sábado, 20 de agosto de 2011

Debbie Reynolds

Debbie Reynolds (Mary Francês Reynolds), atriz, nasceu em El Paso, Texas, Estados Unidos, em 01/04/1932. Em 1948, quando tinha 16 anos, ganhou um concurso de beleza de Miss Burbank, localidade californiana onde morava desde criança.

Esse título lhe deu um contrato com a Warner, estúdio onde obteve uma participação no filme June Bride, que foi o seu de estréia (uma comédia protagonizada por Bette Davis y Robert Montgomery).

Ela nunca tinha dançado, até que foi escolhida por Gene Kelly para protagonizar ao seu lado Sing' In the Rain (1952). O filme se tornou um dos maiores sucessos de todos os tempos e Debbie seguiu fazendo musicais e comédias românticas.


Em 1955 contracenou com Frank Sinatra, em Armadilha Amorosa. Em 1964 foi indicada ao Oscar pelo seu papel em A Inconquistável Molly Brown.

Foi casada com Eddie Fisher, com quem teve dois filhos. Dentre eles, a atriz Carrie Fisher, mais conhecida como a Princesa Leia de Stars Wars. Seu segundo marido foi o magnata Harry Karl.

Com a decadência de sua carreira, seguiu se apresentando nos palcos. Comprou um cassino em Las Vegas e atualmente junta itens de sua coleção para seu próprio Museu, onde constam artigos de filmes, roupas usadas por outros atores, como Judy Garland e memórias.

Filmografia

June Bride (1948)
The Daughter of Rosie O'Grady (1950)
Three Little Words (1950)
Two Weeks with Love *Mr. Imperium (1951)
Singin' in the Rain (1952)
Skirts Ahoy! (1952)
I Love Melvin (1953)
The Many Loves of Dobie Gillis / The Affairs of Dobie Gillis (1953)
Give a Girl a Break (1954)
Susan Slept Here (1954)
Athena (1954)
Hit the Deck (1955)
The Tender Trap (1955)
Meet Me in Las Vegas (1956)
The Catered Affair (1956)
Bundle of Joy (1956)
Tammy and the Bachelor (1957)
This Happy Feeling (1958)
The Mating Game (1959)
Say One for Me (1959)
It Started with a Kiss (1959)
The Gazebo (1959)
The Rat Race (1960)
Pepe (1960)
The Pleasure of His Company (1961)
The Second Time Around (1961)
How the West Was Won (1962)
Mary, Mary (1963)
My Six Loves (1963)
The Unsinkable Molly Brown (1964)
Goodbye Charlie (1964)
The Singing Nun (1966)
Divorce American Style (1967)
How Sweet It Is! (1968)
What's the Matter with Helen? (1971)
Charlotte's Web (1973) (voz)
Busby Berkeley (1974) (documentário)
That's Entertainment! (1974)
Kiki's Delivery Service (1989) (voz na versão em inglês de 1998)
The Bodyguard (1992)
Jack L. Warner: The Last Mogul (1993) (documentário)
Heaven & Earth (1993)
That's Entertainment! III (1994)
Mother (1996)
Wedding Bell Blues (1996)
In & Out (1997)
Halloweentown (1998)
Fear and Loathing in Las Vegas (1998)
Zack and Reba (1998)
Rudolph the Red-Nosed Reindeer: The Movie (1998) (voice)
Keepers of the Frame (1999) (documentário)
Rugrats in Paris: The Movie (2000) (voz)
Halloweentown II: Kalabar's Revenge (2001)
Cinerama Adventure (2002) (documentário)
Connie and Carla (2004)
Halloweentown High (2004)
Return to Halloweentown (2006)
Mr. Warmth: The Don Rickles Project (2007) (documentário)
The Jill & Tony Curtis Story (2008) (documentário)
Blaze of Glory (2008) (voz)
The Brothers Warner (2008) (documentário)
Fay Wray: A Life (2008) (documentário)
Broadway: Beyond the Golden Age (2009) (documentário)
One for the Money (2011)(Vovó Mazur)

Fonte: Wikipedia; alohacriticón; Cinema Clássico.
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O homem das nádegas frias

A historinha que vai contada abaixo, naquele estilo literário que fez de Stanislaw Ponte Preta um escri­tor de importância transcendental, é absolutamente ver­dadeira e — a par de ser jocosa — serve para provar que na época hodierna a mulher está tão desacostumada ao cavalheirismo, que engrossa a toda hora, por falta de treino.

