terça-feira, 27 de março de 2012

As flautas pré-históricas e seu som

Há 24.000 anos, as flautas e gaitas feitas de madeira e pedra produziam um som que lembra o jazz e o blues contemporâneos. A descoberta é do inglês Graeme Lawson, do Levantamento Arqueológico Musical, em Cambridge.

Para achar a escala musical das bandas primitivas, Lawson está analisando a construção das flautas e as marcas microscópicas deixadas pelos dedos sobre elas. Ele encontrou uma estrutura básica semelhante à escala moderna, em que o intervalo entre uma nota e outra tem uma diferença de 5,9% na freqüência do som. De vez em quando aparece uma nota estranha, num intervalo que mais lembra os dos gaitistas escoceses.

O arqueólogo achou também sinais do movimento típico dos jazzistas, de escorregar o dedo sobre os buracos da flauta para mixar duas notas.

Mas por que então a maior parte das flautas foi achada junto com lixo pré-histórico?

Segundo Lawson, é que era muito difícil fazer buracos perfeitos, nas distâncias adequadas. A maior parte da produção era jogada fora.

Fonte: Revista Superinteressante
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A porta do Paraíso

Um orgulhoso guerreiro chamado Nobushige foi até Hakuin, e perguntou-lhe:

- “Se existe um paraíso e um inferno, onde estão?”

- “Quem é você?” perguntou Hakuin.

- “Eu sou um samurai!”, exclamou o guerreiro.

- “Você, um guerreiro!” riu-se Hakuin.

- “Que espécie de governante teria semelhante guarda? Você parece um pedinte.

Nobushige ficou tão raivoso que começou a desembainhar a espada, mas Hakuin continuou:

- “Então tem uma espada! Ela provavelmente está tão cega que não cortará a minha cabeça…”

O samurai retirou a espada num gesto rápido e avançou pronto para matar, gritanto de ódio.

Nesse momento Hakuin gritou:

- “Acabaram de se abrir as Portas do Inferno!”

Ao ouvir estas palavras, e percebendo a sabedoria do mestre, o samurai guardou a sua espada e fez-lhe uma profunda reverência.

- “Acabaram de se abrir as Portas do Paraíso,” disse suavemente Hakuin.

Fonte: Guia da Família e do Lar. Jan/11
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segunda-feira, 26 de março de 2012

O frio que vem de dentro

Quatro homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio antes que odia clareasse.

Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de sobreviver. O primeiro homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida.

Olhou ao redor e viu um círculo em torno no fogo bruxuleante, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto rude e nas roupas remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com seu lucro, pensou:

- Eu, dar minha lenha para aquecer um preguiçoso?

O segundo homem era negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensinava. Seu pensamento era muito prático.

- É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem. E guardou suas lenhas.

O terceiro homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou:

- Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.

O último homem trazia no rosto e nas mãos sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido.

- Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos meus gravetos.

Com estes pensamentos, os homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.

Ao alvorecer, quando os homens do socorro chegaram na caverna encontraram os cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Vendo aquele triste quadro, o chefe da equipe disse:

- O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.

Fonte: S.O.S. Dona de Casa / Out/10.
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