sábado, 27 de dezembro de 2008

Dialeto do malandro antigo

O dialeto da "Boca": Ali, gansos, loques e laranjas eram engomados. Adoniran e Isaura Garcia: "O que foi que nóis fez?"

"Durante a ditadura estado-novista (Getúlio Vargas), particularmente de 1940 em diante, piscaram os sinais de alerta para os malandros e os que cultuavam a malandragem.

Desencadeou-se uma cruzada contra a "malandragem" carioca que tinha entre seus objetivos interromper a íntima relação que, na história da música popular brasileira, unira o samba à malandragem.

Mesmo assim, em pleno império do DIP, de modo enviesado que fosse, tipos que viviam à margem do trabalho regular continuavam a freqüentar muitas composições, como que a fornecer um atestado de sua sobrevivência.

É impressionante a quantidade de canções que se converteram em muros de lamentação de mulheres insatisfeitas com seus parceiros sanguessugas e com a sua condição de muro de arrimo da família. Normalmente compostas por homens e cantadas por mulheres, tais músicas, apesar de comportarem alguma dubiedade, se ocuparam de figuras que voltavam as costas ao trabalho."

Embora esse tema seja antigo (anos 30, 40 e 50), ele continua ainda atual, com certas modificações, porque as mulheres lutaram por seus direitos. Mas existiam as "malandras" também e sempre existirão.

Mas o Chico Buarque diz que a coisa realmente mudou: "...Que aquela tal malandragem não existe mais / Agora já não é normal / O que dá de malandro regular profissional / Malandro com aparato de malandro oficial / Malandro candidato à malandro federal / Malandro com retrato na coluna social / Malandro com contrato, com gravata e capital..."

DIALETO DO MALANDRO (HOJE EM DIA É MUITO MAIS EXTENSO...)

Aceso – Excitado com estupefacientes; eufórico; sob efeito de bebida; erótico; irrequieto.

Aliviar – Amenizar a cumplicidade de alguém, libertar o detido, facilitar a soltura do indiciado.

Banhar – Deixar o outro sem a sua parte; ladrão que foge com a parte do comparsa. Limpar: na gíria jornalística é apresentar completa cobertura de um acontecimento em primeira mão.

Barca – Viatura policial.

Batata tá assando – Preso marcado para morrer.

Bater prato – Manter relação homossexual.

Cafiolo – Rufião, cáften ou cafetão.

Capivara – Ficha criminal.

Chafra – Soldado da Força Pública. "Chafra depenado": miliciano desarmado.

Da casa – Membro da polícia.

Empurradinha – Empurrar vítima para o parceiro fazer o roubo.

Engomar – Abotoar, espremer a vítima para o lanceiro furtar-lhe a carteira.

Escamoso – Venenoso, criador de caso.

Esquisito – Encontro amoroso. "Partir para o esquisito": ir ao encontro da mulher para manter relações.

Ganso – Informante policial.

Grupo – Mentira, golpe, logro, grupir ou engrupir, conto-do-vigário, um-sete-um ou cento e setenta e um.

Inferninho – Bar com música de vitrola. Geralmente é ponto de mulheres que arrebanham homens para rendez-vous. Imita a boate, mas não tem show.

Justa – Carro de polícia. O mesmo que "justinha".

Laranja – Novato, inocente, otário.

Loque – Ingênuo, caipira, otário.

Maçaneta – Puxa-saco; só abre e fecha a porta para o chefe.

Olho de vidro - policial que não conhece os ladrões.

Peitosa – Camisa.

Penosa – Galinha ou frango.

Pirandelo – Fugir da polícia ou da prisão.

Plantar o aço – Assassinar colega com arma branca.

Roçadeira – Libidinagem de lésbica, "roçadinho".

Um-sete-um – Estelionatário, malandro, golpista, vigarista, "conto do vigário".
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Transformação social para a promoção da saúde

Taekwondo no Social

O que está em pauta neste artigo é a saúde pública, aliás a “promoção da saúde”. Mas o que vem a ser isso? Pense: prevenir ou promover? Prevenir a doença ou a saúde?

Promover a saúde! Isso é interessante quando se pensa que na maioria das vezes em que a saúde é significada através da medicação, exames laboratoriais e etc.

Será que um bom emprego, salário digno, transporte adequado, habitação própria e saneamento básico não fazem parte da saúde?

Em tempos de enxurradas, deslizamentos, pessoas perdendo seus bens, pertences e em alguns casos perdendo até seus entes queridos, como promover saúde e conscientização?

