem se levanta sem dizer "Ai!".

- Velho? Só vinho, perfume, dinheiro e viúva rica.

- Velho é como panela, rede e balaio: só se acaba pelos fundos.

Diz do velho, muito velho, que ele é "mais velho do que a Sé de Braga", que "já pendurou as chuteiras", "que está mijando nos pés", "que é bananeira que já deu cacho", "que está de cachimbo apagado", "que é mais velho do que a posição de cagar de cócoras".

Há velhos que não gostam de ser chamados de velhos e dizem que "velho é o tempo", que "velho é a estrada". Dizem que, simplesmente não são velhos, mas apenas usados.

Em matéria de amor, os velhos não foram esquecidos: "Velho apaixonado com pouco tempo está casado", "Velho com amor, jardim com flor" ou "Velho com amor, morte em redor". A sabedoria popular chega a ser cruel quando se refere à vida sexual dos velhos: "Ao velho recém-casado, reza-lhe por finado", "Velho casado com moça de poucos anos, como temos", "Não se deve acreditar em três coisas: lágrimas de viúva, arrufos de namorados e arranco de velho"e "0 que acaba com velho e vento pelas costas, chuva na cabeça e mulher pela frente".

Dizem os moços: Quem gosta de velho é rede, reumatismo e filha do INPS", "Papagaio velho não aprende a falar". Os velhos revidam: "Pote velho é que esfria a água", "Coco velho é que dá azeite", "A cavalo velho, capim novo", "Em panela velha é que se faz comida gostosa". Já o anedotário dos velhos é terrivelmente impróprio para menores. Escolhi estas três anedotas, as mais leves que me lembrei:

0 velho tomou o café da manhã, pegou o jornal e começou a ler. De repente, gritou:

- Mulher, vem cá!...

- 0 que é João?

- Veja este anúncio: "Mulher solitária e rica precisa de homem para manter relações sexuais, pagando R$ 500,00 por cada coito". Tá vendo, mulher! Agora vou ganhar dinheiro, já estou empregado.

A mulher olhou o velho marido e retrucou:

- Não está vendo, João, que você não pode sustentar a família com apenas R$ 500,00 por mês?

Depois de cinqüenta anos de casados, marido e mulher voltaram à Europa para comemorar a data. Procuraram, em Paris, o mesmo hotel, o mesmo apartamento e, no dia certo, pediram o jantar no quarto. Luz de vela, champanhe do bom e a velha vestiu a camisola do dia, guardada com todo o carinho.

- Maridinho eu estou me lembrando da nossa lua de mel aqui. Você foi tão carinhoso... Me acariciou, me beijou. Eu até já estou sentindo um calor danado dentro de mim, como na primeira noite.

- Calor coisa nenhuma, mulher. É que seus peitos caíram dentro da sopa.

0 coronel Ambrósio andava pela casa dos 70 anos quando enviuvou. Até aí tudo normal, natural até. Mas aconteceu o pior: o coronel Ambrósio, homem de muitas posses, se apaixonou por uma menina de dezoito anos, bonita, bem feita e que, com sua faceirice e dengos deixou o coronel gamado. A família entrou em pânico. Todos os filhos conversaram com o velho, dizendo das desvantagens do casamento, que a moça só podia estar interessada no dinheiro dele, etc. Ninguém conseguiu demover o coronel dos seus propósitos de casar com a menina. 0 velho estava enfeitiçado, mesmo. Os filhos do coronel mandaram chamar o irmão mais velho que morava na capital e era médico, prá ver se ele conseguia resolver o assunto, acabando com o casamento. 0 filho mais velho chegou e, logo no outro dia, foi direto ao assunto:

- Estou sabendo que o senhor vai casar, é verdade?

- É meu filho. A Nazinha é moça de muitas prendas e eu não posso viver sem ninguém perto de mim.

- Mas, pai, o senhor não vê que ela, com dezoito anos, vai casar com os seus setenta anos por causa do dinheiro?

- Tem nada não, meu filho. 0 dinheiro é muito e dá prá todos. E eu darei uns cobres a ela e um pedaço de terra. Não vai fazer falta a vocês, que ficarão com toda a fortuna, que é grande.

0 filho mais velho, o médico resolveu dar a última cartada:

- Mas, pai um casamento desse pode ser fatal, mortal.

- Tem nada não, filho. Se ela morrer eu caso com outra.

Aí está a solidão, a velhice e seu folclore. Teria muito mais o que contar não fora o espaço ser pequeno. E aqui fica um apelo: amem os velhos, que já geraram vidas, trabalharam, caçaram quimeras, lutaram, travaram batalhas e tudo fizeram para que os jovens existissem e fossem felizes. E fossem os velhos do amanhã.

Fonte: Boletim da Comissão Catarinense de Folclore.
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quinta-feira, 28 de julho de 2011

A origem da cachaça


A história da cachaça remonta ao século XVI. O grande português Sá de Miranda já a ela se referia, como na carta versificada ao seu amigo Antônio Pereira: "Ali não mordia a graça / eram iguais os juízes; / não vinha nada da praça, / ali, da vossa cachaça! / ali, das vossas perdizes!"

Sua produção, no Brasil, vem assinalada pelos fins desse mesmo século, pois Gabriel Soares dizia que, na altura de 1584, existiam oito casas de "cozer méis", na Bahia. Em 1648, Margrave e Piso, na História Naturalis Brasiliense (História Natural do Brasil), descreviam o método de fabricação de açúcar em nossos engenhos e mencionavam o fato dessa bebida destilada também ser destinada à alimentação dos animais domésticos.

É como se refere o "Indae ultriusque re et medica" (sobre coisa natural e médica das duas Índias): "Deste sumo, a coagular-se num primeiro tacho, com pouco fogo, de onde se tira uma espuma um tanto feculenta e abundante, chamada de 'cagassa', que serve de comida e bebida somente para o gado".

Existe uma versão, que, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo. Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou! O que fazer agora?

A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo (fermentado). Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. Resultado: o "azedo" do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando, formando no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça formada que pingava (por isso o nome "pinga").

As gotas, quando batiam nas suas costas marcadas com as chibatadas, ardiam muito, por isso o nome "aguardente". Caindo em seus rostos se escorrendo até a boca, os escravos viram que a tal goteira dava um barato, e passaram a repetir o processo constantemente.

Já no livro de contas do engenho de Serijipe do Conde, engenho esse dos jesuítas e localizado no recôncavo da Bahia, consta, no período de 1622–1653, a água ardente era servida aos escravos, durante o trabalho.

De prazer dionisíaco reservado inicialmente a escravos, a cachaça com o aprimoramento da produção, atraiu outros consumidores e passou a ter importância econômica no Brasil Colônia.

Tal fato traduziu ameaça aos interesses dos portugueses que fabricavam a aguardente metropolitana "Bagaceira". Já em 1635, era proibida a venda de cachaça na Bahia.

