quarta-feira, 29 de maio de 2013

Adesivo contra enxaqueca

Calcula-se que pelo menos uma vez na vida, todas as pessoas sentirão, no mínimo, um episódio de dor de cabeça, e entre as causas mais comuns destaca-se a enxaqueca, também conhecida por migrânea.

Este tipo de cefaleia acomete preferencialmente mulheres entre 20 a 40 anos e interfere significativamente com a qualidade de vida, altera o humor e diminui a produtividade no trabalho.

Há bastante tempo se conhecem os efeitos gastrointestinais da enxaqueca, por exemplo, a gastroparesia, que se manifesta pela diminuição da absorção de medicamentos. Assim, os que sofrem rotineiramente com o problema já perceberam que em situações de crise com muita náusea e particularmente vômitos a chance de um remédio por boca funcionar é pequena.

Pensando em uma maneira de otimizar a terapia das crises de enxaqueca, um adesivo que se coloca sobre a pele com uma substância conhecida (sumatriptano) está em fase final de testes nos Estados Unidos.

A tecnologia usada neste adesivo (patch) não é muito conhecida no Brasil. E do que se trata isto?

Este adesivo contém dois pólos, um positivo e um negativo. Na prática o que acontece é que o indivíduo sente a dor e aplica o adesivo na pele. Neste adesivo, há um pequeno botão ou dispositivo que ele aperta e, após isto, uma luz vermelha acende. É um pequeno led vermelho que acende e pisca, bastando esperar esta luz apagar (normalmente 4 horas) para que o medicamento (sumatriptano) seja liberado diretamente na corrente sanguínea e sem passar pelo tubo digestivo.

Obviamente, a ideia deste tipo de tratamento é tratar as crises, ou seja, tirar o indivíduo de um quadro agudo de dor. Mas para aquelas pessoas que sofrem de enxaqueca crônica e dores constantes (diárias ou quase diárias) a melhor estratégia é a prevenção, com remédios específicos e até tratamentos mais sofisticados.

Cabe reforçar, entretanto, que existem inúmeros tipos de cefaleia e que um profissional experiente deverá ser consultado para uma orientação adequada sobre cada tipo de dor e tratamento.

______________________________________________________________________
Fonte: Vila Mulher
Texto: Jessica Moraes

domingo, 26 de maio de 2013

Mulheres medicinais

Turco, vocês sabem como é, turco é chato pra mulher. Foram os turcos que inventaram ou, pelo menos, que conservaram aquilo que Primo Altamirando chama de proporção racional, isto é, muitas mulheres para um homem só. E foi justamente o Ex-presidente da Assembléia Nacional Turca — Refik Koraltan — que entrou numa fria danada, por causa de mulher.

Koraltan, que conta atualmente 71 anos, foi acusado de ter mandado vir da Alemanha para a Turquia uma jovem de 25 anos, correndo as despesas da viagem como se fosse equipamento médico.

Isto deu um bode danado, porque a oposição política caiu em cima dele, dizendo que mulher nunca foi equipamento médico. Ele, coitado, com a mulher em casa, explicou que houve um mal-entendido. Importara, realmente, equipamento médico para sua esposa, que estava doente e aproveitara para mandar vir uma enfermeira. Daí a confusão.

Mas os inimigos de Koraltan não foram nessa, pois a mulher dele já morreu e a enfermeira continua lá, o que nos parece bastante razoável. Primeiro porque não se joga uma alemãzinha de 25 anos fora; segundo, porque, se a mulher dele queimou todo o pavio, é até bom que fique lá o que sobrou dos medicamentos, para que o viúvo se recupere.

Depois, esse negócio de acusarem o "importador" sob a alegação de que mulher não é equipamento médico é besteira. Mulher sempre fez parte da terapêutica em muitos casos medicinais. Tem doenças até que, se o médico não receitar mulher, o camarada penetra pela tubulação todinho.

De mais a mais é remédio ao alcance de todas as bolsas, de fácil aplicação, pois não se vende em embalagens de luxo (claro que estamos nos referindo ao produto popular e não ao outro, que é produto de perfumaria e não de farmácia). É de uso racional, é prático, não dependendo sua aplicação de gotas ou pastilhas, pois o remédio é de aplicação local, com uma única observação na bula: agite antes de usar.

Por tudo isso, estamos do lado de Koraltan. E não venham com a conversa de que estamos sofismando não, porque o negócio é igual também para os homens. Homem é medicamento de grande eficácia em muitos casos.

Quantas e quantas vezes já vimos o facultativo receitar homem, de acordo com a bula, para doenças de senhoras.

_______________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mulher de borracha

Quem nos informa a novidade é a Agência Ansa — nossa subsidiária no interior — em telegrama vindo de Nova Iorque. Diz que o "Collector's Ex-changing Bulletin", revista que circula muito entre os que têm mania de fazer coleções, seja coleção de caixa de fósforos, moedas antigas ou retrato de mulher... de mulher... como diremos?... de mulher à vontade, vem de publicar um anúncio (a sério) que fez muito sucesso e está surtindo efeito surpreendente.

Sim, porque, assim como o "Collector's Ex-changing Bulletin" publicou a coisa a sério, os leitores também leram o anúncio com muitaseriedade e muitos deles tomaram providências para adquirir o artigo anunciado.

Como, minha senhora? Que é que está no anúncio?

Pois não, era justamente o que íamos contar agora. A senhora endireita aí esse decote, que isto já não é mais decote, é deboche, e preste atenção. O anúncio diz assim: "Para homens solitários, tímidos e incapazes de escolher uma companheira ou de abordar na rua uma jovem qualquer, esta é uma grande novidade. Queiram enviar 2,50 dólares pelo reembolso postal que, dentro de poucos dias, receberão em sua casa uma mulher de borracha, de dimensões normais, macia e perfeitamente inquebrável."

Como, madame? A senhora não gostou do anúncio?

Nós também não, porque não somos da equipe dos tímidos e — modéstia à parte — se for preciso meter o ronco pra cima de "uma jovem qualquer" (conforme está no anúncio), a senhora pode ficar certa que a distinta será devidamente roncada. Mas houve quem se interessasse, pois a notícia explica que houve. Tem muita gente que prefere uma mulher inquebrável a — por exemplo — uma mulher inquebrantável.

Depois, madame, observe a malícia do anunciante. Diz que é de borracha macia. Convenhamos que mulher macia é mais do gosto da maioria do que mulher encaroçada. E — sendo de borracha — talvez possa ser esquentada em banho-maria. Ou talvez fique cálida empregando-se o tradicional método usado para o chamado saco quente. Estas considerações devem ter sido tomadas em conta pelos que responderam prontamente ao anúncio, fazendo centenas de encomendas.

De todas as vantagens propaladas, aliás, nós só não fazemos fé naquela que diz que a mulher é "de dimensões normais". A senhora sabe como é? Isto de tamanho varia muito. Que o digam as casas de modas que fabricam vestidos de meia confecção. E há o gosto pessoal também.

É, madame, a mulher de borracha para os tímidos é um bom negócio para o comprador e um grande negócio para o fabricante.

E a senhora pode ficar certa de uma coisa: esta humanidade anda tão torta, que é bem capaz de um camarada com mulher de borracha em casa se apaixonar pela mulher de borracha do vizinho.

_______________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Formas de contaminação por comida em viagens

Para muitas pessoas, comer é uma das melhores partes de uma viagem. Mas muitas vezes estamos expostos a doenças, especialmente em lugares onde a comida e a água podem estar contaminadas por bactérias, parasitas e vírus. O site do Huffington Post listou 7 itens a serem evitados durante viagens. Confira e aproveite seu passeio.  

1. Água de torneira

Água contaminada é uma das principais causas mundiais de doenças. Diarreia, rotavírus e cólera são alguns dos problemas que podem ser transmitidos pela água e pela comida, contaminados por fezes animais e humanas. Este tipo de contaminação é particularmente comum em regiões com higiene e saneamento precário.

O que fazer:  quando estiver em dúvida, prefira água engarrafada, sucos de garrafa, refrigerante em lata, cerveja, vinho, chá ou café feito com água fervida. Mesmo o gelo derretido nas latas e garrafas podem estar contaminados, por isso, lembre-se sempre de limpar antes de consumir. Evite escovar os dentes com água da torneira também.

2. Os riscos do gelo

O gelo carrega os mesmos riscos que a água de torneira – em lugares que se desconfia das condições de higiene, o gelo deve ser consumido apenas quando foi feito com água de garrafa, fervida ou tratada.

O que fazer: a menos que você tenha como verificar se o gelo foi feito com água limpa, opte por bebidas já refrigeradas, como sucos ou refrigerantes enlatados.

3. Moscas

Ao voar e posar em alimentos, as moscas contaminam de várias maneira. Primeiro, porque carregam vestígios de todos os lugares que pousaram anteriormente, incluindo fezes e lixo podre. Elas também depositam o próprio material fecal por onde passam.

O que fazer: comida preparada, exposta em buffets ou em carrinhos na rua, está mais propensa às moscas. Por isso, vale fazer uma vistoria no local para ver se as moscas estão muito presentes. Se sim, considere comer em um lugar fechado e mais protegido.

4. Mãos limpas

Ter as mãos limpas é uma das mais efetivas formas de prevenir muitas doenças, mas em alguns lugares isso ainda não é uma prática entre as pessoas que servem ou preparam refeições. Muitos países investem em campanhas de higiene, mas adotar novos hábitos requer tempo.

O que fazer: procure por lugares onde as pessoas que estão tocando sua comida estejam com as mãos limpas. Se você  não consegue confirmar isso, procure por outros sinais de higiene como sabonete no banheiros e atendentes usando uniformes limpos. E não se esqueça de lavar as suas próprias mãos com regularidade.