Nas classes menos favorecidas as mudanças na realidade de vida têm que ser promovidas de forma a estimular o conhecimento e a formar indivíduos críticos/reflexivos e conscientes de seus deveres e direitos e que sejam integrantes ativos de sua comunidade ajudando-a a melhorar sua qualidade de vida. Que lugar mais apropriado a desenvolver esta consciência do que a escola?

Os projetos são muitos importantes para estreitar o laço do aluno e escola, porém o profissional deve conhecer a comunidade que se trabalha, pois deve respeitar a diversidade socioeconômica e cultural.

Há projetos no município de Itajaí como o “escola aberta” que acontece nos sábados e “Emancipar” no contraturno das escolas, estes que favorecem atividades sadias como oficinas de artes, jogos, esportes,cursos profissionalizantes e etc.

Realizei um trabalho em 2007 e 2008 na escola básica Profa Maria Dutra Gomes, Melvin Jones e Universidade do vale do Itajaí, o nome do projeto era “Pés para ultrapassar Obstáculos, mãos para recusar as drogas e caminho para educação e cidadania”.

O objetivo do projeto era proporcionar às crianças carentes da comunidade a possibilidade de aprender a arte do taekwondo.Taekwondo se trata de uma arte marcial coreana que tem por objetivo “formar seres humanos respeitáveis em todos os sentidos”.

Outros objetivos foram:

• Desenvolver funções psicomotoras, aprimoramento de qualidades físicas dos alunos e especificamente na arte marcial Taekwondo.
• Conscientiza-los do valor do domínio sobre os desejos do corpo ensinando-os a entender o que é certo e errado em nossa sociedade.
• Agregar valores como respeito ao próximo, disciplina e da importância da educação como fator de transformação individual e social.

No desenrolar dos trabalhos os alunos foram desenvolvendo aspectos motores e físicos, compareciam as aulas com bastante regularidade e com o passar do tempo foram se capacitando a participar de eventos como exames de graduação, apresentações, treinamentos coletivos, campeonatos e muito mais.

Para facilitar o ensino e aprendizagem empreguei didaticamente muitos recursos materiais e desenvolvi muitas atividades lúdicas para obter melhores resultados. Objetivou-se ensinar de maneira muito mais prazerosa, o “ensinar brincando”. A aprendizagem foi muito mais rica devida também a interação, a afetividade e a troca de experiências na grande diversidade cultural das comunidades que atendi nas escolas e universidade.

Os pais vinham discutir comigo sobre comportamento, como seu filho tinha mudado ao estar participando das aulas, alguns me pediam se de alguma forma poderia conversar com seu filho a fim de fazê-lo repensar suas atitudes. O gosto por praticar essa modalidade foi crescendo e as atitudes foram tomando um curso mais equilibrado e positivo.Outra bandeira que levantei foi a permanência de alunos em minhas aulas que tivessem bom ou regular rendimento escolar, ficou bem famoso o termo “gancho”entre eles.

Trata-se de alunos reincidentes de um bimestre para outro com nota abaixo da media em alguma matéria do currículo.Professores vinham discutir comigo sobre as avaliações e notas de alguns alunos, o que através de conversa posterior com os mesmos obtive melhoras relevantes nos bimestres seguintes.

No projeto foram promovidas muitas reflexões sobre como deveria ser o comportamento de um cidadão, o seu comprometimento com a família, escola e comunidade e alertas sobre as atividades ilegais que eles deveriam evitar a todo custo como o uso de drogas e envolvimento com violência e criminalidade.

Enfim foi gratificante todo esse trabalho árduo que fez o possível e impossível para promover saúde e educação em todos os aspectos citados acima nessa modalidade olímpica e tão recentemente participante do JASC chamada de TAEKWONDO. Fica aqui meu pedido de continuidade do trabalho nessas escolas e implementação de repente em mais uma unidade municipal.

Por: André Ricardo dos Santos

Telefone de contato: (47)32461574/ 84515947
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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

As flores desta tarde

As flores presentes hoje num jardim de Itajaí. Aproveitando o dia ensolarado, fotografei algumas. Mas agora o tempo fechou, parece que vem mais chuva. Que Deus nos ajude....

Rosa Branca
“Tão pura e modesta, / Tão perto do chão, / Tão longe na glória, / Da mística altura, / Dir-se-ia que ouvisse / Do arcanjo invisível / As palavras santas / De outra Anunciação” (Manuel Bandeira).

Azaléia
“Como o beija-flor e a azaléia hão de se comportar / Um fornece o néctar para o outro alimentar / Em troca, suas sementes este há de espalhar / Pois na próxima primavera novas azaléias irão aflorar”.
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