sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Uma breve história do Futebol


Vocês vão concordar comigo: pode faltar tudo neste país, menos a emoção da bola rolando nos estádios todos os domingos. Uma pesquisa do Núcleo de Sociologia do Futebol, da UERJ, constatou que cada uma dos 5.507 municípios brasileiros está provido de três instalações imprescindíveis: a igreja, a cadeia e o campo de futebol.

O futebol teve diversas variações – futebol association ou soccer, rugby, futebol americano, handeboll e futebol de salão – de origens remotas e indefinidas. A reconstituição da história do futebol começa séculos a.C. e é baseada em dados e referências contidos em livros e gravuras, a maior parte dos quais sem comprovação possível.

Na China, em 206, a.C., surgiu um manual que regulamentava um jogo estranho, parecido com o futebol, já praticado 2.500 anos antes, no Império Huang-Ti. A meta ficava no centro e os jogadores evitavam que a bola tocasse no chão, sem usar as mãos. No túmulo de Beni Hassam, na Antigo Egito, desenhos nas pedras lembravam o futebol. O jogo continuou de dinastia em dinastia.

Na Grécia, em 20 a.C., uma competição chamada Speskiros ou Harpastum animava gregos e troianos. O campo era delimitado por duas linhas de fundo e a bola era colocada no centro, onde havia outra linha. Duas equipes postavam-se nas linhas de fundo, o juiz dava as ordens e as equipes disparavam em direção à bola. Valia tudo para apanhá-la e alcançar a cidadela (linha de fundo) adversária.

A Inglaterra é o berço do futebol moderno. Há quem afirme que os Romanos foram os responsáveis ao introduzirem o Harpastum no país, mas o fato não obteve ainda confirmação histórica. É indiscutível, no entanto, que já no séc. XII a juventude britânica praticava um jogo parecido. Cidades vizinhas competiam e a disputa era uma batalha campal. O futebol , que já se chamava assim, fazia muitas vítimas. Não havia nenhum limite. Nem de jogadores, nem de tempo.

Um povoado inteiro chutava a bola contra outro povoado, empurrando-a com pontapés e murros até a meta. As partidas se estendiam ao longo de vários dias, à custa de várias vidas. Os reis proibiam estes lances sangrentos: em 1349, Eduardo III incluiu o futebol entre os jogos "estúpidos e de nenhuma utilidade" e há editos contra o futebol assinados por Henrique IV em 1410 e Henrique VI em 1547. Apesar de toda essa repressão, o jogo evoluiu.

Em Florença, o futebol se chama calcio. Leonardo da Vinci era torcedor famoso e Maquiavel, jogador praticante. Longe de Florença, nos jardins do Vaticano, os Papas Clemente VII, Leão IX e Urbano VIII costumavam "arregaçar" as batinas para jogar o calcio. A Igreja Católica não colocou nenhuma objeção a respeito da nova prática esportiva. Muito pelo contrário, pois era comum ver uma multidão de estudantes correndo atrás da bola e também alguns padres distribuindo golpes possantes e exigindo igualmente chutes poderosos, mesmo que ocasionalmente estes pudessem alcançar as suas canelas.

No ano de 1340 d.C., na praça de Santa Cruz em Florença, aconteceu o primeiro jogo no qual a bola era disputada com os pés e com as mãos, entre equipes de 27 jogadores. A bola era uma capa de couro que protegia uma bexiga cheia de ar. A regra era que cada equipe ultrapassasse a bola na meta adversária, formada por dois postes de madeiras colocados nas extremidades do campo.

No México e na América Central, a bola de borracha era o sol de uma cerimônia sagrada desde aproximadamente 1.500 AC. Segundo os índios da selva amazônica da Bolívia, a tradição deste jogo tem origens remotas. No séc. XVIII, um sacerdote espanhol das missões jesuítas do Alto Paraná, descreveu um costume dos guaranis: "Não lançam a bola com a mão, como nós, mas com a parte superior dos pés descalços".

Entre os índios do México e da América Central, a bola era golpeada geralmente com o quadril ou com o antebraço, embora as pinturas de Teotihua cán e de Chichén-Hzá revelem que em certos jogos se chutava a bola com o pé e com o joelho. Quando o jogo terminava e o sol chegava ao amanhecer depois de atravessar a região da morte, muito sangue já havia rolado. Segundo alguns estudiosos, os Astecas sacrificavam os vencedores, pintavam seus corpos com faixas vermelhas e lhes cortavam a cabeça, dando seu sangue em oferenda para que a terra fosse fértil e o céu, generoso.

