Shoot,
Fussball e Dupont. Estas eram as marcas das primeiras bolas que
quicaram no Brasil. Seus donos eram rapazes de fino trato que haviam
estudado na Europa, onde aprenderam a jogar o futebol.
As pioneiras Shoot vieram da Inglaterra na bagagem de Charles Miller. Já a Fussball foi trazida da Alemanha por Hans Nobiling. Finalmente, a Dupont foi uma encomenda de Oscar Cox a um amigo que viajou à Suíça (Fig.: a primeira, inglesa, e abaixo bolas das copas de 70, 62 e 58).
Todas eram muito parecidas entre si, mas bem diferentes das bolas de hoje. Tinham uma abertura por onde entrava uma câmara inflável de borracha. O principal problema surgia na hora de cabecear, quando o cadarço que amarrava a fenda podia machucar as cabeças menos protegidas. Daí o hábito de muitos jogadores usarem aquela touquinha aparentemente ridícula.
No início do futebol brasileiro, para suprir a demanda cada vez maior, a saída foi importar pelotas inglesas. A mais procurada era a McGregor. Mas não tardou que um artesão chamado Caetano começasse a fabricar as primeiras bolas nacionais na sua sapataria da Rua Ipiranga, em São Paulo.
Logo, outros sapateiros começaram no ramo promissor e o Brasil se tornou exportador de bolas, principalmente para a Argentina e o Uruguai. Mesmo assim, a redonda era um artigo de luxo e a criançada brincava mesmo era com bolas de meia, recheadas com palha ou papel. A maior parte dos nossos primeiros craques começou assim.
Na década de 40, a bola que imperava nos gramados brasileiros tinha costura interna, sem a abertura e o cordão. Mas o seu couro marrom continuava a encharcar nos dias de chuva ou nos campos cheios de lama. "Ficava tão pesada que eu tinha que jogar de esparadrapo nas mãos e os homens da linha tinham de enfaixar os pés", conta Oberdan Catani, 75 anos, goleiro do Palmeiras e da Seleção nos anos 40.
A partir da Copa de 62, a bola passou a ser fabricada com dezoito gomos, ganhando uma forma mais perfeita e estável. A cor branca, que sempre foi usada nos jogos noturnos, se tornou a preferida também nos diurnos depois da Copa de 70.
Hoje, as bolas são filhas da tecnologia – pelo menos no exterior. O modelo da Copa de 94 foi desenvolvido com diversas camadas de material sintético que potencializa os chutes e apresenta alta durabilidade e resistência.
Fonte: Revista Placar.
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As pioneiras Shoot vieram da Inglaterra na bagagem de Charles Miller. Já a Fussball foi trazida da Alemanha por Hans Nobiling. Finalmente, a Dupont foi uma encomenda de Oscar Cox a um amigo que viajou à Suíça (Fig.: a primeira, inglesa, e abaixo bolas das copas de 70, 62 e 58).
Todas eram muito parecidas entre si, mas bem diferentes das bolas de hoje. Tinham uma abertura por onde entrava uma câmara inflável de borracha. O principal problema surgia na hora de cabecear, quando o cadarço que amarrava a fenda podia machucar as cabeças menos protegidas. Daí o hábito de muitos jogadores usarem aquela touquinha aparentemente ridícula.
No início do futebol brasileiro, para suprir a demanda cada vez maior, a saída foi importar pelotas inglesas. A mais procurada era a McGregor. Mas não tardou que um artesão chamado Caetano começasse a fabricar as primeiras bolas nacionais na sua sapataria da Rua Ipiranga, em São Paulo.
Logo, outros sapateiros começaram no ramo promissor e o Brasil se tornou exportador de bolas, principalmente para a Argentina e o Uruguai. Mesmo assim, a redonda era um artigo de luxo e a criançada brincava mesmo era com bolas de meia, recheadas com palha ou papel. A maior parte dos nossos primeiros craques começou assim.
Na década de 40, a bola que imperava nos gramados brasileiros tinha costura interna, sem a abertura e o cordão. Mas o seu couro marrom continuava a encharcar nos dias de chuva ou nos campos cheios de lama. "Ficava tão pesada que eu tinha que jogar de esparadrapo nas mãos e os homens da linha tinham de enfaixar os pés", conta Oberdan Catani, 75 anos, goleiro do Palmeiras e da Seleção nos anos 40.
A partir da Copa de 62, a bola passou a ser fabricada com dezoito gomos, ganhando uma forma mais perfeita e estável. A cor branca, que sempre foi usada nos jogos noturnos, se tornou a preferida também nos diurnos depois da Copa de 70.
Hoje, as bolas são filhas da tecnologia – pelo menos no exterior. O modelo da Copa de 94 foi desenvolvido com diversas camadas de material sintético que potencializa os chutes e apresenta alta durabilidade e resistência.
Fonte: Revista Placar.