5. Alimentos quentes

Bactérias transmitidas por alimentos se multiplicam rapidamente em alimentos frios não mantidos abaixo de 4 graus, alimentos cozidos não mantidos acima de 60 graus. Por isso, se a comida que você está comendo deveria ser quente, certifique-se que realmente está quente.

O que fazer: procure estabelecimentos que fazem comida mediante pedido, e certifique-se que, ao chegar à mesa, o alimento está bem quente.

6. Alerta do sol

Controlar a temperatura certa do alimento é a chave para se comer com segurança. Quando a comida não é mantida quente ou fria devem ser ingeridos em um período máximo de duas horas para o consumo seguro. Este tempo é ainda menor quando está muito calor. A comida deixada sob a luz do sol fica ainda mais quente.

O que fazer: fique longe da comida deixada no sol. As estimativas mostram que mais de 200 doenças podem ser espalhadas por meio dos alimentos, e o calor acelera o crescimento de bactérias. Cuidado com os piqueniques, com a comida de rua, e em situações em que o alimento é exposta ao calor da luz solar direta.

7. Alimentos crus

Frutas e vegetais fazem bem para a saúde, mas em lugares onde a água não é boa para beber, é melhor evitar alimentos crus. Muitos deles podem ter sido lavados com água contaminada. Enquanto o processo de cozinhar o alimento mata os agentes patogênicos, ingredientes para salada ou frutas e vegetais crus não são muito seguros.

O que fazer: em locais onde a água não é segura para beber, respeite esta regra: ferva, descasque e cozinhe. Evite saladas e outros frutos e vegetais crus, exceto as que podem ser descascadas (e que não são, em seguida, expostos a água da torneira), uma vez que a casca protege contra a contaminação.

________________________________________________________
Fonte: Terra

A papagaia

Era uma vez uma papagaia... ou antes, era uma vez uma senhora que vivia sozinha, era muito católica e não tinha bicho nenhum em casa. Como era uma senhora solteirona, ficava até um pouco puxado para o tarado o fato dela não se dedicar a um bicho. É aqui que entra a papagaia.

Um dia a senhora solteirona sem nenhum bicho em casa foi visitar uma família conhecida. Chegou lá, viu uma papagaia num poleiro, cantarolando. "Que bonito papagaio" — ela disse. "Não é papagaio. É papagaia" — disseram para a senhora.

E, como tivesse se interessado muito, a família ofereceu a papagaia a ela. Tá na cara que a senhora solteirona sem nenhum bicho em casa adorou o oferecimento e carregou a papagaia para casa.

Mas aí é que foi chato. A papagaia era levadíssima. Mal chegou à sua nova casa, começou a dizer palavrões homéricos, a citar trechos completos da última peça do Nelson Rodrigues, a recitar o diálogo de "La Dolce Vita" e a dizer coisas horríveis sobre seus desejos incontidos.

A senhora ficou horrorizada e já ia mandar a papagaia embora quando chegou um vizinho para visitar. Soube do drama e disse: "Não há de ser nada. Eu tenho lá em casa dois papagaios comportadíssimos. Tão comportados que passam o dia rezando. Eu boto a papagaia perto dos dois e pode ser que ela se manque e fique igual a eles." A senhora agradeceu muito e a papagaia foi.

O vizinho colocou a papagaia num poleiro entre os dois papagaios. Assim que ela se viu na parede, começou a engrossar outra vez. Foi aí que um dos papagaios abriu um olho e ficou observando. Quando ficou convencido de que a papagaia era mesmo da pá virada, catucou o outro que continuava rezando e disse:

— Pare de rezar, companheiro, que, ou muito me engano, ou nossas preces acabam de ser atendidas.

_________________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O poliglota

Vocês desculpem, mas nós num güenta! Nós num güenta e é preciso desabafar, inscrevendo mais uma vez aqui aquela frase que a posteridade já reclama com folgada antecedência: "Ah, Ibrahim, Ibrahim... se não fosse você, o que seria de mim?" Vocês leram o que escreveu o rapaz? Não leram? Aí é que está. Ficam perdendo tempo a ler Gide, Rilke e outros debilóides, depois perdem as maiores jóias literárias do famoso escritor líbano-carioca.

Imaginem vocês que Ibrahim — agora em viagem pela Europa, para desmentir definitivamente a máxima "quem viaja aprende" — vem de publicar uma notinha das mais importantes.

Diz o mestre de Jeff Thomas, o inspirador de Pouchard, que andou conversando com o Duque de Windsor. Para castigar um pouco de modéstia no seu escrito, o famoso "dramaturco" explicou que não conversou em português, o que, aliás, deve ser verdade, pois o Duque fala um pouquinho de português, mas Ibrahim não. A conversa foi num misto de espanhol, inglês e francês.

Quem conta é o próprio Ibrahim: usando um pouco do meu modesto espanhol, do meu inglês e do meu francês, consegui explicar ao Duque de Windsor o que é Brasília. Vejam vocês que pretensão! Explicar a um inglês o que é ponto facultativo já é um negócio considerado impossível pelos brasileiros que dominam perfeitamente o idioma de Henry Wadsworth Longfellow, quanto mais explicar em mau inglês, mau francês e mau espanhol o que vem a ser Brasília.

Brasília, como explicar Brasília a um inglês? Mesmo um inglês que saiba o português direitinho? É tarefa mais árdua do que marcar o Garrincha com um calo no dedão (no dedão do marcador e não do Garrincha, of course). Como é que o Ibrahim, incapaz de entender-se com qualquer plebeu, em qualquer língua, pôde explicar ao nobre e sofisticado Duque de Windsor o que é Brasília?

Dizem nossos olheiros especializados que estiveram apreciando a conversa dos dois, que ambos pareciam índios de fita em série, cada um soltando sons guturais para o outro, numa troca estranha de sons ininteligíveis, onde só se compreendia a palavra Brasília. Houve um momento em que Ibrahim afirmou:

— Brasília es la ville brésilienne who está the capital of Brazil.

O Duque de Windsor arregalou os olhos e não agüentou. Virou-se para a Duquesa que estava ao seu lado e afirmou:

— I’ll be a circus monkey if this cocoroca is not the famous Ibrahim Sued.
_______________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O caso do tatu

Era um tatu. Nada mais que um tatu, bichinho que rivaliza com a Prefeitura na arte de esburacar. Um tatu — segundo a ciência — é nome comum a diversas espécies de mamíferos da família dos Dasipodídeos — mas este de que falamos, embora dasipodídeo, não tinha família.

Fora adotado pelo cavalheiro de calça cinzenta e unhas idem, cara de debilóide e camisa de meia, com as tradicionais cores do Flamengo. Aliás, diga-se a bem da verdade, não podíamos saber se ele era torcedor dos rubro-negros. O fato de envergar a camisa do Flamengo não quer dizer que o camarada seja rubro-negro, conforme cansou de provar o beque Tomires, em furadas comprometedoras para o clube da Gávea, quando era titular do time.

Mas — dizíamos — era um tatu. O dono do tatu usava-o para chamar a atenção sobre si mesmo. Assim como Luz Del Fuego usa cobra, Barreto Pinto usa cueca e Salvador Dali usa bigode, o camarada usava o tatu para se fazer notado.

Aos poucos foi chegando gente. Primeiro um garoto com uniforme de estafeta. Parou e perguntou que bicho era. Era tatu... Depois uma mulata gorda, que vinha em companhia de uma branquinha (mais de inanição que de raça). As duas pararam também e ficaram olhando o tatu. Só o tatu é que não dava bola pra ninguém. Talvez não fosse um tatu-bola. O grupo, pouco depois, já era bem seleto.

Havia mais dois estafetas, um sujeito com pinta de contínuo de escritório, diversas senhoras de variadas camadas sociais, dois ou três senhores de pasta, outros tantos sem pasta, uma mulatinha que fazia quase tanto sucesso quanto o tatu (dadas as suas harmoniosas linhas) e mais gente de somenos.

O tatu fuçava a calçada um pouco humilhado, talvez por perceber que calçada não é coisa que tatu possa esburacar. A Prefeitura tem exclusividade. Ia e vinha num raio de dois metros e tanto, restringido pela cordinha que o camarada de camisa do Flamengo prendera no seu rabo.

— Que bicho é este? — perguntou a mulata que fazia sucesso.

Cinco ou seis que estavam de olho nela responderam pressurosos:

— Tatu.

Ela fez um "ahhh" de espanto e coqueteria que lhe ficou muito bem. Um moleque tentou cotucar o tatu com a ponta de uma vara. O dono estrilou. Não seria um estrilo convicto se não recebesse a adesão da mulata gorda que se fazia acompanhar da branquinha esquelética.

— Falta de religião. Cotucar o tatu.

Alguns aprovaram. Outros resolveram ficar contra o dono. Por que um tatu na esquina da Avenida Rio Branco com Visconde de Inhaúma? O bichinho podia morrer. Quem sabe não comia há horas? As hipóteses cresciam, enquanto crescia o movimento pró-tatu. Quando maior era o grupo, mais numeroso o contingente de curiosos, o dono do tatu puxou-o pela cordinha, agarrou-o e o colocou dentro de uma gaiola. O tatu não se chateou; ao contrário da mulata gorda, líder tatuísta no local.

Sem dar atenção a ela o dono do tatu armou uma mesinha precária na calçada, colocou sobre ela estranhos vidrinhos e diversos pedacinhos de uma coisa indefinida e que depois ficou esclarecido que eram calos. Pigarreou e meteu lá:

— Senhoras e senhores, nenhum de nós está livre de possuir um calo. É por isso que eu lhes apresento este maravilhoso preparado que é o maior inimigo das calosidades, mesmo as mais renitentes.