A Itália, França, Inglaterra e Escócia continuavam animando o calcio, soule, football, que se solidificava principalmente na Escócia e na Inglaterra. Roupas rasgadas, pernas quebradas, dentes arrancados eram uma constante nos campos. Muitos achavam que se tratava de um esporte bárbaro por estimular a violência e o ódio.

Localizamos, também, práticas relacionadas ao futebol que datam, aproximadamente, do século XI, durante as guerras medievais. Os homens que lutavam contra tribos adversárias tinham o hábito de, ao capturar um guerreiro de uma outra tribo, matá-lo e decaptá-lo. Logo após, pegavam a cabeça do indivíduo morto e realizavam um animado e festivo " chutes à cabeça ". Durante tal celebração, os habitantes da tribo vitoriosa se encontravam para, juntos, contarem os feitos heróicos realizados em alguma determinada batalha e relaxarem um pouco correndo e chutando a cabeça do recém assassinado.

Esta prática primitiva e selvagem demonstra o grande potencial de tensão e agressividade que os indivíduos acumulavam durante as guerras e a maneira que encontravam para expressar sua raiva e ódio pelos adversários.

Desde muito cedo, portanto, observamos que o ato de chutar sempre esteve relacionado com uma liberação da agressividade. Sobretudo no início de sua prática, quando não existiam regras ou leis. Tudo era permitido, desde que houvesse muito barulho e algazarra.

Somente no início do século XX é que o futebol surge na Inglaterra em clubes extremamente ricos e aristocráticos. A nata da sociedade passava os dias se divertindo com este novo esporte que se iniciava sem muitas regras e que se tornou exclusivo das elites dominantes .Uma analogia ao tênis pode ser feita no sentido de compreendermos melhor à qual camada social o futebol era destinado. Os encontros sociais e a tentativa de inventar uma outra modalidade esportiva que pudesse concorrer com o " cricket " eram privilegiados. Parece que esta tentativa obteve um grande sucesso se compararmos, na Inglaterra de hoje, o número de adeptos do futebol e do "cricket ".

No Brasil, o futebol desembarcou em 1894, com uma bola trazida pelo estudante paulista Charles Miller. Chegou elitista, racista e excludente. Era um esporte de brancos, de ricos, praticado em clubes fechados ou em colégios seletos.

Aos poucos, jovens amadores começaram a sair dos colégios para o novos clubes que se formavam. Nesse momento os jogos passaram a ser mais periódicos e alguns campeonatos internos dos clubes se iniciavam. O pedagogo Fernando de Azevedo é extremamente feliz na sua colocação: " A juventude parece ter tido a intuição de que este esporte era o mais completo do ponto de vista educativo e psicodinâmico, e por isso recebeu-o de braços e corações abertos como se tivesse esperado por ele há muito tempo. "

A popularidade deste esporte começou a aumentar brutalmente e a rivalidade entre brasileiros e ingleses também. Por volta de 1907, ocorreu um jogo entre o Clube Paulistano e um time formado basicamente por ingleses. O Paulistano venceu o jogo com certa facilidade: 3 x 1 . O último gol dos brasileiros do Paulistano é descrito por Monteiro Lobato como "sendo o maior hurra que São Paulo já havia escutado". Milhares de chapéus eram acenados, a multidão se erguia em delírio, os aplausos podiam ser escutados em qualquer lugar da cidade. Foi uma vitória inesquecível, afirma Orlando Duarte em seu livro "Futebol: História e Regras".

Em 1910, em São Paulo, surgiu o primeiro clube fora do circuito restrito: o Sport Clube Corinthians, abrindo caminho para o Vasco. Em 1923, os vascaínos disputaram um campeonato com um time de mulatos que foram os grandes vencedores. Os brancos, ricos e grã-finos, tentaram resistir e inventaram uma regra: quando o branco cometia falta violenta contra um jogador negro, o juiz marcava a falta e o jogo continuava. Mas quando um negro cometia falta violenta sobre um branco, o juiz apitava a falta. Só que, antes dela ser cobrada, o branco tinha direito de revidar a violência.

