quarta-feira, 27 de julho de 2011

Albert Camus e o sentido da vida

Em seu esforço para encontrar um sentido para a vida humana sem recorrer ao dogmatismo nem a falsas esperanças, Albert Camus foi muitas vezes mal compreendido mas influenciou decisivamente sua geração intelectual e a seguinte.

Albert Camus nasceu em Mondovi, Argélia, em 7 de novembro de 1913. Com a morte do pai na batalha do Marne, durante a primeira guerra mundial, passou por sérias dificuldades econômicas junto com a família. Conseguiu, no entanto, estudar filosofia na Universidade de Argel e exerceu várias profissões até se formar.

Tuberculoso, não pôde trabalhar como professor e resolveu abraçar a carreira literária, que iniciou como jornalista e fundador do Théâtre du Travail. As agruras desses anos se refletem em suas primeiras obras, as coletâneas de ensaios L'Envers et l'endroit (1937; O avesso e o direito) e Noces (1938; Bodas).

Depois de romper com o Partido Comunista, após vários anos de militância, Camus mudou-se em 1940 para Paris, que teve que abandonar ante a invasão alemã. Pouco depois regressou à França e aderiu à resistência, como diretor da revista Combat.

Em plena guerra mundial publicou uma série de obras que tornariam célebre seu nome: o romance L'Étranger (1942; O estrangeiro), o ensaio Le Mythe de Sisyphe (1942; O mito de Sísifo) e duas peças de teatro, Le Malentendu (1944; O mal-entendido) e Calígula (1945). Em todas Camus apresentava uma visão desesperançada e niilista da condição humana, que pode ser resumida nas palavras postas na boca do imperador romano Calígula: "Os homens morrem e não são felizes." A clara e perfeita linguagem de Camus era veículo apropriado para a expressão de suas idéias.

Era difícil, no entanto, conciliar a postura solidária e progressista do combatente da resistência com tal negativismo. Por isso, em suas obras posteriores Camus tendeu a elaborar um pensamento em que o niilismo constituísse "um ponto de partida" para uma sociedade mais livre e humana. Exemplo disso foi o romance La Peste (1947), narrativa simbólica da luta de um médico contra uma epidemia em Oran. Por trás dessa trama simples se percebia, no entanto, a sombra do nazismo e da ocupação alemã, bem como um apelo à dignidade humana. Temática muito semelhante aparece na obra L'État de siège (1948; O estado de sítio).

A postura ideológica de Camus aparece com nitidez em L'Homme révolté (1951; O homem revoltado), longo ensaio de caráter metafísico no qual ele analisou a ideologia revolucionária e escreveu palavras reveladoras: "O rebelde rechaça, portanto, a divindade, para compartilhar as lutas e o destino comum." O ensaio, no entanto, não foi bem recebido pelos círculos esquerdistas, que viam nele um pensamento demasiadamente individualista e retórico. Camus, que jamais quis aderir ao existencialismo, rompeu com o líder do movimento, Jean-Paul Sartre, atacando as idéias marxistas deste, que já criticara sutilmente na obra dramática Les Justes (1950; Os justos).

Durante a década de 1950, Camus enfrentou um conflito entre suas idéias progressistas e a explosão da revolução na Argélia, diante da qual, fundamentalmente por razões sentimentais, se colocou do lado da França. Tais contradições internas resultaram em duas obras importantes, o romance La Chute (1956; A queda) e a coletânea de contos -- vários deles situados na Argélia -- L'Exil et le royaume (1957; O exílio e o reino). O mundo que surge em seus contos já não é tão absurdo como o de suas primeiras obras, um inferno caótico e irreal, fruto talvez da sensação de isolamento do autor, que não diminuiria com a conquista do Prêmio Nobel em 1957.

Albert Camus morreu em 4 de janeiro de 1960, num acidente de automóvel perto de Sens, na França. Sua obra, apesar de polêmica e contraditória, constitui uma das grandes realizações da literatura francesa e foi a expressão de um homem que sempre agiu com honestidade em sua busca de justiça.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
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O eterno Drácula

Bela Lugosi (Bela Ferenc Dezsõ Blaskó), nasceu em Lugoj, em 20 de Outubro de 1882, e faleceu em Los Angeles, EUA, em 16 de Agosto de 1956. Foi um ator húngaro nascido no então Império Austro-Húngaro, na região do Banat.

