sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Oscar Cox, o embaixador da bola

Oscar Cox (Oscar Alfredo Cox) nasceu no Rio de Janeiro em 20/1/1880, e faleceu na França em 6/10/31. Foi um dos fundadores do Fluminense Football Club e seu primeiro presidente, de 21 de julho de 1902 a 31 de dezembro de 1904.

Oscar era filho de George Emmanuel Cox, cidadão inglês nascido em Guayaquil, Equador, onde seu pai fora vice-cônsul da Inglaterra, e da carioca Minervina Dutra Cox, tendo Oscar nascido no Largo dos Leões, no bairro de Humaitá, na cidade do Rio de Janeiro. Seu irmão, Edwin Horácio Cox, um exímio driblador, foi considerado o primeiro grande craque tricolor.

Chegando ao Brasil em 1897 vindo de Lausanne, na Suíça, onde estudara no Colégio La Chatelaine, Oscar não imaginava a dificuldade que iria encontrar para praticar seu esporte favorito, o futebol. Naquela época, o Rio de Janeiro era dominado pelo críquete e parecia não haver espaço para outro esporte com bola.

Cox não desistiu. Tanto falou dos encantos do jogo aos amigos que conseguiu reunir um pequeno grupo de jogadores para ensinar as regras. Estava organizado o Rio Team. Mas surgiu outra dificuldade: arrumar adversários. Cox teve que recorrer aos ingleses do Rio Cricket and Athletic Association, de Niterói, que já haviam praticado o esporte em sua terra natal.

Rio Team - A primeira equipe de futebol montada no Rio de Janeiro. Atletas que representaram o Rio de Janeiro, na primeira partida contra os paulistas, em 19/10/1901. Em pé da esquerda para a direita: Mario Frias, Walter Schuback e Louis da Nóbrega; agachados: Oscar Cox, A. Wright e J. McCulloch; sentados: Francis Walter, Horácio da Costa Santos, Eurico de Moraes, Júlio de Moraes e Félix Frias. Foto tirada em 1901 ( acervo do F.F.C. )
A primeira partida, disputada em Niterói, no dia 1 de agosto de 1901, terminou empatada em 1 a 1 e foi assistida por quinze pessoas, público recorde para um esporte desconhecido.

Coube a Cox organizar também o primeiro jogo Rio-São Paulo, em 1901. Ele até mesmo tentou conseguir um desconto no trem que levou Central do Brasil não se comoveu. Os rapazes, entretanto, não tiveram problemas em pagar as passagens, já que eram todos endinheirados.

Os dois encontros entre os combinados carioca e paulista terminaram empatados (1 a 1 e 2 a 2). Os jogos foram marcados pela extrema cordialidade e camaradagem. Não houve nenhum pontapé e a imparcialidade do juiz mereceu brindes no jantar que comemorou o encontro. Um clima bem diferente daqueles que marcariam os futuros embates Rio-São.

O Fluminense Football Club em uma de suas primeiras formações, com Oscar Cox..
Em 21 de julho de 1902, no Rio de Janeiro, era fundado o Fluminense Football Club. A reunião foi presidida por Manoel Rios e secretariada por Oscar Cox e Américo Couto. Por proposta de João Carlos de Mello e Virgílio Leite, Oscar foi aclamado primeiro presidente do clube, assumindo então os trabalhos e passando Manoel Rios para secretário.

Como jogador, Oscar Cox foi campeão carioca em 1906 e 1908 atuando em cinco partidas, tendo disputado ainda mais quatro partidas amistosas, em 1902 e 1903.

Partiu para Londres, em 1910, definitivamente, tendo recebido no seu embarque uma mensagem de despedida assinada por sócios do Fluminense. Essa mensagem foi encontrada em seus pertences após sua morte, junto ao seguinte texto, escrito por ele: "Cresswell. In case of my death, send to Mario Pollo, secretary of Fluminense F. C. Rio de Janeiro" ("Cresswell. No caso de minha morte, enviar a Mário Pollo, secretário do Fluminense F. C., Rio de Janeiro"). Sua vontade foi atendida.

Após o seu falecimento, Oscar Cox teve seu corpo transladado para o Rio de Janeiro, sendo sepultado no cemitério de São João Baptista, Carneiro Perpétuo 2.068 - Quadra 38, no bairro de Botafogo, em 21 de outubro de 1931.

Em 21 de Julho de 1952, nas comemorações do cinqüentenário da fundação do Fluminense Football Club, no mausoléu de Oscar Cox foi inaugurada uma placa de bronze com a inscrição: "Viver e não deixar uma instituição atrás de si não vale a pena viver. Oscar Cox dirigiu a fundação do Fluminense Football Club, que, no seu Cinqüentenário, aqui grava sua gratidão e saudade". Uma homenagem do então presidente do clube, Fábio Carneiro de Mendonça.

Fontes: Wikipedia; Revista Placar; Fluminense - A formação do Fluminense; IFFHS.
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As primeiras bolas de futebol

Shoot, Fussball e Dupont. Estas eram as marcas das primeiras bolas que quicaram no Brasil. Seus donos eram rapazes de fino trato que haviam estudado na Europa, onde aprenderam a jogar o futebol.

As pioneiras Shoot vieram da Inglaterra na bagagem de Charles Miller. Já a Fussball foi trazida da Alemanha por Hans Nobiling. Finalmente, a Dupont foi uma encomenda de Oscar Cox a um amigo que viajou à Suíça (Fig.: a primeira, inglesa, e abaixo bolas das copas de 70, 62 e 58).

