quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Veneno

Ele a esperava, no corredor. Baixou a voz:

— Preciso bater um papinho contigo.

— Quando?

— Logo mais.

— E onde?

— No jardim.

— OK.

Mas ouviram passos na escada. Marina pediu, num sopro de voz: “Cuidado com minha filha! Cuidado com minha filha!”. Fugiu ao longo do corredor, abriu a porta do quarto e entrou, trancando-se. Veio sentar-se diante do espelho; disse para si mesma: “Estou maluca! Completamente maluca!”. E uma coisa, sobretudo, a aterrava: que sua filha Terezinha, de treze anos, descobrisse e desconfiasse. O fato é que, depois de catorze anos de felicidade matrimonial, ela experimentava um primeiro flerte, olhava para um homem que não era seu marido. Uma amiga desquitada, que estava no mesmo hotel, ponderava: — “Isso não é nada do outro mundo”. E sugeria: — “Aproveita, aproveita!”. Esse conselho claro ou mesmo cínico foi de uma grande e pungente doçura para Marina. Ainda assim perguntou, com uma expressão de tormento nos olhos e na boca:

— E minha filha?

AS DUAS

Estavam naquele hotel de montanha há quinze dias, ela, o marido (Godofredo) e a filha única (Terezinha). O marido descera naquela tarde para a cidade, para atender a um chamado urgente. Terezinha, que adorava o pai, levara-o até o ônibus. Ao despedir-se, depois de beijar e ser beijada, a menina prometera, fixando no pai os olhos serenos:

— Eu tomo conta de mamãe.

Godofredo achou graça. Homem sem imaginação e sem ciúmes, não pedira essa vigilância. Pois bem. Partiu o ônibus e as duas ficaram sozinhas. E, para Marina, a pior forma de solidão era a companhia da filha. Ao longo dos anos, não conseguira conquistar a menina. Não havia entre elas nenhuma confiança, nenhum abandono, nenhum carinho possível. Desesperada, Marina perguntava a si mesma: “Mas o que foi que eu fiz a essa menina? Que foi?”.

De fato não fizera nada, absolutamente nada. Mas a verdade é que existia, de uma para a outra, uma sutil, uma secreta hostilidade. Um dia, no confessionário, teve que admitir: “Eu não sou a mãe que devia ser”. Fez um esforço para acrescentar: — “Não gosto de minha filha”. Desejaria ser como as outras mães, mas qualquer tentativa que fazia no sentido de acariciar a menina a amargurava. Essa falta de amor era tão ilógica que, na sua meditação, agarrava-se à explicação espírita: “Quem sabe se em encarnações anteriores...”. Agora estavam as duas sozinhas num hotel, fechadas, cada qual no seu mundo de solidão.

O FLERTE

Depois que a família chegara ao hotel, começara o primeiro flerte pós-matrimonial. Para si mesma e para a amiga desquitada, ela fazia questão de sublinhar: “O primeiro, o primeiro!”. Chamava-se Gustavo e estava à porta quando a família desembarcou. Ela o achou talvez bonito demais para um homem. Mais tarde, já no quarto, abrindo as malas, guardando as roupas na gaveta, pensava naquele rosto que mal percebera nos atropelos da chegada. O pior não foi a impressão muito intensa, mas a certeza imediata de que se apaixonaria por ele. Na mesa, parecia distraída, ausente ou nervosa. De repente, porém, tomou um susto. Percebeu que a filha não a desfitava, como se lesse com apavorante vidência os seus pensamentos mais secretos. Dissimulou, tanto quanto possível. Riu alto a pretexto de nada. Mas sentiu no próprio riso um som falso. Pouco depois, a amiga desquitada vinha dizer-lhe: “Viste que pedaço de homem?”. Disfarçou: “Sim”. Foi ainda essa amiga quem, dias após dias, exasperou sua imaginação. Começou por dizer: “Está te olhando. Olha também, sua boba!”. Foi assim que começou aquele flerte. O primeiríssimo. O marido não via, não observava nada. Marina, porém, tinha medo da filha, muito sensível, sagaz e atenta. Se não fosse a cumplicidade e o estímulo da amiga, teria talvez desistido. Mas a outra a cercava por todos os lados:

— Flerte não tem importância. É uma coisa à toa.