O grupo foi se desfazendo, o dono do tatu ficou falando sozinho. O senhor de pasta que saiu caminhando à nossa frente ia meio capengando. Devia ter calo e, no entanto, perdera a excelente oportunidade de comprar o "maravilhoso preparado que é o maior inimigo das calosidades".

_______________________________________________________________________ Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Jacó na suruba

Um judeu foi a uma suruba. Transou com várias mulheres, de todas as maneiras. No troca-troca, se misturou com alguns homens e acabou penetrado por um deles.

No dia seguinte, começa a ter agudos e constantes remorsos do bacanal e vai até a Sinagoga para se confessar com o rabino e assim obter o perdão. Começa a explicar sua noite de orgia

- Tomei álcool, tive sexo com mulheres e ao final fui possuído por um homem.

O rabino diz que é extremamente grave e que se quer ser perdoado deve voltar no dia seguinte com R$ 15.000,00 para a sinagoga. Sai feliz por ter achado a solução, mas bem incomodado com o monte de grana que terá que doar.

Em seu caminho, passa por uma Igreja Católica. Reflete que apesar de não ser católico, talvez possa obter uma absolvição mais em conta. Entra e fala com o padre:

- Noite de suruba... bebidas... fiz sexo com várias mulheres e fui enrabado por um cara.

O padre diz que não se preocupe, que isso acontece, e que mesmo não sendo católico pode ter o perdão de Deus, e que deve doar R$ 8.500,00.

O judeu sai mais aliviado por ter conseguido um desconto no preço do pecado. Mesmo assim, é muita grana.

Caminha mais um pouco e passa na frente de uma de uma Mesquita e, claro, fica tentado em ver quanto que eles cobrariam. Entra na mesquita, procura o Iman e conta-lhe que apesar de não ser mulçumano, está ali na mesquita porque teve uma noite de orgia... bebeu muito, transou com várias mulheres e acabou enrabado...

O Iman o escuta atentamente e lhe diz que para obter o perdão volte no dia seguinte com refrigerantes, salgadinhos, biscoitos, bolos, doces e outras guloseimas.

O judeu se surpreende e se alegra por ter que cumprir sua penitência por tão pouco e então pergunta ao Iman:

- É tudo que tenho que fazer? O senhor tem certeza de que o que está me pedindo é tudo?

O Iman responde:

- Absolutamente! É isso mesmo! Com a gente é assim. Cada vez que um judeu toma no cu, nós fazemos uma festinha!

_____________________________________________________________
Fonte: E-mail recebido.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Nossa Sociedade

Faz muitos anos que nos deram de presente "Nossa Sociedade", trabalho caprichado e caprichoso de senhoras que se dedicaram a organizar uma espécie de catálogo, muito bem apresentado, com a relação das pessoas "bem" do nosso Brasil amado, predominando nessa relação gente "bem" do Rio e gente "bem" de São Paulo.

Faz muito tempo, mesmo, que nos deram de presente o "Nossa Sociedade". Foi há bem uns dez anos, tanto que é a primeira edição. Tudo se resume em dar a ficha da pessoa "bem", catalogada entre "solteiros", "casados" e "solteiras", daqui ou dali.

Por exemplo: no setor das "solteiras" podemos encontrar: Mariazinha Pereira — filha de João Pereira e de Dona Maria Pereira — Residência: Rua Mata Cavalo, 35 — Casa de Veraneio: Avenida das Acácias, 25 (Petrópolis) — Telefones: Residência: 34-2020. Veraneio: 0012. Tudo muito legalzinho.

Se Dona Mariazinha Pereira trabalhasse, tinha o telefone e nome do patrão. E se Mariazinha Pereira fosse casada, estaria na lista dos "casados", junto com o nome do marido, mas constando também seu antigo nome de solteira. Há ainda uma lista diplomática extra.

Agora vimos numa vitrina de livraria society (dessas livrarias metidas a francesa, que vende muito bagulho com capa encadernada, mas onde a gente — de vez em quando — acha uma preciosidade que as outras livrarias não têm), vimos, repetimos, a mais recente edição do livro "Nossa Sociedade". É uma edição alguns anos (quase dez) mais nova do que a que nos mandaram, mas está tão desatualizada quanto aquela.

Comparando as duas edições é que pudemos notar o trabalho impressionante que devem ter as senhoras que organizam o livro, para poder atualizar a gente "bem". Vocês podem pensar que estamos exagerando, mas não estamos não. Muito camarada que era "casado" na primeira edição passou a "solteiro" na segunda, para ser novamente "casado" na terceira ou na quarta edição.

Nosso society não cultiva com escala razoável a tradição da residência e, por isto, um fulano podre de chique, que morava num palacete da Rua São Clemente (l.a edição), habita um apartamento da Avenida Atlântica (3.a edição). 0 elegante de 1950, que tinha moradia em Petrópolis com piscina e tudo, é um teso em 1954, já não tendo, portanto, a casa de veraneio, vendida antes de sair a segunda edição, para pagar suas firulas excessivas.

E na lista dos "casados", onde as casadas aparecem com o nome de solteira ao lado do respectivo marido, é que reside a grande dificuldade de atualização do livro. Gente "bem" muda muito e Mme. Fulano de Tal já não é mais, porque voltou pra lista das "solteiras", ou então está na lista dos "casados" ... mas com outro. É muito difícil manter atualizado o livro "Nossa Sociedade”.

Aconselhamos aos interessados a, anualmente, jogar fora a edição antiga e comprar a nova. E mesmo a nova, quando consultada, que o seja com cautela.
_______________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

domingo, 12 de maio de 2013

Dia das Mães

No Brasil, o Dia das mães é comemorado sempre no segundo domingo de maio (de acordo com decreto assinado em 1932 pelo presidente Getúlio Vargas). É uma data especial, pois as mães recebem presentes e lembranças de seus filhos. Já se tornou uma tradição esta data comemorativa. Vamos entender um pouco mais sobre a história do Dia das Mães.

Encontramos na Grécia Antiga os primeiros indícios de comemoração desta data. Os gregos prestavam homenagens a deusa Reia, mãe comum de todos os seres. Neste dia, os  gregos faziam ofertas, oferecendo presentes, além de prestarem  homenagens à deusa.

Os romanos, que também eram politeístas e seguiam uma religião muita parecida com a grega, faziam este tipo de celebração. Em Roma, durava cerca de 3 dias ( entre 15 a 18 de março). Também eram realizadas festas em homenagem a Cibele,  mãe dos deuses.

Porém, a comemoração tomou um caráter cristão somente nos primórdios do cristianismo. Era uma celebração realizada  em homenagem a Virgem Maria, a mãe de Jesus.

Mas uma comemoração mais semelhante a dos dias atuais podemos encontrar na Inglaterra do século XVII. Era o “Domingo das Mães”.  Durante as missas, os filhos entregavam presentes para suas mães. Aqueles filhos que trabalhavam longe de casa, ganhavam o dia para poderem visitar suas mães. Portanto, era um dia destinado a visitar as mães e dar presentes, muito parecido com que fazemos atualmente.

Nos Estados Unidos, a ideia de criar uma data em homenagem às mães foi proposta, em 1904, por Anna Jarvis. A ideia de Anna era criar uma data em homenagem a sua mãe que havia sido um exemplo de mulher, pois havia prestado serviços comunitários durante a Guerra Civil Americana. Seus pedidos e sua campanha deram certo e a data foi oficializada, em 1914, pelo Congresso Norte-Americano. A lei, que declarou o Dia das Mães como festa nacional,  foi aprovada pelo presidente Woodrow Wilson. Após esta iniciativa, muitos outros países seguiram o exemplo e incluíram a data no calendário.

Após estes eventos, a data espalhou-se pelo mundo todo, porém ganhando um caráter comercial. A essência da data estava sendo esquecida e foco passou a ser a compra de presentes, ditado pelas lojas como objetivos meramente comerciais. Este fato desagradou Anna Jarvis, que estava muito desapontada em ver que o caráter de solidariedade e amor da data estavam se perdendo. Ela tentou modificar tudo isso. Em 1923, liderou uma campanha contra a comercialização desta data. Embora com muita repercussão, a campanha pouco conseguiu mudar.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/historia_dia_das_maes.htm 

sábado, 11 de maio de 2013

Sábado de maio



Nessa tarde ensolarada de sábado, mas um pouco fria, mais uma boa caminhada pela Avenida Atlântica com meu caçula e minha fiel câmera xereta. A praia estava semi-deserta (11 de maio de 2013).







Um contista sexy

A sede de revistas que, de uns tempos para cá, vinha entortando a mentalidade de mocinhas suscetíveis de minhoca na cabeça deve estar saciada. Tem revistinha pra cachorro nas bancas. E cada uma com nome mais bonito: "Querida", "Sedução", "Intimidade", "Capricho", "Sétimo Céu", "Destino", e por aí a fora.

As tais fotonovelas, em que estão sendo usados galãs frustrados do cinema nacional (não menos frustrado, olé), são bárbaras. A mocinha é pobre, o rapaz namora uma granfa. No fim a granfa entra bem e na última fotografia a mocinha pobre está pendurada no beijo do galã frustrado.

Tem um monte de mocinhas que não perde uma dessas revistas editadas pelos maiores sexy relations da imprensa autóctone. Lê a fotonovela (lê, não. Espia, porque é história em quadrinho com fotografias) de cima a baixo e fica tinindo. Os contos também são ótimos, mas têm uma ilustração só. Ou é uma cara de mulher desesperada, ou é um beijo diabólico, que encima o título do conto. O título também é legal: "Eu amava o meu primo", "Minha vida era Geraldo", "Casei-me com um hipócrita", "Fuga para o encanto" e outros que tais.

Como, minha senhora? Quem são os autores?

