segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Furtado Coelho

Furtado Coelho - 1883
Furtado Coelho (Luís Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado Coelho), compositor, teatrólogo, empresário, ator e poeta, nasceu em Lisboa, Portugal, em 28/12/1831, e faleceu em 13/2/1900.

Veio para o Brasil em 1856, estreando como ator em Porto Alegre RS no ano seguinte. Contratado pelo Teatro Ginásio Dramático, fixou-se no Rio de Janeiro RJ em 1858, excursionando ainda por várias cidades do país.

Como compositor, introduziu nos saraus familiares e nas tertúlias literárias a moda do recitativo, poema declamado com fundo musical composto especialmente para a ocasião.

Em 1860, fez a música da encenação brasileira do drama Dalila, de Octave Feuillet (1821—1890) — composição que alcançou imenso sucesso em todo o Brasil, tornando-se obrigatória nas serenatas familiares da segunda metade do séc. XIX e início do XX.

Em 1861, com letra da atriz Eugênia Câmara, compôs a Grande marcha acadêmica, dedicada aos estudantes de direito de São Paulo SP.

Autor de inúmeras obras teatrais, algumas musicadas, exibia-se nos intervalos das peças, executando o copofone, instrumento de sua invenção, e, ao piano, valsas e polcas de sua autoria, muitas delas editadas pela Casa de Música Narciso & Artur Napoleão.

Promoveu ainda a construção dos teatros São Luís, em 1870, e Lucinda, em 1880, no Rio de Janeiro.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998.
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Flávio Rangel

Flávio Rangel (Flávio Nogueira Rangel), diretor teatral, cenógrafo, jornalista e tradutor brasileiro, nasceu em Tabapuã (SP), em 06/08/1934, e faleceu em São Paulo (SP), em 25/10/1988.

Um dos principais nomes do teatro brasileiro no século 20, não foi somente o diretor de mais de 80 espetáculos no teatro e televisão.

Traduziu 19 peças, iluminou, produziu e escreveu para o teatro, preparou cinco livros, colaborou com os principais órgãos de imprensa no país e dirigiu shows musicais (Simone, Nara Leão, Raíces de América).

Participou de várias montagens do Teatro Brasileiro de Comédia, companhia que revitalizou e modernizou o teatro na década de 50 no Brasil.

Flávio nasceu em Tabapuã, no interior de São Paulo e com três anos de idade mudou-se para a capital. Estudou na Escola Caetano de Campos e no Colégio Estadual Presidente Roosevelt. Entrou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas não completou o curso. Em 1956, escreveu textos para teleteatros do Grande Teatro Tupi, mas a profissionalização veio no Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, em 1957, com "Do Outro Lado da Rua", de Augusto Boal.

Em 1958, ganhou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais, pela encenação de Juventude Sem Dono, de Michael Vincent Gazzo. Em 1959, para o Teatro Popular de Arte, dirigiu "Gimba, Presidente dos Valentes", de Gianfrancesco Guarnieri. Apresentou-se no Festival do Teatro das Nações, em Paris, Roma e Portugal. Com bolsa de estudo, viajou para os Estados Unidos, onde estagiou em teatros da Broadway.

No ano seguinte, Flávio Rangel assumiu a direção artística do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Levou à cena "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes e "A Semente", de Gianfrancesco Guarnieri. Conquistou consecutivamente os prêmios Saci, Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos Teatrais, de melhor diretor. Em seguida, encenou "Almas Mortas", de Nikolai Gogol e "A Escada", de Jorge Andrade, que o fez premiado como o melhor diretor de 1961.

A temporada de 1962 começou com "A Morte de Um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller. Depois, com "A Revolução dos Beatos", de Dias Gomes, Flávio se desligou do TBC, pensando em transpor "Gimba" para o cinema, o que só ocorreu anos depois. Em 1964 levou à cena "Depois da Queda", de Arthur Miller. Em 1965 fez "Santa Joana", de Bernard Shaw. Para o Grupo Opinião, junto com Millôr Fernandes, escreveu e dirigiu "Liberdade, Liberdade" -um dos maiores sucessos de sua carreira.

Num ato de protesto no Rio de Janeiro, foi preso com outros intelectuais, soltos após semanas de protestos da classe artística. Flávio voltou à prisão em 1970, por escrever crônicas para "O Pasquim". Foi colaborador do jornal "Folha de S.Paulo" entre 1978 e 1984.

Grandes sucessos

Em 1966, fez "O Sr. Puntila e Seu Criado Matti", de Brecht, e no ano seguinte "Édipo Rei", de Sófocles. Em 1969 lançou "À Flor da Pele" e uma versão para "Esperando Godot", de Beckett, com Walmor Chagas e Cacilda Becker, que fez seu último espetáculo. Flávio dirigiu ainda uma versão para "Hamlet", de Shakespeare, e em 1971, "Abelardo e Heloísa", de Ronald Millar. Seguiram-se "A Capital Federal", de Artur Azevedo, "O Homem de la Mancha", de Dale Wasserman, "Dr. Fausto da Silva", de Paulo Pontes, e "Pippin", musical da Broadway.

Durante a década de 1970, Flávio se dedicou a "Mumu, a Vaca Metafísica", de Marcílio Morais; "À Margem da Vida", de Tennessee Williams, com Ariclê Perez (com quem foi casado); "O Santo Inquérito", de Dias Gomes; "A Nonna", de Roberto Cossa; "Tudo Bem no Ano que Vem", de Bernard Slade; "Investigação na Classe Dominante"; e "O Rei de Ramos", musical de Dias Gomes e Chico Buarque. Também fez uma nova versão para "O Pagador de Promessas".