Marina reagia:

— Mas eu sou casada!

— Ora, fulana! Você pensa que então a mulher casada é um paralelepípedo? Tinha graça!

Apenas balbuciou a pergunta:

— E minha filha? Muxoxo da amiga:

— Manda tua filha lamber sabão!

O BEIJO

Era realmente flerte, apenas flerte, nada mais, na sua forma inócua e clássica, ou seja, à distância. Limitavam-se a olhares que, entretanto, eram de uma delícia mortal. Jamais haviam trocado uma palavra, um aperto de mão, uma carícia. A desquitada, que estava no caso esportivamente, sem nenhum interesse, já resmungava: “Vocês estão bobeando! Ah, se fosse comigo!”. Marina sofria, a verdade é que sofria. Até então, julgara-se feliz e, de repente, descobre que sua felicidade não existia, nunca existira. Tinha agora abstrações, melancolia; um perfume a fazia chorar ou desfalecer. Acabou admitindo para a desquitada:

— Amo este homem. — E repetiu numa espécie de angústia: — Amo.

A desquitada a instigou:

— Mergulha de cara! Mergulha de cara!

E, uma noite, pouco antes do jantar, aconteceu uma fatalidade deliciosa e terrível. Cruzou, no corredor, com o bem-amado. Tudo aconteceu de uma maneira irresistível. Sem uma palavra, Gustavo se apoderou de sua mão e a beijou, longamente. Foi um minuto ou muito menos. Mas ela saiu dali numa embriaguez completa. E o que tornava sua delícia mais aguda era o sentimento do pecado. Correu à amiga, pois sentia necessidade imediata de uma confidência. Contou que o Gustavo a beijara na mão... Fulana exclamou: “Na mão?”.

Confiou, convulsa: “Pois é”. Fez a outra pôr a mão no seu peito para sentir as palpitações furiosas. Mas a desquitada parecia insatisfeita: “Vocês são dois moscas-mortas. Ora veja!”. Para Marina, porém, o episódio se revestia de um significado terrível. Pela primeira vez, o caso saía da espiritualidade pura e se materializava. Foi nessa noite que o marido recebeu o chamado. A desquitada esfregou as mãos:

— Está pra ti! Ou é agora ou nunca!

O FATO

O marido partiu. E, à noite, no corredor, Gustavo pedira: “Um papinho”. No jardim, Marina teve de esperar que a filha, que dormia com uma coleguinha, se recolhesse. Até o último momento teve um pavor: “Será que ela vai cismar de dormir comigo?”-. Felizmente, a menina, sem desconfiar, foi com a colega para o quarto. Então Marina deslizou como uma criminosa, com o coração aos pinotes e uma sensação de crime. Parecia-lhe, então, que jamais tivera qualquer amor, qualquer carinho, qualquer afinidade com o marido; pensava nele como o último dos estranhos. Ficou no jardim com o Gustavo uma meia hora. Desde o primeiro instante, sentiu-se frágil, indefesa, derrotada. Lembrava-se que o marido voltaria no dia seguinte e que só lhe restava uma noite livre. Essa urgência do pecado era fascinadora. Por outro lado, Gustavo foi altivo, ousado, quase brutal. E a deslumbrava com um argumento de cinismo absoluto: — “Uma vez só. Uma vez não são todas”. Ela evitava, embora sabendo que se abandonaria. Na verdade, resistia à idéia de capitular sem luta, sem conquista, sem namoro. E mal ia escutando:

— Deixa a porta encostada, apenas encostada... À meia-noite, eu vou lá e... Sim?

Respondeu, num sopro:

— Sim.

Voltou correndo. Mas o deslumbramento inicial se extinguira. O que havia no mais íntimo de si mesma era uma angústia intolerável, a vontade de fugir e, ao mesmo tempo, um ressentimento contra o marido que não se fizera amar. Pensava também na filha: “Imagina se ela sabe ou imagina!”. De repente, aparece a desquitada e, ao saber que está tudo combinado, pisca o olho: “Felicidades!”. E sai.

