quinta-feira, 12 de abril de 2012

As primeiras escolas itajaienses

Grupo Escolar Victor Meirelles (atual Casa da Cultura) era a mais antiga escola pública de Itajaí (foto: maio/2000).

A educação da gente itajaiense naqueles primeiros tempos era em verdade carente. A falta de escolas adequadas e em número suficiente para o atendimento de toda a comunidade fazia com que a maioria das pessoas não soubesse ler e escrever.

A primeira escola pública criada no então Distrito do Santíssimo Sacramento do Rio de Itajaí se deveu ao trabalho do deputado provincial Agostinho Alves Ramos.

Dizia a Lei nº 9 de 15 de abril de 1835, aprovada pela Assembléia Provincial e sancionada pelo Presidente da Província Feliciano Nunes Pires, que o professor desta escola teria o ordenado anual de cento e oitenta mil réis e deveria ensinar segundo método individual a ler, escrever, as quatro operações de Aritmética, a Gramática Portuguesa e Ortografia, e a Doutrina Cristã.

Embora criada em 1835, a nova escola somente em 1837 teve provido o seu primeiro professor, Francisco José das Neves, o qual logo daqui se ausentaria, sendo substituído pelo professor Antônio Joaquim Ferreira.

A escola pública primária daqueles tempos conhecida como "escola de desemburrar", embora limitada no que diz respeito aos recursos materiais cumpria sua missão. A sala de aula era muitas vezes a própria sala de visita da casa do professor. As crianças se assentavam em bancos coletivos de madeira ou em cadeiras de palha e escreviam em grandes mesas. O mestre era acessível, mas severo e a palmatória ou a vara de marmelo tinha larga utilização!

A primeira escola pública de Itajaí foi mista; somente no final do século passado ela foi desdobrada em classes feminina e masculina e que funcionavam em locais distintos. A primeira professora de meninas foi Dona Amélia Müller dos Reis.

Já no meio do século, complementavam a educação dos itajaienses um sem número de professores e escolas particulares, dos quais cabem destaque: Dona Júlia Miranda de Souza; Dona Ernestina Lapa; Dona Maria Amália das Santos; professor João Maria Duarte, diretor do Colégio Itajaí; Luiz Tibúrcio de Freitas, diretor do Externato Itajaiense; professor Manoel Ferreira de Miranda, diretor do Lyceu Infantil.

Duas iniciativas educacionais de largo proveito para a educação da juventude daquela época foram a criação da "Deutsche Schulle Itajahy" ou Escola Alemã e do "Colégio Paroquial São Luiz".

A Escola Alemã, muito bem organizada e aparelhada, ministrava o ensino em língua alemã não somente a teuto-brasileiros, mas a todos que se interessassem; o Colégio Paroquial, iniciativa do vigário, Padre José Foxius, foi o embrião do atual Colégio São José.

Fonte: PEQUENA HISTÓRIA DE ITAJAÍ - Prof. Edson d´Ávila
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Primórdios da vida religiosa em Itajaí

Construção de nossa Igreja Matriz - Lembrança do Padre José - 22/06/1944.

Os primeiros moradores das margens do rio Itajaí cumpriam suas obrigações religiosas na Matriz de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco do Sul, a cujo termo paroquial pertenciam. O templo religioso mais próximo, no entanto, era a Capela de São João Batista de Itapocoroy, distante duas léguas e meia. O vigário de São Francisco do Sul ou o Capelão-Curado de Armação, quando havia, visitavam as casas dos moradores, celebrando casamentos e batizados e rezando missas.

No início do ano de 1823, os principais moradores da região se organizaram em comissão e obtiveram do Vigário da Vara de São Francisco do Sul licença para a construção de uma Capela, próxima à casa de Agostinho Alves Ramos, e que seria dedicada ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora dos Remédios.

Neste ínterim fizeram um acordo com Frei Pedro Antônio de Agote, religioso franciscano espanhol, que vinha de deixar a capelania de Armação da Piedade, com breve passagem pela Capela de Enseada das Garoupas, para que o mesmo assumisse os encargos de Cura e Pastor daquela gente.

No entanto, o Vigário da Vara de São Francisco do Sul, Pe. Bento Barbosa de Sá Freire Azeredo Coutinho, houve por bem não aprovar o acerto, desgostando os moradores e exigindo-se lhes o recurso à autoridade religiosa maior, - D. José Caetano de Silva Coutinho, Bispo do Rio de Janeiro, enquanto o novo Cura aguardava as licenças necessárias ao bom desempenho do cargo, residindo na casa de Antônio Soares da Silva, na Barra de Camboriú e ali celebrando o culto religioso.

Obtida a criação do Curato do Santíssimo Sacramento do Rio de Itajaí a 31 de março de 1824 e empossado o primeiro Cura, Frei Pedro Antônio de Agote, a vida religiosa passou a melhor se desenvolver, não sem muitas dificuldades.

Assim, com o fim de se encontrar um meio seguro para a estabilidade e aumento da Igreja, em 1830, os moradores mais destacados do Distrito fundaram a lrmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição, que ficou sendo a primeira associação de leigos de Itajaí.