Em 1639, deu-se a primeira tentativa de impedir até o fabrico do produto, mas a partir de então, iniciou-se a reação dos interesses locais, formada por senhores de engenho, comerciantes, destiladores, e, assim, enquanto a disputa sofria flutuações, aumentava o fazer e o consumir das "bebidas de vinho de mel, a cachaça".

A metrópole sendo derrotada na luta contra a cachaça brasileira, mudou então de política e, em 1756, o produto já figurava entre os gêneros que, pela tributação, concorriam para a reconstrução de Lisboa, após sua destruição pelo terremoto.

No século XIX, o consumo da cachaça já era alto. Há referências aos sérios problemas de produtividade insuficiente dos engenhos, em decorrência do crescimento de seu consumo, principalmente por negros e irlandeses.

E, no mesmo período, já era também pretexto para exaltação patriótica contra o domínio português. Na região do nordeste, surge o movimento da Confederação do Equador, de aspiração republicana, onde o então coronel José Félix de Azevedo e Sá então vice-presidente da Província do Ceará fazia seus brindes com cachaça ao movimento em referência ao nacionalismo.

Após a derrota do movimento pelas forças mercenárias inglesas em sua maioria e as leais ao Imperador D. Pedro I, o coronel José Félix com seu espírito humanitário, liderança e astúcia, veio ser o interlocutor das duas partes, sendo nomeado por D. Pedro I para Presidente da Província do Ceará por vários mandatos.

Entre os aspectos folclóricos do seu uso, começaram a propagar-se os de natureza medicinal, havendo receitas caseiras muitas elaboradas de remédios à base da cachaça. Também no terreno de superstição, consignam-se procedimentos, tal como o dever de deixar um pouco da bebida no copo, a fim de ser jogada fora, por cima do ombro direito, com vistas a um "ofertório" às almas em geral, em particular às dos bêbados.

A produção dessa bebida destilada não é mais realizada nos antigos engenhos, nas atuais usinas de fabrico de açúcar, mas sim nos alambiques em pequenas propriedades e atualmente, é exportada para vários lugares do mundo.

Fontes: http://www.cambeba.com.br/origem.html; http://www.lucianopires.com.br/idealbb/view.asp?topicID=330
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domingo, 24 de julho de 2011

O fósforo de segurança

Quando criança, eu gastava a maior parte dos palitos de fósforo, tentando acender em algum lugar que não era do lado da caixa de fósforos. Eu queria fazer igual os cowboys e bandidos do velho cinema americano que acendiam um fósforo em qualquer lugar. Isso também acontece muito nos desenhos animados, você já viu?

Os anos passaram e eu finalmente entendi por que eu nunca seria capaz de repetir o que tenho visto na televisão. A razão é simples: o que existe hoje na nossa casa é chamado fósforo de segurança, que tem o material necessário para a combustão, dividido entre o palito e recipiente.

Além disso, o fósforo não é a cabeça do palito, mas a superfície áspera da caixa, que contém fósforo vermelho (uma das mais seguras maneiras de se usar o fósforo), sulfeto de antimônio (Sb2S3), trióxido de ferro ( Fe2O3) e goma arábica (cola). O palito é o clorato de potássio (KClO3) e não como muitas pessoas pensam que a pólvora.

Mas então por que colocar esse nome: Palito de Fósforo? Durante muito tempo, o fósforo foi realmente colocado no palito e acendia em qualquer superfície áspera. Na verdade, este tipo de palito ainda está lá, é tradicionalmente encontrado no Reino Unido.

A descoberta do fósforo

O palito de fósforo foi inventado no século XIX, porém a história do palito que mudou a forma de se fazer fogo se iniciou bem antes, em 1669, com a descoberta do fósforo (elemento químico P).

O alemão Hennig Brand, em suas tentativas de transformar metais em ouro, descobriu acidentalmente o elemento ao estudar amostras de urina. O material que obteve brilhava e, por essa razão, Brand batizou a substância de Phosphoros, que quer dizer “aquele que traz a luz, que ilumina”.

Em 1680, o britânico cientista Robert Boyle, um dos mentores e fundadores da química atual, observou que uma chama era gerada ao gerar atrito entre um pedaço de papel com fósforo em um pedaço de madeira coberto com enxofre.

Boyle acreditava que o fogo não era provocado apenas pela atrito, mas por algo próprio àquelas substâncias. E estava certo, tinha descoberto o princípio que levaria à invenção do fósforo.

Depois da descoberta, vários aparatos químicos para gerar fogo foram desenvolvidos na Europa. Alguns usavam a descoberta de Boyle, outros, hidrogênio, porém eram todos complicados e arriscados. Em 1805, um químico francês chamado K. Chancel criou um palito coberto de clorato de potássio e açúcar. Mas, como era preciso encharcá-lo em ácido sulfúrico para que queimasse, ele não fez muita fama.

Em 1827, o farmacêutico inglês John Walker descobriu que se combinasse, na ponta de um palito, sulfeto de antimônio, clorato de potássio, cola e amido, ele poderia ser aceso por atrito em qualquer superfície arida. Walker chamou os seus palitos de congreves, numa citação aos foguetes bélicos inventados por William Congreve em 1808.

Apesar do apoio de amigos, Walker decidiu não patentear sua invenção, registro que dá direitos exclusivos ao criador, pois desejava que ela fosse um bem público. Por isso, muitas pessoas a replicaram, inclusive Samuel Jones, que começou a vender os palitos com o nome de Lucifers (um dos nomes dados ao diabo).

Embora cheirasse mau e fossem perigosos (eram explosivos e às vezes acendiam sozinhos dentro da própria embalagem), os Lucifers ficaram muito famosos entre fumantes. Para evitar acidentes, os primeiros palitos eram carregados em estojos de metais ou de porcelana. Os mais finos eram feitos de ouro e prata e eram trabalhados como uma jóia.

Fonte: Felipe - http://www.vocesabia.net em 24/02/2011
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sábado, 23 de julho de 2011

Revelando tesouros no fundo do mar

Os naufrágios, no jargão dos mergulhadores — sempre foram alvo de caçadores de tesouros, que deles tentavam retirar alguma coisa da carga valiosa que afundara junto com a embarcação. As primeiras tentativas foram tímidas, com os aventureiros recuperando objetos espalhados pelo fundo. Mas com o passar dos anos e o desenvolvimento de técnicas específicas, foi possível criar um método de recuperação de objetos submersos, que hoje tem o auxílio de detetores magnéticos e robôs, além de minuciosos estudos científicos.

Mesmo com a utilização das técnicas modernas e os recursos empregados nas recuperações, as histórias de sucesso são raras. Mel Fisher, presidente da Treasure Salvours, uma empresa exclusiva de resgates, tornouse famoso ao recuperar um valioso tesouro das profundezas do mar.

As pesquisas levaram Fisher aos destroços do Nuestra Señora de Atocha, um galeão que afundou em 1622 nas águas rasas e quentes do Caribe, rendendo ao mergulhador mais de 400 milhões de dólares em objetos valiosos. Para a maioria, no entanto, o prêmio é o insucesso, fazendo com que inúmeros pesquisadores abandonem suas buscas muitos anos e dólares depois de iniciadas.

