Flávio Rangel (Flávio Nogueira Rangel), diretor teatral, cenógrafo,
jornalista e tradutor brasileiro, nasceu em Tabapuã (SP), em
06/08/1934, e faleceu em São Paulo (SP), em 25/10/1988.
Um dos
principais nomes do teatro brasileiro no século 20, não foi somente o
diretor de mais de 80 espetáculos no teatro e televisão.
Traduziu 19 peças, iluminou,
produziu e escreveu para o teatro, preparou cinco livros, colaborou com
os principais órgãos de imprensa no país e dirigiu shows musicais
(Simone, Nara Leão, Raíces de América).
Participou de várias montagens
do Teatro Brasileiro de Comédia, companhia que revitalizou e modernizou o
teatro na década de 50 no Brasil.
Flávio nasceu em Tabapuã, no
interior de São Paulo e com três anos de idade mudou-se para a capital.
Estudou na Escola Caetano de Campos e no Colégio Estadual Presidente
Roosevelt. Entrou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas
não completou o curso. Em 1956, escreveu textos para teleteatros do
Grande Teatro Tupi, mas a profissionalização veio no Teatro Brasileiro
de Comédia, TBC, em 1957, com "Do Outro Lado da Rua", de Augusto Boal.
Em 1958, ganhou o Prêmio da
Associação Paulista de Críticos Teatrais, pela encenação de Juventude
Sem Dono, de Michael Vincent Gazzo. Em 1959, para o Teatro Popular de
Arte, dirigiu "Gimba, Presidente dos Valentes", de Gianfrancesco
Guarnieri. Apresentou-se no Festival do Teatro das Nações, em Paris,
Roma e Portugal. Com bolsa de estudo, viajou para os Estados Unidos,
onde estagiou em teatros da Broadway.
No ano seguinte, Flávio Rangel
assumiu a direção artística do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Levou
à cena "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes e "A Semente", de
Gianfrancesco Guarnieri. Conquistou consecutivamente os prêmios Saci,
Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos
Teatrais, de melhor diretor. Em seguida, encenou "Almas Mortas", de
Nikolai Gogol e "A Escada", de Jorge Andrade, que o fez premiado como o
melhor diretor de 1961.
A temporada de 1962 começou com
"A Morte de Um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller. Depois, com "A
Revolução dos Beatos", de Dias Gomes, Flávio se desligou do TBC,
pensando em transpor "Gimba" para o cinema, o que só ocorreu anos
depois. Em 1964 levou à cena "Depois da Queda", de Arthur Miller. Em
1965 fez "Santa Joana", de Bernard Shaw. Para o Grupo Opinião, junto com
Millôr Fernandes, escreveu e dirigiu "Liberdade, Liberdade" -um dos
maiores sucessos de sua carreira.
Num ato de protesto no Rio de
Janeiro, foi preso com outros intelectuais, soltos após semanas de
protestos da classe artística. Flávio voltou à prisão em 1970, por
escrever crônicas para "O Pasquim". Foi colaborador do jornal "Folha de
S.Paulo" entre 1978 e 1984.
Grandes sucessos
Em 1966, fez "O Sr. Puntila e
Seu Criado Matti", de Brecht, e no ano seguinte "Édipo Rei", de
Sófocles. Em 1969 lançou "À Flor da Pele" e uma versão para "Esperando
Godot", de Beckett, com Walmor Chagas e Cacilda Becker, que fez seu
último espetáculo. Flávio dirigiu ainda uma versão para "Hamlet", de
Shakespeare, e em 1971, "Abelardo e Heloísa", de Ronald Millar.
Seguiram-se "A Capital Federal", de Artur Azevedo, "O Homem de la
Mancha", de Dale Wasserman, "Dr. Fausto da Silva", de Paulo Pontes, e
"Pippin", musical da Broadway.
Durante a década de 1970, Flávio
se dedicou a "Mumu, a Vaca Metafísica", de Marcílio Morais; "À Margem
da Vida", de Tennessee Williams, com Ariclê Perez (com quem foi
casado); "O Santo Inquérito", de Dias Gomes; "A Nonna", de Roberto
Cossa; "Tudo Bem no Ano que Vem", de Bernard Slade; "Investigação na
Classe Dominante"; e "O Rei de Ramos", musical de Dias Gomes e Chico
Buarque. Também fez uma nova versão para "O Pagador de Promessas".
A partir dos anos 80, Flávio
Rangel assumiu os musicais, dirigindo em 1982, "Amadeus". No ano
seguinte, com "Piaf", marcou a carreira de Bibi Ferreira. "Vargas",
porém, outro musical de Dias Gomes e Ferreira Gullar, gerou polêmicas
com políticos do Rio. Em 1984, encenou o espetáculo "Freud, no Distante
País da Alma", de Henry Denker. Sem destaque, fez "A Herdeira", baseado
em Henry James, e "Negócios de Estado", comédia de Louis Verneuil.
Seu último trabalho foi "Cyrano
de Bergerac", de Edmond Rostand, em 1985, à frente da Companhia Estável
de Repertório - CER. Para Flávio, o teatro era "imperecível, imortal".
Suas crônicas jornalísticas
foram reunidas em quatro títulos: "Seria Cômico Se Não Fosse Trágico",
"A Praça dos Sem Poderes", "Os Prezados Leitores" e "Diário do Brasil".
Fontes: Wikipedia; Biografia - UOL Educação.