À meia-noite em ponto, Gustavo empurra a porta encostada.

O REMÉDIO

Marina acordou tarde. Toda sua angústia desaparecera: estava de novo feliz e com a sensação de que só agora começava a viver. Levantou-se, pôs as chinelinhas róseas e, na camisola muito leve, que era quase a nudez, correu ao espelho como se quisesse ver a própria imagem depois do pecado. E, pelo espelho, viu quando Terezinha entrava. Trazia um copo com um líquido qualquer. Marina virou-se, mas a simples presença da filha feriu de morte todo o seu encanto de viver. Estavam as duas, no meio do quarto, face a face. Até aquele momento, havia entre mãe e filha uma polidez que era o disfarce de um sentimento mais turvo, mais profundo e mais envenenado. E, pela primeira vez, ambas viam o rosto verdadeiro da outra. Naquele instante, ocorreu novamente a Marina a explicação espírita de que na outra encarnação... Então, com o rosto erguido, quase sem mover os lábios, Terezinha foi dizendo:

— Eu me escondi detrás do guarda-roupa... Fiquei lá a noite toda...

E repetiu, trincando nos dentes as palavras:

— Detrás do guarda-vestidos...

O DILEMA

Marina sentiu que a mentira seria inútil. Teve um brusco pavor daquela filha. Foi fraca, pusilânime. Indefesa, perguntou:

— Que queres que eu faça?

A resposta veio sumária, quase doce: “Bebe isso”. Não compreendeu imediatamente. Apanhou o copo; ergueu-o contra a luz. Tornou a perguntar: “Mas isso é o quê?”. E a outra, com os lábios negros:

— Veneno.

Recuou, aterrada, sem coragem de atirar longe aquele copo, de parti-lo em mil estilhaços. Sentiu-se agarrada. Terezinha dizia-lhe: “Então, bebo eu. Ou tu ou eu. Uma de nós tem de beber”. Marina olhou com assombro o líquido claro, enquanto a filha repetia:

— Ou tu ou eu.

Marina fechou os olhos, foi bebendo, até o fim. Largou então o copo, que se estilhaçou no chão.
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A coroa de orquídeas e outros contos de A vida como ela é... / Nelson Rodrigues; seleção de Ruy Castro. — São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
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Tônia Carrero

Tônia Carrero
“Ela fala pelos cotovelos!….Mas que cotovelos”, disse o escritor Rubem Braga no Degrau, bar do Leblon, sobre a mulher por quem era apaixonado, Tônia Carrero. Eles já tinham se tornado apenas amigos. Braga sussurrou isso a Paulo Mendes Campos, numa mesa boêmia. Ele, calado como sempre. Ela, desinibida, encantava como sempre.

Tônia Carrero (Maria Antonieta Portocarrero Thedim), atriz, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23 de agosto de 1922. Após longos anos de carreira, é considerada uma das mais consagradas atrizes do Brasil, com marcantes interpretações em cinema, teatro e televisão.

Apesar de graduada em educação física, a formação de Tônia como atriz foi obtida em cursos em Paris, quando já era casada com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, pai do ator e diretor Cecil Thiré. Ao voltar da França, protagonizou o filme Querida Suzana. Foi a estrela da Companhia Cinematográfica Vera Cruz - São Bernardo do Campo - SP, tendo atuado em diversos filmes.

A estréia em teatro foi no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) em São Paulo, com a peça Um Deus Dormiu Lá em Casa, onde teve como parceiro o ator Paulo Autran. Após a passagem pelo TBC formou, com seu marido na época, o italiano Adolfo Celi e com o amigo Paulo Autran, a Companhia Celi-Autran-Carrero que, nos anos 50 e 60 revolucionou a cena do teatro brasileiro ao constituir um repertório com peças de autores clássicos, como Shakespeare e Carlo Goldoni, e de vanguarda, como Sartre.

