Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poesia. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de abril de 2011

A véspera

Admiror, paries, te non cecidisse ruinis qui tot
sciptorum taedia sustineas (Oh parede, admira-me
que sustentes tantas bobagens sem desmoronar).
A fuerza de explotar a los esclavos y robarse dinero público, hubo auge en los negocios. Así los ricos se volvieron más ricos, mientras los pobres redoblaban su hambre y su miseria.

La ciudad desbordó sus antiguos límites, perdió sus rasgos originales, fue reconstruida según los lineamientos del imperio. También el habla se corrompió con los hablantes.

Y el lujo entró como la hiedra en muchas partes. Combatieron el tedio con la droga. Nos legaron imágenes de sus actos sexuales como extraño presentimiento de su fragilidad.

Y entre robos y asesinatos dondequiera, el terror extendió su dominio. Miedo en la alcoba y pánico en la calle. Furias y penas. Sobre todo odio proliferante. Porque el bien camina pero el Mal corre (y no se sacia nunca).

Todo esto sucedió en Pompeya, la víspera del estallido del Vesubio.

(José Emilio Pacheco)
Leia mais...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cultura Fora-da-Lei

Essa é uma carta aberta a todos os itajaienses, escrita pela jovem da foto. Sou itajaiense nascido na Avenida Joca Brandão, 127, centro, e sempre admirei o talento da poeta, escritora, colega e amiga chamada Fernanda (ou Fê):

"Prezados leitores: Tomo nota nesta carta, da minha indignação e decepção por parte da Cultura de Itajaí, mais especificamente da maior representatividade da Cultura Municipal de nossa cidade, até onde eu conheço: A Fundação Cultural de Itajaí.

A FCI abre todos os anos, as inscrições para o projeto de Incentivo Cultural, que aprova projetos de vários segmentos artístico-culturais dentro da cidade de Itajaí. Sendo aprovados estes projetos, o artista deverá recolher a verba para o seu cd, livro, evento, etc. junto às empresas pagantes do imposto ISS (Imposto Sobre Serviços). A porcentagem destinada à cultura é até o limite de 30% do imposto devido.

Pois bem, já temos aí, nós artistas, um primeiro tormento a enfrentar, tormento este, tantas vezes, já abordado por vários intelectuais de Itajaí.

Várias empresas, erroneamente, pensam que estão PATROCINANDO alguma obra. Mas elas NÃO ESTÃO. A verdade seja dita e entendida: as empresas estão, na real, ganhando um marketing gratuito, uma vez que sejam obrigadas a pagar este imposto. Ou seja ELAS PAGAM IMPOSTO à prefeitura que, mediante Lei, destina 30% deste imposto para a cultura. Então, senhores empresários, PAREM de tratar nossos artistas como se fossem pedintes de esmola. Porque não o somos! Vocês é que devem se sentir honrados em prestigiar aqueles que de fato deixam o nome na história.

Em segundo, gostaria de entender por que a Fundação ou a prefeitura, ou seja lá quem deva ter esta responsabilidade, não recolhe esta verba e a mesma não a repassa aos artistas – facilitaria o tumulto e a competitividade no meio.

No entanto, o que me leva a escrever esta carta, de muito cansaço, caros leitores, é a minha revolta, e que pode ser muito bem compreendida por vocês, já que eu, Fernanda Moroso, 27 anos, tendo 6 livros publicados, além de uma série de livros mensais, intitulada Um pouco de tudo – para todos lerem, (31 livretos já publicados) gerando, portanto, 37 publicações de minha autoria (além dos materiais inéditos, revistas e concursos) e num, total de 6 mil livros vendidos, venho a questionar:

*Por que, que os meus livros não são aprovados pela comissão responsável da FCI. De todos os meus livros, apenas um deles teve a aprovação da Lei de Incentivo à Cultura?
*Como, então, conforme pode ser analisado no site da FCI, há artistas que foram aprovados três, quatro, seis vezes, quando até mesmo o mesmo projeto foi aprovado mais de uma vez!??????????????

*Quais são os critérios de avaliação para estas aprovações?

*Como um livro que tem palavreados vulgares que beiram à pornografia, sem construção lírica, e que em nada agrega ao nosso conhecimento, é aprovado?