Para livrarem-se das surras dos brancos, os negros, em vez de enfrentarem os adversários no peito, passaram a iludi-los e a fintá-los. Daí surgiu o drible, trazendo para o futebol a ginga e o jogo de cintura que o negro da senzala já empregava na dança, na capoeira e nos seus rituais religiosos. É incontestável que a "bicicleta", por exemplo, seja semelhante a um passo de capoeira.

Em 1930, Alberto Camus tomava conta da equipe de futebol da Universidade de Argel. Jogou como goleiro desde menino, porque essa era a posição onde o sapato gastava menos sola. Filho de família pobre, não podia correr pelo campo, pois toda noite a avó revisava as solas e dava uma surra nele caso estivessem gastas. Durante seus anos de goleiro, Camus aprendeu várias lições: "Aprendi que a bola vem para a gente por onde se espera que venha. Isso me ajudou muito na vida, principalmente nas grandes cidades, onde as pessoas não costumam ser aquilo que a gente acha que são as pessoas direitas". Também aprendeu a ganhar sem se sentir um deus e a perder sem se sentir um lixo.

Na Copa da França, em 1938, o Brasil ficou em terceiro lugar, deixando de ser um mero figurante das Copas. Começava então a se definir o estilo brasileiro de jogar futebol. Rebelde e anárquico, inventivo e travesso, mas sempre inesperado, os passos dos jogadores surpreendiam e mostravam o futuro promissor deste esporte em nosso país . Ao cair em solo brasileiro, a semente do futebol encontrou terreno fértil.

Historicamente, o futebol sempre foi considerado um esporte de homens e para homens, provavelmente por exigir força física e resistência. As mulheres (em minoria) eram meras espectadoras de seus ídolos. Costumavam ir aos clubes apenas para paquerar o jogador mais bonito da equipe ou simplesmente para eleger as pernas mais robustas e sensuais. Ao longo dos anos, este quadro mudou muito. Hoje em dia, a mulher vem conquistando um espaço cada vez maior dentro do campo. Várias equipes de futebol feminino estão sendo formadas e já existe, inclusive, uma liga profissional de atletas de futebol.

A popularidade do esporte anda em alta entre as mulheres. Entre elas, vestir o "meião" e calçar as chuteiras para correr atrás da bola já está virando hábito nos clubes de futebol de todo o mundo. O Campeonato Mundial de futebol feminino ocorre com periodicidade igual ao do masculino e os torcedores já vibram com atletas que, em muitos casos, são aclamadas como verdadeiras craques.

Fonte: http://www.geocities.ws/Paris/Boutique/8844/futebol.htm
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Glória Menezes

Glória Menezes (Nilcedes Soares Magalhães Sobrinho), atriz, nasceu em Pelotas, RS, em 19 de outubro de 1934. Filha de pai maranhense e mãe gaúcha, ela se interessou cedo pelas artes, estudando piano desde pequena.

Aos 16 anos, ganhou uma bolsa de estudos para continuar sua formação musical em Paris, mas a família não concordou com a viagem. Casou-se com um primo, com quem teve dois filhos, Maria Amélia e João Paulo, e com quem viveu por oito anos.

Cursou a Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, mas não chegou a se formar. Recebia convites para atuar no circuito profissional de teatro e, em 1960, foi premiada como atriz revelação por seu papel em As Feiticeiras de Salém, de Antunes Filho. Nessa mesma época, começou na televisão, fazendo teleteatro ao vivo. Por seu papel na novela Um lugar ao Sol, de Dionísio Azevedo, recebeu o prêmio como atriz revelação também em televisão.

Em 1962, fez sua primeira e bem sucedida incursão no cinema: interpretou a personagem Rosa, no filme O Pagador de Promessas, que foi dirigido e protagonizado por Anselmo Duarte, e recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes. No ano seguinte, protagonizou – ao lado de Tarcísio Meira – a primeira novela diária da televisão brasileira: 25499 Ocupado, adaptação de um roteiro argentino, transmitida ao vivo pela TV Excelsior. Durante a novela, os atores, que já haviam contracenado anteriormente em alguns teleteatros, iniciaram um romance e, em seguida, se casaram.