Em 1965, sem a presença de Adolfo Celi, que havia guiado e impulsionado a sua carreira, Tônia cria a sua própria empresa, a Companhia Tônia Carrero, que não é mais um conjunto estável, mas uma firma que viabilizará as esporádicas montagens protagonizadas pela estrela. Interpreta com graça, ao lado de Paulo Autran, A Dama do Maxim's, de Georges Feydeau; agora dirigida por outro diretor italiano, Gianni Ratto, 1965.

Em 1968, alcança um ponto alto em sua carreira, com a patética Neusa Suely, personagem principal de Navalha na Carne, de Plínio Marcos. Sob a vigorosa direção de Fauzi Arap, artista que muito a influencia nessa fase, Tônia despe-se da sua proverbial beleza e elegância, para mergulhar fundo no sofrimento e nas humilhações de uma miserável prostituta, levando os prêmios Molière e Associação de Críticos Cariocas.

Em 1970, volta a ser dirigida por Fauzi, experimentando, em companhia de Autran, um drástico insucesso em uma montagem de Macbeth, de William Shakespeare.

Em 1971, ela interpreta a Nora de Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, sob a direção do seu filho Cecil Thiré. Ainda com ele, em 1974, comemora seus 25 anos de teatro com o grande sucesso comercial de Constantina, de Somerset Maugham.

Protagoniza Doce Pássaro da Juventude, de Tennessee Williams, com direção de Flávio Rangel, 1976. Dirigida por Antunes Filho, faz a pesonagem Marta de Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?, de Edward Albee, 1978. Com direção de Adolfo Celi, em visita ao Rio de Janeiro, faz a comédia Teu Nome É Mulher, de Marcel Mithois, 1979. Protagoniza A Volta Por Cima, texto e direção de Domingos Oliveira, com direção do autor, 1982. Volta a contracenar com Paulo Autran, e sob a direção deste, no árduo texto de Marguerite Duras, A Amante Inglesa. Interpreta em 1984, com êxito de bilheteria, o papel de Sarah Bernhardt, em A Divina Sarah, de John Murrel, direção de João Bethencourt.

Com Anselmo Duarte no filme "Tico-Tico no Fubá" (1952)
A partir de 1986, Tônia Carrero parece mudar radicalmente os rumos de sua carreira, deixando de investir em clássicos e textos de resultado garantido, para correr o risco na produção e na interpretação de textos modernos, com encenadores de linguagem investigativa. Sua interpretação surpreende público e crítica em Quartett, de Heiner Müller, dirigida por Gerald Thomas, que ela conhece na Off-off Brodway, em Nova York, e traz para o Rio de Janeiro, recebendo o Molière de melhor atriz. 

Em 1989, sob a direção de Marcio Aurelio, comemora 40 anos de carreira encenando um solo: vivendo Zelda Fitzgerald em Esta Valsa é Minha, de William Luce, Tônia mostra agilidade movimentando-se coreograficamente entre tapadeiras móveis no palco do Teatro Glória. Em 1990, reencontrando o parceiro de cena Paulo Autran, aventura-se em Mundo, Vasto Mundo, uma coletânea de textos de Carlos Drummond de Andrade.

Na década de 1990, atua novamente sob a direção do filho Cecil Thiré em Ela É Bárbara, de Barillet e Grédy. Em 1999, associa-se mais uma vez a um encenador mais jovem, Eduardo Wotzik, para realizar Um Equilíbrio Delicado, de Edward Albee. Em 2000, está ao lado de Renato Borghi em O Jardim das Cerejeiras, de Anton Tchekhov, direção de Élcio Nogueira.

Na TV, um dos seus personagens mais marcantes foi a sofisticada e encantadora Stella Fraga Simpson em Água Viva (1980), de Gilberto Braga. Tônia viria a trabalhar novamente com o autor, em 1983, na novela Louco Amor, dessa vez interpretando a não menos charmosa e chique Mouriel. Tanto em Água Viva como Louco Amor, Tônia perdeu o papel da vilã para Beatriz Segall e Tereza Rachel, respectivamente. Mesmo assim os dois personagens que interpretou foram um sucesso.

