Um churrasco é sempre bom, independente do local e da companhia. Tendo carne, cerveja e música, tá tudo certo. Porém, é evidente que alguns churrascos serão melhores que outros. Isso vai depender muito da carne que será servida, do tempero que será utilizado e de uma outra infinidade de fatores que influenciarão na comilança.
O traje feminino rico: calça capri de cor clara da Zara ou outra grife importada; Bolsas L..Vuitton, Prada. Camisetinha básica branca da Club Chocolate ou Doc Dog, óculos Chanel, Valentino, sandalinha rasteira da Lenny. Ela sempre chega sozinha, dirigindo o seu próprio carro.
Pobre: mini-saia curtíssima, blusinha da C&A estampada, tamanco de madeira de salto altíssimo, óculos coloridos, piercing e anel no dedo do pé. Muitas usam biquíni por baixo, na esperança de tomar um banho de piscina ou de mangueira.
O traje masculino rico: bermuda Hugo Boss ou Richard, camisa esporte Siberian ou Brooksfield, óculos Armani e aquela caminhonete importada maravilhosa.
Pobre: chinelo Rider, bermuda florida ou feita de uma calça jeans cortada com a barriga aparecendo, agasalho ou camisa do time do coração e óculos de camelô na testa. Chegam de Monza ou de carona com mais oito pessoas.
A comida rico: normalmente eles não comem, quando comem é um pouquinho de cada coisa. Arroz com brócolis ou açafrão, farofa com frutas, filé de cordeiro, picanha argentina, muzzarella de búfalo. Sendo que cada coisa a seu tempo e, pausadamente.
Pobre: vinagrete, farofa com muita cebola, maionese, muita asa de frango, ‘xauxixão’, lingüiça com pão, costela e a tradicional bola da pá (que eles juram ser mais macia que a picanha!).
A bebida rico: os homens, Chopp, Cerveja Bohemia ou Heineken geladíssima. As mulheres, ice, red label, tônica Schweppes Citrus ou Envian, e Coca-Cola Light ou Zero.
Pobre: cerveja Itaipava, Schin ou Kaiser, geladas no tanque de lavar roupa cheio de gelo. Quem fica tonto mais rápido, bebe, intercalado, água da torneira. Muita caipirinha com Caninha da Roça, Baré Cola e Guaraná Sarandi.
O prato rico: Normalmente beliscam uma picanha servida num enorme prato branco liso de porcelana, taças adequadas a cada tipo de bebida: água, chopp, refrigerante.
Pobre: o prato principal é o filé miau nos tradicionais pratinhos de alumínio ou papelão. As bebidas são servidas em copinhos plásticos de 200ml. (compra-se a quantidade exata do número de convidados) ou servem naqueles de requeijão ou geléia para os convidados mais chegados: familiares, algum cabo da PM, Corpo de Bombeiros, Escrivão da Polícia, etc (OS VIPS).
A música rico: Jack Johnson, Maria Rita, música instrumental, Lounge Music e Jazz. Pode ser que contratem um grupo que toca chorinho, mas com músicos formados pela escola de Música da UFRGS.
Pobre: aquele pagodão de pingar suor, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e Revelação. Só CD’s piratas (4 por 10,00) mídia azul. Não pode faltar o de Samba Enredo do ano. O importante é tirar a galera do chão, depois de umas 2 horas de churrasco, todos já estão dançando, independente das idades ou credos. Também rola uma batucada improvisada com panelas, tampas ou qualquer objeto disponível que emita um som (cantam de Almir Guineto à Alcione). A mulherada tira a sandália, porque não está acostumada, e bota a poeira pra subir com sua toalinha branca encardida de tanto suor e com o conjuntinho de laycra ou jersey florido para ficar mas a vontade.
O churrasqueiro rico: contratado de uma churrascaria famosa. Trabalha com um uniforme impecável e traz consigo toda equipe necessária para atender todos os convidados.
Pobre: amigo de um conhecido que adora fazer churrasco, e cada hora um fica um pouquinho pra revezar. Normalmente é um cara barrigudo que fica suando com uma toalhinha na mão (ele usa para enxugar o suor, limpar as mãos e o que mais precisar!). Adora ficar jogando cerveja na brasa para mostrar fartura!
O local rico: área coberta com piso de granito, tem mesinhas, ombrelones e bancos da Indonésia, num lindo jardim com piscina, mas ninguém se anima dar um mergulho.
Pobre: normalmente na laje, com sol quente na cabeça ou chuva para acalmar o fogo (então é improvisada uma lona de caminhão como cobertura, mas só para proteger a churrasqueira), cadeiras só para quem chegar mais cedo (esses cedem o lugar para as grávidas que sempre chegam às pencas), os demais ficam em pé, esbarrando uns nos outros e pisando no seu pé, mas não tem problema porque a maioria tá descalça. Sem esquecer o tradicional banho de chuveiro, onde os bêbados começam com a brincadeira de querer molhar todo mundo. E as mulheres gritando sai daí Giscleyson, vai se machucar!; vem pra cá Uóchitu já tem farofa de linguiça meu filho, vem logo, antes que seus primos venham e terminem tudo; Dayany pega teu irmão e leva lá pra drento e limpa a boca dele de Biscoito maizena, a boca chega a tá branca nos cantos; Cryslaine limpa o nariz do teu irmão que tá verde de tanto catarro; Cristyan Jeferson tem asa de galinha meu filho aproveita, Krystóferson vem comer carne meu filho, ta sangrando, Mayquol Djéquyson para de correr meu filho e chama sua irmã para vir comer!
O final rico: em no máximo 4 horas, cada pessoa sai em seu próprio carro. Mas saem em momentos diferentes, para que o dono do churrasco possa fazer os agradecimentos a cada um com atenção.
Pobre: dura no mínimo 8 horas e depois que todos já estão bêbados, o dono da casa diz que tem que trabalhar cedo no dia seguinte, mas o pessoal ainda quer fazer vaquinha para comprar mais uma caixa de cerveja. Quem não tem carro pede carona ou vai de buzão mesmo (isso sem falar nos que precisam curar o porre, estabacados no sofá ou no tapete, antes de pensar em ir embora!). O pessoal que tem carro, liga o som bem alto (pagode claro!) e sai buzinando, sorrindo e gritando: Valeu maluco! Amanhã tô aí pro enterro dos ossos!
Fonte: Recebi por E-mail.