A pessoa que foi testemunha do episódio merece todo crédito e garante que aconteceu no interior de um desses ônibus elétricos que a irreverência popular apelidou de chifrado. O ônibus vinha lotado e, como acontece com tanta freqüência, com vários passageiros em pé.

Antiga­mente, quando havia passageiro em pé, era tudo homem, porque a delicadeza mandava que os cavalheiros cedessem seus lugares às damas. Hoje, porém, é na base do chega-pra-lá.

Vai daí, havia um senhor que estava sentado distraidamente lendo o seu jornal e nem percebeu que havia em pé, ao seu lado, uma jovem senhora dessas que não são nem de capelão largar batina, nem de mandar dizer que não está. Em suma: uma mulher bastante razoável.

O senhor acabou de ler o seu jornal, dobrou-o e deu aquela espiada em volta, ocasião em que percebeu a dis­tinta viajando em pé, ao seu lado. Devia ser um cavalhei­ro de conservar hábitos d'antanho porque, imediatamen­te, levantou-se e disse pra dona:

— Faça o obséquio de sentar-se, minha senhora. Seu ato não parecia esconder segundas intenções, tão espontâneo ele foi. Mas, se o cavalheiro era antigão, a madama era moderninha. Achou logo que o senhor esta­va querendo fazer hora com ela e, desacostumada ao gesto delicado, torceu o nariz e falou:

— Muito obrigada, mas eu não sento em lugar quente. Houve risinho esparso pelo ônibus e comentários velados, o que deixaria o senhor com cara de tacho, não fosse ele — conforme ficou provado — pessoa de muita presença de espírito.

Notando que todos o olhavam como se ele fosse um palhaço, o gentil passageiro voltou a sentar-se e disse, no mesmo tom de voz da grosseira passageira, isto é, naque­le tom de voz que desperta a atenção geral:

— Sinto muito que o lugar esteja quente, minha se­nhora. Mas não existe nenhum processo que nos permita carregar uma geladeira no rabo.

Alias, ele não disse rabo. Ele disse mesmo foi bunda.
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Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Fonte: FEBEAPÁ 1: primeiro festival de besteira que assola o país / Stanislaw Ponte Preta; prefácio e ilustração de Jaguar. — 12. ed. — Rio de Janeiro; Civilização Brasileira, 1996.
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Carmen Miranda, a pequena notável

Carmen Miranda (Maria do Carmo Miranda da Cunha), cantora, atriz e dançarina, nasceu em Marco de Canaveses, Portugal, em 9/2/1909, e faleceu em Beverly Hills, Los Angeles, EUA, em 5/8/1955. Com um ano e meio veio para o Brasil com a mãe, Maria Emília Miranda da Cunha, e Olinda, a irmã mais velha. Seu pai, José Maria Pinto da Cunha, barbeiro, chegara antes.

No Rio de Janeiro RJ nasceriam Amaro, Cecília, Aurora e Oscar. Em 1919 foi matriculada na Escola Santa Teresa, de freiras, que dava instrução gratuita às meninas pobres da Lapa.

Aos 15 anos conseguiu trabalho como balconista de loja de gravatas e depois em loja de chapéus femininos, onde aprendeu a confeccioná-los. A pensão da mãe era freqüentada também por músicos, como Pixinguinha e seu grupo. Vivia cantando e fazendo planos, até ser convidada por Aníbal Duarte, futuro deputado, para participar de um festival de caridade no Instituto Nacional de Música, em 1929.

Cantou então tangos e a canção Chora violão, acompanhada do pianista Julinho de Oliveira, tendo atraído a atenção justamente do autor da canção, Josué de Barros, professor de violão, que se ofereceu para ajudá-la. Depois de algumas apresentações nas Rádios Sociedade e Educadora, foi levada por Josué para gravar na etiqueta Brunswick um disco com Não vá simbora e Se o samba é moda, duas músicas dele, só lançado em janeiro de 1930, ano também de seu segundo disco, pela Victor com Triste Jandaia e Dona Balbina (ambas de Josué de Barros).

O sucesso veio em seu segundo disco Victor, com a marcha de Josué, laiá Ioiô, lançado no Carnaval de 1930. A fama viria no disco seguinte, com Pra você gostar de mim (Ta-hi), marcha do médico Joubert de Carvalho especialmente para ela e que, depois do Carnaval, bateria o recorde nacional de vendas com 36 mil cópias. Ainda em 1930, apenas cantando, atuou na revista musical Vai dar o que falar, no Teatro João Caetano.