É avó dos atores Miguel Thiré, Luísa Thiré e Carlos Thiré, que foi casado com a atriz Isabela Garcia, que é irmã da atriz Rosana Garcia. Prestes a completar 89 anos, tendo quase sete décadas dedicadas às artes, saiu de cena. Involuntariamente. Por motivos de saúde, uma das maiores estrelas do teatro e da TV brasileira, que viveu intensamente seu ofício, está reclusa em casa, no Jardim Botânico, zona sul do Rio.

Carreira no teatro

* 1949 - Um Deus Dormiu Lá em Casa, de Guilherme Figueiredo, com direção de Adolfo Celi
* 1950 - Amanhã, se Não Chover, de Henrique Pongetti, com direção de Ziembinski
* 1953 - Uma Certa Cabana, de André Roussin (tradução de Brício de Abreu), com direção de Adolfo Celi
* 1954 - Uma Mulher do Outro Mundo, de Noel Coward, com direção de Adolfo Celi
* 1954 - Cândida, de Bernard Shaw, com direção de Ziembinski
* 1956 - Otelo, de William Shakespeare, com direção de Adolfo Celi
* 1956 - Entre Quatro Paredes, de Jean-Paul Sartre, com direção de Adolfo Celi
* 1960 - Calúnia, de Lillian Hellman, com direção de Adolfo Celi
* 1960 - Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello, com direção de Adolfo Celi
* 1965 - A Dama do Maxim's, de Georges Feydeau, com direção de Gianni Ratto
* 1968 - Navalha na Carne, de Plínio Marcos, com direção de Fauzi Arap
* 1971 - Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, com direção de Cecil Thiré
* 1976 - Doce Pássaro da Juventude, de Tennessee Williams, com direção de Flávio Rangel
* 1978 - Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?, de Edward Albee, com direção de Antunes Filho
* 1984 - A Amante Inglesa, de Marguerite Duras, com direção de Paulo Autran
* 1984 - A Divina Sarah, de John Murrell, com direção de João Bethencourt
* 1986 - Quartett, de Heiner Müller, com direção de Gerald Thomas
* 2003 - A Visita da Velha Senhora, de Friedrich Dürrenmatt , com direção de Moacyr Góes

No cinema

* 2008 - Chega de Saudade
* 2005 - Vinicius (documentário), com direção de Miguel Faria Jr
* 1990 - O Gato de Botas Extraterrestre, com direção de Wilson Rodrigues
* 1988 - Sonhos de Menina Moça, com direção de Tereza Trautman
* 1988 - Fogo e Paixão, com direção de Isay Weinfeld e Márcio Kogan
* 1988 - A bela Palomera, com direção de Ruy Guerra
* 1977 - Gordos e Magros, com direção de Mário Carneiro
* 1969 - Tempo de Violência, com direção de Hugo Kusnet
* 1962 - Copacabana Palace, com direção de Steno
* 1962 - Sócio de Alcova, com direção de George Cahan
* 1962 - Esse Rio que Eu Amo, c/direção de Carlos Hugo Christensen
* 1961 - Alias Gardelito, com direção de Lautaro Murua
* 1955 - Mãos Sangrentas, com direção de Carlos Hugo Christensen
* 1954 - É Proibido Beijar, com direção de Ugo Lombardi
* 1952 - Apassionata, com direção de Fernando de Barros
* 1952 - Tico-Tico no Fubá, com direção de Adolfo Celi
* 1950 - Quando a Noite Acaba, com direção de Fernando de Barros
* 1949 - Caminhos do Sul, com direção de Fernando de Barros
* 1947 - Querida Suzana, com direção de Alberto Pieralisi