Sobre esses aventureiros em geral ainda paira o estigma de piratas que pilham os objetos encontrados. Vale esclarecer que os caçadores de tesouros são na maioria estudiosos que gastam muitos de seus anos em bibliotecas, levantando dados que possam levar a um navio que tenha relevância histórica. Isto é o que acontece no Brasil, já que, conforme a Lei Nacional que regulamenta a exploração de submersos, cabem à
União todos os direitos sobre os tesouros que porventura forem encontrados pelos mergulhadores.

O que não impede que dezenas de aventureiros se dediquem a procurar tesouros pelos oito mil quilômetros da costa brasileira, rica em naufrágios, pois há dois mil deles catalogados. Embora a maioria não esteja adequadamente localizada, um grande número é freqüentemente visitado por mergulhadores em busca apenas de aventura. E o que acontece com o Alfama de Lisboa, afundado em agosto de 1809, no litoral de Recife, e que é considerado um dos mais antigos naufrágios brasileiros. De suas estruturas frágeis, já foram recuperadas por amadores peças valiosas em cerâmica, porcelana e prata, em perfeito estado de conservação.

Em Pernambuco também se encontra o mais importante naufrágio brasileiro: o do navio Santa Rosa. Esta embarcação foi a pique no ano de 1726, próximo ao cabo de Santo Agostinho, com 26 toneladas de ouro a bordo. A valiosa carga afundada transformou o Santa Rosa no segundo naufrágio mais valioso do mundo.

Em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco encontrase a maioria dos navios afundados na costa brasileira. Neles já não há mais tesouros a recuperar, e os mergulhadores que se aventuram a explorálos estão mais interessados em apreciar a belíssima fauna marinha do que recuperar algum objeto valioso.

É preciso saber mais do que apenas mergulhar para ser um caçador de tesouros. A recuperação e principalmente a restauração e a conservação das peças encontradas requerem estudo e técnicas adequadas, além de altos investimentos financeiros. Há mergulhadores despreparados que retiram do mar verdadeiros patrimônios históricos sem ter noção do que encontraram, causando, muitas vezes, perda total do achado. Além disso, localizar e identificar um navio nem sempre é fácil, ainda mais saber de sua carga, já que seus dados estão perdidos nos séculos. O trabalho deve ser feito em conjunto entre os técnicos e seus assistentes, que estudam .as possibilidades e cuidam da manutenção dos objetos.

Embora haja uma aura de mistério envolvendo as explorações de naufrágios, usando-se a metodologia correta é possível ter êxito. Alguns dados são importantes, como a localização do navio, a profundidade, a penetração do casco e o sedimento que o envolve. Estas informações ajudam a prevenir surpresas, como, por exemplo, o tombamento das estruturas, que se deterioram com o passar dos séculos. Como instrutor de mergulho diplomado pelo PDIC (Professional Diving Instructors Corporation), procuro minimizar os riscos do mergulho em destroços, ensinando técnicas que tornam o mergulhador apto a enfrentar as dificuldades desses locais.

Mas nem sempre as surpresas são desagradáveis. Lembrome da ocasião em que um mergulhador retirou do interior de um cargueiro afundado há mais de cem anos um pequeno pacote de papel perfeitamente conservado. Na etiqueta podia ler-se claramente: “Agulhas CRGP são de superior qualidade — Fabricadas do melhor aço.” Aberto o pacote, lamentouse que as agulhas não fossem tão resistentes quanto a etiqueta, pois já se haviam transformado numa massa negra e disforme.

Não é apenas a ação contínua do mar que prejudica a retirada dos objetos dos navios. No oceano, qualquer suporte rígido é utilizado por espécies animais e vegetais, para dele extrair alimento e obter sustentação. As embarcações são verdadeiros chamarizes para estes seres vivos, tornando-se com o passar dos séculos recifes cobertos de organismos, o que dificulta sua identificação e recuperação. Assim, a fauna dos naufrágios é sempre exuberante. Além dos minúsculos animais que aderem às diversas peças, muitos peixes grandes, como tubarões e raias, as utilizam como repouso. E fácil imaginar a surpresa de alguém deparar com um tubarão de mais de dois metros dormindo em algum compartimento.

As rodas de propulsão do vapor Bahia, que afundou ao colidir com outro navio no litoral de Olinda, em março de 1887, são agora habitadas por inúmeros cardumes, o que proporciona um espetáculo inesquecível aos que se aventuram por estas águas.

Além do tubarão, o peixe-pedra ou mangangá (Scorpaena sp.), também é um assíduo morador dos destroços submersos. O seu forte veneno, secretado por suas glândulas ligadas aos espinhos na nadadeira dorsal, representam um grande perigo para qualquer mergulhador, desavisado ou não. Camuflado dentro do navio, o peixe dificilmente é percebido, o que facilita que atinja o homem que nele toque.

Para muitos mergulhadores de naufrágios é triste constatar que sua descoberta não resistiu à ação dos tempos. Como exemplo, o galeão português São Paulo, que, embora possuísse 840 toneladas e vários canhões, não suportou a batalha contra os piratas no cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, e afundou no ano de 1652. Famoso pela sua antiguidade, o navio foi por muito tempo motivo de cobiça entre os caçadores de tesouros. Mas, descoberto o local de seu túmulo no mar, constatou-se que toda a sua estrutura de madeira se desintegrata, sobrando apenas as âncoras e alguns canhões. Uma decepção para os cobiçosos caçadores, mas um naufrágio historicamente importante, e ponto de honra no currículo de qualquer mergulhador.

Fonte: www.naufragiosdobrasil.com.br
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Curiosidades inúteis do futebol

Um chute forte, de 90 km/h, percorre os 11 metros entre a marca do pênalti e o goleiro em 440 milésimos de segundo.

Durante uma partida, um jogador corre de 10 a 13 quilômetros. Em 1970, essa marca variava de 5 a 7 quilômetros.

Em fevereiro de 2004 a Nike lançou a mais leve camisa da Seleção Brasileira na história. O modelo pesava, seco, 155 gramas. O uniforme da Copa do Mundo de 2002 pesava 188 gramas, e o da Copa do Mundo de 1994, 215 gramas.

Depois de cabeceada, a bola viaja a uma velocidade de 50 a 60 km/h.

O gol mede 7,32 x 2,44 metros.

O primeiro jogo de futebol no Brasil foi disputado em 14 de abril de 1895, na Várzea do Carmo (SP). As 2 equipes eram de ingleses radicados em São Paulo. O Placar foi Companhia de Gás 2 x 4 São Paulo Railway.

Um ano antes, Charles Miller, paulista filho de ingleses, retornou da Inglaterra, onde fora estudar, trazendo 2 bolas, livros de regras e experiência como jogador do time inglês Southampton.

Bicho, no futebol, começou a ser usado em 1923. Trata-se da gratificação dada aos jogadores de um time por uma vitória ou um empate numa partida.

