quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Alda Garrido

Alda Garrido
Alda Garrido (Alda Palm Garrido), atriz do teatro de revista e comediante, nasceu em São Paulo, SP, em 19 de agosto de 1896, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 8 de dezembro de 1970.

Foi uma das maiores comediantes brasileiras e fez muito sucesso nos teatros nas décadas de 20 a 60. E como no caso de Cacilda Becker, foi o cinema que registrou sua imagem para seu saudoso público, as gerações seguintes e para as próximas que virão.

Criou um estilo próprio e se tornou conhecida pela brasilidade de sua interpretação, que identificava tipos populares femininos. Marcou os anos 50 com a criação da personagem Dona Xepa.

Aos 19 anos formou com o marido, o ator Américo Garrido, a dupla Os Garridos, fazendo duetos até 1920, em São Paulo. Mudaram-se para o Rio de Janeiro e organizaram uma companhia para o Teatro América, estreando com Luar de Paquetá, de Freire Jr., 1924, que permaneceu seis meses em cartaz com sucesso.

A dupla, então, recebeu convite para trabalhar com o empresário Pascoal Segreto, e na sua companhia atuaram, entre outras, em Ilha dos Amores, Quem Paga É o Coronel, ambas de Freire Jr., Francesinha do Bataclan, de Gastão Tojeiro, todas em 1926.

A temporada projetou Alda Garrido, que foi contratada pelo empresário de teatro de revista Manoel Pinto, pai de Walter Pinto, para atuar na Companhia Nacional de Revistas, no Teatro Recreio.

O sucesso que a atriz obteve no gênero a fez manter desde então uma dupla atuação profissional - de um lado as comédias de costume que monta em sua própria companhia com produção do marido, de outro, os contratos com os empresários do teatro de revista.

Mas aos poucos os espetáculos de sua companhia acabaram se rendendo ao sucesso do teatro musicado, como em Brasil Pandeiro, 1941, com texto de seu autor favorito, Freire Jr., em parceria com Luiz Peixoto, uma dupla das mais requisitadas no gênero revisteiro.

Em 1939, o empresário Walter Pinto faz com que, no espetáculo Tem Marmelada, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Menezes, Garrido e Aracy Cortes dividam o palco pela primeira e última vez, no Teatro Recreio.

Entre as revistas de maior sucesso de sua carreira estão Maria Gasogênio - sátira à falta de gasolina nos anos da Segunda Guerra - e Da Favela ao Catete, de Freire Jr. e Joubert de Carvalho, 1935.

A atriz criou um estilo próprio de interpretar e de transformar o texto por meio de improvisos que, segundo Pedro Bloch, era na verdade criações premeditadas e cuidadosamente estudadas.

Os anos 50 consagraram Alda Garrido com Dona Xepa, de Pedro Bloch, 1953. A atriz se tornou o símbolo da brasilidade, como mostra o seguinte trecho do jornalista Jota Efegê: "A feirante Dona Xepa, bem na fatura artística de Alda Garrido (o rústico, o matuto), enseja-lhe um desempenho espontâneo onde prevalece a sua intuição na composição da figura. Ultrapassando o script, Alda entra com sua preciosa colaboração e enxerta-lhe 'cacos' perspicazes".

Foto: com Odete Lara e Herval Rossano em cena de "Dona Xepa" (1959).
E, apontando aquilo que lhe é próprio, revela o crítico Décio de Almeida Prado: "(...) nem atriz propriamente ela é. Atriz é alguém que se especializa em não ser nunca duas vezes a mesma pessoa. Alda Garrido não tem nada disso: os seus recursos de técnica teatral, de caracterização psicológica são dos mais precários. Em compensação, possui qualquer coisa de muito mais raro: uma personalidade genuinamente cômica. Quando representa, a graça não está nunca na personagem: está na intérprete, no que esta possui de inconfundível, de inimitável. O que admiramos não é a peça, mas a própria Alda Garrido, com o seu grão de irreverência e de loucura, que lhe permite comportar-se sempre de maneira menos convencional possível, e também com o seu grão de inesperado bom senso, que a faz sempre achar a resposta mais desconcertantemente terra a terra, mais prosaicamente adequada. Alda Garrido, muito mais que atriz, é uma grande excêntrica, a exemplo desses cômicos de cinema e de teatro musicado norte-americano - um Groucho Marx, um Danny Kaye".

Fontes: Wikipédia - A enciclopédia livre; Mulheres do Cinema Brasileiro; Enciclopédia Itaú Cultural - Teatro.

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