Varia muito, madame. Geralmente são nomes de "escritoras" americanas: Nancy Gilbert, Dothy Longfellow, May Taylor. Mas é tudo de araque. Os autores são "nós mesmo" — como diz o Al Neto. Isto é, rapaziada daqui mesmo, que escreve a coisa como se tivesse acontecido em Las Vegas, Califórnia ou Londres, mas tudo foi imaginado e datilografado à noite, num modesto apartamento do Méier.

E o conto, vendido à razão de uma abóbora, quando muito, sempre ajuda a faturar a quinzena. Stanislaw tem um amigo que é especialista em contos de amor para as revistas dos sexy relations. Ele faz o mesmo conto sempre, mas tem o cuidado de mudar os nomes dos personagens e dos lugares onde acontecem os beijos ou as bolachas, assim como o título, naturalmente. Depois assina Lillian Clark, ou Jane Underwood, ou mesmo Joan L. Macmillan e vai vender na redação. Sempre dá pro feijão.

Agora, bom mesmo é escolher título para fotonovela ou para os contos de amor. Ele telefona e pergunta :

— Stan, que tal "Aconteceu nas Bermudas"?

— Fraco — respondemos.

E depois queremos saber quais foram as modificações introduzidas no conto. Ele explica que é tudo naquela base e então propomos:

— Que tal "Beijo de fogo em noite de frio"?

Aí, ou o "escritor" exulta do lado de lá, ou responde enfático:

— Esse nome eu já usei ontem.

E assim vamos vendo as possibilidades, até que chega o título ideal. Mas o que foi ótimo mesmo foi quando — na semana passada — um sexy relations mandou perguntar se Stanislaw não queria escrever alguns contos no referido estilo, com o pseudônimo de Brigitte Sagan. E antes que recusássemos, prometeu dez abobrinhas por cada imbecilidade.

Aceitamos.

Somos — atualmente — o entorta-dor de mentalidade feminina mais bem pago da imprensa sexy.

_______________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Fique alerta com o que você bebe

A explicação para não conseguir entrar num jeans 38 pode estar no que você bebe. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Purdue, em Indiana, nos EUA, temos mais facilidade em determinar o valor calórico de um alimento quando ele tem a forma sólida. Além disso, ao mastigar algo - uma fruta, por exemplo -, nos sentimos mentalmente mais satisfeitos do que ao ingerir um suco feito dela. Moral da história: as bebidas que acompanham ou substituem suas refeições podem estar sabotando sua dieta. Veja quando é melhor comer - ou beber - para manter o ponteiro da balança no lugar certo.

1 taça de vinho de 125 ml - 107 calorias OU 1 brigadeiro de 30 g - 100 calorias
Comentário da nutricionista* - Para quem ama doces, o brigadeiro é ideal, pois o cacau contém flavonoides (compostos antioxidantes), assim como o vinho.

1 lata de cerveja - 151 calorias OU 1 bolinho de bacalhau - 141 calorias
Comentário da nutricionista* - O bacalhau sai ganhando (melhor ainda se for assado), pois é rico em ômegas 3 e 6, ácidos graxos amigos do coração.

1 Copo de chá gelado de 400 ml - 140 calorias OU 2 picolés de fruta no palito - 140 calorias
Comentário da nutricionista* - O picolé de fruta, além de refrescar e hidratar, vai driblar a vontade de comer doce.

1 Copo de refrigerante de 400 ml - 160 calorias OU 30 g de chocolate - 160 calorias
Comentário da nutricionista* - Prefira a versão zero do refrigerante. Abebida não traz benefício, mas não vai comprometer o total de calorias ingeridas no dia.

1 copo de smoothie de frutas de 200 ml - 140 calorias OU 1 pedaço de 325 g de lasanha à bolonhesa - 140 calorias
Comentário da nutricionista* - O smoothie garante uma quantidade razoável de nutrientes para o organismo devido à presença das frutas.

2 copos de chope - 240 calorias OU 1 pão de queijo grande - 240 calorias
Comentário da nutricionista* - Diminua a velocidade dos goles de chope na happy hour. Com menos calorias, você pode até comer o pão de queijo - que vai equilibrar o seu apetite no jantar.

1 copo de caipirinha de 200 ml - 310 calorias OU 1 cachorro-quente com batata palha, purê de batata e queijo cheddar - 304 calorias
Comentário da nutricionista* - O lanche alimenta - ao contrário do drinque, que, além de estimular o consumo de petiscos, desidrata o organismo devido ao álcool.

1 milk-shake de chocolate de 300 ml - 151 calorias OU 1 hambúrguer com queijo, alface e tomate - 141 calorias
Comentário da nutricionista* - Invista no hambúrguer. Ele é praticamente uma mini refeição, com carboidratos e proteínas.

1 copo de suco de açaí de 200 ml - 460 calorias OU 1 fatia de pizza de mussarela com bacon - 463 calorias
Comentário da nutricionista* - Prefira o açaí, fonte de vitaminas e antioxidantes. A pizza tem gordura saturada e carboidrato simples.

1 copo de frappuccino - 90 calorias OU 1 unidade de bolinho - 90 calorias
Comentário da nutricionista* - As bebidas à base de café são mais saudáveis do que os bolos, pois são fontes de proteínas.

*Fontes: Cynthia Antonaccio, nutricionista e diretora da Equilibrium Consultoria, e Paula Castilho, nutricionista e diretora da Sabor Integral Consultoria em Nutrição, ambas de São Paulo.

_________________________________________________________________
Fonte: WOMEN'S HEALTH / M de Mulher
Texto: Gislene Pereira

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Droga metaboliza álcool em instantes

Cientistas americanos criam medicamento que metaboliza o álcool em instantes.  

Aos que costumam passar dos limites ao consumir bebidas alcoólicas, há uma esperança. Cientistas americanos criaram uma droga que pode deixar ratos sóbrios em instantes, no entanto, a descoberta ainda não está pronta para ser testada em humanos. Os dados são do jornal Daily Mail.

Yunfeng Lu, professor da Universidade da Califórnia, e Cheng Ji, professor da Universidade do Sul da Califórnia, desenvolveram um coquetel de enzimas que metabolizam o álcool. Os animais embriagados que receberam injeção com o produto ficaram sóbrios mais rapidamente do que o restante.

Lu acredita que, no futuro, o medicamento possa ser encontrado em forma de pílula. “Seria quase como ter milhões de unidades de células hepáticas dentro do seu estômago ou intestino, ajudando a digerir o álcool”, completou.

___________________________________________________________
Fonte: Ponto a Ponto Ideias / Terra

Sete mitos sobre diabetes

1) Todo diabético é obeso. O diabetes tipo 1 acomete jovens, geralmente nas primeiras duas décadas de vida, e não tem relação com o peso. Também existem pacientes com o tipo 2 da doença que são magros, cujo organismo possui resistência à insulina por fatores genéticos ainda desconhecidos.

2) A aplicação de insulina causa dependência química. Não se trata de dependência química, mas de necessidade vital. Sem insulina, muitos pacientes morreriam. Isso não significa que eles sejam viciados na substância.

3) Produtos diet e light estão liberados. Nem sempre. No caso dos diet, é preciso checar se são mesmo indicados para dietas com restrição de açúcar (existem produtos diet para pessoas que não podem ingerir sódio ou proteínas, por exemplo) e se eles não têm alto teor de carboidratos ou gordura saturada, que também devem ser evitados. Os produtos light não são obrigatoriamente livres de açúcar ou de qualquer outro nutriente. Eles podem ter apenas um teor reduzido. Por isso, qualquer consumidor, e principalmente quem sofre de diabetes, deve sempre checar a tabela nutricional presente na embalagem dos alimentos.

4) Comer muito doce provoca a doença. O hábito de comer açúcar demais (além de gordura e carboidratos), a hereditariedade e a falta de atividade física são fatores de risco para diabetes do tipo 2. Não dá para apontar apenas os doces como culpados.

5) A doença faz parte da velhice. A ocorrência de diabetes tipo 2 aumenta com o decorrer da idade, o que não significa que todo idoso será diabético. E hoje em dia crianças e jovens têm desenvolvido a enfermidade cada vez mais cedo, pelo fato de não exercitar o corpo e comer produtos com excesso de açúcar, carboidratos e gordura.

6) Diabéticos não podem beber álcool. O consumo de álcool é permitido, mas deve ser feito com cuidado: de forma moderada e nunca de barriga vazia, para não provocar hipoglicemia (queda na taxa de açúcar no sangue). Evite bebidas com açúcar.

7) Diabéticas não podem engravidar. As diabéticas só precisam manter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos para não engordar demais e seguir com rigor as orientações do médico sobre as formas de controle dos níveis de glicose no sangue.

______________________________________________________________________
Fontes: Alex Leite, endocrinologista do Hospital e Maternidade São Luiz / ANAMARIA / M de Mulher
Texto: Beatriz Levischi

segunda-feira, 6 de maio de 2013

História do Rio de Janeiro

A coisa começou no século XVI, pouco depois que Pedro Álvares Cabral, rapaz que estava fugindo da calmaria, encontrou a confusão, isto é, encontrou o Brasil. Até aí não havia Rio de Janeiro.

Depois, em 1512 — segundo o testemunho ocular de Brício de Abreu —, rapazes lusitanos que estavam esquiando fora da barra descobriram uma baía muito bonita e, distraídos que estavam, não perceberam que era baía. Pensaram que era um rio e, como fosse janeiro, apelidaram a baía de Rio de Janeiro. Eis, portanto, que o Rio já começou errado.