Em 1931 gravou sucessos como Carnavá tá ai (Pixinguinha e Josué de Barros), Amor, amor (Joubert de Carvalho) e realizou sua primeira viagem ao exterior, à Argentina, com Francisco Alves, Mário Reis, os músicos Luperce Miranda e Tute e um casal de bailarinos. Em 1932 estreou no cinema, no filme Carnaval cantado de 1932 no Rio, um semidocumentário de média metragem, produzido pelo exibidor Vital Ramos de Castro, no qual canta o samba Bamboleô, de André Filho.

Em 1933 participou do filme Voz do Carnaval, da Cinédia, dirigido por Ademar Gonzaga e Humberto Mauro. Já era chamada A Pequena Notável, slogan criado por César Ladeira. Lançou sucessos como Good bye e Etc (Assis Valente), Moleque indigesto (Lamartine Babo), este junto com o autor, Chegou a hora da fogueira (Lamartine Babo), em dueto com Mário Reis, Inconstitucionalíssimamente (Hervé Cordovil). São destaques de 1934 Alô, alô (André Filho) e Isto é lá com Santo Antônio (Lamartine Babo), ambas em dueto com Mário Reis, Primavera no Rio (João de Barro), Coração (Sinval Silva) e outras.

No início de 1935 aparece no filme Alô, alô Brasil!, da Waldow-Cinédia, no qual cantou Primavera no Rio. Transferiu-se mais tarde para a gravadora Odeon e apareceu no filme Estudantes, da Waldow-Cinédia, único filme brasileiro em que atuou como atriz. Nele cantou a famosa marcha junina Sonho de papel, de Alberto Ribeiro. Lançou pela Odeon, além do citado Sonho de papel, O tic-tac do meu coração (Alcir Pires Vermelho e Valfrido Silva), Adeus batucada (Sinval Silva), Casaquinho de tricô (Paulo Barbosa), entre outros sucessos.

Começou 1936 com o filme Alô alô Carnaval, da Waldow-Cinédia, dirigido por Ademar Gonzaga, no qual cantou Querido Adão (Benedito Lacerda e Osvaldo Santiago) e Cantores de Rádio (Alberto Ribeiro, João de Barro e Lamartine Babo), em dupla com Aurora Miranda, ambas de fraque e cartola dourados (foto ao lado), traje criado por Carmen, numa cena clássica. Entre os seus maiores sucessos desse ano estão o citado Querido Adão, Como vaes você e No tabuleiro da baiana (ambas de Ary Barroso) e Polichinelo (Gadé e Almanir Grego).

No final de 1937, voltou para a sua querida Rádio Mayrink Veiga. São desse ano O samba e o tango (Amado Régis), Camisa listrada (Assis Valente), Eu dei (Ary Barroso), Quem é? (Custódio Mesquita e Joraci Camargo) e outros sucessos.

Em 1938, abalada pela morte de seu pai, afastou-se por alguns meses, só voltando para receber mais uma confirmação de ser a maior cantora do Brasil por votação dos leitores da revista Fon-Fon. Em fins de 1938 apresentou-se pela primeira vez vestida de baiana no Cassino da Urca, cantando Na Baixa do Sapateiro, de Ary Barroso. Então conheceu o ator Tyrone Power e sua noiva Annabella, presenteada por ela com uma baiana, traje que estilizou e fixou como típico da mulher brasileira em todo o mundo.

No início de 1939, vestida de baiana, foi a atração do filme Banana da terra, da Sonofilms, dirigido por J. Rui, cantando O que é que a baiana tem?, do estreante Dorival Caymmi, samba gravado em seguida com ele, e Pirulito, marcha de João de Barro e Alberto Ribeiro, que substituíram Na Baixa do Sapateiro e Boneca de piche, porque Ary Barroso, autor das duas músicas, pedira muito alto para cedê-las. Logo depois, acompanhada do Bando da Lua, que até estão colaborava com ela apenas por amizade e quando suas apresentações coincidiam, foi vista no Cassino da Urca pelo grande empresário americano Lee Shubert e pela atriz-patinadora Sonja Henie, que insistiu em sua contratação. Carmen aceitou ir para os EUA mas impôs como condição a ida do Bando da Lua, para garantia do ritmo.