O primeiro jogo de futebol com transmissão colorida no Brasil foi um 0 X 0 de um amistoso entre uma seleção de Caxias do Sul e o Grêmio. Disputado no dia 19 de fevereiro de 1972, era parte da programação da Festa da Uva da cidade. Essa experiência da TV Difusora de Porto Alegre foi retransmitida pelas TVs Rio, do Rio de Janeiro e de Brasília, e pela TV Record, de São Paulo.

Cerca de 51 mil pessoas poderiam ficar de pé num campo de futebol.

Fonte: www.vocesabia.net
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Ilusões de ótica mais conhecidas

Aqui está uma seleção das melhores (ou mais conhecidas) ilusões de ótica que rolam pela Internet. Você verá que algumas parecem realmente estar se movimentando, mas não estão… Imprima e comprove!

Conte os pontos pretos!

Focalize o ponto ao centro e mova sua cabeça (junto com o corpo) para frente e para trás.
Qual das bolas ao centro é maior?

As linhas horizontais parecem estar um pouco inclinadas?
Fique olhando no ponto ao centro por alguns instantes. A parte cinza ao redor irá desaparecer.

Alguma coisa parece se movimentar?
Essa é a melhor! Não para de mexer.
Fonte: http://www.vocesabia.net
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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Como é feita a salsicha?

A salsicha mais comum, usada em cachorros-quentes e outras receitas populares, é feita em linhas de produção automatizadas, praticamente sem contato humano e com etapas rígidas de higienização. Isso desmente o mito de que as fábricas de salsichas ainda são ambientes repugnantes, com sangue e gordura escorrendo por todos os lados. Essa idéia se disseminou principalmente pela célebre frase do chanceler alemão Otto von Bismarck (1815-1898), que dizia que as pessoas nunca deveriam saber como são feitas as salsichas e as leis.

Na verdade, a única parte do processo que pode afetar os estômagos mais sensíveis é a hora da escolha dos ingredientes, já que essa iguaria é feita com carne picada ou moída de qualquer pedaço de boi, porco ou frango. “Geralmente, o que entra nessa mistura são as sobras dos cortes tradicionais e partes pouco apreciadas, como as bochechas e as vísceras de bovinos e suínos”, diz a engenheira de alimentos Eunice Yamada, do Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas (SP).

Entretanto, a receita costuma mudar um pouco de acordo com o tipo de produto. “Quando a salsicha é de frango ou de peru, a carne aproveitada na fabricação é aquela que fica grudada nos ossos após a retirada das peças principais, como o peito, a coxa e a sobrecoxa”, afirma outra engenheira de alimentos, Carmen Castillo, da Universidade de São Paulo (USP).

Mistura animal

Restos de carnes de boi, de porco e de frango são os ingredientes principais do produto:

1. A matéria-prima da salsicha é a chamada carne industrial, composta principalmente de sobras e aparas dos cortes tradicionais e de regiões pouco valorizadas de boi, frango e porco. Na primeira etapa da produção, as peças congeladas são cortadas em pedaços bem pequenos por um conjunto de máquinas automáticas

2. Depois de retalhadas, as carnes passam por um aparelho chamado cutter, que transforma a mistura em uma espécie de farelo homogêneo. O passo seguinte é juntar à matéria-prima doses de sal, amido de milho, temperos e conservantes (como nitrito de sódio), que dão uma coloração rosada à mistura. A receita fica então com cerca de 55% de carne e 45% de outros ingredientes

3. O processo de embutimento propriamente dito começa assim que a pasta sai do cutter. A mistura é usada para encher as tripas, que podem ser naturais (como intestinos de carneiro, por exemplo) ou artificiais, feitas de plástico ou celulose, com diâmetro médio de 2 centímetros. Depois de preenchidas, as tripas são torcidas ou amarradas mecanicamente

4. Já fechadas, as salsichas ficam por meia hora em uma estufa a 80 ºC. Um termômetro controla a temperatura, avisando a hora de interromper o cozimento, quando o interior da salsicha chegar a 70 ºC. A técnica é um pouco diferente para as salsichas defumadas, mergulhadas nessa etapa em um líquido com essência de madeira, que confere o sabor característico ao produto

5. Depois do cozimento, as salsichas são resfriadas com uma ducha de água gelada por cerca de 20 minutos, matando microrganismos que sobreviveram ao calor da estufa. O resfriamento também desprende a tripa de plástico, mas a salsicha mantém sua forma porque as proteínas da carne coagulam durante o cozimento, criando uma fina camada externa que sustenta o formato do produto

6. A essa altura, a salsicha até já poderia ser consumida, mas ela ainda passa pelo processo de tingimento, para melhorar o aspecto do produto. Nessa hora, ela é mergulhada por dois minutos em um tanque com uma solução de urucum, um corante natural. Depois, um banho de ácido fosfórico ajuda a fixar a cor vermelha

7. Na última fase da produção, as salsichas são embaladas a vácuo, para garantir a conservação por um período maior. Antes de comê-las, entretanto, é recomendável ferver o produto, para se livrar de microrganismos que eventualmente tenham resistido aos processos de cozimento e de choque térmico

Fonte: mundoestranho.abril.com.br
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Curry, o tempero mundial

O curry em pó varia conforme as regiões em que é utilizado e o tipo de receita (peixe, frango, carne de vaca...) em que é empregado, podendo conter mais de 20 tipos diferentes de especiarias, ervas e sementes. As mais utilizadas são o cardamomo, sementes de mostarda, canela, cravo-da-índia, feno-grego, cominho, semente de coentro, semente de erva-doce, noz-moscada, macis (casca da noz moscada), semente de papoula, pimenta chiles, tamarindo, açafrão, cúrcuma e gergelim.

Na Índia, o curry é feito em casa, pois quando vendido pronto já perdeu parte de seus aromas e sabores. A forma em pó, hoje comercializada em todo o mundo, foi difundida no Ocidente pelos ingleses. Segundo a lenda, no fim do século 19, era possível encontrar o curry em pó à venda na Índia. Então, o inglês Sharwood, jantando com o Maharajah de Madras, foi informado sobre um mestre na mistura de especiarias, chamado Vencatachellum. Quando o visitou, descobriu o curry em pó que em seguida levou para Londres, causando enorme sucesso (FONTE: Gazeta do Povo, 2008).

O perfume se sente de longe e as tonalidades que pincelam o alimento imprimem um requinte especial ao prato. Resistir à tentação de prová-lo é praticamente impossível. As receitas com curry são assim. Sem muito esforço, transformam simples filés de peixe e cozidos em deleites para os olhos e o paladar.

Foram os indianos que tiveram a idéia de misturar especiarias e ervas para formar uma pasta e com ela incrementar o sabor e a aparência de suas receitas. No entanto, o curioso dessa história é que foi a pimenta trazida do México no período das grandes navegações, no fim dos anos 1400, a responsável pelo sucesso do tempero. Uma simbiose perfeita entre Ocidente e Oriente.