Passaram-se os anos, os portugueses não deram muita bola pra descoberta, e vieram uns franceses intrusos e se alojaram na baía. Foi então que os portugueses abriram os olhos e, ao mesmo tempo, abriram fogo contra o invasor, chefiados por um destemido cavalheiro que atendia pelo nome de Estácio de Sá (onde mais tarde se fundaria a primeira escola de samba, mas isso foi depois).

Estácio era sobrinho de Mem de Sá, ex-governador-geral, e primo de Salvador de Sá, que mais tarde viria a governar a cidade. É interessante notar que, muito tempo depois, quem descer pela Rua Mem de Sá vai dar na Rua Salvador de Sá que, por sua vez, passa pelo Largo do Estácio, também de Sá.

Quando os comandados de Estácio de Sá iniciaram a batalha contra os franceses, a coisa foi dura e só se resolveu numa derradeira batalha travada na Praia de Uruçumirim. Para vencer tiveram que suar a camisa e é por isso que, mais tarde, a Praia de Uruçumirim ficou sendo a Praia do Flamengo, o célebre Flamengo, que, por tradição, sua a camisa até hoje. Isso aconteceu aí pelo ano de 1567 e estava fundada a cidade do Rio de Janeiro, a mesma que viria a ser, em 1763, capital do vice-reinado, e depois capital da República dos Estados Unidos do Brasil.

A cidade foi construída sobre alagadiços e a brava gente, que a construiu, secou tão bem os alagadiços que até hoje está faltando água.

Quando, em 1763, foi considerada capital do vice-reinado, a cidade tinha somente 30 mil habitantes natos e mais, naturalmente, o Brício de Abreu, que não nasceu aqui, mas em Paris, de onde veio ainda pequenino no vapor "Provence".

Daí por diante o Rio de Janeiro foi crescendo, foi crescendo, foi crescendo e... pimba!... estourou. E, como tudo que estoura, abriu buraco pra todo lado.

Tal é, em resumo, a História do Rio de Janeiro, que foi descoberto por portugueses navegadores e que portugueses do comércio atacadista da Rua Acre querem levar para Portugal. Daí o velho ditado de Tia Zulmira: "Cabral descobriu o Brasil e Manoel quer carregar."

Não é, como o leitor mais arguto pouquinha coisa pôde perceber, uma História tão brilhante assim, como pretendem as letras dos sambas apoteóticos.

_______________________________________________________________________
Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

Pediatras contra os andadores

Uma espécie de mesa com rodinhas que comporta em seu centro um banquinho infantil, com dois espaços para colocar um par de pernas pequeninas. Os rechonchudos pés tocam o chão e o corpo da criança fica praticamente de pé. Por meio dos andadores, muitos bebês já deram os seus primeiros passos, mas também já sofreram acidentes. Neste mês de janeiro, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) começa a divulgar uma campanha contra os andadores. Isso porque o equipamento seria responsável por diversos casos de acidentes domésticos, inclusive fatais.

O maior problema do andador é a liberdade que ele proporciona e a falsa sensação de segurança que passa. Os pais olham a criança totalmente apoiada pelo suporte do utensílio e pensam que podem diminuir as atenções. A falta de supervisão aliada à facilidade de movimentação proporciona a ocorrência de acidentes, como quedas, choques e ingestões de produtos inadequados.

Como o andador tem rodinhas, a movimentação fica muito mais ágil. Alcançar uma tomada ou um produto armazenado em baixas alturas fica fácil, caminhar pela casa também. No entanto, qualquer brinquedo ou outro objeto pelo caminho pode ocasionar tombos. Além disso, degraus, escadas e desníveis também podem resultar em acidentes. E está nesse fato a maior crítica, pois quedas desse tipo podem ser graves, até mesmo fatais.

"Além de perigoso, o andador não traz qualquer benefício para o desenvolvimento da criança", é o que afirma o pediatra membro do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP e professor na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Danilo Blank. Segundo o médico, o andador é arriscado e requer supervisão total durante o uso. Além disso, não auxilia na aprendizagem do caminhar, pois não proporciona um andar real. Afinal, os pés da criança não ficam totalmente apoiados no chão e o esforço que ela faz para se locomover é bastante inferior ao que seria necessário sem o uso do equipamento.

Segundo o médico, o objetivo da campanha da SBP é banir o uso do objeto, assim como já ocorre no Canadá. Por enquanto, o foco está em orientar pediatras e solicitar que eles enviem informações sobre acidentes provocados por andadores. A entidade está, no entanto, organizando outras ações em parceria com instituições parceiras.

Negligência é a principal causa dos acidentes

Não é o andador que causa os acidentes, mas a negligência dos pais, que deveriam sempre estar atentos às atividades dos bebês. Entre 2008 e 2010, a professora do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Paula Silva de Carvalho Castro participou de um projeto que estudou a influência dos andadores no desenvolvimento da marcha dos bebês.

Desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pesquisa foi o objeto de análise da professora durante o seu curso de doutorado em Ciência da Reabilitação. Entre 2008 e 2010, foram acompanhadas 40 crianças durante nove meses, 20 que utilizavam o equipamento durante uma hora diária e outros 20 que não o usavam. A conclusão foi que os andadores não influenciaram no processo da aprendizagem do caminhar. O desenvolvimento dos pequenos foi uniforme, independentemente do uso do andador.

Segundo a médica, constatou-se que o objeto não é perigoso se for utilizado sob supervisão e durante pouco tempo. O problema ocorre quando o andador vira a única companhia da criança, ainda mais se isso ocorrer durante horas. Para Paula, o equipamento não deve ser pensado como recurso para aprendizagem ou para distrair os pequenos enquanto os pais estão ocupados, mas apenas como um brinquedo.

Andadores de empurrar podem ser opção

Segundo a terapeuta ocupacional especializada em desenvolvimento infantil Teresa Rusas, o andador tipo empurrador pode ser um estímulo para o desenvolvimento da caminhada. Diferentemente dos modelos tradicionais, esse objeto é empurrado pela criança como se fosse uma espécie de carrinho de supermercado.

A professora da Faculdade de Medicina do ABC e do curso de especialização em neurologia infantil da Unicamp aponta que esse modelo de andador é recomendado para maiores de um ano, pois crianças dessa idade já conseguem firmar alguns passos. No entanto, a supervisão se faz necessária, assim como qualquer atividade prática exercida por bebês.

De acordo com Teresa, é importante que os pais não restrinjam o estímulo somente pelo uso do empurrador. O primeiro passo é incentivar os bebês a ficarem em pé e se levantarem sozinhos. Isso propicia o desenvolvimento do equilíbrio e o fortalecimento das articulações. Depois, os responsáveis podem ajudá-los a andar segurando-os pelos braços, assim como colocar um brinquedo um pouco longe e chamar a criança para buscá-lo. É necessário observar que o local não deve conter cantos pontiagudos, pois pequenos tombos são normais nessa fase. Além disso, deve-se evitar o uso de sapatos que derrapem com facilidade e priorizar o caminhar descalço, pois a pele proporciona maior aderência e o contato direto com o ambiente faz o pequeno se sentir mais seguro.

Os pais também não podem pressionar os bebês, pois as crianças se desenvolvem de formas diferentes. Portanto, não há porque se preocupar se o filho do vizinho aprendeu a andar antes. Em geral, esse processo ocorre entre os dez e 18 meses. Somente se esse prazo for ultrapassado, é recomendada a visita a um pediatra.

____________________________________________________________
Fonte: Cartola - Agência de Conteúdo / Terra

Churrasco mais saudável

O churrasco é um dos eventos sociais preferidos dos brasileiros. Desde sua origem no Rio Grande do Sul - era uma opção prática para os vaqueiros - a carne assada em brasas ganhou novos acompanhamentos e, por consequência, mais calorias. Mas quem se preocupa com a saúde não precisa fugir do espeto: basta fazer as escolhas certas e controlar as quantidades.

"A carne faz parte da dieta humana e é uma fonte importante de nutrientes e vários minerais como ferro e vitaminas como a B12. Porém, ela deve fazer parte de uma alimentação equilibrada", explica o nutrólogo Paulo Henkin, Chefe do Serviço de Nutrologia do Hospital Ernesto Dornelles, de Porto Alegre.

Ótima na dieta

A hepatologista e gastroenterologista Mônica Viana, do instituto de mesmo nome, em São Paulo, é enfática: "Churrasco é uma ótima opção para quem está de dieta". Mas, se a preocupação é com o peso, ela recomenda cortar a maionese de batata como acompanhamento.

"Os apreciadores do churrasco não precisam abrir mão deste prazer, mas se faz necessário  saber dosar a frequência, a quantidade e as combinações", ensina a nutricionista Thatyana Freitas, da clínica Stesis, em São Paulo. Ela completa: "Os malefícios de uma alimentação desequilibrada apenas ocorrem se no dia a dia o hábito alimentar for como um todo ruim".

Para Paulo Henkin, o correto é consumir uma variedade de alimentos: "A carne é fonte de proteínas, mas o ideal é não deixar de ingerir carboidratos, de preferência os integrais, frutas, verduras e gorduras saudáveis, que também fazem parte da alimentação, mesmo num churrasco".

O nutrólogo lembra que o churrasco tem uma conotação cultural extremamente importante: "Ele agrega as pessoas, está presente geralmente quando se comemora alguma coisa. É interessante que outros primatas também comemorem com carne. É preciso entender seu aspecto antropológico".

Bem passada

Quando se fala em carne e saúde, Henkin faz um alerta: "Tem gente que adora comer aquela fatia bem queimada, quase preta. Isso é perigoso, porque haverá a presença de nitrosaminas, compostos químicos cancerígenos. Se ela for bem passada não é uma boa ideia consumi-la". Ele também faz outra observação importante: "Não é a carne que faz mal, é o excesso de gordura".

