quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Leônidas, o Diamante Negro

Tão elástico que recebeu o apelido de Homem Borracha, tão raro que passou a ser conhecido como Diamante Negro. Naqueles anos 30 e 40, ninguém era tão famoso como Leônidas da Silva, o maior centroavante de todos os tempos. Reuniu as principais virtudes que fariam a sua fama: o drible de corpo, a ginga com a bola, o deslocamento rápido, a invenção. Apesar de considerado o pai da bicicleta, sempre fez questão de dar o crédito de inventor a Petronilho de Brito.

Leônidas da Silva nasceu em São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 6/9/1913, filho de Dona Maria e do Sr. Manoel Nunes da Silva. Na infância era torcedor do Fluminense, encantado que foi com o grande time tricolor tricampeão carioca em 1917/1918/1919. Começou sua carreira em 1923 no infantil do São Cristovão do Rio. Em 1929 passou a jogar pelo Sirio Libanês F.C., e no mesmo ano disputou o Campeonato da Liga Brasileira pelo Sul América F.C. sagrando-se campeão. Ainda em 1929 foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, onde estreou fazendo dois gols.

Em 1931 passou a atuar pelo Bonsucesso F.C. onde ficou até o final de 1932, tendo sido convocado diversas vezes para a Seleção Carioca, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1931, além de ser o maior artilheiro da história do Bonsucesso. Nesse clube, também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva.

Em 1933 foi jogar pelo Peñarol do Uruguai onde ajudou o clube a conquistar o vice-campeonato. No ano seguinte retornou ao Brasil para jogar pelo Vasco da Gama, o qual ajudou a ganhar o campeonato carioca de 1934.

A sua primeira competição importante com a camisa da seleção foi a Copa do Mundo, em 1934, na Itália. O Brasil fez uma péssima campanha, perdendo logo na estréia e sendo eliminado, mas Leônidas marcou o único gol do Brasil na competição.

Botafogo, Campeão de 1935 -  Em pé: Carvalho Leite, Álvaro, Martin, André, Leônidas da Silva, Russinho, Patesko e Moura Costa; agachados: Octacílio, Alberto, Nariz, Canali e Afonso.

Em 1935 mudou novamente de clube, indo atuar no Botafogo, onde conquistou o bicampeonato carioca, e em 1939, pelo Flamengo chegou ao tricampeonato estadual, por 3 equipes diferentes. No Flamengo consolidou sua imagem como ídolo nacional e ajudou a combater o preconceito, sendo um dos primeiros jogadores negros a jogar pelo clube.

Em 1938, foi artilheiro da Copa do Mundo com oito gols, incluindo três marcados contra a Polônia. O Brasil conseguiu a sua melhor participação em mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, Lêonidas foi escolhido o melhor jogador do mundial.


Em 1942 transferiu-se para São Paulo e atuou no São Paulo Futebol Clube por onde passou dificuldades financeiras devido ao atraso de pagamentos do clube diante da falência. Foi cinco vezes campeão paulista, tornando-se um dos maiores ídolos da história do São Paulo, sendo homenageado no museu do clube com uma réplica de uma bicicleta que ele executou.

Durante a década de 1940, devido a Segunda Guerra Mundial, os mundiais que seriam realizados em 1942 e 1946 foram cancelados, prejudicando enormemente jogadores como Leônidas, que não tiveram a oportunidade de se tornar conhecidos e reconhecidos mundialmente.

Depois de abandonar os gramados, em 1951, ainda continuou ligado ao esporte. Foi dirigente do São Paulo, logo depois virou comentarista esportivo, sendo considerado por muitos um comentarista direto, duro e polêmico. Chegou a ganhar sete Troféus Roquette Pinto. Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido a doença do Mal de Alzheimer. Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até morrer, em 24 de janeiro de 2004, por causa de complicações relacionadas à doença.

Graças ao trabalho de pessoas esforçadas o legado do "Diamante Negro" jamais será esquecido, mesmo o Brasil sendo considerado uma país que não dá atenção aos ídolos do passado. Foi lançada uma biografia do atleta e sua vida vai ser transformada em filme. Tudo para que os amantes do futebol não esqueçam desse que foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. Alguns acham que isso ainda é pouco, já que Leônidas foi um dos maiores ídolos do Brasil, até o aparecimento de Pelé, no final dos anos 50. Alguns consideram Leônidas melhor que Pelé, porém é algo que ficará incerto, visto que os jogos ainda não eram televisionados na época em que Leônidas atuava como jogador.

Leônidas, atuando pelo São Paulo, em uma de suas "bicicletas" - Pacaembu, anos 1940.

A "bicicleta"

Leônidas recebeu o crédito por ter inventado a "bicicleta". Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada. Alguns afirmam ter sido criada por um outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito, e que Leônidas apenas a teria aperfeiçoado.