Na televisão

* 2004 - Senhora do Destino .... Madame Berthe Legrand
* 2000 - Esplendor .... Mimi Melody
* 1995 - Sangue do meu sangue .... Cecile Renon (SBT)
* 1993 - Cupido Electrônico .... D. Nenette (co-produção RTP)
* 1989 - Kananga do Japão .... Letícia Viana (Rede Manchete)
* 1987 - Sassaricando .... Rebeca
* 1983 - Louco Amor .... Mouriel
* 1981 - O Amor é Nosso .... Gilda
* 1980 - Água-Viva .... Stella Fraga Simpson
* 1979 - Cara a Cara (Rede Bandeirantes)
* 1972 - Uma Rosa com Amor .... Roberta Vermont
* 1972 - O Primeiro Amor .... Maria do Carmo
* 1971 - O Cafona .... Beatriz
* 1970 - Pigmalião 70 .... Cristina Melo de Guimarães Cerdeira
* 1969 - Sangue do Meu Sangue .... Pola Renon (Rede Excelsior)

Fontes: Wikipédia; Época; Enciclopédia Itaú Cultural.
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Bussunda

Bussunda (Cláudio Besserman Vianna), comediante, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 25/6/1962, e faleceu em Vaterstetten, Alemanha, em 17/6/2006. O apelido teria nascido na adolescência, com a mistura dos nomes Besserman e Sujismundo surgindo "Bessermundo" e mais tarde, "Bussunda". Já o próprio humorista dizia que o apelido era a mistura "das duas coisas que eu mais gosto".

Filho de Luís Guilherme Vianna e Helena Besserman Vianna, era torcedor do Flamengo e, em 1989, casou-se com a apresentadora Angélica Nascimento, de quem teve uma filha, Júlia.

Seu irmão Sérgio Besserman foi presidente do IBGE (por isso às vezes o IBGE era chamado no programa humorístico Casseta & Planeta de "Instituto do Irmão do Bussunda").

Bussunda não tinha interesse pelos estudos. Quando adolescente, chegou a ser reprovado com nota zero em todas as matérias. Ainda assim, no vestibular ficou em penúltimo lugar para o segundo semestre do curso de comunicação social da UFRJ. Como o mesmo disse: "Na faculdade pública meus pais não podiam reclamar que pagavam mensalidade e a faculdade ajudava no meu projeto de vida de não fazer nada. Não me formei, mas foram ótimos anos."

Começou sua carreira trabalhando como redator do jornal humorístico Casseta Popular. Fundado por Beto Silva, Marcelo Madureira e Hélio de la Peña em 1978, o jornal fez sucesso no início da década de 1980 ao combinar o humor escrachado com a crítica política e de comportamento. Na época, ele ainda era estudante de jornalismo na UFRJ. Esse jornal daria origem à revista Casseta Popular e viria a se tornar um dos embriões do Casseta & Planeta.  Além do bom humor, uma de suas fortes características era zombar do próprio fato de ser glutão, o que o levava a imitar personagens com semelhante qualidade.

Nos anos 80 inicia suas participações na TV, primeiro como apresentador do programa adolescente de debates Cabeça Feita (TVE Brasil), mais tarde (1988) contratado como redator do programa TV Pirata, que era exibido na Rede Globo. Ainda em 1988, Bussunda se tornou destaque natural do show Eu vou tirar você desse lugar, início da parceria musical da Casseta Popular com o Planeta Diário (mais tarde, Banda Casseta & Planeta). A parceria se estenderia aos programas Doris para Maiores (1991) e Casseta & Planeta, Urgente! (1992 ).

Desde 1992, era um dos protagonistas do programa humorístico Casseta & Planeta, Urgente!, exibido pela Rede Globo. Mesmo após a criação do programa, Bussunda continuou a atuar como cronista e jornalista independente.

Com os mesmos companheiros de televisão escreveu onze livros, lançou três discos, encenou uma peça de teatro e protagonizou um filme em 2003, A Taça do Mundo é Nossa (e Seus Problemas Acabaram, lançado em 2006 postumamente). Ainda no cinema, fez uma participação especial no filme Como ser solteiro e dublou o personagem principal da animação Shrek.

Faleceu na Alemanha, com apenas 43 anos, enquanto realizava a cobertura da Copa do Mundo de 2006 para o Casseta & Planeta.

Fonte: Biografia baseada na Wikipedia.
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