Henkin dá um exemplo do modo incorreto de se aproveitar um churrasco: uma pessoa pega um pedaço de linguiça, depois salsicha, depois carne e muita salada de maionese.  Às vezes, já havia até começado com pão com alho, feito com margarina. "Um erro, pois ela é ainda pior que a gordura da carne. A pessoa está fazendo o ritual errado e, no fim, a culpada será a carne", admite.

Porém, ele diz que se a pessoa começar com um aperitivo de carne magra com cenoura, salada, cebola ou pimentão assado e, em seguida, pegar um pedaço de linguiça, uma carne magra (ou retirar a gordura visível da porção escolhida) e trocar a salada de maionese por uma de folhas verdes e legumes e grãos, estará optando por um prato mais saudável.

A nutricionista Thatyana Freitas também dá algumas dicas: "A carne de frango deve ser consumida sem a pele e os melhores peixes para churrasco são salmão e badejo, que possuem menor quantidade de gorduras".
 
Ela lembra que a costela suína e bovina são muito gordurosas, e é bom evitá-las. As carnes processadas, como linguiça, hambúrguer e salsicha, entre outras, são conservadas com "nitritos e nitratos", substâncias que, no estômago, são transformadas em nitrosaminas, que aumentam os riscos de câncer no estômago e no intestino. Portanto, seu consumo também deve ser restringido.

Bebidas polêmicas

"A vida não é como queremos, é como ela é. Álcool e refrigerantes fazem parte dela", aponta Henkin. "Ao invés de falar mal deles, o certo é aprender a usá-los. O álcool está na civilização há séculos e o refrigerante faz parte da vida moderna. O que é correto? Não beber todos os dias, mas deixá-los para os domingos e dias de festas."

Ele ainda culpa os tempos modernos por alguns excessos: "Anos atrás não existiam essas garrafas de dois litros de refrigerante. A pessoa tomava uma garrafa pequena e ficava satisfeita. Agora, parece que tem de beber tudo. Refrigerante é prazer, mas não é hidratação. Para se hidratar, tome água".

Já a nutricionista aconselha a trocar a bebida: "O refrigerante deve ser evitado, pois contribui para a retenção de líquido e possui muito açúcar, sódio e conservantes. Podemos substituir por um suco de frutas natural". Ela lembra que o limão é rico em vitamina e possui um pH ácido que, associado ao trabalho enzimático, ajuda na quebra parcial das cadeias proteicas, o que facilita a digestão das carnes.

Sobre bebidas alcoólicas, Henkin enfatiza que a diferença entre elas são seus teores alcoólicos. "Assim, 600 ml de cerveja são iguais a uma dose de uísque; escolha um dos dois, não tome ambos. Ele também aconselha alternar o álcool com outras bebidas e moderar: "Vai beber caipirinha, tudo bem. Mas depois tome refrigerante ou água. Vai tomar cerveja? Conte quanto está tomando, não vá simplesmente enchendo o copo a toda hora."

A nutricionista diz que o ideal seria evitá-las para não tornar a refeição mais pesada, gordurosa, calórica e desequilibrada, além de facilitar o acúmulo de gorduras. Um copo de caipirinha de frutas com açúcar, por exemplo, possui cerca de 300kcal , o equivalente a duas latas de cerveja (151 kcal cada).

Fumaça do carvão

A forma de assar a carne também é polêmica, pois, durante o preparo, a fumaça do carvão libera alcatrão e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, substâncias com alto potencial cancerígeno.

A nutricionista Thatyana Freitas alerta: "A associação é feita principalmente com as carnes vermelhas, porque elas são preparadas mais frequentemente em churrasco ou na chapa".

Para não abrir mão desse prazer, mas manter a segurança, o nutrólogo dá uma dica. "O ideal é deixar a carne a uma distância maior da brasa. Nos Estados Unidos costumam assar a um palmo. Isso é péssimo. O indicado é que a carne fique a 50, 80 cm do fogo. Demora um pouco mais? Então, comece a assar mais cedo!", encerra.

___________________________________________________________
Fonte: Uol
Texto: Cármen Guaresemin

Inclua cogumelos na sua alimentação

Eles são fontes de vitamina C e previnem doença degenerativas.

Crus ou cozidos, os cogumelos são excelentes fontes de vitaminas C. Sem falar que contem cálcio, ferro, magnésio, zinco e proteínas. Por isso podem e devem ser incluídos no cardápio alimentar.

Muitas pessoas os consideram legumes, mas na verdade eles são fungos, um tipo de organismo vivo que não tem raízes, flores, folhas ou sementes. Eles podem ser cultivados, mas costumam crescer de forma selvagem em vários lugares do mundo. Existem cerca de 4,5 mil espécies de cogumelos comestíveis no mundo. Entre os mais comestíveis estão o Shiitake, o Shimeji, o Funghi, o Champignon de Paris e o Portobello.

Além de ser fontes de vitaminas, o alto teor de ácido fólico, os cogumelos previnem as doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer e são benéficos para o sistema imunológico. Eles contém vitaminas do complexo B, essenciais a saúde mental e emocional; proteínas, que ajudam na manutenção dos tecidos e fósforo, fundamental para os ossos e dentes.

__________________________________________________
Fonte: Bem Star
Texto: Yasmin Barcellos

sábado, 4 de maio de 2013

Adele Jergens

Adele Jergens, modelo e atriz, nasceu no Brooklyn, Nova York, EUA, em 26/11/1917, e faleceu em Camarillo, California, em 22/11/2002. Começou sua carreira como modelo e chorus girl e ganhou destaque quando foi eleita, em 1939, Miss Mundo Faired no "New York World's Fair", de Nova York.

No início dos anos 1940, trabalhou como showgirl e depois de alguns anos, como modelo e corista. Em 1944, assinou com Columbia Pictures e assim se transformou em loira.

No início de sua carreira cinematográfica, ela atuou em filmes memoráveis, onde interpretou papéis de prostitutas loiras e dançarinas burlescas como em "Down to Earth" (1947), estrelado por Rita Hayworth e "The Dark Past" (1948), estrelado por William Holden.

Em 1949, durante as filmagens de "O Tesouro de Monte Cristo", um filme noir produzido em San Francisco, ela conheceu e se casou com a co-estrela Glenn Langan ("The Amazing Colossal Man").

Sua carreira de corista no passado veio a calhar quando ela interpretou uma dançarina exótica na "Armored Car Robbery" (1950), no qual dividia o papel principal com Charles McGraw. Ela também aparece no memorável filme "Abbott and Costello Meet the Invisible Man" (1951).

Adele Jergens e Glenn Langan permaneceram casados até a morte do segundo, em 1991. Ela está enterrada no Oakwood Memorial Park Cemetery, em Chatsworth, California.



Fonte: Wikipédia.

Seis dicas para melhorar o humor

O ano novo começou mas é preciso encarar – até que ponto ele é novo mesmo? É improvável que alguém consiga ganhar um guarda-roupa novo, comece uma nova carreira, encontre uma nova família ou reformule a própria personalidade.

Mas segundo a psicoterapeuta Ashley Davis Bush, que assina uma coluna no jornal Huffington Post, não há motivos para desespero: não é preciso fazer uma “reforma” na vida para encontrar a felicidade. No lugar disso, alguns hábitos simples podem melhorar o humor e fazer a vida ficar mais leve. Confira.

Positividade pela manhã
O seu primeiro pensamento do dia não pode ser algo como: “já é sexta-feira?”. Tente, no lugar disso, pensar: “esse será um dia maravilhoso”; “tenho sorte por estar vivo”; “viverei uma experiência incrível”. Mantenha post-its com essas frases perto da sua cama ou no espelho do banheiro, para que você se lembre de cultivar estes pensamentos positivos.

Diga “eu te amo” todos os dias
Antes de sair de casa, diga “eu te amo” para as pessoas queridas, ainda que seja por mensagem ou e-mail. Diga isso para o seu parceiro, seus filhos, seus animais de estimação. Olhe para o espelho e diga isso a você mesmo. Abra o seu coração para o amor e o seu humor irá melhorar. Fomos feitos para nos conectar com os outros seres e, quando fazemos isso, nos sentimos melhor.

Sorria
Sempre que alguém perguntar como você está, busque na sua mente pelo menos um motivo que mostra o quanto a vida é grande. Diga: “estou ótimo”, e perceba como as pessoas ao seu redor respondem. Quando você fala isso com energia e um sorriso, você manda uma mensagem para o seu cérebro de que você, de fato, é feliz.

Deseje o bem
Quando estiver no carro, no trem, no metrô ou caminhando para o trabalho, olhe ao seu redor e deseje o bem para eles. Deseje paz, alegria e amor. Cada pessoa que você vê está lutando com suas próprias batalhas – saúde, finanças, justiça, solidão, idade, perdas . Abra o seu coração com compaixão pelos outros e seu nível de felicidade irá crescer.

Respire profundamente
Sempre que você tiver uma pausa, para tomar um café ou ir ao banheiro, tire um momento para uma profunda respiração. Tente fazer contando até cinco: respire em cinco, segure por cinco e exale por cinco. A respiração profunda acalma o corpo e a mente, tornando-se um atalho ideal para a paz interior.

Seja grato, toda noite
Antes de dormir, faça uma revisão do seu dia e lembre de três coisas pelas quais você é grato. Pode ser ligada ao seu relacionamento, a boas notícias ou um e-mail bacana. Seja grato pela comida, por ter uma cama quentinha, pela sua visão. Você definitivamente vai descansar em paz quando passar a contar bênçãos no lugar de carneirinhos.

_______________________________________________________
Fonte: Terra

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O passamento de "Bette Davis”

Gilberto Milfont e Lúcio Alves são cantores, o que ninguém ignora, nem mesmo os que nasceram para conjugar o verbo ignorar. Mas quando param de cantar só pensam em cavalo de corrida.