Consagrada na América do Sul e absoluta no Brasil, embarcou em 4/5/1939 com uma multidão na despedida mas chegou a New York completamente desconhecida e sabendo umas poucas palavras em inglês. Foram-lhe reservados apenas seis minutos num dos quadros da revista musical Streets of Paris, que aproveitou para cantar trechos de Mamãe eu quero (Jararaca e Vicente Paiva), Marchinha do grande galo (Lamartine Babo e Paulo Barbosa), Bambo de bambu (Donga, P. Teixeira, Almirante e V. Abreu), Touradas em Madri (João de Barro e Alberto Ribeiro), além da canção South American Way (Al Dubin e Jimmy McHugh) adaptada ao ritmo de samba e cantada em português e inglês. Da noite para o dia seu êxito extraordinário passou para os anais do mundo do espetáculo. Lançou moda, gravou na Decca e fez com que a 20th Century Fox deslocasse sua equipe a New York para filmar seus números da revista, encaixados no filme Serenata tropical (Down Argentine Way, direção de Irving Cummings, 1940). Tornou-se popularíssima como a Brazilian Bombshell.

Voltou ao Brasil em 1940 e teve majestosa recepção popular no cais e na avenida Rio Branco. No Cassino da Urca foi recebida com frieza por uma platéia diferente, de grã-finos, por dizer algumas palavras em inglês e cantar South American Way. Suspendeu a temporada e voltou com músicas em que rebateu as acusações de se ter americanizado, como Disseram que voltei americanizada, Disso é que eu gosto, Voltei pro morro, todas de Vicente Paiva e Luís Peixoto. Seria esse triunfo sua última apresentação pessoal no Brasil, pois fixaria residência em Beverly Hills.

Pela Fox filmou Uma noite no Rio (That Night in Rio, de Irving Cummings, 1941). Nesse ano imprimiu mãos e sapatos de plataforma (para compensar seus 1,53 m de altura) na calçada do Teatro Chinês, primeira e única sul-americana a receber tal honraria. Depois filmou Aconteceu em Havana (Weekend in Havana, de Walter Lang, 1941), Minha secretária brasileira (Springtime in the Rockies, de Irving Cummings, 1942), Entre a loura e a morena (The Gang`s All Here, de Busby Berkeley, 1943), Quatro moças num jeep (Four Jills in a Jeep, de William A. Seiter 1944), Serenata boêmia (Greenwich Village, de Walter Lang, 1944), Alegria rapazes (Something for the boys, de Lewis Seiler, 1944), Sonhos de estrela (Doll Face, de Lewis Seiler, 1945).

Requisitada pelo cinema, rádio, gravações, cassinos e casas noturnas tornou-se a mais bem paga mulher em 1945 considerados todos os ramos de atividade. Em 1946, fez seu último filme na Fox, Se eu fosse feliz (If I'm Lucky, de Lewis Seiler). No ano seguinte, casou-se com o americano David Sebastian e estrelou, com Groucho Marx, Copacabana (de Alfred E. Green). A convite do produtor Joe Pasternak, da MGM, atuou no filme O príncipe encantado (A Date With Judy, de Richard Thorpe, 1948), contracenando com Wallace Beery Jane Powell e a jovem Elizabeth Taylor.

Foi das primeiras artistas a atuar na televisão. Em 1950, mais um filme na Metro, Romance carioca (Nancy Goes to Rio, de Robert Z. Leonard). Em 1953 foi lançado seu último filme, Morrendo de medo (Scared Stiff; de George Marshall), ao lado de Dean Martin e Jerry Lewis.

No final de 1954, depois de 14 anos fora, voltou ao Brasil para tratamento de esgotamento nervoso. Restabeleceu-se mas teve de voltar aos EUA. Quatro meses mais tarde o Brasil foi paralisado com a notícia de seu falecimento por colapso cardíaco em sua casa em Beverly Hills, depois de filmar com Jimmy Durante um programa de televisão em Los Angeles. No dia 12 seu corpo embalsamado chegou ao Rio de Janeiro, foi velado na Câmara dos Vereadores e sepultado no dia seguinte no Cemitério de São João Batista, com mais de um milhão de pessoas, quase a metade da população carioca.

Em 1995 Helena Solberg fez o filme Bananas is my business, documentário-ficção elogiado pelos jornais The New York Times e Village Voice. No mesmo ano, o Lincoln Center, de New York, promoveu espetáculo em lembrança do 40° aniversário de sua morte, com direção de Nelson Mota e participações de Bebel Gilberto, Aurora Miranda, Eduardo Dusek, Maria Alcina, Marília Pêra e outros. Deixou sua voz e personalidade em 281 gravações brasileiras e 32 americanas. Lançou internacionalmente a moda dos turbantes, colares, brincos, balangandãs e sapatos de sola alta, contraponto de uma gesticulação peculiar das mãos em compasso com olhos irrequietos.

O "mirandismo", mais de 40 anos depois, mantém aura que ainda fascina a juventude, justificando a afirmação de que ela é um dos ícones mundiais do séc. XX.

Algumas letras e cifras:


Fonte: Blog MPB Cifrantiga.
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