quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Piriquito versus Youtube

O prefeito de Balneário Camboriú-SC, Edson Piriquito, pode tirar o Youtube do ar no Brasil, nas próximas 24 horas. Em um dos trechos do vídeo aparece uma charge desse prefeito.

Uma decisão radical da Justiça Eleitoral de Santa Catarina poderá tirar o YouTube do ar no Brasil nas próximas 24 horas (Assista ao vídeo aqui)

O Google, dono do site, foi acionado pelo candidato a prefeito de Camboriú (SC), Edson Piriquito (PMDB). O peemedebista sentiu-se prejudicado pelo vídeo (acima) chamado MMA dos prefeituráveis, programa de entrevistas do jornal Diarinho com os candidatos na cidade. Em um dos trechos do vídeo aparece uma charge de Piriquito.

A 56ª Zona Eleitoral de Santa Catarina definiu o seguinte: ou o Google retira o vídeo do site nas próximas doze horas ou o YouTube será suspenso do país por um dia. A multa para o descumprimento da lei é de 20 000 reais.

O Google, como era de se esperar, recorreu da decisão.

Fonte: Surgiu / Lauro Jardim.
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Somos bons de banho

Se fosse reportagem dessas revistas que ficam por aí batalhando pela exaltação do medíocre, ainda não levaríamos a sério. Mas trata-se de mensário norte-americano, dos mais metidos a besta. Nele é que está a reportagem sobre os costumes da higiene entre os povos, reportagem que chega a surpreendentes (lá pra eles, americanos) conclusões.

Segundo o que juntaram as estatísticas, entre os povos ditos civilizados, apenas os sulamericanos — e assim mesmo não é em todos os países desta América — possuem um balanço de mais de 50 por cento da população que se dá ao hábito do banho diário.

Vejam vocês que bonitinho: o Brasil figura na coisa. A gente, isto é, metade da gente se dá ao luxo do banho diário, num país onde as cidades principais sofrem de permanente falta dágua. Não é lindo? Você aí, toma banho todo dia? Sentiu bem! A senhora lá, também se dá ao ensaboado de 24 em 24? Perfeito, madame. Aliás, basta olhar para ver que a senhora tá limpinha.

Mas há os que se fazem de "estrangeiros", isto é, falcatruam o banho diário, prejudicando a estatística a favor do Brasil. O mensário não diz se a gente também é campeão mundial de banho, mas faz referências muito elogiosas ao povo brasileiro. Logo se não tivesse essa turma aí que faz que esqueceu de tomar banho, ou certas pessoas preguiçosas, que tomam o chamado de assento, que — diga-se a bem da verdade — não é banho dos mais pródigos em remover impurezas; se não existisse essa turma — repetimos — e mais outros que escondem sob o olor forte das essências a verdade odorífica do suor, o Brasil bem que poderia guardar mais este honroso título universal: Campeão Mundial de Banho.

E isto, é preciso que se frise mais uma vez, é estatística séria, feita pelos norte-americanos, que, depois de chiclete e dólares, têm adoração pelas estatísticas.

Agora, uma outra coisa é preciso fazer sentir: não nos iludamos a respeito de tão decantada higiene. Afinal, higiene é como mulher... quanto mais, melhor. E tem muita gente pela aí que não faz jus ao título.

Nosso querido Primo Altamirando, por exemplo, arranjou uma namorada que só vai ao banheiro para outros afazeres. Banho com ela é em suaves prestações mensais. Mas o nefando parente é sutil. Noutro dia chegou lá na casa dela com um embrulhinho e disse: — "Trouxe um presente para você usar no pescoço. Adivinhe o que é."

E quando a coitada, na voz de ser para usar no pescoço, disse que devia ser um colar, Mirinho deu uma gargalhada e falou: "Errou, sua boba. É um sabonete.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.
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A arma do crime

Foi em São Paulo. Aqui o jornal diz que Isaura Specca Pinto registrou a queixa na Polícia, depois de ter recebido socorro médico. Fora atacada pelo seu amásio (em notícia de fato policial o distinto é sempre amásio e nunca amante. É um truque lá dos coleguinhas). O amásio é o vigia de obra Herculano de Sousa Martins.

Para que vocês não fiquem imaginando que a gente inventa essas coisas, vão aqui outros dados importantes. O casal vivia (vai no passado porque a reconciliação vai ser difícil) na Rua "L", número 4-B, em Vila Medeiros, jurisdição da 19.a Delegacia.

Agora o caso. Foi assim: Herculano tinha lá suas razões para ofender Isaura com palavras de baixo calão (xingamento de nome de mãe, provavelmente) e Isaura achava que não ficava bem o amásio estar espinafrando assim seus antepassados.

Vai daí — palavrão vai, palavrão vem — pegou a arma que estava escondida debaixo da cama e agrediu Herculano. Este, mais robusto pouquinha coisa, desarmou-a e passou a usar a arma contra ela, e com tal apetite que Isaura foi parar no Hospital e Herculano deu no pé.

Mas, nas suas declarações em Distrito, onde foi aberto inquérito já relatado e enviado ao Fórum, Isaura foi mais explícita. Aqui está como saiu no jornal: "Isaura acusa o seu amásio Herculano de tê-la agredido a golpes de urinol, no interior de sua residência.

Esclareceu que quem empunhava o vaso noturno (bonito nome para uma valsa: vaso noturno), a princípio, era ela. Mas Herculano, mais forte, desarmou-a (diria melhor se dissesse 'desurinolizou-a') e passou a desferir seguidos golpes, ferindo-a bastante."

Vejam vocês que coisa prosaica. E ainda há quem diga que amantes vivem melhor que cônjuges. A senhora aí, madame, já imaginou se isto acontece com a senhora? Já imaginou depois, no Fórum, o interrogatório, com o Juiz empunhando a arma do crime? Que coisa prosaica, não é, dona?

 Como disse? Com a senhora não haveria perigo? Por quê? Debaixo da cama não"tem vaso noturno? Ah tem?

Já compreendemos, madame. Em cima da cama é que não costuma ter ninguém. Antes assim, dona. Melhor sozinha com o vaso noturno do que mal acompanhada.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.
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