Vai daí, não somente apostam nos cavalinhos da Gávea, como nos cavalinhos de Cidade Jardim, dada a condição de contratados da TV Record, de São Paulo, onde vão semanalmente.

Pois noutro dia Gilberto Milfont estava no aeroporto, pronto a embarcar para São Paulo, quando o microfone anunciou o seu nome. Foi Gilberto saber o que era e era telefone. Gilberto atendeu:

— Alô, Gilberto? É Lúcio Alves. Assim que você chegar em São Paulo, vá lá na Record, peça dez contos ao Blota Júnior em meu nome e jogue na égua Bette Davis, no quinto páreo. Mas só jogue se pagar 25 pratas, senão não interessa.

— Mas Lúcio... — tentou explicar Milfont, embora Lúcio já tivesse desligado. Desligou também e embarcou.

Chegando em São Paulo, Gilberto seguiu direto para a Record, a fim de procurar o diretor-artístico Blota Júnior, que aliás não é tão artístico assim como pensa o próprio. Chegou, explicou, e Blota, que é desses que depois do almoço palita os dentes com um lado só do palito, pra economizar o outro lado pra depois da jantar, fez cara de choro e disse que só tinha 5 contos.

Estava quase na hora de correr o 5.° páreo e então o Gilberto Milfont aceitou os cinco e se sacudiu pro Jóquei. Chegou bem na hora da última apregoação. Bette Davis era a favorita e estava cotada a 23. Lúcio dissera que menos de 25 não valia a pena. E então Gilberto guardou o dinheiro e foi ver o páreo correr.

O diabo é que, assim que chegou junto da cerca, reparou no placar e viu que a cotação subira pra 26 e não dava mais tempo de jogar.

— O Lúcio me come vivo se essa tal de Bette Davis ganha o páreo — pensou Milfont. Ele deve estar no Rio torcendo mais que nariz de grã-fino, quando fala com pobre. O jeito era torcer contra.

O páreo saiu e Bette Davis pulou 10 corpos na frente dos outros e saiu disparada. Giberto, encostado na cerca, rezava pra Bette Davis mancar e quanto mais ele rezava mais Bette Davis corria. Na entrada da curva ela vinha com 15 corpos e Gilberto torcia tanto que a camisa estava ensopada de suor. — Pára, desgraçada — dizia ele, entre dentes.

E Bette Davis pareceu ouvir. Na reta final começou a correr menos. Oito corpos, sete, cinco, dois e todo o lote passou por Bette Davis com Gilberto todo torcido. E a égua veio parando, veio parando e parou bem na frente de Gilberto. O jóquei saltou para examinar Bette Davis mas não teve tempo. Ela deu uma tremedeira rápida e caiu na pista. Estava morta.

Gilberto Milfont saiu dali e telefonou pro Rio. Lúcio atendeu do lado de cá e perguntou:

— Como é? Deu Bette Davis?

E Gilberto, na maior dignidade:

— Por sua causa eu acabo de matar uma das maiores atrizes do cinema americano.

_______________________________________________________________________ Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

É triste... muito triste

Sim, companheiros, é muito triste um pai educar uma filha para corte, costura e o chamado trivial que vai do pregar botão ao fazer feijão, e depois, quando a filha fica pronta vira Elegante Bangu. É triste mesmo!

Mas não se deve negar aos homens o direito do vexame. É triste um pai criar um filho dentro das linhas que obedecem aos princípios da sagrada burguesia, pagando-lhe o colégio, alimentando-o para que um dia possa trabalhar e descontar para o IPASE e depois, quando o filho fica pronto, mete uma cabeleira loura e sai fotografia dele nos jornais, "travestido" em Rainha Morna.

Não é menos verdade, no entanto, que triste, muito triste é mãe devota fazer sacrifício para vestir e calçar filha órfã de pai, dando duro em emprego modesto, gastando com economia o montepio do falecido e depois, quando a filha fica mais ou menos o número que a gente usa, sai por aí arranjando voto para ser Rainha sabe-se lá de que trono.

Inegável, contudo, é que a tristeza paira sobre o semblante do pai que não saiu de casa "naquele dia" por amor ao garoto, a quem orgulhosamente deu de tudo e depois, quando o filho se sentiu capaz de certas coisas, ver esse filho desfilando na passarela no João Caetano, no baile aquele.

E por que faltar com a verdade, fingindo ignorar o quanto é triste para mãe extremada ver a filha ir encorpando, encorpando e fugindo ao seu controle, até o momento em que — lá uma noite — volta para casa dizendo que ele é casado e não há mais nada a fazer?

Como é triste também uma família do Norte, que sofre com o agreste da região e a proliferação exagerada de filhos, criar as crianças com o sacrifício da fome e, um dia, o mais velho dos filhos embarcar para a capital só para ser cronista mundano. É triste sim, muito triste.

Aliás, triste, sem dúvida, é moça que se diz bem, que detesta certas intimidades com as chamadas mariposas da noite, freqüentar o "Sacha” o ano inteiro e depois, quando chega fevereiro, meter um maio legal no corpo e ir pro baile carnavalesco dizendo que está fantasiada.

Sim, companheiros, tudo isso é muito triste pra nós, porque os citados não desconfiam nunca. Para eles as bestas são as do apocalipse, se é que já ouviram alguma vez falar em apocalipse. Não, companheiros, eles não desconfiam nunca. Tanto não desconfiam que — noutro dia — ouvimos uma moça dizer para um rapaz que a convidara para ir comer galeto na sua lambreta:

— Que é que você está pensando? Eu não sou uma qualquer. Eu sou bailarina do "Bolero" ouviu?

_______________________________________________________________________ Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.

O falso defunto

Foi doce o meu encontro com o Varanda. Com esse nome paisagístico, ventilado, é uma grande figura. E como não nos víamos há meses e meses, houve, de parte a parte, uma festa imensa. Eu ria para ele e ele para mim, como se o amigo fosse uma figura extremamente cômica. Súbito, o Varanda pergunta:

— "Tens visto o Burlamaqui?".

Respondo:

— "Morreu".

O Varanda recua dois passos e avança outros dois. "Pálido de espanto", como no soneto, balbucia:

— "Quem morreu?".

Confirmei:

— "O Burlamaqui".

Pulou como o espectro da rosa. Agarrou-me:

— "Não é possível! Não pode ser!".

Houve, ali, dois espantos, o meu e o dele. Teimei:

— "Você não sabia? Morreu, rapaz, morreu!".

Desatinado, o outro dizia:

— "Só se morreu hoje, agora, neste momento!".

Desta feita, o assombrado fui eu. Disse-lhe:

— "Morreu há dois ou três anos. Dois. Dois, não. Três".

Esquecia-me de localizar o nosso encontro, no tempo e no espaço. Foi ontem, na esquina de Sete de Setembro com a Avenida, às quatro da tarde. Ao ouvir falar em "três anos", o Varanda perdeu de vez a paciência:

— "Estás fazendo molecagem comigo!".

Estendi a mão sobre uma Bíblia invisível:

— "Juro".

Varanda substituiu o espanto pelo furor:

— "Deixa de palhaçada!".

E eu, também exaltado, voltei à carga:

— "Rapaz! Eu fui ao enterro do Burlamaqui, mandei-lhe uma coroa, estive na missa! Está-me chamando de mentiroso?".

Em plena calçada, e aos berros, já fazíamos escândalo. Um senhor gordo, de óculos, com esparadrapo na testa, parou e ficou olhando. O Varanda estava quase chorando:

— "Pelo amor de Deus! Escuta! Estive com o Burlamaqui ontem, ontem. Sabe o que é ontem? Paguei-lhe o cafezinho. Tomou cafezinho comigo!".

Era demais. Estou repetindo:

— "Contigo, cafezinho, ontem? E não morreu?".

O Varanda estendia, as duas mãos crispadas:

— "Acredita em mim! Peço. Acredita em mim!".

E então, pela primeira vez, admiti a hipótese de um engano, sim, de um equívoco fatal. Era possível que a morte, o enterro, a missa do Burlamaqui fossem uma falsa lembrança, um sonho talvez da memória. Finalmente, capitulei:

— "Tens razão, tens razão! Eu me enganei. Não foi o Burlamaqui. Foi outro, um cara que tu não conheces".

Tive que inventar, às pressas, um defunto, que justificasse a confusão. Mas eu e ele estávamos exaustos e irritados com o equívoco. Nem o Varanda me reteve, nem eu a ele. Cada qual queria ver o outro pelas costas. E assim nos despedimos.

Pergunto: — como explicar que a memória invente uma morte, um enterro e uma missa? Só muito depois, em casa, entendi tudo.

Não há brasileiro que não tenha, entre suas relações, um "falso defunto". Não estou exagerando. "Falso defunto" é o que a gente pensa que já morreu umas cinco vezes, que já foi enterrado outras tantas. O sujeito imagina que já o viu de pés juntos e algodão nas narinas. No fim, fica provado que ninguém morreu e que se trata de uma pura e irresponsável fantasia da memória. E o Burlamaqui era, justamente, o "falso defunto". Não havia dúvida: — estaria tão vivo quanto eu e o leitor.

Vejam vocês: — no dia seguinte, estou em casa e bate o telefone. Alguém está dizendo:

— "Aqui fala a alma do Burlamaqui".

E, em seguida, veio a gargalhada, forte, tremenda, vital. E eu, rindo também:

— "Ah, como vai essa figura?".

O outro não parava:

— "Então, você me matou? Parei contigo!".

Simplesmente, o Varanda armara toda uma alegre intriga entre nós dois. Rimos muito; perguntei-lhe:

— "Que fim levaste?".

E ele:

— "Moro em Brasília. Estou passando uns dias aqui, na casa do meu cunhado".

