O
jornalista húngaro Laszlo Biro conhecia bem os problemas das canetas
normais e, enquanto visitava a redação de um jornal, ele teve a idéia de
criar uma caneta que utiliza uma tinta de secagem rápida, em vez da
tinta da Índia.
Observando que a tinta do jornal saía imediatamente seca e quase nunca
borrava, Biro se dedicou a criar um novo tipo de instrumento de escrita
que utilizasse uma tinta semelhante.
Para evitar que sua caneta entupisse com uma tinta espessa, propôs o uso
de uma pequena esfera de metal que rolava em uma extremidade do tubo
onde estava esta tinta de secagem rápida. A esfera então teria duas
funções: agir como um protetor para impedir que a tinta secasse e
permitir que a tinta fluísse para fora da caneta a uma velocidade
controlada.
Em 1938, Biro e seu irmão Georg, que era químico, entraram com um pedido
de patente junto ao Departamento Europeu de Patentes. Laszlo Biro teve
que deixar a Hungria e recebeu a patente em Paris. Começou então a
produzir os primeiros modelos comerciais, as canetas Biro.
Posteriormente, o governo britânico comprou os direitos da caneta
patenteada para que pudessem ser utilizadas pela tripulação da Força
Aérea Real. Além de serem mais resistentes que as convencionais, as
canetas esferográficas funcionam em grandes altitudes onde há menos
pressão (canetas tinteiro convencionais vazavam nessas circunstâncias).
Seu desempenho de sucesso para a Força Aérea Real colocou a caneta Biro
sob os holofotes, e durante a Segunda Guerra Mundial, a caneta
esferográfica foi amplamente utilizada pelos militares.
Nos Estados Unidos, a primeira caneta esferográfica de sucesso a ser
produzida comercialmente, que viria a substituir a caneta tinteiro
comum, foi apresentada por Milton Reynolds, em 1945. Vinha com uma
pequena esfera que liberava uma tinta pesada e gelatinosa sobre o papel.
As Canetas Reynolds foram divulgadas como “a primeira caneta que
escreve debaixo d’água”. Reynolds vendeu 10 mil das canetas que criou
logo que foram lançadas. Essas primeiras canetas eram caras (cerca de
US$ 10 cada), principalmente por causa da nova tecnologia.
Em 1945, as primeiras canetas esferográficas acessíveis foram fabricadas
quando o francês Marcel Bich desenvolveu um processo industrial de
fabricação de canetas que reduzia significativamente o custo por
unidade. Em 1949, Bich lançou suas canetas na Europa. Deu a elas o nome
“BIC”, uma versão abreviada do seu nome que seria fácil de lembrar. Dez
anos depois, a BIC vendeu suas primeiras canetas no mercado
norte-americano.
No início, os consumidores relutavam em comprar uma caneta BIC, já que
tantas outras canetas haviam sido lançadas sem sucesso no mercado dos
EUA por outros fabricantes. Para acabar com essa relutância, a empresa
BIC criou uma campanha em rede nacional de televisão para contar aos
consumidores que esta caneta esferográfica “escreve logo de cara,
sempre!” e que seu preço era de apenas US$ 0,29. A BIC também lançou
anúncios de TV que mostravam as canetas sendo atiradas de rifles,
amarradas a patins de gelo e até montadas sobre britadeiras. Após um
ano, a concorrência forçou a queda de preços para US$ 0,10 por caneta.
Hoje, a empresa BIC fabrica milhões de canetas esferográficas por dia.
Fonte: casa.hsw.uol.com.br
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
História da caneta esferográfica
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