Charlotte
Rampling, atriz, nasceu em Sturmer, uma pequena cidade do condado de
Essex, na Inglaterra, em 5 de fevereiro de 1946. Sua carreira abrange
mais de quatro décadas de cinema, especialmente no
britânico, americano, francês e italiano. É filha de um coronel do
exército britânico, Godfrey Rampling, campeão dos Jogos
Olímpicos de 1936, em Berlim e de Anne Isabelle (nascida Gurteen), uma
pintora.
Aos nove anos, sua família mudou-se para Fontainebleau na França, onde aprendeu francês em uma escola municipal. De volta à
Inglaterra, a adolescente começou a se apresentar em teatros de revista
com a irmã e em seguida trabalhou durante curto período como manequim.
Assim como Jane Birkin e Jacqueline Bisset, estreou no filme ícone da
swinging London, “A Bossa da Conquista”, em 1965. Em seguida voltou-se
para as comédias populares enquanto cursava arte dramática na Royal
Court School. Mas a morte brutal de sua irmã marcou-a profundamente,
fazendo com que decidisse deixar a Grã-Bretanha.
Instalou-se então na Itália e teve seu primeiro encontro marcante com
Luchino Visconti. Foi ele que a dirigiu em 1969 no filme “Os deuses
Malditos”. A atriz provou rapidamente que tinha sangue nas veias,
passando do universo da ficção científica de Zardoz (Boorman) ao do
sado-masoquismo, de “O porteiro da noite”, em 1974, filme que a revelou
ao grande público. Nesse sucesso-escândalo de Liliana Cavani, ela
encarna uma sobrevivente dos campos nazistas que mantém uma estranha
relação com seu antigo carrasco.
Através
de seus papéis, ela se compraz em explorar as áreas mais perturbadas da
alma humana. Assim, enamora-se de um chimpanzé diante das câmeras de
Oshima (Max mon amour, 1985). Os americanos não se mostram insensíveis
ao charme da enigmática Charlotte, que tocou Woody Allen (“Memórias” -
1980), Robert Mitchum (“O Último dos Valentões”) e Sidney Lumet (“O
Veredicto”), no papel de uma mulher fatal.
No fim dos anos 70, elege como domicílio a França e roda
filmes com Boisset (“Táxi Roxo”), Lelouch (“Viva la vie! “) e Deray (no
policial "On ne meurt que deux fois", en 1985).
Menos presente nas telas de cinema nos anos 90, faz, no entanto,
interpretações notáveis em 2000 em “O Jardim das Cerejeiras” (baseada na
obra de Tchekhov) e no singular "Signos e Desejos" de Jonathan
Nossiter.
No ano seguinte, Charlotte Rampling faz um brilhante retorno em “Sob a
Areia”, o retrato de uma mulher desamparada após o desaparecimento de
seu marido, sob a batuta de François Ozon, um cineasta que ela
reencontrará depois em “À beira da Piscina” e “Angel”. Foi nesse
momento, ao receber um César pelo conjunto de sua obra (em 2001), que se
tornou definitivamente uma estrela, notabilizando-se tanto na comédia
(“Beije Quem Você Quiser”, “Désaccord parfait”) quanto em filmes de
suspense (“Lemming”), autorais (“Em direção ao Sul”, 2006) e também na
diversão hollywoodiana (“Instinto Selvagem 2”).
Na década de 1990, época em que esteve afastada das grandes produções internacionais, Rampling lidou psicologicamente com a questão que a afligiu por toda a vida adulta e lhe deu fama de séria e fechada no cinema, a da morte de sua irmã mais velha, Sarah, mãe prematura e que suicidou-se em 1966 na Argentina, aos 23 anos. Durante quase quarenta anos, até a morte de sua mãe em 2001, o segredo de seu suicídio foi guardado por ela e seu pai - que morreu aos 100 anos, em 2006, quando era o mais idoso atleta olímpico ainda vivo da Grã-Bretanha - que juraram não deixar a esposa e mãe saber da verdade, sobre o que, na época, foi noticiado como morte por hemorragia cerebral. Sobre o que viveu nesse período, declarou: "Foi uma época em que tive que conviver comigo mesma sobre isso, em profunda depressão, se devia trazê-la ou não para mais perto de mim, se devia falar a verdade. A morte de minha mãe desbloqueou minha mente."
Foi casada duas vezes, a primeira delas em 1972 com Bryan Southcombe, um ator e publicista, a meio de um escândalo pelas noticias de que, antes disso, os dois viviam numa relação de ménage à trois com um modelo chamado Randall Lawrence. Dessa relação, que acabou em divórcio em 1976, ela teve um filho, Barnaby, hoje diretor de televisão. Em 1974, declarou sobre o fato: "Existem tantos mal-entendidos na minha vida. (...) Certa vez causei um escândalo por dizer que vivia com dois homens. (...) Eu não disse isso num sentido sexual. (...) Éramos apenas como quaisquer pessoas que dividem um apartamento."
Seu segundo casamento, em 1978, com o músico Jean-Michel Jarre, lhe deu mais três filhos e durou mais de vinte anos, acabando publicamente em 1997, quando descobriu através de matérias de tablóides de fofocas que o marido tinha uma caso com outra jovem mulher, e teve um distúrbio nervoso.
Desde 1998 vive com um empresário francês da área de comunicações, Jean-Noël Tassez.
Fontes: Wikipédia; Biography - My French Film Festival.
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