Na Índia, ainda hoje, cada dona-de-casa tem sua própria maneira de preparar o curry, também conhecido como massala. E essa mesma variação acontece mundo afora. O curry mais apimentado do planeta é o mexicano. Já na Índia e Tailândia, ele é mais suave e cremoso devido ao uso do leite de coco na maior parte das receitas, conta a chef tailandesa Tasanai Phian-O-Pas, que vem sempre a São Paulo para supervisionar a cozinha de um de seus restaurantes.

Em sua passagem pela capital paulista, em julho, ela falou sobre a riqueza desse tempero, suas variações (há o vermelho, o amarelo e o verde) e ensinou como preparar a receita. No preparo tradicional, os ingredientes são jogados numa cumbuca de pedra e amassados até obter uma pasta, que é cozida com carne ou legumes. O segredo do sabor está na pressão do pilão sobre os condimentos. Quanto mais macerados, melhor o resultado, diz Tasanai.

No Brasil, o curry, ou caril, chegou pelas mãos dos ingleses, que ao colonizar a Índia resolveram industrializar o produto e distribuí-lo para a Europa e as Américas. Aliás, poucos pratos representam tanto a Inglaterra como o frango ao curry. Por isso, no Ocidente é mais comum encontrá-lo em pó, pronto para consumir.

O curry vermelho, feito com pimenta vermelha, é o que ficou mais popular entre os brasileiros, lembra a chef. Mas ela dá algumas dicas. Para pratos marinados, o amarelo é o mais indicado. Já para cozinhar junto com frango, carne e camarão, a pedida é o verde. Tudo é uma questão de gosto. Na Tailândia, esse tempero é corriqueiro. Ele está presente tanto na cozinha do dia-a-dia como na culinária real tailandesa, fala.

Apesar das variações de região para região, os ingredientes básicos do curry são alho, galanga (uma raiz da família do gengibre), erva-cidreira, cúrcuma, coentro, cominho, cardamomo, noz-moscada, manjericão e páprica. E, lógico, a pimenta, a estrela do condimento, a pièce de resistance, que dá o tom apurado do sabor e a cor predominante da receita (FONTE: Bons Fluidos, 2007).

Existem relatos muito antigos do poder afrodisíaco de alguns alimentos; e muitos com associações com o sexo de forma inusitada, seja pelo formato, química ou cheiro. O curry teria efeito afrodisíaco pelo seu efeito fisiológico de aumentar as batidas do coração e suor que são similares aos sinais de excitação sexual (FONTE: Nutrição afrodisíaca BBel, 2008).

Um pequeno estudo clínico realizado por pesquisadores do Johns Hopkins mostra que uma pílula combinando compostos químicos encontrados em tempero extraído do açafrão da Índia, uma especiaria usada em curry, e de cebolas reduzem tanto o tamanho quanto o número de lesões pré-cancerígenas no trato intestinal humano. No estudo, cinco pacientes com uma forma de pólipos pré-cancerígenos no intestino conhecidos como polipose adenomatosa familiar (FAP) foram tratados com doses regulares de curcumina (o composto químico encontrado no açafrão da Índia) e quercetina, um antioxidante encontrado em cebolas, durante uma média de seis meses.

O numero médio de pólipos diminuiu 60,4%, e o tamanho médio reduziu 50.9%, de acordo com a equipe liderada por Francis M. Giardiello, M.D. da Division of Gastroenterology, The Johns Hopkins University School of Medicine, e Marcia Cruz-Correa, M.D., Ph.D., do Johns Hopkins e da University of Puerto Rico School of Medicine (FONTE: Clinical Gastroenterology and Hepatology, 2006).

Curry em pó caseiro

Ingredientes

# 2 pimentas vermelhas secas
# 1 colher (sopa) de semente de coentro
# 1 colher (sopa) de semente de erva-doce
# 1 colher (sopa) de semente de cominho
# 1 colher (sopa) de macis em pó
# 1 colher (sopa) de pimenta-branca em pó
# Meia colher (chá) de cúrcuma

Preparo

Misture numa tigela as pimentas vermelhas, as sementes de coentro, as sementes de erva-doce e as sementes de cominho. Cubra com água fria e escorra. Coloque a mistura em uma panela de ferro grossa. Coloque em fogo baixo até as sementes secarem e começarem a escurecer, aproximadamente por 3 a 4 minutos. Deixe esfriar. Acrescente o macis, a pimenta-branca e o cúrcuma e passe tudo por um processador de alimentos. Pode ser usado em até uma semana sem alterar seu sabor.

Fonte: http://pt.petitchef.com/receitas/tempero-mundial-curry-fid-137704
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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Hollywood e a telefonia celular

Hedy como Dalila em “Sansão e Dalila”.
Hedy Lamarr (Viena, Áustria, 9/11/1913 — Altamonte Springs, EUA, 19/1/2000), atriz, ficou muito conhecida na Europa por ter aparecido nua em um filme em 1933, e seu papel responsável por seu sucesso em Hollywood, foi o de Dalila em “Sansão e Dalila”.

Depois de seu sucesso em Hollywood, recebeu um convite de Walt Disney para ser inspiração de “A branca de neve” em 1937. Lamarr casou seis vezes e teve três filhos. Foi casada com o austríaco fabricante de armas, Fritz Mandl em 1933 a 1937 e o acompanhou em diversos jantares com a ascendente elite nazista, o que lhe fez ter um conhecimento consideravel sobre a guerra e seus meios.

Porém o que mais impressiona na vida dessa grande atriz, foi uma invenção um tanto quanto usada hoje e que, com certeza, muita gente não acreditaria que veio da mente de uma atriz de Hollywood.

Em uma noite entendiada, Hedy Lamarr e seu amigo, o compositor George Antheil, brincavam de dueto no piano. Ela repetindo em outra escala as notas que ele tocava. O que à levou a pensar que duas pessoas podem conversar entre si mudando frequentemente o canal de comunicação simultaneamente. A partir de tal raciocínio, foi criado o celular.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Lamarr criou um sofisticado aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas e o patenteou em 1940, usando o seu verdadeiro nome, Hedwig Eva Maria Kiesler. Porém, não foi aceito quando ofereceu a novidade ao Departamento de Guerra norte-americano.

Quando a patente expirou, a empresa Sylvania adaptou a invenção, que hoje é o equipamento que acelera as comunicações de satélite ao redor do mundo e foi usado para criar a telefonia celular.

Fonte: Wikipedia; Mary Diamond's Blog.
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quinta-feira, 7 de julho de 2011

A doença mais antiga do mundo

Ilustr. medieval: Jó atingido pela lepra
A lepra, também chamada de hanseníase, morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro, é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. O nome hanseníase é devido ao descobridor do microrganismo causador da doença Gerhard Hansen.

É chamada de "a doença mais antiga do mundo", porque afeta a humanidade há pelo menos 4000 anos e sendo os primeiros registros escritos conhecidos encontrados no Egito, datando de 1350 a.C.

É endêmica em certos países tropicais, em particular na Ásia. O Brasil inclui-se entre os países de alta endemicidade de lepra no mundo. Isto significa que apresenta um coeficiente de prevalência médio superior a um caso por mil habitantes (MS, 1989).