*Como vocês podem aprovar isso: “um dia você vai acordar fudido e vai se lembrar de mim”, ou “José se masturbou na cocha de Maria”; ou, “um dia eu gostaria de assistir a uma dança sobre pênis” ou a um personagem criado sob o nome de “FODI”, de Enzo Potel (aprovado mais de uma vez) e nesta edição Conto de Facas “patrocinado” pela Brasfrigo.

Num comparativo a este, e concorrendo no mesmo edital, como um livro como o de contos de Fernando Moraes, autor nunca aprovado antes, não o foi? Com textos bem criados, contos atrativos, apesar de narrador cru e linguagem padrão (você tem extrema capacidade de melhorar aí Fernando); como este livro não foi aprovado?

Do lado de fora, um homem caminhava lentamente sob o forte sol de verão, não dando muita importância para a pergunta dele.

A pick-up continuou em marcha lenta e parou alguns metros a frente do homem que, tirando as mãos do bolso de sua jaqueta de couro, cor de avelã, ajeitou o boné dos Yankees e andou até a porta do carona. (MORAES, FERNANDO: in Às Cegas, p.48. Itajaí/SC: SESC/SC).

Todo escritor merece e deve ter sua liberdade de expressão, mas senhoras e senhores, isso (Conto de Facas) foi aprovado pela Fundação!
*Quero saber se alguém aí entende de Literatura e que critérios usa para a avaliação do livro?

*Por que ‘preferenciar’ um e não o outro?

Se não há dinheiro para todos É COMPREENSÍVEL E ACEITÁVEL – mas me parece que o buraco está bem embaixo.

Ainda pergunto: Vocês estão lendo mesmo estes livros? Sabem ao certo o que é leitura COMISSÃO?

Quero, como cidadã e leitora, que me esclareçam e aos demais artistas que tanto merecem respeito. O que está em questão!???? Criatividade, objetividade, subjetividade, linhas narrativas de alto padrão, poesia erudita, popular ou vulgar? Tendências pornôs e anti-cristã?!

Eu tenho a liberdade de opinar e a de questionar. Não estou criticando nenhum escritor aqui, não estou entrando no mérito do gosto literário, mas da sua inteligência, criatividade, e, oportunidade também diante da Fundação Cultural de Itajaí! - Oportunidade aqueles que estão começando, por exemplo.

Além da oportunidade aos artistas que lançam novos trabalhos e têm o que mostrar, em vez de aprovar as mesmas coisas!

*Vocês sabem quantos escritores de farto talento sequer tentam a Lei de Incentivo por causa disso que eu os estou relatando?

Não, não estou escrevendo isso porque não fui aprovada. Eu nunca dependi da Fundação e neste ano, sequer tentei! Como disse, fui aprovada apenas uma vez e no governo do PT (e faço questão de mencionar, Bellini, eu sempre votei em você, como já lhe disse em outras oportunidades: tem gente ao teu redor que não sabe o que faz).

Mas além disso, o que me deprecia como escritora, poeta, contista e cronista, o que mais me revolta é que eu sou ávida por boa leitura e a minha cidade não oferece oportunidade a talentos reais! Não encontro por aqui Arte, no máximo alguma cultura, que sempre é a mesma e da qual estou cansada!

Não estou, também, criticando escritor fulano ou ciclano, nem sou contra o uso de palavras vulgares no livro quando, às vezes, elas mesmas se tornam necessárias na composição de um personagem e diante da proposta artística de um livro, (se é que sabem o que é isso?) mas não acho nada correto que determinadas coisas sejam aprovadas pela Fundação Cultural de Itajaí.

Esta é a minha opinião, e a minha crítica é apenas construtiva.

E tenho mais:

Acredito que, por vezes, quem rege ou os que regem as aprovações vindas dos órgãos públicos ou não gostam de mim ou não entendem de arte.

Quero, neste momento, também declarar que foi negado a mim um projeto de parceria com o Teatro Municipal, que consistia em me ceder o teatro para 1 a 2 ensaios mensais e 2 apresentações oficias (AO LONGO DE 2 ANOS), sem custos, quando, eu em contra-partida, cederia na minha escola de Atores, duas bolsas para alunos das escolas municipais de Itajaí, para que pudessem estudar e se tornar atores profissionais.

Num primeiro momento, por telefone, disseram que a idéia era ótima e só vinha a contribuir com a cidade, palavras de Denise da Luz, responsável pelo Teatro e de Josué, da FCI; mas, dias depois: não Fernanda, não será possível, via email.