O mais jovem dos quatro filhos de um banqueiro, Bela Lugosi começou a sua carreira nos palcos da Europa em várias peças de William Shakespeare. Mas no entanto tornou-se famoso pelo seu papel de Drácula numa encenação da clássica história de vampiro de Bram Stoker, e teve como especialidade os filmes de horror.

Fugiu de casa com 11 anos, abandonou a escola e engajou-se no trabalho de mineração. Na adolescência começou a atuar em pequenas companhias teatrais. O caminho mais comum o guiou do teatro para o cinema mudo húngaro, atuando com o nome artístico de Arisztid Olt. Porém, teve que interromper seu início de atividades no cinema graças à Primeira Guerra Mundial. Há boatos de que ele tenha sido ferido três vezes, assim causando sua futura dependência em morfina para aliviar as dores que seguiram por sua vida inteira. Há também uma versão que diz que ele conseguiu ser liberado do serviço se passando por louco.

Ao ser liberado do serviço militar, teve uma vida conturbada. Fez cerca de 12 filmes, casou-se pela 1ª de cinco vezes e saiu da Hungria por conta das suas opiniões políticas. Ele se refugiou na Alemanha, mas passou pouco tempo no país e foi para o país onde conseguiu alcançar a fama: os Estados Unidos. Bela participou do teatro na comunidade húngaro-americana, e após algum tempo ganhou a oportunidade de interpretar Drácula numa adaptação teatral escrita por John Balderston.

Sua interpretação única e assustadora nesta peça foi que abriu as portas para seu estrelato no cinema. O diretor Tod Browing descobriu e o chamou para interpretar o vampiro em sua versão cinematográfica de Drácula. Este papel deu estrelato a Lugosi, mas ao mesmo tempo o marcou como "um ator de um só papel".

Bela fez vários outros filmes de horror,como também de outros gêneros. Dentre os de horror, merecem destaque Murdes In The Rue Morgue, The Raven, Mark of Vampire, dentre outros. Porém,o ator não conseguiu estabilidade no cinema, e passou a partir de meados da década de 30 a atuar em filmes baratos.

Ainda conseguiu papéis bons como em Son of Frankenstein, The Ghost of Frankenstein, The Corpse Vanishes, etc... Porém, estereotipado como "Drácula", e seguindo o mesmo declínio do gênero na década de 40, no qual os monstros clássicos protagonizavam filmes em que se enfrentavam ou comédias, Bela ficou desempregado.

Foi descoberto por Ed Wood, que gravou alguns filmes com Bela (inclusive Ed Wood arcou com vários custos de internação de Bela, consumido pelo vício em morfina).

O último filme de Bela Lugosi foi Plan 9 from Outer Space, de Ed Wood. Porém Bela filmou somente uma semana, falecendo no dia 16 de agosto de 1956. Bela foi sepultado com o traje de Drácula (sendo este seu último desejo). Assim, o horror perdeu um de seus maiores ícones.

Mas Bela Lugosi continua vivo na memória dos fãs do gênero, tendo sido interpretado por Martin Landau, ganhador do Oscar por este papel, no filme Ed Wood de Tim Burton. Bela Lugosi sempre será o eterno Drácula das telonas, independente de ser esta associação positiva ou negativa.