A primeira vez que Leônidas executou essa jogada foi em 24 de abril de 1932, em uma partida entre "Bonsucesso" e "Carioca", com vitória do Bonsucesso por 5 X 2. Já pelo Flamengo, realizou a jogada somente uma vez, em 1939 contra o Independiente, da Argentina, que ficou muito famosa na época.

Pelo São Paulo ele realizou a jogada em duas oportunidades, a primeira em 14 de junho de 1942, contra o Palestra Itália, na derrota por 2 X 1. E a mais famosa de todas, em 13 de novembro de 1948, contra o Juventus, na goleada por 8 X 0. A jogada ficou imortalizada pela mais famosa foto do jogador.

Na Copa do Mundo de 1938 ele também realizou a jogada, para espanto dos torcedores, e o gol foi anulado pelo juiz que desconhecia a técnica.

Diamante Negro

O apelido de "Diamante Negro" foi dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagem, da revista Paris Match, maravilhado pela habilidade do brasileiro. Já o apelido de "Homem-Borracha", também dado pelo mesmo jornalista, foi devido a sua elasticidade.

Anos mais tarde a empresa Lacta homenageou-o, criando o chocolate "Diamante Negro", vendido até hoje. A empresa só pagou dois contos de réis à época (o equivalente a R$ 112 mil, aproximadamente), sendo que Leônidas nunca mais cobrou nada pelo uso da marca.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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Tim, o Peão

Tim é considerado um dos maiores dribladores que o futebol brasileiro já produziu. O reconhecimento faz justiça apenas parcialmente ao grande jogador. Afinal, era um craque complelo. Meio-campista inteligente, comandava a estratégia da equipe, dava passes imprevisíveis e parecia constantemente na área para marcar. Sua capacidade de ordenar a equipe em campo fez com que a imprensa argentina o chamasse de El Peón (O Peão), pois conduzia o time como "um peão conduz a manada".

Elba de Pádua Lima, o Tim, nasceu em 20/02/1916, numa fazenda que pertencia ao município de Rifaina, São Paulo. Ele era filho do ferroviário Vargas Lima e de Tereza Granato. Quando criança, sua família chamava-o carionhosamente de Ti. Em 1923, aos sete anos, Elba perdeu o pai. A partir daí, passou a ser criado pela mãe na Vila Tibério, tradicional bairro de Ribeirão Preto, onde ele descobriria o talento que tinha para jogar futebol. Foi nas peladas pelas ruas dessa cidade, que Elba despertou seus dons futebolisticos. Foi nessa época também que o apelido de família, Ti, virou Tim.

Em 1931, aos 15 anos, após ganhar destaque nos infantis do Botafogo, passou para a equipe profissional. No profissional do Pantera, com seu bom futebol, Tim desbancou o maior craque do time até então, o atacante Piquetote, se tornando, assim, ídolo da torcida botafoguense.

Em 1934, aos 18 anos, foi vendido para a Portuguesa Santista, pela quantia de 500 mil Réis, onde sua carreira viria a deslanchar. Com o bom futebol apresentado nesse clube, Tim alcançou em 1935 a Seleção Paulista de Futebol, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.

Em 1936, chegou a Seleção Brasileira, participando do grupo que foi ao Campeonato Sul-americano de 1936. Quando retornou ao Brasil, após o Sul-Americano, decidiu ficar perto da família, e voltou a defender o Botafogo de Ribeirão Preto. Mas ele ficaria pouco tempo no time ribeirão pretano, cerca de 4 meses.

Ainda em 1936, transferiu-se para o Fluminense, quando lhe foi ofertado vinte mil contos de Réis e mais um conto mensal. No Flu viveria o auge de sua carreira. Sua primeira glória no tricolor carioca, foi integrar o time tricampeão estadual em 1936, 1937 e 1938.

Tim disputou a Copa do Mundo de 1938 na França. Após, voltou ao Rio de Janeiro para ser bicampeão do Campeonato Carioca em 1940 e 1941. Ainda pelo Fluminense, este meia-apoiador, fez 71 gols em 226 partidas.

Em 1942 foi disputar a Copa América pela Seleção Brasileira em Buenos Aires, e voltou com o prestígio redobrado, por suas grandes atuações, que levaram os argentinos a o apelidarem de "El Peón", por "conduzir o time brasileiro como um peão (peón) conduz a sua manada". Naquela Copa América o Brasil terminou em 3º Lugar.

