segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Anatole France

Com um estilo fluente, cético e sarcástico, Anatole France foi um dos literatos mais característicos de sua época, acerbo na crítica aos costumes e instituições.

Jacques-Anatole-François Thibault, que optou pelo pseudônimo de Anatole France, nasceu em Paris em 16 de abril de 1844. Filho de um livreiro, desde cedo recebeu sólida formação humanística e estreou com os versos parnasianos de Poèmes dorés (1873; Poemas dourados).

Seu ceticismo tomou forma com os primeiros romances: Le Crime de Sylvestre Bonnard (1881; O crime de Sylvestre Bonnard), sobre um filólogo perplexo ante a vida cotidiana; La Rôtisserie de la reine Pédauque (1893; A rotisseria da rainha Pédauque), que zomba do ocultismo; e Les Opinions de Jérôme Coignard (1893; As opiniões de Jérôme Coignard), crítica das instituições do estado.

Sua ligação com Madame Arman de Caillavet inspiraram-lhe os romances históricos Thaïs (1890), ambientado no antigo Egito, e Le Lys rouge (1894; O lírio vermelho), que se passa em Florença.

Uma profunda mudança na obra de Anatole manifestou-se nos quatro volumes de L'Histoire contemporaine (1897-1901). As intrigas da vida provinciana são descritas nos três primeiros: L'Orme du mail (1897; O olmo do passeio público), Le Mannequin d'osier (1897; O manequim de vime) e L'Anneau d'améthyste (1899; O anel de ametista). O último volume, Monsieur Bergeret à Paris (1901; Monsieur Bergeret em Paris) é a história do próprio Anatole, que assumira a defesa de Alfred Dreyfus.

As preocupações sociais, a partir de 1900, transparecem nas obras de Anatole. A comédia Crainquebille (1903) proclama a hostilidade à ordem burguesa, que o levaria a aderir ao socialismo e a revelar simpatia pelo comunismo. Contudo, L'Île des pingouins (1908; A ilha dos pingüins) e Les Dieux ont soif (1912; Os deuses têm sede) não demonstram muita convicção no advento de uma sociedade fraterna, enquanto La Révolte des anges (1914; A revolta dos anjos) imagina uma campanha dos anjos caídos contra o paraíso.

A primeira guerra mundial reforçou o pessimismo do autor, levando-o a buscar refúgio em reminiscências da infância. Eleito para a Académie Française em 1896, Anatole France recebeu o Prêmio Nobel de literatura em 1921 e morreu em sua casa de campo La Béchellerie, em Saint-Cyr-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
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domingo, 7 de agosto de 2011

O humor satírico de Ambrose Bierce

Ambrose Bierce nasceu em Ohio, EUA, a 24 Junho de 1842. Depois da Guerra Civil Americana, em que participou do lado da União, Bierce partiu para a Califórnia, onde se tornou jornalista.

Na Inglaterra a partir de 1872, trabalhou para revistas humorísticas como a «Figaro» e a «Fun». Regressou aos Estados Unidos em 1875, iniciando um longo período de colaboração com vários jornais.

Tornar-se-ia um dos jornalistas e escritores mais conhecidos do seu tempo, não deixando ninguém indiferente ao seu sentido acutilantemente crítico e satírico da humanidade. Com humor insolente, atacou todos os quadrantes da sociedade: as religiões, a política, a economia, o sentimentalismo...

Em 1913, aos setenta e um anos, Bierce partiu ao encontro da Revolução Mexicana, sem deixar rastro. A sua morte permanece um mistério, mas acredita-se que possa ter acontecido durante a Batalha de Ojinaga, em Janeiro de 1914.

Algumas de suas obras

Dicionário do Diabo (publicado num jornal, entre 1881 e 1906), Um Incêndio Imperfeito, O Dedo Médio do Pé Direito.

Seu humor satírico

"O que vale a pena fazer vale a pena o trabalho de pedir a alguém para o fazer".

"Dever: aquilo que nos impele inexorávelmente, através do nosso desejo, na direção do lucro".

"Anistia é a generosidade do governo para com os condenados cujo castigo se tornaria demasiado caro".

"Uma insanidade passageira, curável pelo casamento".

"Crítico: Pessoa que se vangloria de ser de satisfação difícil, porque ninguém lhe tenta agradar".

"O egoísta é um sujeito mais interessado em si próprio do que em mim".

"O conhecimento é a pequena porção da ignorância que arrumamos e classificamos".

"Economia: aquisição do barril de uísque de que não precisamos pelo preço da carne de vaca que não nos podemos dar ao luxo de comprar".

"O saber é um gênero da ignorância humana que distingue o homem estudioso".

"Hospitalidade: virtude que nos obriga a alimentarmos e alojarmos certas pessoas que não precisam de alimentos nem de alojamento".

"Cristão: Alguém que acredita que o Novo Testamento seja um livro inspirado por Deus, admiravelmente adaptado às necessidades espirituais do seu próximo".

"O casamento é uma cerimônia em que dois se tornam um, um se torna nada e nada se torna suportável".

"A eloquência é a arte de persuadir oralmente os tolos de que o branco é a cor que parece ser. Inclui o dom de fazer qualquer cor parecer branca".

"A morte não é o fim. Resta sempre a luta pelo espólio".

"Paciência: uma forma menor de desespero, mascarada de virtude".

"Ousadia: Uma das qualidades mais notáveis de um homem em segurança".

"Epitáfio é uma inscrição num túmulo que mostra que as virtudes adquiridas pela morte têm efeito retroativo".

"Riso: uma convulsão interior, que produz uma distorção da expressão facial e que é acompanhada por sons desarticulados. É contagioso e, embora intermitente, incurável"
(Dicionário do Diabo).

"O pessimismo é uma filosofia imposta às convicções do observador pelo desalentador predomínio do otimista".

"Casamento: estado ou condição de uma comunidade formada por um senhor, uma senhora, e dois escravos, totalizando dois".

Fontes: Edições tinta-da-china - Autores; Ambrose Bierce - Pensador.
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sábado, 6 de agosto de 2011

Caminho das praias - II

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Mais duas fotos das praias de Itajaí. Nelas, o local predileto dos surfistas: praia da Atalaia (Junho/2011).
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