Eu pergunto:

O que foi Itajaí? O que você tem contra mim? Qual é o problema?

Relembro:

Anos atrás (não sei se isso acontece ainda), a Secretaria Municipal de Educação comprava livros dos autores da nossa cidade e os distribuía nas escolas do município; mas quando chegou a minha vez, eles não compraram os meus livros;

Enfim, meus livros não são aprovados, não são comprados e o teatro... claro, o projeto do teatro também não foi aprovado, mas tudo bem... argumentaram sobre os custos de manutenção dele. Fica somente a pergunta: ele não é mantido pela prefeitura? Seus funcionários são pagos como? Uma vez que a movimentação no teatro é tão fraca, se eles dependerem de bilheteria, vai saber né....

E mesmo que haja abertura para outros grupos de teatro, qual é o problema em proporcionar este espaço? Vamos considerar que a Casa da Cultura está ‘desfalcada’ de palco. E vamos considerar que se a CIDADE na sua proposta política, visa oferecer arte e cultura a todos, por que não isentar os nossos grupos teatrais de taxas, como a de (R$308,00) por sessão, e de repente cobrar apenas porcentagem de bilheteria.
Vamos incentivar as pessoas a ir ao teatro e a fazer teatro!

De mais a mais, a única coisa que realmente eu enxergo, senhoras e senhores, é que os meus projetos frequentemente são desprezados. No caso do teatro, eu não estou pedindo tanto assim e o que eu tenho a dar em troca, é muito comparado ao que eu pedi.

Mas ainda fica outra perguntinha: se eu pedir pauta, PAGANDO a sessão, numa dessas, será que vão me negar?

Acho mesmo que tem alguém por aí que não gosta de mim ou que não entende o que eu estou há tanto tempo falando. Bem, acho que sou obrigada a construir minha própria editora, minha própria livraria, meu próprio teatro... é sonhar não custa, pelo menos a gente não paga imposto pra isso....

Saudações Artísticas Itajaí

Estamos só começando,

Fernanda Moroso

Uma CIDADÃ SONHADORA"
Leia mais...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Adoro-te

Molhes da Barra - ItajaÍ - SC

Quando o sol se deita neste litoral, tão sublime, no esplendor de sua refulgência, acende-se na foz do rio Itajaí-Açu um espetáculo de luz. É mais um dia que morre... Na paisagem deste rio que se entrega, Itajaí também se entrega ao mar... Porém o brilho é encantador! Igual a claridade de teus olhos, mineira linda! Tão claros e ofuscantes, olhos de alguém distante agora...
Leia mais...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Uma poeta itajaiense

Falar de Itajaí, Santa Catarina, é muito fácil. É a terra das dezenas de praias, é o porto exportador, das famílias tradicionais e grandes vultos históricos. Agora tento descrever uma colega minha do curso de Letras da UNIVALI em 2005. Mas essa menina mandou-me a biografia. Poetisa (ela, não gosta. Ela diz que o termo "poetisa" é inerente, é feio) é poeta dos pés à cabeça.

Começou, com suas pequenas economias, fazendo edições limitadas para expor suas poesias. O talento também ajudou e aí, tudo deu certo.

"Fernanda Mazzetto Moroso, nascida a 18 de maio de 1983, sob o signo de touros, na cidade de Ponte Serrada (SC), fixou suas raízes em Itajaí (SC) em 1997. Desde criança, mostrava agrado às letras. No ano de 1994, com 11 anos, escreveu seu primeiro livro, como uma espécie de passatempo: A vida dos brasileiros no ano de 1994. Mas foi aos 16 anos que teve sua primeira publicação. Participando do primeiro concurso realizado pela Associação dos Magistrados Catarinenses, em outubro de 2000, obteve a colocação do 11°lugar com o conto “Fio Gasto”, concorrendo com juízes e desembargadores.

Em 2001, participou novamente do mesmo concurso com a crônica “Um feito de sentidos” e obteve a colocação do 5°lugar. Em fins de 2001, Fernanda publicou o seu primeiro livro intitulado Um feito de sentidos (poesia). Durante todo o ano de 2002, publicou mais duas obras: Eu e você: um grande amor (poesia), Pensamentos (livro de bolso).