Os doentes são chamados leprosos, apesar de que este termo tenda a desaparecer com a diminuição do número de casos e dada a conotação pejorativa a ele associada.

Características

* É uma doença contagiosa, que passa de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra.
* Demora de 2 a 5 anos, em geral, para aparecerem os primeiros sintomas.
* Apresenta sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico.
* Pode atingir criança, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um contato intenso e prolongado com bacilo
* Instala-se principalmente nos nervos e na pele.
* Pode causar incapacidade/ deformidades, quando não tratada ou tratada tardiamente.
* Tem cura.
* O tratamento é um direito de todo cidadão e está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde SUS.

História

Hipocrates utilizou pela primeira vez a denominação "léprêã" quando descreveu manchas brancas na pele e nos cabelos, porém em nenhum momento informou sobre manisfestações neuronais, provavelmente o mesmo estivessese referindo ao vitiligo. A denominação "léprêã" é utilizada na bíblia hebráica como "tsaraáth" tendo o significado de desonra, vergonha, desgraça. No Egito antigo, há referências a essa doença com mais de 3000 anos em hieróglifos (de 1350 a.C.).

A Bíblia contém passagens fazendo referência ao nome "léprêã", haja vista que este termo foi utilizado para designar diversas doenças dermatológicas de origem e gravidade variáveis. A antiga lei israelita obrigava os religiosos a saberem reconhecer a doença.

As descrições mais precisas da hanseníase datam de 600 anos a.C. (Tratado Médico Indiano de Sushrata Samhita denomina-a "Kushta") onde já eram descritos dois grupos principais: Vat Rakta o qual apresentavam manifestações predominantementes neurais e Aurun Kushta onde eram observadas caracteristicas virchowianas.

A hanseníase foi durante muito tempo incurável e muito mutiladora, forçando o isolamento dos pacientes em gafarias, leprosários em português do Brasil, principalmente na Europa na Idade Média, onde eram obrigados a carregar sinos para anunciar a sua presença. A doença deu, nessa altura, origem a medidas de segregação, algumas vezes hereditárias, como no caso dos Cagots no sudoeste da França.

No Brasil existiram leis para que os portadores de hanseníase fossem "capturados" e obrigados a viver em leprosários a exemplo do Sanatório Aimores em Bauru, SP, que após a revogação de lei "compulsória" tornou-se Instituto de dermatologia Lauro de Souza Lima, sendo hoje centro de pesquisa referência nacional em dermatologia e referência mundial em hanseníase.

Há também o Hospital do Pirapitingui (Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes) e do Hospital Curupaiti em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A lei "compulsória" foi revogada em 1962, porém o retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente dificultoso em razão da pobreza e isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos.

Epidemiologia

Além do Homem, outros animais de que se tem notícia de serem suscetíveis à hanseníase são algumas espécies de macacos, coelhos, ratos e o tatu. Este último pode servir de reservatório e há casos comprovados no sul dos EUA de transmissão por ele. Contudo a maioria dos casos é de transmissão entre seres humanos.

A hanseníase ataca hoje em dia ainda mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo. Há 700.000 casos novos por ano no mundo. No entanto em países desenvolvidos é quase inexistente, por exemplo a França conta com apenas 250 casos declarados.

Em 2000, 738.284 novos casos foram identificados (contra 640.000 em 1999). A OMS(Organizaçao Mundial de Saude) referencia 91 países afetados: a Índia, a Birmânia, o Nepal totalizam 70% dos casos em 2000. Em 2002, 763.917 novos casos foram detectados: o Brasil, Madagáscar, Moçambique, a Tanzânia e o Nepal representam então 90% dos casos de hanseníase. Estima-se a 2 milhões o número de pessoas severamente mutiladas pela hanseníase em todo o mundo.

Transmissão

A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar ou tossir. Quase sempre ocorre entre contatos domiciliares, geralmente indivíduos que dormem num mesmo quarto.

A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região).

Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de Hansen (M. leprae), causador da lepra, e conseguem controlar a infecção. As formas contagiantes são a virchowiana e a dimorfa.

Nem toda pessoa exposta ao bacilo desenvolve a doença, apenas 5%. Acredita-se que isto se deva a múltiplos fatores, incluindo a genética individual.

Indivíduos após 15 dias de tratamento ou já curados não transmitem mais a lepra.

Fonte: Wikipédia.
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terça-feira, 5 de julho de 2011

O salto da pulga

Estudiosos da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, resolveram o mistério de como pulgas saltam tão longe e tão rápido.

Estudos anteriores já haviam revelado que a energia necessária para catapultar uma pulga a uma distância 200 vezes maior do que o comprimento do seu corpo tinha sua origem em uma estrutura elástica, semelhante a uma mola, presente no organismo do inseto.

Filmagens feitas com câmeras capazes de capturar objetos se movendo em alta velocidade revelaram que o segredo está na forma como as pulgas usam suas pernas traseiras – como alavancas de múltiplas partes.

"Finalmente descobrimos que as pulgas não pulavam se estava escuro", explicou Sutton. "Então, desligávamos as luzes, posicionávamos a câmera para colocar a pulga no plano (de filmagem), acendíamos a luz e a pulga saltava".

Esse ‘efeito alavanca’ permite que as pulgas pressionem suas patas no chão e a liberação repentina da ‘mola enrolada’ projeta o inseto para a frente e para cima, afirmam os cientistas na revista científica Journal of Experimental Biology.

Pulga é o nome comum dos insetos sem asas da ordem Siphonaptera. As pulgas são parasitas externos que se alimentam do sangue de mamíferos e aves. Estes animais podem transmitir doenças graves como o tifo e a peste bubônica.

Elas afetam normalmente animais de estimação, como o gato, o cachorro, entre outros. Elas dependem do hospedeiro para se alimentarem e se protegerem, permanecendo toda a sua vida. Além de provocarem incômodo pelas picadas, transmitem vermes, parasitas sanguíneos e podem induzir a processos alérgicos, diminuindo a qualidade de vida dos animais.

O tamanho de uma pulga dependendo da espécie pode chegar a 5 mm de comprimento.

Fonte: G1 / Wikipédia
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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mensagens subliminares - II


Você já deve ter ouvido falar sobre mensagens subliminares, tem uma noção ou talvez nem saiba o que é, mas ainda existem pessoas que fazem muita confusão sobre este assunto.

Mensagem Subliminar não é necessariamente coisa do demo, satânica ou muito menos uma espécie de "macumba gráfica" para conseguir coisas ou controlar as pessoas. Pelo menos ela não funciona desse jeito.

O princípio de tudo está em nosso subconsciente, que registra fielmente tudo em nossa vida, o que vemos, sentimos, pensamos, sonhamos, ouvimos, falamos... Tudo.

Antes, vamos a uma breve explicação do que é Mensagem Subliminar:

"As Mensagens Subliminares são usadas quase que sempre para fins publicitários, e resumem-se na tentativa de passar uma informação ou idéia para um grupo de pessoas, de uma maneira abaixo do nível do consciente."