Todas eram muito parecidas entre si, mas bem diferentes das bolas de hoje. Tinham uma abertura por onde entrava uma câmara inflável de borracha. O principal problema surgia na hora de cabecear, quando o cadarço que amarrava a fenda podia machucar as cabeças menos protegidas. Daí o hábito de muitos jogadores usarem aquela touquinha aparentemente ridícula.

No início do futebol brasileiro, para suprir a demanda cada vez maior, a saída foi importar pelotas inglesas. A mais procurada era a McGregor. Mas não tardou que um artesão chamado Caetano começasse a fabricar as primeiras bolas nacionais na sua sapataria da Rua Ipiranga, em São Paulo.

Logo, outros sapateiros começaram no ramo promissor e o Brasil se tornou exportador de bolas, principalmente para a Argentina e o Uruguai. Mesmo assim, a redonda era um artigo de luxo e a criançada brincava mesmo era com bolas de meia, recheadas com palha ou papel. A maior parte dos nossos primeiros craques começou assim.

Na década de 40, a bola que imperava nos gramados brasileiros tinha costura interna, sem a abertura e o cordão. Mas o seu couro marrom continuava a encharcar nos dias de chuva ou nos campos cheios de lama. "Ficava tão pesada que eu tinha que jogar de esparadrapo nas mãos e os homens da linha tinham de enfaixar os pés", conta Oberdan Catani, 75 anos, goleiro do Palmeiras e da Seleção nos anos 40.

A partir da Copa de 62, a bola passou a ser fabricada com dezoito gomos, ganhando uma forma mais perfeita e estável. A cor branca, que sempre foi usada nos jogos noturnos, se tornou a preferida também nos diurnos depois da Copa de 70.

Hoje, as bolas são filhas da tecnologia – pelo menos no exterior. O modelo da Copa de 94 foi desenvolvido com diversas camadas de material sintético que potencializa os chutes e apresenta alta durabilidade e resistência.

Fonte: Revista Placar.
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Hans Nobiling, o professor alemão

Hans Nobiling (10/09/1877, Hamburgo, Alemanha - 30/07/1954, Jacarepaguá, Rio de Janeiro) foi um ex-jogador do Sport Club Germania 1887 de Hamburgo que, jovem, chegou ao Brasil em meados de 1897, trazendo na bagagem bola e a enorme vontade de jogar futebol. Mas em São Paulo, cidade onde se estabeleceu nessa época, o esporte era privilégio de ingleses e dos alunos do Colégio Mackenzie.

Nobiling precisou de muita insistência para conseguir convencer alguns rapazes a organizar um time. Com base nos conhecimentos adquiridos no Germania, o alemão ensinou seus companheiros a chutar, passar e fintar.

Anos depois reuniu um time avulso, que passou a ocupar o campo da Cia. Paulista de Transportes da Chácara Dulley, onde inicialmente o São Paulo Athletic Club fazia seus jogos. Como era muito comum a invasão do campo pelos cavalos e burros que puxavam os bondes que circulavam pela capital paulista na época, o SPAC resolveu seu problema fazendo seu próprio campo na mesma chácara.

A equipe deste alemão, que recebeu a alcunha de Hans Nobilings Team ou "time do Hans Nobiling" em uma tradução livre, teve dificuldades para conseguir adversários no início, mas o time de Nobiling conseguiu dobrar as resistências. Quando ficou satisfeito com a evolução de seus pupilos, o professor alemão mandou uma carta desafiando o time do Mackenzie para um match, o primeiro disputado entre dois times no Brasil. O racha terminou O a 0, mas nunca um placar tão magro rendeu tão bons resultados. O futebol já não era só para inglês ver. Não demorou muito e Nobiling resolveu fundar um clube de verdade.

Logo na primeira reunião não houve consenso para escolha do nome. Cinco votos para Sport Club Germânia, quinze para Sport Club Internacional, já que se tratava de um clube cosmopolita, que reunia brasileiros, alemães, franceses, portugueses e ingleses.

Os dissidentes germânicos, entre eles Hans Nobiling, dezoito dias depois, a 7 de setembro, fundariam o seu Sport Club Germânia (atual Pinheiros), que tinha como campo a área que ficava na Chácara Witte, atrás da antiga cadeia, onde mais tarde seria construída a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. E assim se protagonizou a primeira cisão do futebol brasileiro.

Primeiro time de futebol do Germania em 1899 com Hans Nobiling
Primeiro time de futebol do Germania em 1899 com Hans Nobiling (Gal.do Esporte Clube Pinheiros )

Resumindo, então, o Hans Nobilings Team foi o primeiro time de futebol formado por Hans Nobiling, alemão radicado no Brasil que mais tarde fundaria o Sport Club Internacional de São Paulo e o Sport Club Germânia.

No fim do século XIX era comum as pessoas formarem equipes de futebol ao melhor estilo do futebol de várzea dos dias de hoje, era comum equipes se resumirem à uma bola e entre onze a quinze camisas, sob certos aspectos era esse o caso do Hans Nobilings Team, essa equipe que atuava desde meados de 1895.

Ela nunca disputou nenhuma divisão das diversas versões do Campeonato Paulista, mas merece registro por vários motivos, o primeiro deles é o de ser uma das primeiras equipes do nosso futebol, a segunda é por haver participado das primeiras partidas em nosso país e a terceira, e de certa forma a mais importante é que em 1899 participou do primeiro torneio de futebol do qual se tem notícia no Brasil, lançando assim as sementes pra fazer surgir a Liga Paulista de Futebol e toda a história a partir dela.

Fontes; Wikipedia; Revista Placar.
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