Ao lado de Tarcísio, Glória Menezes estrelou diversas novelas na Excelsior, como A Deusa Vencida (1965) e Almas de Pedra (1966), de Ivani Ribeiro, e O grande Segredo (1967), de Marcos Rey.

O casal foi contratado pela TV Globo em 1967, formando um par romântico na novela Sangue e Areia (1968), de Janete Clair. Ele fazia o papel do toureiro Juan Gallardo e ela era Doña Sol. Em seguida, a atriz protagonizou Passos dos Ventos (1968/1969), de Janete Clair. Desta vez, fez par romântico com o ator Carlos Alberto. Voltou a atuar ao lado de Tarcísio Meira na novela seguinte, Rosa Rebelde (1969), também de Janete Clair, na qual interpretou a líder rebelde Rosa Malena.

Em 1970, participaram da novela Irmãos Coragem, que escrita por Janete Clair e dirigida por Daniel Filho, foi um grande sucesso e apresentou Glória no papel de Lara, que protagonizava um drama psicológico: possuía três personalidades distintas. A personagem formava um par romântico com João Coragem, personagem vivido por Tarcísio Meira.

O sucesso do par romântico Glória -Tarcísio foi repetido, em seguida, na novela O homem que Deve Morrer (1971), de Janete Clair, em Cavalo de Aço (1973), de Walther Negrão, e em O semideus (1974), de Janete Clair.

Em 1975, Glória Menezes participou da novela O grito (1975), de Jorge Andrade, em que viveu a angustiada mãe de uma criança com problemas mentais. A parceria com Tarcísio Meira foi retomada, dois anos depois, em Espelho Mágico (1977), de Lauro César Muniz.

Em 1979, Glória Menezes interpretou Ana Preta na novela Pai Herói (1979), de Janete Clair. Dona de uma casa de samba, a Flor de Lys, Ana Preta vivia um triângulo amoroso com o personagem de Tony Ramos e o de Elizabeth Savalla. Em seguida, a atriz participou das novelas Jogo da Vida (1981) e Guerra dos Sexos (1983), de Silvio de Abreu.

Ainda na década de 1980, Glória Menezes participou de Corpo a Corpo (1984), de Gilberto Braga, no papel da vingativa Tereza. Em 1987, ao lado de Marília Pêra, protagonizou a novela Brega & Chique (1987), de Cassiano Gabus Mendes.

Em 1988, o casal de atores estrelou Tarcísio & Glória, seriado criado por Daniel Filho, Euclydes Marinho e Antonio Calmon. O programa inaugurou uma linha de co-produção na Rede Globo: além de atores, Tarcísio Meira e Glória Menezes eram também produtores, negociando patrocínios e merchandising e dispondo de participação nos lucros do empreendimento, inclusive nas vendas para o exterior.

Na década de 1990, Glória Menezes trabalhou em uma série de novelas do autor Silvio de Abreu, como Rainha da Sucata (1990), Deus nos Acuda (1992), A próxima Vítima (1995) e Torre de Babel (1998).

Em seguida, fez Porto dos Milagres (2001), de Aguinaldo Silva, na qual viveu a personagem Dona Coló, O Beijo do Vampiro (2002), de Antônio Calmon, no papel de Zoroastra, e Da Cor do Pecado (2004), de João Emanuel Carneiro, em que interpretou a Kiki.

Em Senhora do Destino (2004), de Aguinaldo Silva, Glória Menezes interpretou, ao lado de Raul Cortez, a Baronesa de Bonsucesso. No mesmo ano, a atriz participou ainda da minissérie Um só Coração (2004), de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, no papel de Camila Matarazzo. Na novela Páginas da Vida (2006), de Manoel Carlos, voltou a contracenar com Tarcísio Meira, com os dois interpretando marido e mulher. Em 2008, estreou em A favorita, de João Emanuel Carneiro, no papel de Irene Fontini, mulher do industrial Gonçalo Fontini, vivido por Mauro Mendonça.

No teatro, Glória Menezes participou de peças como Aluga-se Vagas para Moças de Fino Trato (1975), com direção de Amir Haddad, Tudo Bem no Ano que Vem, de Bernard Slade, que ficou em cartaz entre 1976 e 1981, Navalha na Carne (1981), de Plínio Marcos, Um Dia Muito Especial (1988), de Ettore Scola, Pigmaleoa (1993), de Millôr Fernandes, e E continua... Tudo Bem (1996), também de Bernard Slade, entre muitas outras.