Quando lhe perguntei "Que tal Brasília?", ele explodiu:

— "Brasília é o ouro! O ouro!".

Indaguei se ele estava bem lá. Deu uma resposta triunfal:

— "Estou com a vida que pedi a Deus. Você precisava ir pra Brasília. O Rio é uma ilusão, São Paulo outra ilusão. Vai pra Brasília!".

Por fim, marcamos um encontro para logo depois. Esquecia-me de dizer que, antes de Brasília, o Burlamaqui pagara todos os seus pecados. Conheceu a fome. Certa vez passara 48 horas sem comer e sem beber. Um dia, entrou num boteco e pediu um copo de água da bica. Foi medonho.

O garçom deu-lhe o copo e ele não bebia. Simplesmente, mastigava a água e repito: — comia a água. Em outra ocasião, Burlamaqui agarrou-me. As lágrimas caíam-lhe de quatro em quatro. Disse, baixo:

— "Me empresta um dinheiro. Não vi nem o café da manhã".

Estava lívido, febril de fome. Hoje estava feliz; e eu percebera, em tudo o que dizia, uma prosperidade insolentíssima. Quando me viu, fez a pergunta afrontosa:

— "Precisas de dinheiro? Estamos aí".

E repetia, batendo no bolso:

— "Dinheiro há, dinheiro há!".

Tal generosidade era uma maneira de se compensar de velhas e santas humilhações. Repetia (e seu olhar vazava luz):

— "O ouro está lá! Está lá!".

Apontava na direção de Brasília. Quando lhe perguntei pelo mistério, deu risada. Contou que fora para Brasília morto de fome; e, agora, tinha três empregos e era fazendeiro. No meu espanto, gemi:

— "Mas é um milagre!".

Riu, com salubérrimo descaro:

— "A autora do milagre é Brasília".

Conversamos duas horas e o assunto obrigatório foi a capital. Eu só ouvia, numa impressão profunda. E, por tudo que contava o Burlamaqui, eu via Brasília como a imagem da pequena comunidade. Sim, a pequena comunidade é a soma de acomodações, de interesses, de egoísmos. Cada qual absolvia o próximo para ser também absolvido. O sujeito podia ter três, quatro empregos, porque os demais tinham três, quatro empregos. Quando falei na imprensa, o Burlamaqui dava gargalhadas de se ouvir no fim da rua.

Não saía de Brasília nenhuma notícia que a pudesse comprometer. Uma universitária sofreu uma curra homicida. Nunca ninguém, na Terra, foi tão humilhada e tão ofendida. O fato chegou ao Rio por via oral. Os jornais telefonaram. Resposta das sucursais:

— "Não há nada".

E se lá aparecesse um Jack, o Estripador, ou um conde Drácula, ninguém saberia, ninguém. As sucursais continuariam falando da Arena e do MDB. E o silêncio envolve os fatos indignos como um celofane. À sombra dos egoísmos solidários, ninguém julga ninguém, ninguém acusa ninguém. E, portanto, os curradores referidos continuam maravilhosamente impunes. E o Burlamaqui me diz:

— "Houve uma passagem comigo que... Foi o seguinte: — um cara folgou comigo. Dei-lhe uns tiros. E não me aconteceu nada. Vivo lá na minha fazenda, venho só receber dos três empregos, ninguém me aborrece".

Maravilhado, repito:

— "Mas é um milagre!".

O outro ri, sórdido:

— "Mais ou menos".

Já se despedia. Mas antes de partir, ainda me disse:

— "Larga tudo, vai pra lá. Todas as cidades pecam, menos Brasília".

Respira fundo e completa:

— "Em Brasília, somos todos inocentes e somos todos cúmplices".

O automóvel estava no estacionamento. Vi o "falso defunto" embarcar no carro. Já falei na sua Mercedes? Acho que falei. Não, não. Não falei.

Pois sua Mercedes tem cascata artificial, com filhote de jacaré.

[5/10/1968]
________________________________________________________________________
A Cabra Vadia: novas confissões / Nelson Rodrigues; seleção de Ruy Castro. — São Paulo:  Companhia das Letras, 1995.

Alimentos que aumentam o risco de câncer

Maus hábitos alimentares estão diretamente relacionados com essa estatística. A vida moderna, cada vez mais agitada, dificultou o velho (e bom) hábito de preparar os próprios alimentos e deu lugar aos alimentos prontos para consumo ou de fácil preparo. 

O nutricionista Fábio Gomes, do INCA, explica que muitos alimentos possuem fatores mutagênicos, ou seja, lesam as células humanas e alteram o material genético que existe dentro dela. "Esse processo leva a uma multiplicação celular muito maior do que o normal e, em consequência, pode aparecer um tumor".

Muitos desses alimentos não apresentam qualquer benefício à saúde e podem ser facilmente riscados do cardápio. Veja quais são e modere no consumo dos alimentos que predispõem a doença.

Carnes processadas

Linguiça, salsicha, bacon e até o peito de peru contêm quantidades consideráveis de nitritos e nitratos. Essas substâncias, em contato com o estômago, viram nitrosaminas, substâncias consideradas mutagênicas, capazes de promover mutação do material genético.

"A multiplicação celular passa a ser desordenada devido ao dano causado ao material genético da célula. Esse processo leva à formação de tumores, principalmente do trato gastrointestinal", explica Fábio Gomes.

A recomendação do especialista é evitar esses alimentos, que não contribuem em nada com a saúde.

Refrigerantes 

A bebida gaseificada, além de conter muito sal em forma de sódio, possui adoçantes associados ao aparecimento de câncer. O ciclamato de sódio, por exemplo, é proibido nos Estados Unidos, mas ainda é utilizado no Brasil, principalmente em refrigerantes "zero". "Essa substância aumenta o risco de aparecimento de câncer no trato urinário", conta Fábio Gomes.

Quanto aos adoçantes que podem ser adicionados à comida ou à bebida, o nutricionista diz que ainda não há comprovação científica. "O ideal é que o adoçante seja usado de forma equilibrada, pois é um produto destinado a pessoas com diabetes e não deve ser consumido em excesso pela população em geral", aponta.

Alimentos gordurosos 

Fábio Gomes explica que não é exatamente a gordura a principal responsável pelo aparecimento de câncer, e sim a quantidade de calorias que ela agrega ao alimento. A comida muito gordurosa é densamente calórica, ou seja, tem mais que 225 calorias a cada 100 gramas do alimento. "Por esses alimentos geralmente serem pobres em nutrientes, é preciso ingeri-los em grandes quantidades para obter saciedade, o que leva ao superconsumo", conta o nutricionista do INCA.

Em excesso, esses alimentos provocam obesidade, que é fator de risco para câncer de pâncreas, vesícula biliar, esôfago, mama e rins. A célula de gordura libera substâncias inflamatórias, principalmente hormônios que levam a alterações no DNA e na reprodução celular, como o estrogênio, a insulina e um chamado de fator de crescimento tumoral.

Alimentos ricos em sal 

"Se ingerido em quantidade maior do que cinco gramas por dia, o sal pode lesar as células que estão na parede do estômago", explica o nutricionista Vinicius Trevisani, do Instituto do Câncer de São Paulo. Essa agressão gera alterações celulares que podem levar ao aparecimento de tumores.

Procure evitar alimentos ricos em sal ou mesmo aqueles que usam sal para aumentar o tempo de conservação, como os congelados e os comprados prontos que só precisam ser aquecidos.

Entram nessa lista: carne seca, bacalhau, refrigerantes, pizzas congeladas, iscas de frango empanadas congeladas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, entre outros.

Churrasco 

Na fumaça do carvão há dois componentes cancerígenos: o alcatrão e o hidrocarboneto policíclico aromático. "Ambos estão presentes na fumaça e impregnam o alimento que é preparado na churrasqueira", explica Fábio Gomes. "Eles também possuem fatores mutagênicos que levam ao aparecimento de tumores."

Dieta pobre em fibras 

O nutricionista Vinicius Trevisani explica que o intestino se beneficia muito pelo consumo adequado de fibras. Elas garantem um bom trânsito intestinal, de modo a eliminar os ácidos biliares secundários, um produto da digestão presente no intestino. Isso evita a agressão às células do intestino e a multiplicação celular descontrolada.

Preparo com altas temperaturas 

Alimentos fritos ou grelhados também incorporam algumas substâncias cancerígenas. Ao colocar o alimento cru em óleo ou chapa muito quentes (com temperatura aproximada de 300 a 400°C), são formadas aminas heterocíclicas - substâncias que contêm fatores mutagênicos e estimulam a formação de tumores.

O nutricionista Fábio recomenda preparar as carnes ensopadas - modo de cozimento em que não há nenhuma formação de aminas-, ou ainda prepará-las no forno. Dessa maneira, a temperatura do alimento aumenta gradualmente e não chega a níveis tão altos.

Alimentos com agrotóxicos 

Não existe uma forma eficiente de limpar frutas, verduras e legumes dos agrotóxicos. "Muitas vezes, esses conservantes são aplicados nas sementes e passam a fazer parte da composição do alimento", aponta Fábio Gomes. Ele explica que o agrotóxico provoca vários problemas de saúde em quem tem contato direto com esses alimentos, mas ainda está em estudo a sua real contribuição com o aparecimento do câncer.

Como ainda existem dúvidas sobre esses efeitos, o nutricionista orienta evitar opções ricas em agrotóxicos. É melhor consumir alimentos cultivados sem o produto químico, que comprovadamente têm mais vitaminas, minerais e compostos quimiopreventivos. "Estes compostos atuam na proteção e reparação celular frente a uma lesão que pode gerar câncer", afirma.

______________________________________________________________
Fonte: Minha Vida
Texto: Manuela Pagan