Embora provido de um Capelão desde 1824, o Curato do SS. Sacramento do Rio de Itajaí somente a 12 de agosto de 1833 foi alçado à condição de paróquia, com a elevação do Arraial à categoria de Freguesia. Nesta ocasião lhe foi dada uma co-padroeira: Nossa Senhora da Conceição, por sugestão de Agostinho Alves Ramos.

A primeira Capela-curada, erguida a partir de 1823, já em 1849 necessitava de reformas e em 1851 teve de ser totalmente demolida.

A nova construção, então, arrastou-se até 1865. Como a Vila aumentasse a sua população e o espaço físico da igreja fosse ficando pequeno, em 1889 começaram as obras de alargamento e remodelação interna da Matriz, as quais foram findadas em 1899.

Mas, poucos anos após o término destas obras de remodelação, já se pensava na construção de uma nova Matriz. Coube ao vigário, Pe. José Foxius, elaborar o primeiro plano de construção, o qual ficou inutilizado em virtude das dificuldades advindas com a 1a. Guerra Mundial. Em 1920, durante as comemorações do Centenário de Itajaí promovidas pelo Prefeito Marcos Konder, fez-se o lançamento da pedra fundamental daquela que seria a futura Matriz.

Em 1936, Cônego Francisco Xavier Giesberts, então vigário, retornou às ações com vistas à construção da Nova Matriz. Transacionou com a Prefeitura Municipal a área do cemitério e ali definiu o local da futura construção.

Foto sem data (Circa anos 1950).

 Mas seria o novo vigário, Pe. José Locks, quem efetivamente iniciaria as obras, em 1940, as quais seriam concluídas pelo vigário seguinte, Cônego Vendelino Hobbold, a 15 de novembro de 1955.

Menos numerosos do que os católicos, os itajaienses evangélicos aqui surgiram com a chegada dos emigrantes europeus, notadamente alemães, a partir da segunda metade do século passado. Entre estes evangélicos, os primeiros foram os luteranos, cuja comunidade foi fundada em 1871. Seguiram-se adventistas (1920), batistas (1925), pentecostais - Assembléia de Deus - (1931) e presbiterianos (1952).

Fonte: PEQUENA HISTÓRIA DE ITAJAÍ - Prof. Edson d'Ávila.
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História do esporte em Itajaí

Equipe de Futebol do Clube Náutico Marcílio Dias - 1921 - Arquivo Fundação Genésio Miranda Lins

Contam-nos os nossos cronistas que entre os primeiros passatempos da gente itajaiense estavam as corridas de cavalo e as brigas de galo. Para as tais corridas de cavalo, improvisavam-se raias pela extensão da hoje Rua Lauro Müller e da Praia da Fazenda.

Dos esportes atuais, o primeiro a surgir em Itajaí foi o futebol. Trouxeram-no os estudantes que iam freqüentar fora os cursos ginasiais. O primeiro clube futebolístico foi fundado em 1911, denominava-se "Itajahyense Foot Ball Club" e tinha na presidência o jovem Bráulio Eugênio Müller.

O "Itajahyense" organizou duas equipes - a "Vermelha" e a "Azul" - que disputavam os primeiros jogos, aliás, muito pouco freqüentados pelo público.

Em 1919, outros jovens, animados com o desenvolvimento do remo na Capital do Estado e levando em conta a vocação marítima da nossa gente, decidiram fundar um clube náutico. Assim, surgia o Clube Náutico Marcílio Dias a 19 de março.

Meses depois, em razão de uma disputa acirrada pela escolha da madrinha, dissidentes marcilistas fundaram um novo clube - o Clube Náutico Almirante Barroso, a 11 de maio do mesmo ano.

Tanto o Clube Náutico Marcílio Dias, como o Clube Náutico Almirante Barroso, de suas secções iniciais de remo se ampliaram para outros esportes; tendo sido o primeiro o clube mais completo de Santa Catarina, com secções de remo, water-polo, natação, atletismo, tênis, vôlei, basquete e futebol, esta iniciada em 1921.

O esporte náutico naquele ano de 1919 também viu surgir um outro clube o "Cruz e Souza" - constituído por gente de cor e cuja existência não chegou aos nossos dias.

Embora pouco prestigiado no seu início, o futebol com o desaparecimento do remo, logo se transformaria na grande sensação popular, inclusive, com o surgimento de outras agremiações como o "Tiradentes F. C.", o "CIP F. C.” e o "Lauro Müller F. C.". Mas os clubes de maior popularidade, no remo e depois no futebol, sempre foram o "Marcílio" e o "Barroso". Nas disputas esportivas, a cidade praticamente se dividia ao meio entre "marcilistas" e "barrosistas" orgulhosos das vitórias e dos títulos alcançados na cidade e no Estado por seus clubes.

O grande desenvolvimento do desporto em Itajaí motivou a fundação aqui de diversas entidades que se propunham à promoção e defesa do esporte: a "Liga Catarinense de Desportos", em 1921; a "Associação Sportiva Vale do Itajaí", em 1937; a "Liga Esportiva Vale do Itajaí", em 1944 e a "Liga Itajaiense de Desportos", em 1951, atualmente a entidade maior do desporto da nossa terra.

Fonte: PEQUENA HISTÓRIA DE ITAJAÍ - Prof. Edson d'Ávila.
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