Melhor explicando, a mensagem, quando passada abaixo do nível consciente, passa a ser aceita pela pessoa que a recebe pois não encontra resistência ou oposição, que é criada por nós apenas quando estamos no estado consciente. Um exemplo disso é o sono. Quando sonhamos, deixamos nosso estado consciente e aceitamos tudo como se fosse real, sem oferecer resistência ou oposição.

É assim que a mensagem subliminar funciona. Posso dar um exemplo: Você, quando jovem, soube que existia o sexo e logo viu que era uma coisa boa. E assim ficou no seu subconsciente, sexo é uma coisa boa. OK, mas logo vieram te dizer que era para esquecer isso, que sexo era uma coisa feia. Simplesmente "enterraram" (bloquearam) a informação anterior de que sexo era uma coisa boa. E esse bloqueio ficou no seu inconsciente, uma espécie de co-piloto.

Sendo assim, a mensagem subliminar ultrapassa essas barreiras do consciente e do inconsciente e vai direto à informação de que ela necessita (no caso, de que sexo é uma coisa boa), que se encontra no nosso subconsciente, que tudo registra fielmente, não obtendo resistência ou oposição.

A mensagem subliminar pode ser inserida em vários meios: vídeos, músicas, figuras e até em textos.

No caso dos vídeos, o que geralmente se encontra é a inserção de subliminares em apenas alguns quadros, sem que quem esteja vendo perceba a mensagem no tempo normal do vídeo (propaganda televisiva, filme, etc.), fazendo com que a mensagem inserida seja "gravada" pelo nosso subconsciente. O que acontece é que quando se grava um vídeo, as imagens são divididas em quadros e, pelo o que eu sei, por segundo, existem cerca de 30 quadros. Sendo assim, se colocarem uma mensagem do tipo "use tal produto" ou "você quer tal coisa", logo essa mensagem será lida pelo seu subconsciente e você irá agir de acordo com o que a mensagem pede como se você mesmo estivesse querendo aquele produto por decisão própria.

Nas músicas, posso citar três formas de como se usam subliminares: uma é conhecida por backward masking, em que se grava uma fala e se coloca na música, mas invertida. Você não entenderia nada se ouvisse mas seu subconsciente sim. A segunda é bem interessante: existem freqüências inaudíveis ao ouvido humano, como aquelas que só os cães, por exemplo, que possuem a audição mais apurada que a nossa, podem ouvir. Então, coloca-se algo nessa faixa de freqüência da música e você certamente não vai ouvir, menos seu subconsciente, que registra tudo fielmente. A terceira é a mais sem graça delas: simplesmente colocam uma fala dum jeito tão rápido que você também não iria nem perceber Mas seu subconsciente... sim.

Subliminar nos textos é bem fácil. Veja:

Votei no fulano devido à sua plataforma
de governo. Educação, saúde e cadeia pra ladrão.

Não entendeu? Vou te explicar: viu as palavras em negrito? Elas é que são a subliminar. Em um texto simples, falando bem de um tal fulano, simplesmente disse que ele é ladrão. Parece besteira, mas seu subconsciente assimila as palavras fulano e ladrão facilmente, nesse caso, pois estão em negrito. Isso também poderia aparecer de uma outra maneira, como em um discurso em que se dá ênfase às palavras em negrito dessa frase.

Exemplos

Alguns desses exemplos nem mesmo são mensagem subliminar. Podem apenas se tratar de mais uma forma de expressão de Arte, uma mensagem subliminar não-intencional ou um mero engano.... Mesmo assim, com eles, você entenderá de maneira bem fácil como a mensagem subliminar pode ser inserida e feita.

As armadilhas das Artes

Muitos dizem que existem mensagens subliminares em pinturas, mas isso não é totalmente verdade. Existe a mensagem subliminar sim mas, como a Arte procura maneiras e maneiras de se expressar, seria mais certo dizer que é mais uma maneira que o artista encontrou para expressar sua arte e não uma forma que o artista encontrou para influenciar as pessoas sem encontrar resistência, que é o caso das mensagens subliminares.

Neste primeiro caso, mostro um pintura que parece simples, mas ela esconde algo mais.





Também não consegui identificar o que tinha a mais da primeira vez que vi. Se você também não conseguiu, veja a figura abaixo.





Pois é. É a silhueta de Napoleão. Não é necessariamente uma mensagem subliminar, mas não deixa de ser um exemplo de como ela pode aparecer.

Agora, aqui você vai ver como um pintor conseguiu colocar uma caveira em sua pintura sem que ela fosse perceptível à primeira vista. A estória que eu lembro ter lido dessa pintura era de que o pintor queria mostrar que um reinado da época estava por acabar ou coisa desse tipo. Aí está a caveira:





E aqui está essa caveira na pintura:





Essa pintura, pelo o que eu me lembro, é uma pintura de Salvador D'ali, se é esse o nome. Nele dá pra ver um rosto mas ele é formado pelo o que seria duas freiras; os olhos são o rosto dessas freiras. Pode-se ver também outras imagens ocultas, como um rapaz ajoelhado no canto inferior esquerdo da pintura.





Poderíamos chamar essa pintura de O casal e o bebê. Mas... Bebê? Que bebê? Também demorei para perceber a "mensagem subliminar" nessa pintura quando a vi pela primeira vez, mas vou te dizer: o bebê está representado subliminarmente através da árvore e seus galhos. Perfeito, eu diria. Note a idéia que a pintura passa, junto dessa "mensagem subliminar": o casal está junto e abraçado, mostrando união e companheirismo, olhando o que seria seu futuro, um belo e tranqüilo horizonte. E quem faz parte desse belo e tranqüilo horizonte? O bebê que está por vir.





Enganos, enganos...

Essa mensagem subliminar foi uma das últimas que eu peguei na net e, pelo o que eu li, os suecos olharam para a moeda de dois Euros e disseram: Ei! Qual é?! Nosso país nessa moeda tá parecendo um pênis! Isso é uma mensagem subliminar! Blá, blá, blá...

Eles tinham razão, mas não muito. A figura de um pênis é muito usada em mensagens subliminares, mas não foi esse o caso. Poderíamos dizer que essa foi uma mensagem subliminar não-intencional pois, mesmo parecendo um pênis, quem o fez não tinha a intenção de colocá-lo como mensagem subliminar ou talvez isso nem passou pela(s) cabeça(s) dessa(s) pessoa(s).





E está aí o mapa da Europa com os países que adotaram o Euro (os mesmos que estão na moeda) em destaque para comprovar isso. E não é que a Suécia parece mesmo um pênis?





Cuidado!

Muita mensagem subliminar pode estar por aí e você, mesmo já entretido no assunto, pode nem suspeitar dela. Por exemplo, programas de televisão. Nunca nem ouvi falar em alguma mensagem subliminar em algum programa de TV, mas isso não quer dizer que não pode haver alguma. Como exemplo, mostro imagens de um telejornal de uma televisão Espanhola, a TVE. Nesse caso, é um telejornal, um programa destinado a informar as pessoas mas, imagina se, em uma notícia importante como as eleições para presidente, num fundo onde aparecem e desaparecem palavras como notícias, eleições, esporte, política, economia, mundo, etc., apareçam palavras menores (mais difíceis de se ler) como vote, candidato tal, tal número, etc. Pode parecer difícil de se acontecer, mas não é impossível, não é?