Filmografia

* 1917 Az Ezredes
* 1923 The Silent Command
* 1924 The Rejected Woman
* 1925 Midnight Girl
* 1925 Daughters Who Pay
* 1928 How to Handle Women
* 1928 The Veiled Woman
* 1929 Prisoners
* 1929 The Thirteenth Chair
* 1930 Viennese Nights
* 1930 Such Men Are Dangerous
* 1930 Wild Company
* 1930 Oh, for a Man
* 1930 Renegades
* 1931 The Black Camel
* 1931 Women of All Nations
* 1931 Drácula
* 1931 Fifty Million Frenchmen
* 1931 Broadminded
* 1932 Chandu the Magician
* 1932 Murders in the Rue Morgue
* 1932 White Zombie
* 1932 Island of Lost Souls
* 1933 International House
* 1933 Night of Terror
* 1933 The Devil's in Love
* 1933 The Death Kiss
* 1933 The Whispering Shadow
* 1934 Chandu on the Magic Island
* 1934 Gift of Gab
* 1934 The Return of Chandu
* 1934 The Black Cat
* 1935 The Best Man Wins
* 1935 The Mysterious Mr. Wong
* 1935 The Raven
* 1935 Mark of the Vampire
* 1935 Murder by Television
* 1935 Phantom Ship
* 1936 The Invisible Ray
* 1936 Postal Inspector
* 1936 Shadow of Chinatown
* 1936 Dracula's Daughter
* 1937 S.O.S. Coast Guard
* 1939 Son of Frankenstein
* 1939 The Phantom Creeps
* 1939 The Human Monster
* 1939 The Gorilla
* 1939 Ninotchka
* 1940 The Saint's Double Trouble
* 1940 Saturday Night Serials
* 1940 You'll Find Out
* 1940 Black Friday
* 1941 The Wolf Man
* 1941 The Black Cat
* 1941 Spooks Run Wild
* 1941 The Devil Bat
* 1941 The Invisible Ghost
* 1942 Black Dragons
* 1942 Dick Tracy, Detective / The Corpse Vanishes
* 1942 Frankenstein Meets the Wolfman
* 1942 Bowery at Midnight
* 1942 Dick Tracy vs. Cueball / Bowery at Midnight
* 1942 The Corpse Vanishes
* 1942 Night Monster
* 1942 The Ghost of Frankenstein
* 1943 The Return of the Vampire
* 1943 The Old Dark House
* 1943 The Ape Man
* 1943 Ghosts on the Loose
* 1944 Matinee Double Feature
* 1944 Return of the Ape Man
* 1944 Zombies on Broadway
* 1944 One Body Too Many
* 1944 Voodoo Man
* 1945 The Body Snatcher
* 1946 Genius at Work
* 1947 Scared to Death
* 1947 Dick Tracy Meets Gruesome
* 1948 Abbott and Costello Meet Frankenstein
* 1952 Bela Lugosi Meets a Brooklyn Gorilla
* 1952 Old Mother Riley Meets the Vampire
* 1953 Glen or Glenda
* 1955 Bride of the Monster
* 1956 The Black Sleep
* 1956 Plan 9 from Outer Space

Fonte: Wikipédia.
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terça-feira, 26 de julho de 2011

Hitchcock, o mago do suspense

Apelidado de "mago do suspense", Hitchcock se tornou um dos mais conhecidos e bem-sucedidos cineastas do mundo, gênero a que dedicou quase todos seus filmes.

Alfred Hitchcock nasceu em Londres em 13 de agosto de 1899. Estudou engenharia e começou a trabalhar no cinema em 1920, como criador de letreiros de filmes mudos e depois como roteirista.

Dirigiu o primeiro filme em 1925 e no ano seguinte iniciou, com The Lodger (1926), a série de películas de suspense que o fariam famoso. Blackmail (1929; Chantagem), seu primeiro filme sonoro, alcançou grande sucesso.

Depois de um período britânico, com filmes como The Thirty-nine Steps (1935; Os trinta e nove degraus) e The Lady Vanishes (1938; A dama oculta), Hitchcock prosseguiu a carreira nos Estados Unidos, onde sua primeira película, Rebecca (1940; Rebeca, a mulher inesquecível), ganhou o Oscar da Academia para melhor filme.

Posteriormente, realizou Suspicion (1941; Suspeita), com uma inesquecível cena final centrada sobre um copo de leite presumivelmente envenenado, e Notorious (1946; Interlúdio).

Na década de 1950, aperfeiçoou ao máximo suas técnicas de suspense em filme como Strangers on a Train (1951; Pacto sinistro), Rear Window (1954; Janela indiscreta), The Wrong Man (1959; O homem errado) e Vertigo (1959; Um corpo que cai), este último, na opinião de alguns críticos, sua obra-prima.

Hitchcock experimentou mais tarde novos recursos dramáticos e expressivos. Assim, por exemplo, em Psycho (1960; Psicose), o espetacular assassinato da protagonista ocorre logo no início do filme; em The Birds (1963; Os pássaros), o clima de terror é provocado por aves que, inexplicavelmente, começam de repente a atacar as pessoas. Em Torn Curtain (1966; Cortina rasgada) e Topaz (1969; Topázio), histórias convencionais de espionagem, expôs uma clara divisão maniqueísta entre o bem e o mal.

Hitchcock tornou-se uma figura familiar ao grande público ao apresentar na televisão, nas décadas de 1950 e 1960, relatos breves de suspense. Era costume do diretor fazer em seus filmes aparições fugazes, que podiam ir desde subir num trem com um violoncelo até cruzar a tela passeando com um cachorro. Morreu em 29 de abril de 1980 em Bel Air, Califórnia.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
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