A jovem escritora sempre publicou suas obras de forma independente, através de patrocínio. Ainda em 2002, Fernanda lançou a série Um pouco de tudo – Para todos lerem, que formava um livro por mês, de 40 páginas aproximadamente. Um pouco de tudo por serem textos diversos, poesia, crônica, conto, mensagem e pensamentos, Para todos lerem, pois, eram livros sem idade, dizia ela. A série permaneceu atuante por dois anos e quatro meses, rendendo-lhe mais de trinta títulos.

Em julho de 2003, Fernanda ingressou na Academia Itajaiense de Letras, ocupando a cadeira de número 34, cujo patrono é o poeta Hermes Guedes da Fonseca. Atualmente, Fernanda é a Vice-Presidente da AIL, gestão 2007 a 2009.

Em fins de 2004, lançou Os Sentimentos de Todos os Dias (poesia). E em 2006, lançou seu primeiro livro em prosa: Diário de Crônicas e Outras Histórias.

Formou-se em Letras pela Universidade do Vale do Itajaí em dezembro de 2007. Foi colunista do jornal Diário da Cidade (de Itajaí), de dezembro/06 a dezembro/07; atividade que abnegou por conta de seus novos estudos no Rio de Janeiro, cidade onde mora atualmente."

A escritora Fernanda M. Moroso lança neste sábado (04/11), o livro "Diário de Crônicas e Outras Histórias", às 19 horas, no Espaço Cultural Angeloni, que fica na Rua Brusque, 358, em Itajaí. O livro é patrocinado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura. O livro, contém histórias criadas pela autora baseadas no cotidiano, contendo mensagens do dia a dia.

É um livro para quem deseja uma descontraída leitura e também fornece histórias vividas pela própria escritora, que busca sempre expandir sua cultura literária.Divide-se entre crônicas e histórias, e tem como finalidade mostrar que, mesmo na correria da vida dos homens é possível encontrar a arte mais bela de todas: a de viver. A de saber viver com as lágrimas que se afundam dentro da alma, como também com as lágrimas que se extravasam numa boa gargalhada.
Leia mais...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Catulo, o poeta popular do Brasil

Catulo da Paixão Cearense foi um dos poucos, talvez o único, poeta popular no Brasil que, em vida, recebeu todas as glórias, todas as honras e uma adoração popular tão grande. Isso porque usou e abusou de toda a sonoridade que o sotaque nordestino lhe proporcionou, soube colocar em versos simples onde era o lugar de por versos simples. Tinha faro. Sabia ouvir, como ninguém mais, o rumor da terra.

Pequena biografia de Catulo

O cancioneiro de Catulo, com letras que exprimem a ingenuidade e pureza do caboclo, cativou a sensibilidade do povo e levou Mário de Andrade a classificar o autor como "o maior criador de imagens da poesia brasileira". Catulo da Paixão Cearense nasceu em São Luís MA, em data que suscita dúvidas: alguns pesquisadores indicam 8 de outubro de 1883, enquanto outros, como Mozart Araújo, afirmam ser 31 de janeiro de 1888.

Morreu no Rio, em 10 de maio de 1946. Aos dez anos foi com a família para o sertão do Ceará. Em 1880, com os pais e dois irmãos, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo residir na Rua São Clemente, 37, onde o pai se estabeleceu como relojoeiro.

Freqüentou repúblicas de estudantes e conheceu o flautista Viriato, Anacleto de Medeiros, Quincas Laranjeiras, o cantor Cadete e outros chorões da época, além de um estudante de medicina que o iniciou no violão. Nessa época, tocou flauta. Com a morte dos pais no final da década de 1880, trabalhou na administração do cais do Porto como contínuo e depois como estivador.

Matriculou-se no Colégio Teles de Meneses, onde estudou português, matemática e francês, chegando a traduzir poetas famosos, como Alphonse de Lamartine (1790-1869) e outros. Fundou um colégio no bairro da Piedade, passando a lecionar línguas. Integrado nos meios boêmios da cidade, acercou-se do livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, na Rua São José, 65-67, que passou a editar em folhetos de cordel o repertório mais em voga de modinhas, lundus e cançonetas da época.

Para essa livraria organizou coletâneas, entre estas O Cantor Fluminense, O Cancioneiro Popular, logo seguidas de suas próprias obras, como O Cantor fluminense, Lira dos salões, Novos cantares, Lira brasileira, Canções da madrugada, Trovas e canções, Choros ao violão. É o responsável também pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade.

(clique aqui para continuar lendo o artigo no Blog MPB Cifrantiga).
Leia mais...