A partir dos anos 80, Flávio Rangel assumiu os musicais, dirigindo em 1982, "Amadeus". No ano seguinte, com "Piaf", marcou a carreira de Bibi Ferreira. "Vargas", porém, outro musical de Dias Gomes e Ferreira Gullar, gerou polêmicas com políticos do Rio. Em 1984, encenou o espetáculo "Freud, no Distante País da Alma", de Henry Denker. Sem destaque, fez "A Herdeira", baseado em Henry James, e "Negócios de Estado", comédia de Louis Verneuil.

Seu último trabalho foi "Cyrano de Bergerac", de Edmond Rostand, em 1985, à frente da Companhia Estável de Repertório - CER. Para Flávio, o teatro era "imperecível, imortal".

Suas crônicas jornalísticas foram reunidas em quatro títulos: "Seria Cômico Se Não Fosse Trágico", "A Praça dos Sem Poderes", "Os Prezados Leitores" e "Diário do Brasil". 

Fontes:  Wikipedia; Biografia - UOL Educação.
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Ferreira Gullar

Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira), poeta, crítico, letrista e teatrólogo, nasceu em São Luís, Maranhão, em 10/9/1930. Com uma poesia de cunho social tornou-se um dos mais importantes poetas brasileiros surgidos após o movimento modernista (1922).

O quarto dos 11 filhos do comerciante Newton Ferreira e de Alzira Ribeiro Goulart, foi educado em um colégio católico de São Luís. Entrou pra a Escola Técnica de São Luís (1943) e a partir de sua primeira paixonite, aos treze anos, decidiu ficar recluso dentro de casa lendo e escrevendo poemas.

Ao ganhar (1945) um concurso de redação sobre o Dia do Trabalho, em sua escola, resolveu que se tornaria um escritor. Conseguiu publicar em um jornal seu soneto O trabalho (1947) e, no ano seguinte (1948) passou a colaborar no suplemento literário do Diário de São Luís. Com o apoio do Centro Cultural Gonçalves Dias e com recursos próprios, conseguiu publicar a coletânea Um pouco acima do chão (1949), seu primeiro livro, e foi premiado em um concurso de poesia promovido pelo Jornal de Letras (1950) e mudou-se para o Rio de Janeiro. 

Publicou A luta corporal (1954), obra considerada precursora do movimento paulista de poesia concreta. Com Poemas (1958) mostrou-se neoconcretista e liderou o movimento no âmbito carioca, com a publicação do ensaio-manifesto Teoria do não-objeto (1959). 

Encerrou a fase formalista (1961) e aderiu à poesia politicamente engajada do movimento Violão de Rua, do Centro Popular de Cultura, o CPC da União Nacional dos Estudantes, a UNE, do qual era presidente quando sobreveio o golpe militar (1964) e em dezembro (1968), após assinado o Ato Institucional nº 5 ele foi preso. 

Após um longo período vivendo na clandestinidade, parte para o exílio (1971) , primeiro em Moscou e depois em Santiago, Lima e Buenos Aires. Enquanto morava fora do país, colabora para O Pasquim, Opinião e outros jornais usando o pseudônimo de Frederico Marques. Absolvido (1974) pelo Supremo Tribunal Federal da acusação de pertencer ao Comitê Cultural do Partido Comunista Brasileiro, continua refugiado em Buenos Aires para não ser preso no Brasil. A editora Civilização Brasileira publicou Poema sujo (1976), lançado no Rio ainda sem sua presença. 

No ano seguinte voltou ao Brasil, mas foi preso no dia seguinte pelo Departamento de Polícia Política e Social, o famigerado ex-Dops, onde foi interrogado e ameaçado durante 72 horas, mas graças ao esforço de amigos, consegue ser libertado e, aos poucos, retomou seu trabalho no país. 

Pela primeira vez, um livro seu foi traduzido e publicado em outro idioma: La lucha corporal y otros incendios, em Caracas. Gravou um disco, Antologia poética de Ferreira Gullar pela Som Livre (1979), mesmo ano em que estreou Um rubi no umbigo, primeira peça que escreveu individualmente, começou a trabalhar no núcleo de teledramaturgia da Rede Globo e ganha o prêmio Personalidade Literária do Ano, da Câmara Brasileira do Livro. 

Foi nomeado (1992) pelo presidente Itamar Franco diretor do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, o Ibac, e permaneceu no cargo por mais de três anos (1992-1995), período suficiente para devolver à instituição seu antigo nome, Funarte. 

Ganhou muitos prêmios literários e foi eleito o Homem de Idéias do ano pelo Jornal do Brasil (2004). Outros destaques em sua obra foram Dentro da noite veloz (1975), com poemas escritos nos últimos 13 anos (1961-1974), Na vertigem do dia (1980), Sobre arte (1984), Etapas da arte contemporânea (1985), Barulhos (1987) e Indagações de hoje (1989). 

Para o palco, escreveu Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come (1966), com Oduvaldo Viana Filho, com a qual e ganhou o Molière, o Saci e outros prêmios, A saída? Onde fica a saída? (1967) em parceria com Antônio Carlos Fontoura e Armando Costa, e Dr. Getúlio, sua vida e sua glória (1968), com Dias Gomes, todas encenadas no Rio de Janeiro, pelo Grupo Opinião. 

Como ensaísta, suas principais obras são Vanguarda e subdesenvolvimento (1969) e Uma luz no chão (1978).

Fontes: Net Saber - Biografias; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.
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