Em 1944 aposentou-se da Seleção Brasileira, deixando sua vaga para Jair da Rosa Pinto. No mesmo ano transferiu-se para o São Paulo, onde jogaria até 1947, ano em que transferiu-se para o Botafogo do Rio de Janeiro. Ainda nesse ano, foi jogar e treinar, ao mesmo tempo, a equipe do Olaria. A ocupação do cargo de técnico-jogador do time carioca durou até 1948, quando Tim foi ocupar o mesmo cargo no Botafogo de Ribeirão Preto, ficando no clube de 1948 até 1950.

Tim, como técnico do Vasco da Gama, orientando o jogador Dé.

Encerrou sua carreira como jogador em 1950, na Colômbia, então o Eldorado do futebol sul-americano. Tornou-se em seguida técnico, posição que confirmou sua fama como um dos grandes estrategistas do futebol brasileirom treinando o Bangu, depois o Fluminense, Vasco, Flamengo, Coritiba, Botafogo, San Lorenzo (ARG), São José/SP e Inter de Limeira/SP.

Em 1982, assumiu a Seleção Peruana de Futebol, quando esta não vivia um bom momento. Tim, porém, reorganizou a equipe, e conseguiu fazer com que o time se classificasse para a Copa de 1982. Nesta copa, o Peru, nos três jogos que fez, conseguiu dois empates, contra Camarões (0x0) e Itália (1x1), mas acabou derrotada pela Polônia (5x1).

Tim víria a falecer em 7 de julho de 1984, na cidade do Rio de Janeiro.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar.
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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Fenícios e celtas na América

As primeiras navegações confirmadas à América foram às dos vikings - mas séculos antes, já circulavam no Velho Mundo lendas sobre grandes terras do outro lado do Atlântico. Contam historiadores antigos que o primeiro povo a procurar essas plagas foram os fenícios - os maiores navegadores da Antigüidade, antepassados dos libaneses.

Na obra Bibliotheca Historica, escrita no século I a.C., o romano Diodorus Siculus conta que o capitão fenício Himilcon singrou o "Oceano Ocidental" por volta de 500 a.C. e chegou a uma "grande terra, fértil e de clima delicioso". A descoberta foi mantida em segredo para evitar que outros povos explorassem o lugar - revelar sua localização era crime punido com a morte.

No início da Idade Média, começaram a circular rumores de que o misterioso país do ocidente era uma espécie de paraíso terreno, imagem do Éden descrito na Bíblia. Entre os celtas da Irlanda, a terra encantada ganhou o nome de Hy Brazil. A palavra céltica Brazil tem origens incertas, mas alguns acreditam que derive do termo fenício "barzil", que significava "ferro" - sabe-se que fenícios e celtas comerciaram na Antigüidade e podem ter trocado vocábulos além de mercadorias. Outros tradutores acham que Brazil vem do celta "bress", raiz da palavra inglesa "bless" - abençoar.

A história oficial, como se sabe, conta que nosso país foi batizado em homenagem ao "pau-brasil", a madeira "da cor da brasa" que abundava no litoral do Nordeste e cuja casca dava uma tintura vermelha, usada para tingir as vestes mais luxuosas de Lisboa. Essa versão esquece, claro, que a palavra Brasil é mais antiga que existência da própria língua portuguesa, cujos documentos mais antigos só surgiriam no século IX.

Um descobridor alternativo das Américas pode ter sido um religioso celta em busca do paraíso terrestre: A Navegação de São Brandão, obra escrita na Irlanda por volta do ano 900, conta a história de um monge irlandês que em 556 teria partido pelas águas do Atlântico em um currach - pequeno barco de madeira, coberto de peles e usado por pescadores. Reza a lenda que São Brandão, com uma pequena tripulação de monges-marinheiros, encontrou a fabulosa terra de Hy Brazil, "cheia de bosques e grandes rios recheados de peixes", e voltou à Irlanda para contar a história.

Nenhuma evidência arqueológica confirma que fenícios ou celtas tenham estado no Novo Mundo - mas a chance, segundo alguns pesquisadores, não é de desprezar. "Mesmo na falta de provas definitivas, é ingênuo negar a possibilidade de que povos antigos tenham navegado à América", diz Luiz Galdino, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, que pesquisa as descobertas alternativas do Novo Mundo há mais de 30 anos.

Galdino aponta para a corrente Sul-Equatorial como o caminho mais provável para exploradores antigos. "Os fenícios tinham navios capazes de carregar mais mantimentos que as caravelas portuguesas. Sabemos que eles navegaram pela costa da África até o século IV a.C. - e, se um de seus barcos tivesse entrado por acaso na corrente Sul-Equatorial, iria diretamente para as praias de Pernambuco", diz Galdino, que planeja lançar um livro sobre "as descobertas do Brasil".

"O mesmo caminho pode ter sido seguido por celtas, romanos, árabes. O Brasil e as Américas foram descobertos várias vezes ao longo dos séculos".

Fonte: Os Descobridores do Novo Mundo - História - Passeioweb
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