No caso das figuras abaixo, não posso dizer se há alguma mensagem subliminar pois não tenho nenhuma informação sobre elas. Coloquei mais para servir de exemplo de como as mensagens subliminares podem ser aplicadas.





Aprenda

Quer fazer sua própria mensagem subliminar? Aqui está um exemplo bastante simples para você aprender. Não é exatamente mensagem subliminar pois dá pra perceber fácil a diferença de cores nas palavras, mas imagina se todas fossem de uma só cor, as palavras filho da puta, porco e mau caráter estariam escondidas, só apareceriam para o seu zeloso subconsciente, fazendo com que você associasse estas expressões sem questioná-las.





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Um conto de fadas real

Grace Kelly, a diva eterna do cinema, viveu o que pode ser definido como um conto de fadas. Atriz bem-sucedida na sétima arte, tendo no currículo trabalhos com o grande cineasta Alfred Hitchcok, ela virou princesa de Mônaco e manteve-se no centro das atenções até sua trágica morte, num acidente de carro.

Grace (Grace Patricia Kelly) nasceu na Filadélfia, EUA, em 12 de novembro de 1929, e faleceu em Mônaco, em 14 de setembro de 1982. Depois de alguns trabalhos como modelo, estreou na Broadway em 1949. Em 1951, aos 22 anos, ela estreou no cinema com Fourteen Hours.

Grace na Jamaica - 1954
Demorou pouco para que a jovem se tornasse uma estrela de cinema. Em 1954, um ano depois de brilhar com Clark Gable e Ava Gardner em Mogambo (1953), ganhou o papel de protagonista no clássico suspense Disque M para Matar, de Alfred Hitchcok. Ainda em 54, novamente sob a direção de Hitchcok, ela deslanchou com outro clássico da telona: Janela Indiscreta.

A carreira meteórica e cheia de sucesso de Grace Kelly foi interrompida de forma espontânea depois que ela conheceu o príncipe Rainier, em 1955, ao ser convidada pelo governo francês para participar do festival de Cannes.

O conto de fadas se concretizou com o casamento dos dois. Rainier finalmente encontrou uma mulher, fato que garantiria a manutenção da independência de Mônaco após sua morte - sem herdeiros, o principado voltaria ao comando da França -, e Grace Kelly se casou com um pretendente que agradava aos pais.

Longe das telas, mas não dos holofotes, Grace, agora conhecida como Princesa Grace de Mônaco, teve três filhos com Rainier: Caroline (nascida em 1957), Albert (1958) e Stephanie (1965).

Apesar da vida de princesa em Mônaco, biógrafos e amigos relatam que a atriz não era muito feliz longe de casa e sentia falta da vida nos Estados Unidos.

Ciumento, Rainier determinou que os filmes da mulher fossem banidos do principado. O conto de fadas terminou em 14 de setembro de 1982, quando Grace Kelly morreu em um acidente de carro em Mônaco, aos 52 anos.

Muitos boatos cercam a sua morte. Uma das teorias sobre o acidente diz que Grace foi vítima de uma conspiração armada por tradicionalistas insatisfeitos pelo fato de uma estrangeira ser a primeira-dama do principado.

Fontes: Wikipedia - a enciclopédia livera; Notícias Terra - Grace Kelly, a atriz que virou princesa.
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Pregos polêmicos

O documentarista Simcha Jacobovici afirmou que dois pregos encontrados numa tumba em Jerusalém podem ter sido usados na crucificação de Cristo, hipótese que foi criticada e causou polêmica entre especialistas em arqueologia.

Os objetos foram encontrados em 1990, durante uma escavação na região montanhosa de Armon Hanatziv, 6 quilômetros ao sul da cidade antiga de Jerusalém. A área agora possui um parque e prédios residenciais.

No local, estavam dois ossuários - caixas contendo restos mortais antigos -, ambos com a inscrição "Caifás", nome do sumo sacerdote de Jerusalém durante o período de Cristo.

Segundo a Bíblia, foi ele quem entregou Jesus ao governador romano Pôncio Pilates, para ser depois condenado à morte por crucificação. Os pregos estavam dentro de um dos ossuários.

Outros objetos foram encontrados dentro das caixas, como moedas, uma garrafa de perfume e um lampião. Os artigos foram levados a um laboratório na Universidade de Tel Aviv, onde passaram por estudos e ficaram guardados por cerca de 15 anos.

Para o documentarista, as autoridades israelenses não deram a importância devida aos pregos, que, segundo ele, teriam sido usados na crucificação e, anos depois, enterrados junto de Caifás por sua família.

O motivo disto, de acordo com o diretor, seria o fato do sacerdote ter mudado de ideia sobre Cristo após a cruficicação. Enterrar Caifás com os pregos seria uma maneira de dar-lhe proteção divina na vida após a morte.

Jacobovici considera as evidências "muito fortes", mas admite não ter 100% de certeza de que os pregos foram de fato utilizados para crucificar Cristo.

O assunto é tema de seu documentário Nails of the Cross ("Pregos da Cruz", em inglês), primeira parte de uma série chamada Jewish Secrets of Christianity ("Segredos Judeus do Cristianismo"), a ser transmitida por uma rede de TV israelense.

Nascido em Israel e criado no Canadá, Jacobovici é autor de diversos filmes e programas de TV em que explora assuntos relacionados à arqueologia e à história, como a série The Naked Archaeologist, transmitida pelo canal History Channel.

Alguns documentários de Jacobovici sofreram críticas por sua suposta falta de apuro científico. Um deles foi The Lost Tomb of Jesus ("A Tumba Perdida de Jesus"), que afirma que a família de Jesus estaria enterrada em uma tumba próxima à cidade antiga de Jerusalém.

A Autoridade de Antiguidades de Israel, órgão que supervisionou as escavações em 1990, afirma que pregos são frequentemente encontrados em tumbas na região.

A entidade diz, segundo a agência Reuters, que o filme de Jacobovici é "interessante", mas a sua interpretação sobre os pregos é "fantasiosa". O órgão afirma ainda que "Caifás" era um nome comum à época, e que não há provas de que os ossuários contêm os restos do sacerdote.

O documentarista, citado pela agência Xinhua, contesta a Autoridade e diz que o nome era incomum, o que faz com que as caixas de ossos sejam de fato do religioso que entregou Cristo a Pilates.

Já Zvi Greenhut, da Autoridade de Antiguidades de Israel, que foi responsável pela escavação em Armon Hanatziv, negou, em entrevista à rede CNN, que os pregos que estão na Universidade de Tel Aviv sejam os mesmo que ele desenterrou.

Greenhut disse ainda que considera as teses de Jacobovici “imaginativas”.

Fonte: Último Segundo - IG, de 13/4/2011.
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