Em 2000, atuou em Jornada de um Poema, com direção de Diogo Vilela, na qual interpretou uma paciente terminal de câncer. No palco, Gloria chegou a ficar nua e raspou o cabelo.

Em 2008, estreou o espetáculo Ensina-me a Viver, onde interpretava uma mulher de 80 anos, que se envolve com um homem 60 anos mais novo.

No cinema, além de O pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, atuou em Lampião, Rei do Cangaço (1964), de Carlos Coimbra, Máscara da Traição (1969), de Roberto Pires, Independência ou Morte (1972), de Carlos Coimbra, O Descarte (1973), de Anselmo Duarte, O Caçador de Esmeraldas (1979), de Oswaldo de Oliveira, Para Viver Um Grande Amor (1984), de Miguel Faria Jr., e Se eu Fosse Você (2006), de Daniel Filho.

Fontes: Wikipedia; ClickCultural / Teatro.
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Grande Otelo

Grande Otelo, ator, humorista e cantor mineiro, é o principal ator negro de expressão internacional do país. Sebastião Bernardo da Costa (18/10/1915 - 26/11/1993), que tem o nome trocado para Sebastião Bernardes de Souza Prata, nasce em Uberlândia e desde criança gosta de circo.

Aos oito anos, é adotado pela atriz Iara Isabel Gonçalves, mãe de Abigail Parecis, jovem estrela de uma companhia mambembe, e muda-se com a nova família para o Rio de Janeiro. Aos 12, canta e interpreta Pastorelo, na ópera Tosca, no Teatro Municipal do Rio.

Foge de casa quando mãe e irmã adotivas viajam para a Itália. Passa algum tempo como menino de rua em São Paulo. É adotado pela segunda vez, por Maria Eugênia de Queirós, e começa a estudar.

Foge de novo, depois de vender um livro raro do pai adotivo para comprar um ioiô. Arranja outro tutor, Miguel Max, mas foge pela terceira vez, ansioso por voltar a morar no Rio de Janeiro.

Em 1935 é acolhido pela Companhia de Arte Jardel Jercolis, que o apresenta como "The Great Othelo", um deboche que junta o fato de ser negro, como o personagem de Shakespeare, a sua pouca estatura. Surge, então, seu nome artístico definitivo.

No mesmo ano estréia no cinema, no filme Noite Carioca, da Cinédia. Atua em mais de 140 produções, passando pelas chanchadas da Atlântida, em que forma com Oscarito a dupla mais famosa da comédia brasileira.

De 1938 a 1946 trabalha no Cassino da Urca, casa de espetáculos que marcou época no Rio de Janeiro. Torna-se uma estrela e recebe elogios de personalidades internacionais, como Josephine Baker e Sammy Davis Junior.

É convidado por Walt Disney a emprestar sua voz ao personagem de quadrinhos Zé Carioca, mas o contrato que tem com o cassino o impede. No teatro, suas peças de maior destaque de que participa são Sancho Pança e O Homem de La Mancha, em que contracena com Bibi Ferreira e Paulo Autran.

Atua em novelas, com destaque para Sinhá Moça e Uma Rosa com Amor, e tem seu último papel na TV em Renascer. Pouco depois de lançar o livro de poesias Bom Dia, Manhã, morre em Paris ao sofrer um infarto.

Principais filmes que participou

Noites Cariocas (1935), Onde estás, felicidade (1939), It’s all true (1942), Romance proibido (1944), Tristezas não pagam dívidas (1944), Segura esta mulher (1946), Este mundo é um pandeiro (1947), Carnaval no fogo (1949), Não é nada disso (1950), Aviso aos navegantes (1950), Carnaval Atlântida (1952), Amei um bicheiro (1953), Dupla do barulho (1953), Matar ou correr (1954), Malandros em quarta dimensão (1954), Rio Zona Norte (1957), De pernas pro ar (1957), Entrei de gaiato (1960), O dono da bola (1961), Assalto ao trem pagador (1962), Samba (1966), Macunaíma (1969), Se meu dólar falasse (1970), A estrela sobre (1974), A noiva da cidade (1978), Asa branca (1980), Brasa adormecida (1986), Tudo é Brasil (1997).

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